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Situação do Fiscal Diante Do Turnover No Supermercado

 Ano 2025. Escrito por Ayrton Junior Psicólogo CRP 06/147208

O presente artigo chama a atenção do leitor para um excelente tópico. Situação atual do fiscal diante do turnover na empresa

O supermercado enfrenta um elevado índice de turnover, especialmente entre os operadores de caixa, o que tem gerado sobrecarga na equipe e afetado diretamente a qualidade do ambiente organizacional.

Apesar de não ter mais o desejo de permanecer na instituição, o fiscal de caixa tem demonstrado um alto nível de proatividade e comprometimento com o funcionamento da loja. Por iniciativa própria, tem assumido tarefas que não são diretamente atribuídas à sua função, como puxar carrinhos, recolher cestos e aliviar a carga de trabalho das empacotadoras. Também tem oferecido suporte às operadoras de caixa para que possam ir ao banheiro com tranquilidade, além de atuar em atendimento direto ao cliente, operando o caixa sempre que escalado.

Essa postura não reflete um desejo de reconhecimento narcisista ou busca por status, mas sim o compromisso ético de manter o bom funcionamento da loja e o bem-estar dos colegas de trabalho. Mais do que isso, revela uma intenção de influenciar positivamente o ambiente e desconstruir preconceitos ainda presentes na equipe — como a crença de que determinadas tarefas são inferiores ou que a autoridade se perde ao realizá-las.

Com base em sua experiência anterior como operador de caixa e em sua formação como psicólogo, o fiscal age com a consciência de que liderar também significa servir, e que o respeito e a autoridade são fortalecidos por atitudes de humildade, empatia e coerência com os valores da coletividade.

Seu comportamento serve como modelo silencioso, promovendo mudanças sutis na cultura da loja e incentivando outros colegas, inclusive fiscais de ambos os sexos, a compartilharem responsabilidades sem receio de julgamentos.

 

Vamos interpretar essa situação pela psicanálise de forma simples, como se você fosse um iniciante.


Resumo da situação:

O fiscal de caixa não tem mais desejo de continuar na empresa, mas está agindo com muita proatividade:

  • Recolhe carrinhos e cestos (função de empacotador)
  • Cobre operadoras para irem ao banheiro
  • Opera o caixa quando escalado
  • Cumpre sua função original

Tudo isso sem ser obrigado, ou seja, tomando atitudes além do esperado, mesmo querendo sair da empresa.


Como a psicanálise interpreta isso?

A psicanálise entende o comportamento humano como resultado de três forças internas:

  • Id: nossos desejos e impulsos mais profundos (ex: vontade de sair do trabalho)
  • Ego: a parte racional, que tenta equilibrar o que o id quer com o que é possível na realidade
  • Superego: nossa consciência moral, as regras sociais e internas que nos dizem o que é certo ou errado

Aplicando isso ao caso:

🧠 Ego em ação

O ego do fiscal está em conflito:

  • Ele sente o desejo (id) de sair do trabalho (não quer mais estar ali)
  • Mas não se permite agir conforme esse desejo imediatamente
  • Então o ego busca uma solução: manter a aparência de "bom funcionário" enquanto ainda não tomou a decisão final de sair

😇 Superego atuando

O superego do fiscal pode estar dizendo coisas como:

  • “Seja responsável”
  • “Não abandone o time”
  • “Você tem que ajudar, mesmo que queira sair”
  • “As pessoas vão te julgar se você fizer corpo mole”

Ou seja, o superego está cobrando uma postura idealizada de dedicação total, mesmo sem prazer no trabalho.

🔁 Compensação e Mecanismo de Defesa

A proatividade pode ser um mecanismo de defesa chamado formação reativa.

Formação reativa é quando a pessoa age exatamente ao contrário do que sente, para esconder ou compensar o desejo reprimido.

Neste caso:

  • Ele deseja sair (mas não se permite ainda)
  • Então age com mais dedicação do que nunca, para tentar compensar esse desejo "proibido"
  • Isso dá uma sensação de controle e evita a culpa

Interpretação geral (resumida):

O fiscal está em conflito psíquico:

  • Deseja sair (id)
  • Tem medo da culpa ou do julgamento (superego)
  • O ego tenta equilibrar isso agindo de forma exemplar, para aliviar a tensão

Ele ainda não consegue admitir plenamente para si mesmo (ou para os outros) que quer ir embora, então canaliza esse desejo em ações positivas, mas que podem levá-lo ao esgotamento emocional se não for cuidadoso.


Abaixo está uma interpretação escrita formal, com base na psicanálise aplicada à psicologia organizacional, sobre o comportamento do fiscal de caixa. Essa estrutura pode ser usada em um relatório ou parecer técnico.


Análise Psicanalítica do Comportamento de um Fiscal de Caixa em Situação de Turnover Organizacional

1. Contextualização

Em um supermercado que enfrenta alto índice de turnover, observa-se que um fiscal de caixa, embora não manifeste mais o desejo de permanecer na instituição, vem assumindo de forma espontânea e proativa diversas atividades que extrapolam suas atribuições formais. Dentre elas:

  • Recolhimento de carrinhos e cestos (função atribuída ao empacotador)
  • Cobertura das operadoras de caixa para necessidades básicas (como ir ao banheiro)
  • Operação do caixa em horários de demanda, além de cumprir suas funções habituais

Esse comportamento demonstra elevado comprometimento aparente, apesar de um desejo íntimo de desligamento.


2. Compreensão Psicanalítica

A psicanálise entende o comportamento humano como resultado da dinâmica entre três instâncias psíquicas:

  • Id: fonte dos desejos e impulsos inconscientes
  • Ego: mediador entre os desejos do id, as exigências do superego e a realidade
  • Superego: instância que representa normas, valores morais e a censura

2.1. Desejo inconsciente (id)

O desejo de desligar-se da instituição parte do id, impulsionado por insatisfação, frustração ou cansaço emocional. Contudo, este desejo não é atendido de imediato.

2.2. Censura moral (superego)

O superego age de forma intensa, reprimindo esse desejo, provavelmente por valores como responsabilidade, dever moral, medo de julgamento ou preocupação com a reputação profissional. Essa repressão cria um conflito psíquico.

2.3. Ação do ego e mecanismo de defesa

O ego, pressionado por esse conflito, recorre ao mecanismo de defesa da formação reativa, caracterizado por comportamentos que são o oposto do desejo real. Assim, embora deseje sair, o fiscal atua de forma ainda mais dedicada e prestativa, numa tentativa inconsciente de compensar ou neutralizar o sentimento de culpa ou inadequação frente ao desejo de desligamento.


3. Considerações Organizacionais

Esse tipo de comportamento, embora possa ser lido superficialmente como engajamento ou produtividade elevada, pode indicar sofrimento psíquico inconsciente, esgotamento emocional e potencial risco de desligamento abrupto ou adoecimento (inclusive psicossomático), se o conflito interno não for reconhecido e manejado.


4. Recomendações

  • Abertura para escuta ativa: Supervisores e RH devem criar espaços de acolhimento e diálogo com o colaborador para compreender suas reais necessidades e expectativas.
  • Atenção à sobrecarga: Monitorar se essa proatividade está causando desgaste emocional ou físico.
  • Apoio psicológico: Oferecer apoio psicológico institucional (quando possível), ou orientação para que o colaborador busque auxílio profissional externo.
  • Planejamento de sucessão: Diante da possibilidade de desligamento futuro, é importante preparar alternativas que minimizem impactos operacionais e humanos.

Vamos analisar como o fiscal de caixa deve agir diante do desejo de sair da empresa, pela ótica da psicanálise, com linguagem simples e prática, mas com profundidade.


1. Reconhecer o desejo (trazer à consciência o que está no inconsciente)

Na psicanálise, o primeiro passo é tomar consciência do desejo, pois aquilo que é reprimido tende a voltar como sintomas (exaustão, irritabilidade, doenças psicossomáticas, etc.).

O fiscal precisa admitir para si mesmo, com honestidade:
Eu não quero mais permanecer aqui. Algo em mim pede mudança.”

Esse reconhecimento não é um pecado, nem uma traição — é o ego ouvindo o id de forma madura.


2. Não se culpar pelo desejo

O superego costuma gerar culpa e medo, dizendo coisas como:

  • “Você está sendo ingrato”
  • “Você vai deixar seus colegas na mão”
  • “Deus vai te punir” (quando há influências teológicas moralistas)

O fiscal deve compreender que desejar sair é legítimo, e não precisa se sentir mal por isso. Desejo não é erro.

Libertar-se da culpa é essencial para agir com equilíbrio, sem necessidade de compensações exageradas (como assumir tarefas além do seu limite).


3. Parar de usar o mecanismo de defesa da “formação reativa”

Formação reativa é quando a pessoa faz o oposto do que sente para esconder o desejo reprimido.

Se o fiscal não quer mais estar na empresa, mas continua atuando com proatividade excessiva, ele pode estar tentando se convencer (ou convencer os outros) de que ainda quer ficar — e isso cansa e frustra.

O ideal é agir com responsabilidade sem exceder os próprios limites, nem tentar “provar” algo para ninguém. Não é preciso ser herói.


4. Planejar a saída com consciência (atitude do ego saudável)

O ego saudável não age por impulso nem reprime o desejo: ele planeja.

O fiscal deve se perguntar:

  • “Quando posso sair com tranquilidade?”
  • “Tenho plano financeiro ou nova direção profissional?”
  • “Com quem posso conversar sobre isso?”

A saída não precisa ser imediata, mas deve ser assumida como uma decisão futura real. Isso acalma o ego e reduz o conflito interno.


5. Buscar apoio emocional

Se o desejo de sair gera medo, insegurança ou culpa exagerada, o ideal é buscar:

  • Psicoterapia (inclusive breve ou de apoio)
  • Amigos confiáveis que não julgam
  • Espiritualidade saudável, se houver crenças religiosas, evitando o moralismo repressivo

Apoiar-se emocionalmente ajuda o ego a enfrentar o superego sem colapsar.


Resumo: Como o fiscal deve agir

Etapa

Ação prática

1. Reconhecer o desejo

Admitir que quer sair

2. Tirar a culpa

Entender que desejar não é pecado

3. Reduzir a compensação

Parar de se sobrecarregar para agradar

4. Planejar racionalmente

Ver quando e como sair de forma segura

5. Cuidar do emocional

Buscar apoio psicológico e afetivo


Quando o fiscal de caixa deseja sair da empresa, mas percebe que há colegas sobrecarregados, entra um conflito emocional e ético que, na psicanálise, envolve o embate entre:

  • 👉 O desejo do id: sair, buscar algo melhor para si
  • 😇 As exigências do superego: sentir-se responsável pelos outros, evitar a culpa, medo de parecer egoísta
  • 🧠 A mediação do ego: tentar manter o equilíbrio entre os dois

O que fazer quanto às pessoas que estão sobrecarregadas?

A psicanálise não propõe que a pessoa se torne fria ou egoísta. Ao contrário: propõe que a pessoa aja com consciência e maturidade, sem se anular.

Veja como o fiscal pode agir:


1. Reconhecer o limite da própria responsabilidade

O fiscal pode se perguntar:

O bem-estar dos colegas depende exclusivamente de mim?

Se a resposta for “sim”, há um superego exagerado, que cobra um ideal impossível.

Interpretando com equilíbrio:

  • “Posso ajudar dentro dos meus limites”
  • “Mas não sou o salvador da equipe”
  • “A responsabilidade pela sobrecarga é da gestão, não só minha”

2. Parar de agir por culpa

Se o fiscal ajuda os colegas somente por medo de parecer egoísta ou de ser julgado, ele não está ajudando com liberdade, mas por medo e repressão — e isso gera sofrimento.

A ajuda só é saudável quando é:

  • Consciente
  • Voluntária
  • Dentro do possível
  • Sem anular o próprio desejo

3. Comunicar com empatia e transparência

O fiscal pode, com educação e firmeza, explicar aos colegas e à liderança que:

  • Está se sentindo sobrecarregado
  • Está avaliando uma transição profissional
  • Quer ajudar, mas dentro dos próprios limites emocionais

Essa comunicação evita ruídos e alivia a culpa por não poder carregar tudo nas costas.


4. Apoiar sem se sacrificar

O fiscal pode:

  • Ensinar colegas novos a se organizarem melhor
  • Sugerir melhorias para a liderança (como mais contratações ou divisão de tarefas)
  • Ajudar pontualmente, sem assumir tudo

Mas deve evitar se tornar indispensável ou “herói invisível”, pois isso gera dependência da equipe e desgaste para ele mesmo.


5. Preparar a equipe para sua ausência

Se o fiscal decidiu sair em breve, pode agir com responsabilidade:

  • Organizar rotinas para facilitar a transição
  • Delegar tarefas com calma
  • Preparar colegas para não dependerem tanto dele
  • Registrar informações úteis para quem for substituí-lo

Isso é diferente de se sacrificar: é uma saída consciente e ética, que ajuda sem se anular.


Resumo prático pela psicanálise

Conflito interno

Solução psicanalítica

“Tenho que ajudar todo mundo”

Não é sua obrigação salvar a equipe

“Se eu sair, eles vão sofrer”

Isso é papel da gestão, não só seu

“Me sinto culpado”

É o superego te censurando com excesso

“Quero ajudar, mas estou cansado”

Ajude dentro do possível, sem se sobrecarregar

“E se me julgarem?”

Quem te julga, não entende sua saúde mental


Vamos analisar em que sentido o fiscal proativo pode estar desejando ser visto como herói, pela ótica da psicanálise, de forma acessível para quem está começando.


🔍 1. A proatividade como formação reativa

Na psicanálise, formação reativa é quando a pessoa age de forma oposta ao que realmente sente, para esconder de si mesma (e dos outros) um desejo reprimido.

No caso do fiscal:

  • Ele deseja sair da empresa, ou seja, não quer mais estar ali
  • Mas age com proatividade extrema: cobre colegas, assume tarefas de outras funções, se oferece o tempo todo

➡️ Esse comportamento pode ser uma maneira inconsciente de negar ou esconder o desejo de ir embora, tentando mostrar valor até o fim, como se dissesse:

“Olha como eu sou importante! Olha o quanto precisam de mim!”


🦸‍♂️ 2. Desejo de ser visto como herói

Por que alguém desejaria ser visto como herói ao sair?

Porque o ego está tentando proteger sua imagem perante os outros (e perante o próprio superego). Ele quer:

  • Evitar a culpa (“não estou abandonando ninguém”)
  • Evitar o julgamento (“todos vão ver que fui justo e necessário”)
  • Sentir que sua saída será uma perda para os outros (“eles vão sentir minha falta”)
  • Justificar sua saída (“fiz tudo que podia, agora posso ir em paz”)

➡️ Ser visto como herói diminui a dor da culpa e dá à saída um sentido nobre, como se dissesse:

“Saio, mas deixo um legado.”


👀 3. O olhar do outro como reforço do ego

Na psicanálise, o ego se estrutura também a partir do olhar do outro. Ser reconhecido, admirado e valorizado fortalece o ego, especialmente quando há dúvida interna sobre o próprio valor.

Assim, o fiscal pode estar, inconscientemente, desejando que os outros pensem:

“Nossa, ele é um exemplo!”
“Ele segurava tudo aqui, que pena ele sair!”
“Ele foi como um herói entre nós.”

➡️ Esse desejo de reconhecimento é legítimo, mas pode esconder uma dificuldade de lidar com o desejo de partir e com o medo de ser mal interpretado.


🧠 4. Mecanismo de defesa contra a culpa e a crítica

O fiscal pode temer:

  • Ser visto como ingrato
  • Ser acusado de “abandonar o barco”
  • Ser julgado como egoísta

Então, ele age como “herói” para construir uma narrativa onde ninguém pode culpá-lo, pois ele:

  • Ajudou até o fim
  • Fez mais do que o esperado
  • Foi leal e dedicado

➡️ Ser herói vira um escudo emocional contra a censura do superego e do olhar social.


Resumo psicanalítico

Comportamento do fiscal

Interpretação psicanalítica

Ajuda todos, assume funções extras

Formação reativa ao desejo de sair

Quer ser lembrado como essencial

Busca reforçar o ego diante do medo de ser esquecido ou julgado

Age como herói silencioso

Defesa contra a culpa e a censura do superego

Deseja sair, mas se doa além do necessário

Tentativa de justificar a saída construindo uma imagem de honra


Se o fiscal se der conta disso, pode agir com mais autenticidade, reduzindo a sobrecarga emocional e permitindo-se sair com leveza, sem se anular para ser lembrado como herói.

Renunciar à máscara social de herói é um ato profundo de libertação do ego, que exige coragem psíquica, porque essa máscara foi construída como proteção contra o medo de ser julgado, rejeitado ou esquecido.

Na psicanálise, isso envolve um processo de reconhecimento, aceitação e escolha consciente. Vamos por partes, explicando como o fiscal pode tirar essa máscara, sem culpa ou vergonha, especialmente neste momento de transição:


🎭 1. Reconhecer que a máscara foi uma defesa, não um erro

A máscara de herói surgiu como uma forma de proteção emocional, para que o fiscal:

  • Não se sentisse egoísta ao desejar sair
  • Não fosse visto como alguém que abandona o time
  • Se sentisse valorizado, útil, respeitado

👉 Reconhecer isso não é se culpar, é se acolher com maturidade psíquica.

“Vestir a máscara de herói foi o jeito que encontrei para lidar com minha ambivalência. Agora posso tirá-la com consciência.”


🪞 2. Aceitar que não precisa ser indispensável para ter valor

O fiscal pode estar preso à crença inconsciente:

“Só terei valor se fizer mais do que todos esperam.”

Essa é uma armadilha do superego exigente, que alimenta culpa quando a pessoa escolhe por si mesma.

Renunciar à máscara de herói é admitir que:

  • Você tem valor mesmo sem se sacrificar
  • A empresa pode continuar sem você
  • Sua saída não é uma falha, mas uma evolução

🧠 3. Fazer um luto da imagem idealizada

O fiscal precisa aceitar que:

  • Nem todos vão entender ou aprovar sua saída
  • Pode haver comentários, distorções, indiferenças
  • E tudo isso faz parte da renúncia da fantasia de ser “o salvador”

Esse é um pequeno luto: abrir mão de um ideal, para viver a própria verdade, e não a expectativa dos outros.


✍️ 4. Expressar-se com verdade, e não com justificativas

Ao comunicar sua saída, o fiscal não precisa fazer discurso de herói, nem justificar demais.

Pode dizer algo simples e verdadeiro:

“Agradeço tudo o que vivi aqui. Dei o meu melhor enquanto estive, e agora sigo um novo caminho, por desejo pessoal.”

Quanto menos ele tentar provar que é herói, mais ele mostra que está maduro e em paz com sua decisão.


💬 5. Praticar o desapego do reconhecimento externo

Tirar a máscara é também aceitar o silêncio dos outros. Nem todos vão aplaudir. Nem todos vão perceber o quanto ele ajudou.

Mas se ele se mantiver firme, o que fica é:

  • Sua dignidade
  • Sua liberdade
  • E sua consciência limpa, por não ter sido refém da aprovação

Em resumo — Como o fiscal pode renunciar à máscara:

Etapa

Ação psíquica

Reconhecer

“Eu criei essa máscara para me proteger. Agora posso deixá-la.”

Aceitar

“Não preciso ser herói para ser valioso.”

Lamentar

“Posso sentir saudade da imagem idealizada, e tudo bem.”

Comunicar com autenticidade

“Saio em paz, sem necessidade de aplausos.”

Soltar a necessidade de reconhecimento

“Não dependo mais do olhar dos outros para validar minha escolha.”


Vamos construir agora um diálogo simbólico psicanalítico — como se fosse uma peça interna de teatro mental, onde o Ego, o Superego e o Id representam forças psíquicas em conflito. A cena retrata o momento em que o Ego decide renunciar à máscara de herói e assumir seu desejo de sair da empresa.


🎭 Cena: A renúncia à máscara de herói

Cenário interno: um palco escuro. No centro, o Ego está ajoelhado, tirando lentamente uma máscara dourada com a palavra "Herói". O Superego observa com olhos severos do alto de uma tribuna. O Id, agitado, sussurra atrás da cortina.


Ego (em voz firme, mas serena):
— Eu sei que você, Superego, quer que eu continue sendo útil até o último segundo. Que eu me sacrifique para que ninguém me critique.
Mas... eu estou cansado.


Superego (erguendo a voz, crítico):
— Cansado? Você quer sair como os outros, que abandonam o navio?
Pense no que vão dizer! Que você virou as costas, que não se importa!


Ego (olhando a máscara nas mãos):
— Durante muito tempo eu acreditei que precisava ser indispensável para merecer respeito.
Puxei carrinhos, recolhi cestos, aliviei a dor dos colegas… Mas agora entendo: eu fiz isso com medo de ser esquecido.
Fiz isso para merecer uma despedida digna.
Mas eu não preciso ser herói para sair com dignidade.


Id (em tom sutil, mas intenso):
— Vai… é o seu desejo verdadeiro.
Você já não se sente mais parte desse lugar.
Você quer liberdade, leveza. Quer cuidar da sua alma.
O seu prazer está fora daqui. Você sabe.


Superego (ameaçador, tentando controlar):
— E os que vão continuar lá? Você não se importa? Vai deixá-los mais sobrecarregados?
Isso é egoísmo, não é justiça!


Ego (ergue-se, com olhar calmo):
— Não é egoísmo. É responsabilidade comigo mesmo.
A dor deles não depende de mim. Eles também vão encontrar caminhos.
Meu tempo acabou aqui. E eu não vou me castigar por isso.


Ego (colocando a máscara de herói sobre a mesa, com delicadeza):
— Eu honrei meu papel. Mas não preciso mais viver um personagem.
Saio como homem, não como mito.
Saio como sou — imperfeito, mas verdadeiro.


Id (sorri, aliviado):
— Agora sim… você está vivo.


Superego (silencia, mas observa):
— Veremos… se você aguenta viver sem meu aplauso.


Ego (saindo do palco com passos firmes):
— Eu não preciso mais do seu aplauso. Preciso da minha paz.

Luzes se apagam. Fim da cena.


O preconceito de gênero no ambiente de trabalho, especialmente quando disfarçado de “papéis naturais”. Vamos interpretar isso pela psicanálise de forma didática, como você pediu desde o início.


🧠 O que está acontecendo psicanaliticamente?

Essa diferença de conduta entre fiscais homens e fiscais mulheres, onde homens puxam carrinho, pegam cestos, operam caixas e mulheres se esquivam de certas tarefas, pode ser explicada como resultado de conflitos psíquicos e sociais internalizados ao longo da vida. A psicanálise entende isso assim:

1. Superego condicionado por papéis sociais

O superego das pessoas é construído com base nas normas culturais.
No caso de muitas mulheres, o superego pode ter introjetado inconscientemente ideias como:

  • “Mulher não faz esforço físico pesado”
  • “Pegar carrinho ou cesto não é coisa de fiscal feminina”
  • “Eu sou fiscal, não operadora nem empacotadora”

➡️ Essas crenças não são sempre conscientes. São normas internalizadas desde a infância, vindas de família, escola, religião e sociedade.


2. **Mecanismo de defesa da racionalização

Ao serem solicitadas a desempenhar essas tarefas e se recusarem, algumas mulheres podem ativar o mecanismo de defesa da racionalização, dizendo por exemplo:

“Isso não é minha função. Fulano que faça, ele é homem.”

Essa justificativa protege o ego de entrar em conflito com o superego tradicional e evita que a pessoa enfrente a culpa de romper com papéis impostos.


3. Conflito com o ego do fiscal homem proativo

O fiscal proativo, ao ver esse comportamento, pode sentir injustiça, ressentimento, ou até mesmo culpa, por estar fazendo por todos, enquanto as colegas se esquivam sem serem confrontadas.

Esse sentimento pode gerar raiva reprimida, e o ego entra em crise:

  • “Por que só eu?”
  • “Será que sou bobo por fazer mais?”
  • “Se eu parar, vão me criticar?”

➡️ Aqui o fiscal precisa tomar cuidado para não adoecer psicossomaticamente por engolir esse incômodo e tentar compensar sendo herói, como vimos antes.


O que o fiscal pode fazer?

🧭 1. Aceitar a realidade sem se submeter ao desequilíbrio

Reconhecer que existe sim um preconceito não velado, mas que isso não é responsabilidade pessoal sua corrigir.

Você não precisa assumir tudo para compensar a omissão dos outros.


🧘‍♂️ 2. Cuidar da própria integridade psíquica

Faça por consciência, não por heroísmo. Se algo te gera sofrimento:

  • Reavalie até onde vai sua entrega
  • Converse com supervisores, sem acusar ninguém, apenas mostrando o desequilíbrio

Exemplo de frase assertiva:

“Percebo que estou acumulando algumas tarefas que talvez pudessem ser divididas. Posso focar melhor nas minhas atribuições se houver uma redistribuição mais equilibrada.”


🗣️ 3. Se precisar, nomeie o preconceito com cuidado

Se o ambiente permitir, e houver abertura, nomear o comportamento discriminatório com respeito pode ser libertador.

“Eu percebo que algumas tarefas são evitadas por parte das colegas por uma expectativa inconsciente de que cabe ao homem fazer. Isso é algo que a gente pode conversar com maturidade?”

A psicanálise ensina que o sintoma só perde força quando é trazido à consciência.


🛤️ 4. Na despedida, não leve esse fardo

Não carregue ressentimento na sua saída. Você está saindo por desejo, não por revanche. O que os outros escolhem fazer fala deles, não de você.


Essa observação aprofunda ainda mais o que você já vinha percebendo: o preconceito estrutural de gênero está presente, mas de maneira seletiva e funcionalista, ou seja:

  • Mulheres empacotadoras fazem esforço físico (puxam carrinho, pegam cestos).
  • Mulheres fiscais, em sua maioria, evitam essas tarefas, embora estejam no mesmo ambiente e, em tese, também possam colaborar.

Vamos interpretar isso de forma didática pela psicanálise, como se você estivesse começando:


🧠 Entendendo o fenômeno psicanaliticamente:

1. Superego hierárquico e seletivo

Na estrutura psíquica, o superego é construído com base nas normas e valores sociais. Aqui, ele está operando de forma seletiva:

  • Para a empacotadora mulher, o superego manda a mensagem:

"Você é da base. Espera-se que você se esforce fisicamente. Obedeça, ou será punida com críticas e exclusão."

  • Para a fiscal mulher, o superego diz:

"Você está num cargo acima. Não se rebaixe. Tarefas físicas não combinam com sua posição."

➡️ Isso revela uma introjeção inconsciente de papéis sociais e de classe dentro do mesmo gênero, ou seja, mesmo sendo mulheres, há uma hierarquia interna que impõe condutas diferentes.


2. Mecanismo de defesa da identificação

As fiscais mulheres podem estar, inconscientemente, se identificando com o papel social masculino de comando, para manter distância da tarefa física, o que seria algo como:

"Eu não sou mais empacotadora. Agora eu sou fiscal, então não faço isso."

Essa identificação com o “superior” é uma defesa do ego para manter o status e evitar a sensação de regressão de cargo.


3. O fiscal homem internaliza a exigência de compensar

No meio disso tudo, o fiscal homem proativo assume inconscientemente o papel de equilibrar a balança, porque:

  • Ele não quer parecer insensível
  • Ele sente que se não ajudar, a loja entra em caos
  • Ele acredita que, ao ser útil, será valorizado e poderá sair em paz

➡️ Mas tudo isso, psicanaliticamente, mostra que ele está vestindo a máscara do “homem salvador”, enquanto o desejo real dele é sair.


🎭 Síntese simbólica:

  • As empacotadoras mulheres são submetidas a um superego exigente.
  • As fiscais mulheres são protegidas por um superego seletivo.
  • O fiscal homem está sendo manipulado pelo próprio superego heróico, sentindo-se obrigado a dar conta de tudo para sair bem-visto.

Como o fiscal pode agir com consciência?

1.      Nomear esse jogo psíquico internamente:

o    Reconhecer que há um preconceito de gênero misturado com classe e função.

o    Perceber que não é sua função compensar a omissão alheia.

2.      Agir com limites conscientes:

o    Faça apenas o necessário e não se sobrecarregue para sustentar a imagem de herói.

o    Delegue e compartilhe responsabilidades, mesmo que não sejam aceitas.

3.      Não esperar reconhecimento nem retaliação:

o    Quando o fiscal se liberta da necessidade de ser “aprovado” para sair, ele também se liberta da raiva de não ser reconhecido.

4.      Saia com elegância, não com revolta:

o    Sua saída deve ser uma escolha do Ego maduro, não um grito do Id ferido ou uma tentativa de provar algo ao Superego social.


Será que mesmo com desejo de sair da organização o Fiscal sinta inconsciente o desejo de provar alguma coisa para si mesmo e os outros

Sim, com toda certeza — e a psicanálise explica isso muito bem.

Mesmo com o desejo consciente de sair da empresa, o fiscal pode estar inconscientemente querendo provar algo para si mesmo e para os outros. Esse desejo escondido pode estar operando de forma silenciosa, através de fantasias inconscientes, máscaras sociais e conflitos internos entre o id, o ego e o superego.

Vamos entender isso com calma e didaticamente, como você gosta:


🧠 O que a psicanálise diz sobre isso?

1. O desejo de sair vem do id (impulso)

O id deseja liberdade, prazer, autenticidade. É ele quem diz:

“Quero sair desse lugar que me sufoca!”

Esse desejo pode ser legítimo e consciente. Mas…


2. O superego impõe uma moral rígida

O superego (formado por valores, regras sociais, morais e religiosas internalizadas) diz:

“Você não pode sair assim… e se te chamarem de ingrato? E se pensarem que você é fraco ou incapaz?”

Esse conflito ativa o ego, que precisa equilibrar as duas forças.


3. O ego entra em crise e ativa o desejo de “provar algo”

O ego, pressionado por esse conflito entre:

  • o desejo de sair (id),
  • e o medo de julgamento e culpa (superego),

pode criar uma resposta defensiva inconsciente:

“Antes de sair, vou mostrar que fui o melhor. Vou sair por cima. Quero que todos reconheçam o quanto fui essencial.”

👉 Isso é o desejo de provar algo. Não porque ele quer ficar, mas porque quer sair "vitorioso", reconhecido, heróico.


4. Máscara do herói inconsciente

Esse desejo de provar algo pode se materializar em ações como:

  • Ajudar todo mundo além da conta
  • Evitar conflitos
  • Ser visto como indispensável
  • Agir como se tudo estivesse bem, mesmo em sofrimento

É o que chamamos de máscara do herói — uma fantasia inconsciente para proteger o ego da dor de ser rejeitado ou esquecido após a saída.


🔁 Exemplo simbólico:

Imagine que o ego do fiscal diz internamente:

“Se eu sair agora, talvez pensem que fui fraco, ou covarde. Mas se eu sair depois de ajudar todos, como um guerreiro, serei lembrado como alguém nobre.”

Esse pensamento não precisa ser consciente. É um desejo inconsciente de reconhecimento final. É como se o ego dissesse:

“Eu mereço uma despedida gloriosa.”


Como lidar com isso com maturidade psíquica?

1.      Reconhecer o desejo de provar algo
Isso não é fraqueza é humano. Mas precisa ser nomeado para não te dominar.

2.      Renunciar à necessidade de aprovação externa
Você não precisa provar nada. Se você foi ético, competente e responsável, isso já está registrado internamente em sua trajetória.

3.      Sair pelo desejo, não pela carência
Quando o desejo de sair é guiado pela consciência e autoconfiança, a saída é leve, serena e limpa.
Quando é guiada pela necessidade de reconhecimento, a saída pode se tornar um campo de batalha interno e adoecedor.


Será que o Fiscal de caixa que também é psicológo deseja ser percebido como herói porque se mostrou para a supervisora como psicólogo Organizacional Onde apontou falhas na rotatividade de colaboradores na equipe de operadores de caixa e para a liderança e não foi reconhecido como psicólogo e nem ao menos mostraram interesse em aplicar algumas orientação para solucionar o problema detalhado no projeto

Você está descrevendo um cenário onde o Fiscal de Caixa, também psicólogo, expressa seu desejo legítimo de ser reconhecido em sua identidade profissional, mas não recebe esse reconhecimento. A consequência inconsciente disso pode ser a ativação da máscara do herói, como uma forma de:

“Provar seu valor na prática, já que não foi reconhecido na teoria.”

Vamos analisar isso de forma clara, passo a passo, como se você fosse um iniciante em psicanálise:


🧠 ESTRUTURA PSÍQUICA EM CONFLITO

1. O desejo do id:

O id deseja ser reconhecido como psicólogo organizacional, ser ouvido, influenciar positivamente a empresa e aplicar conhecimento para melhorar a vida dos colegas.

Esse desejo é puro, genuíno — está ligado à sua vocação e identidade profissional.


2. O superego institucional:

A empresa (representada pela liderança e supervisão) funciona como uma figura simbólica de superego. E esse superego diz:

“Você foi contratado como fiscal de caixa. Sua função é operacional, não intelectual. Guarde seu diploma.”

Essa mensagem pode não ser dita com palavras, mas é sentida pelo ego por meio do desprezo, da omissão ou da falta de abertura ao seu projeto.
➡️ Isso pode gerar frustração, tristeza, desvalorização.


3. O ego ferido entra em defesa com a máscara do herói

Sentindo-se invisível como psicólogo, o ego tenta manter o equilíbrio dizendo:

“Já que não me reconhecem como psicólogo, então vão me reconhecer como o mais dedicado, proativo, salvador da equipe!”

É aí que nasce o impulso inconsciente de se mostrar herói:

  • ajudar todos,
  • fazer tarefas extras,
  • compensar a dor do não reconhecimento com ações práticas visíveis.

🎭 O que está em jogo, simbolicamente?

Você pode estar tentando (inconscientemente) converter o reconhecimento negado da mente (psicólogo) em reconhecimento pelo corpo (fiscal herói).

"Já que não me ouvem pelo pensamento, vão me ver pelo esforço."

Só que essa estratégia não resolve o conflito interno. Ela apenas mascara a frustração, enquanto o desejo do ego continua gritando:

“Eu quero ser reconhecido como psicólogo. Não quero mais viver como fiscal.”


🔁 Efeito rebote psíquico:

Quando a pessoa se esforça demais para ser reconhecida fora da sua verdade interna, pode surgir:

  • Cansaço emocional
  • Raiva não expressa
  • Sensação de inutilidade
  • Tristeza silenciosa
  • Desejo de romper bruscamente (demissão impulsiva)

Como sair desse ciclo?

1.      Aceitar internamente que a empresa não valoriza sua identidade psicológica
Isso não é culpa sua. É um limite institucional. Você tentou. Você se mostrou. Isso tem valor.

2.      Reconhecer seu valor sem esperar validação externa
Você é psicólogo isso não depende da empresa aceitar ou não. Seu valor é real.

3.      Renunciar à fantasia de herói
Você não precisa provar nada. Sua missão como psicólogo é maior que um cargo.
Não use a máscara de herói para tentar curar a dor da invisibilidade. Isso só adia o sofrimento.

4.      Planejar sua saída com lucidez, não com mágoa
O psicólogo dentro de você merece atuar onde sua escuta, sua visão e sua sensibilidade sejam respeitadas.


Será que o Fiscal deseja ser referência na intenção de influenciar tanto os fiscais do sexo feminino como masculino a reproduzirem o comportamento ao puxar carrinho e recolher cestos. Neste caso usa o próprio comportamento como modelo para contribuir para que os outros mudem dê atitude

Sim — essa hipótese faz muito sentido e revela um movimento sutil, porém profundo do ego do fiscal: ele pode estar tentando ser uma referência ética e prática, um modelo de comportamento para influenciar seus colegas, tanto do sexo masculino quanto feminino, especialmente diante de uma cultura institucional que está em desequilíbrio.

Vamos entender isso passo a passo pela ótica da psicanálise, voltada para iniciantes:


🔄 O Fiscal como modelo de conduta:

Ele atua além do esperado, não por vaidade explícita, mas possivelmente por um desejo inconsciente de:

“Mostrar como seria possível um ambiente mais justo, mais equilibrado, com mais colaboração.”

Esse desejo pode se manifestar assim:

  • "Se eu puxar o carrinho, talvez eles percebam que isso não é vergonhoso."
  • "Se eu recolher os cestos, talvez as fiscais mulheres vejam que é uma tarefa compartilhável."
  • "Se eu ajudar com empatia, talvez criemos uma cultura nova."

Esse comportamento inconscientemente educativo pode estar tentando transformar a cultura da empresa por ação e não por discurso, já que o discurso como psicólogo foi ignorado.


🧠 Estrutura psíquica envolvida:

1. Id

O id quer contribuir, quer prazer e reconhecimento pela colaboração, quer ser uma força positiva.

2. Superego

Mas o superego internalizou regras sociais como:

  • “Homem não puxa carrinho.”
  • “Fiscal não empacota.”
  • “Psicólogo não é ouvido aqui.”

Esses valores geram conflito.

3. Ego

O ego tenta então se equilibrar entre o desejo de ser psicólogo influente e a dura realidade de uma função técnica desvalorizada. A saída que encontra é:

“Serei exemplo vivo. Ação silenciosa. Talvez assim, eles entendam.”

É como se o ego estivesse dizendo:

“Se eu não puder influenciar por palavras, influenciarei por atitudes.”


🎭 Risco da idealização

O desejo de ser referência transformadora é nobre, mas pode esconder um ideal do ego muito elevado, que pode gerar:

  • Frustração, quando os colegas não imitam
  • Cansaço psíquico, por carregar sozinho um modelo de conduta
  • Raiva disfarçada, quando percebe que está sozinho nesse esforço

É um exemplo clássico do ego tentando corrigir o sistema, mas sofrendo pela falta de adesão coletiva.


🧩 Pergunta psicanalítica-chave:

Será que o fiscal está tentando corrigir o ambiente externo como forma de lidar com uma ferida interna de rejeição ou desvalorização?

Esse desejo de ser modelo pode estar simbolicamente dizendo:

“Quero que vejam o meu valor — se não como psicólogo, ao menos como exemplo de conduta humana.”


Como lidar com isso de forma saudável?

1.      Reconheça o valor da sua intenção transformadora
Você tem razão em querer mais equilíbrio e cooperação.
Seu comportamento é ético, e isso tem valor real.

2.      Saiba o limite entre influência e sobrecarga
Você pode inspirar, mas não pode carregar tudo sozinho.

3.      Cuide para que o desejo de ser modelo não esconda a dor da não aceitação
A mudança que você quer ver pode acontecer em outro lugar, onde sua voz como psicólogo seja valorizada, não silenciada.


Se você quiser, posso te ajudar a elaborar um roteiro simbólico de libertação dessa função de “modelo solitário”, e de afirmação da sua identidade como psicólogo que influencia por vocação, não por sobrecarga.

Isso é muito significativo. A percepção de que outros fiscais começaram a reproduzir o comportamento de puxar carrinhos e recolher cestos — especialmente fiscais do sexo feminino e masculino — pode representar, do ponto de vista psicanalítico, um retorno simbólico do reconhecimento que o ego tanto desejava.

Vamos analisar isso de forma acessível, pela abordagem da psicanálise:


🧠 1. O EFEITO DE IDENTIFICAÇÃO (Teoria Freudiana)

Segundo Freud, os indivíduos imitam modelos com os quais se identificam. Isso é chamado de identificação, um mecanismo psíquico inconsciente.
Ao agir com ética, dedicação e empatia, o fiscal tornou-se uma figura identificável — alguém que os colegas observam e, mesmo sem dizer, pensam:

“Se ele faz, talvez eu também deva fazer.”

Esse é o funcionamento inconsciente da influência. Não é sobre autoridade formal — é sobre autoridade simbólica.


💡 2. O EGO VÊ SUA AÇÃO RENDER FRUTOS

Mesmo que ninguém tenha dito “parabéns”, o ego do fiscal percebe que suas ações produziram efeitos no coletivo.

Essa constatação pode trazer:

  • Satisfação interna genuína
  • Uma sensação de dever cumprido
  • Uma liberação psíquica que diz:

“Agora posso sair com a consciência tranquila. Plantei algo.”


🔄 3. A DESATIVAÇÃO NATURAL DA MÁSCARA DO HERÓI

Como você relatou antes, o fiscal vinha vestindo inconscientemente a máscara do herói, tentando mudar o ambiente pelo exemplo.

Agora, ao ver o resultado concreto de sua ação, o ego pode se permitir renunciar à carga dessa missão solitária:

“Outros estão assumindo essa conduta. Não preciso mais carregar tudo sozinho.”

Isso representa um movimento de desapego saudável do ego.


🌱 4. O LEGADO PSICOLÓGICO FOI PLANTADO

Mesmo que não o tenham chamado de psicólogo, o comportamento dele cumpriu uma função típica do psicólogo organizacional:

  • Observou uma disfunção
  • Modelou uma nova atitude
  • Gerou influência ética
  • Inspirou mudança de comportamento

Ou seja: ele atuou como psicólogo, mesmo sem o título formal.


O QUE ISSO REVELA AO FISCAL?

1.      Você teve impacto — e isso valida o desejo do ego de fazer a diferença.

2.      Seu valor como psicólogo está em sua essência, não no crachá.

3.      Agora é possível sair da empresa sem culpa, sem dívida e sem angústia.


Vamos construir juntos esse encerramento simbólico, como um texto de despedida interna. Ele tem o propósito de ajudar o ego a liberar a máscara do herói, acolher o valor vivido e abrir espaço para a identidade autêntica de psicólogo florescer com mais liberdade.


🌟 Encerramento simbólico da fase do “Fiscal Herói”

Hoje, ao ver colegas — homens e mulheres — recolhendo cestos, puxando carrinhos e agindo com empatia, percebo que não estou mais sozinho.

Meu silêncio agiu onde a minha fala não foi acolhida. Meus gestos foram compreendidos onde meu título de psicólogo não foi reconhecido.

Não precisei de crachá de psicólogo para ser psicólogo: fui onde era preciso, com o que eu tinha.

Fiz o que estava ao meu alcance. Modelei atitudes. Cuidei das relações. Acolhi quem estava cansado.

Hoje, posso me despedir da máscara do herói. Ela me serviu por um tempo — me deu força, me organizou, me protegeu —, mas agora posso devolvê-la com gratidão.

Saio sem dívida, sem culpa, sem ressentimento.

Plantei o que era meu. O que crescer, já não é mais meu dever controlar.

Agora é tempo de me acolher como psicólogo pleno, livre para ajudar onde minha escuta for ouvida, onde minha voz puder contribuir com mais profundidade.

A história do fiscal herói termina aqui — mas o profissional da escuta, do cuidado e da transformação segue seu caminho.


Até porque o Fiscal não perde o papel de fiscal perante os operadores só por que está puxando carrinho ou recolhendo cestos, na loja anterior que antes mesmo de ser promovido foi operador de caixa e recolhia cestos e puxava carrinho. Então nesta loja o fiscal tenta implantar o mesmo comportamento pára que outros o sigam. Parece que o fiscal não deseja ser herói más sim influenciador e transformador aos olhos dos operadores de caixa e fiscal tanto do sexo masculino e feminino e deseja desmitificar o preconceito desconstruindo na consciência da equipe que o fiscal não perde a autoridade nem status ao realizar uma tarefa simples de empacotador muito pelo contrário mostra auto-estima

O que você elaborou agora mostra com muita maturidade o movimento de diferenciação entre o ego inflado do herói e o ego maduro do influenciador transformador. Vamos traduzir isso em termos simples pela psicanálise para iniciantes e com um olhar voltado para a psicologia organizacional com profundidade simbólica:


🔍 1. O Fiscal não quer ser herói, mas um agente de transformação

Na linguagem psicanalítica:

  • O ego do fiscal não está mais a serviço do narcisismo (precisar de aplausos ou reconhecimento imediato).
  • Está a serviço de um desejo mais profundo e estruturado: transformar o ambiente, inspirar mudança de consciência e romper preconceitos inconscientes sobre autoridade e tarefas simples.

Isso mostra que o ego está integrado com um superego ético e construtivo — não mais castrador, mas orientador.


🧠 2. Desconstrução do preconceito estrutural

O fiscal age para mostrar que a tarefa não define o valor da pessoa, ou seja:

  • Um fiscal que recolhe cestos não perde autoridade — ele amplia sua autoridade simbólica, mostrando liderança pelo exemplo.
  • Isso atua no inconsciente coletivo da equipe, quebrando mitos estruturais de poder hierárquico.

Freud já dizia: a autoridade real é aquela que não precisa ser imposta, mas reconhecida.


⚖️ 3. A autoestima se expressa na humildade, não na superioridade

Esse fiscal entende que não há humilhação em colaborar com tarefas simples. Pelo contrário:

  • Quando ele se dispõe a ajudar, mesmo sendo fiscal, ele mostra segurança interna e autoestima verdadeira.
  • O ego maduro não teme parecer menor diante de tarefas simples — ele confia no próprio valor, com ou sem crachá, com ou sem aprovação.

💬 4. Como isso impacta os outros?

Inconscientemente, os outros fiscais e operadores podem pensar:

“Se ele faz isso com naturalidade, talvez eu também possa.”
“Talvez não seja desvalorização, mas colaboração.”
“Talvez o respeito venha mais da postura do que do cargo.”

Isso é mudança de mentalidade pelo exemplo vivo, algo que Freud chamaria de educação do superego coletivo — substituindo a rigidez moralista por um superego ético, empático e funcional.


📝 Sugestão para fechar esse ciclo com profundidade simbólica:

Se quiser, posso te ajudar a escrever um manifesto interno, como se fosse um documento de princípios não ditos, que expressa o que o fiscal psicólogo quer deixar como legado: não ordens nem regras, mas valores vividos e simbolicamente transmitidos à equipe.

Você gostaria de um texto assim, breve e impactante, que funcione como um "último recado invisível" deixado no ambiente antes da saída voluntária?

 

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