Ano 2025. Escrito por Ayrton Junior Psicólogo CRP 06/147208
O
presente artigo chama a atenção do leitor para um excelente tópico. Vamos
pensar juntos de forma bem didática, passo a passo, usando a psicologia
organizacional para entender esse processo de desligamento emocional e o luto
pela demissão.
1.
O que é desligamento emocional?
Na
psicologia organizacional, desligar-se emocionalmente da empresa significa
aceitar que aquele ciclo profissional acabou e começar a reconstruir sua
identidade fora daquela função. É como terminar um relacionamento: mesmo que o
contato físico tenha acabado (foi demitida), a mente e o coração ainda estão
presos lá.
2.
O que é o luto pela demissão?
O
luto organizacional é o processo emocional que uma pessoa passa quando perde o
trabalho. Não é só tristeza: envolve choque, negação, raiva, tristeza, até
chegar à aceitação. Como no luto por alguém que morreu, o cérebro precisa de
tempo para entender e reorganizar a vida sem aquela rotina, status e vínculos.
3.
Por que é difícil desligar-se emocionalmente da empresa?
Porque
o trabalho dá sentido de utilidade, pertencimento, rotina, salário, identidade
e reconhecimento. Quando isso é perdido de forma repentina (como uma demissão),
a pessoa pode:
Ficar
presa no passado, revivendo o que aconteceu.
Sentir
culpa, raiva, injustiça ou rejeição.
Ter
dificuldade de se ver fora daquele papel (ex: “sou uma supervisora, não sei ser
outra coisa”).
4.
Como aceitar o luto e se desligar emocionalmente?
Passo
a passo com apoio da psicologia organizacional:
a)
Reconhecer e validar os sentimentos
É
normal sentir tristeza, raiva ou medo.
O
importante é não se culpar por estar sentindo isso. É parte do luto.
b)
Resgatar a identidade além do cargo
A
pessoa não é apenas uma supervisora, ela é alguém com talentos, histórias e
possibilidades.
Pergunte
a si mesma: “O que mais eu sei fazer? O que mais me dá prazer?”
c)
Reorganizar a rotina
Ter
horários e atividades ajuda a mente a entender que uma nova fase começou.
Mesmo
sem um trabalho formal, criar estrutura no dia é fundamental.
d)
Focar no aprendizado da experiência
O
que essa experiência me ensinou?
Como
posso usar esse aprendizado em novos caminhos?
e)
Estabelecer novos objetivos
Pode
ser estudar, empreender, buscar outra vaga, fazer terapia.
O
objetivo é olhar para o futuro, não viver preso ao passado.
Conclusão:
Desligar-se
emocionalmente é aceitar que o trabalho acabou e abrir espaço para o novo.
O
luto pela demissão é um processo natural, com altos e baixos, que precisa ser vivido.
A
psicologia organizacional ajuda a entender como o trabalho afeta nossas
emoções, identidade e relações – e como podemos reconstruir isso depois de uma
perda.
Aqui
está um plano simples de recuperação emocional, baseado na psicologia
organizacional, para ajudar a supervisora a se desligar emocionalmente da
empresa e atravessar o luto da demissão com mais equilíbrio:
Plano
de Recuperação Emocional após a Demissão
1.
Primeira Semana – Reconhecer e acolher as emoções
Objetivo:
Validar o que está sentindo sem julgamento.
Atividades:
Escrever
um diário emocional: “Como estou me sentindo hoje?”
Falar
com alguém de confiança sobre a demissão (amigo, terapeuta, colega).
Evitar
decisões impulsivas (como sair cortando laços ou se isolar totalmente).
2.
Segunda Semana – Reorganizar a rotina e o corpo
Objetivo:
Estabelecer um ritmo diário para não cair na apatia.
Atividades:
Acordar
e dormir em horários definidos.
Fazer
caminhadas leves ou exercícios físicos.
Reservar
tempo para alimentação e lazer.
Praticar
respiração consciente ou meditação simples.
3.
Terceira Semana – Resgate da identidade profissional e pessoal
Objetivo:
Lembrar quem ela é além do cargo.
Atividades:
Listar
5 talentos pessoais e 5 profissionais.
Escrever:
“O que aprendi como supervisora?”
Relembrar
momentos de superação e orgulho no trabalho.
Fazer
algo que gostava antes da função (hobby, leitura, arte).
4.
Quarta Semana – Redefinir o propósito
Objetivo:
Canalizar energia para o futuro.
Atividades:
Fazer
uma lista com 3 novas metas: uma de curto, médio e longo prazo.
Pesquisar
cursos, mentorias ou áreas novas de interesse.
Atualizar
o currículo e o LinkedIn com base na trajetória.
Visualizar
um novo papel: “Quem quero me tornar agora?”
Dica
contínua: Terapia psicológica
Se
possível, buscar apoio terapêutico durante o processo. O psicólogo ajuda a
trabalhar:
Autoestima
após a perda.
Sentimento
de injustiça ou culpa.
Redirecionamento
de carreira com mais confiança.
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