Ano 2025. Escrito por Ayrton Junior Psicólogo CRP 06/147208
O
presente artigo chama a atenção do leitor para um excelente tópico. Um
indivíduo caiu num golpe pôr se envolver emocional com o golpista e agora deve
ao banco a quantia de 25000 .
Na
psicanálise, podemos entender essa situação como um conflito entre os desejos
inconscientes e as censuras internas do indivíduo. Vamos analisar isso passo a
passo:
1.
O Desejo do Ego e a Ilusão do Prazer
O
ego desse sujeito desejava algo – pode ter sido afeto, reconhecimento,
segurança ou até mesmo uma fantasia romântica. Esse desejo foi estimulado pelo
golpista, que soube explorar essa necessidade emocional. O ego, movido pelo
princípio do prazer, viu nessa relação uma possibilidade de satisfação,
ignorando os sinais de perigo.
2.
O Papel do Superego e a Culpa
O
superego, que é a parte da psique responsável pela moralidade e pelas regras
sociais, aparece depois que o golpe é descoberto. Ele age como um juiz interno,
fazendo com que o sujeito se sinta culpado e envergonhado por ter sido
enganado. A frase interna pode ser algo como: "Como eu fui tão
ingênuo?" ou "Isso é culpa minha!". Esse sentimento de culpa
pode levar a uma autopunição, como autossabotagem financeira ou emocional.
3.
O Mecanismo de Defesa da Racionalização
Para
evitar um colapso emocional, o ego pode tentar justificar o que aconteceu. Ele
pode dizer para si mesmo coisas como: "Eu só queria ajudar alguém que
parecia precisar." ou "Acreditei porque sou uma pessoa de bom
coração." Esse é o mecanismo de defesa da racionalização, que ajuda a
amenizar a dor emocional, mas também pode dificultar o aprendizado da
experiência.
4.
O Débito Emocional e o Inconsciente
O
dinheiro perdido não é apenas um problema financeiro; ele representa um débito
emocional. O indivíduo pode sentir que deve a si mesmo algo que foi tirado –
confiança, dignidade, autoestima. Esse vazio pode levá-lo a agir de duas
formas:
Buscar
compensações (como gastar mais dinheiro, se isolar ou entrar em outro
relacionamento rapidamente).
Repetir
o erro em novos ciclos (chamado de compulsão à repetição, onde o inconsciente
recria situações semelhantes na tentativa de resolver o trauma).
Conclusão
Esse
sujeito não caiu no golpe apenas por falta de informação, mas porque seu
inconsciente tinha uma necessidade emocional que o deixou vulnerável. O
aprendizado psicanalítico aqui seria tomar consciência desse desejo
inconsciente, entender os mecanismos de defesa em jogo e elaborar a experiência
para evitar futuras repetições.
Se
quiser aprofundar mais, podemos analisar quais emoções específicas estavam em
jogo nesse caso.
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