Ano 2025. Escrito por Ayrton Junior Psicólogo CRP 06/147208
O
presente artigo chama a atenção do leitor para um excelente tópico. O que é o
entre - lugar que as vezes nos encontramos em algumas situações. Construa um
texto citando como exemplo um indivíduo que está no entre lugar através da
psicologia social para ser gravado no Ainda sou podcast pelo host psicólogo
Ayrton Júnior adaptado na linguagem assertiva informativa e que movimentos o
sujeito realizar para demover se do entre lugar para ocupar na realidade o
lugar que lhe pertence por direito
Abaixo
está um texto adaptado para ser lido no seu podcast "Ainda Sou",
com linguagem assertiva e informativa, fundamentado na psicologia social,
explicando o conceito de entre-lugar e como o sujeito pode sair dessa
posição ambígua e retomar o seu lugar legítimo na realidade:
🎙️ AINDA SOU — por
Ayrton Júnior
Hoje,
vamos falar sobre um conceito muito presente nas experiências humanas, mas
pouco nomeado: o entre-lugar.
O
entre-lugar é aquele estado psicológico e social em que o sujeito não se
reconhece mais totalmente no lugar anterior, mas ainda não ocupou o novo espaço
que lhe pertence por direito. É uma espécie de travessia — um ponto de
suspensão, de dúvida, de pertencimento parcial.
Na
psicologia social, compreendemos o entre-lugar como o resultado de pressões
sociais, conflitos internos e expectativas externas que deixam o indivíduo
preso entre quem ele era e quem ele deseja ou precisa ser. É nesse intervalo
que surgem o medo, a hesitação, a paralisia, e às vezes até a negação de si
mesmo.
Vamos
pensar no exemplo do Marcelo.
Marcelo
é formado em psicologia, ama ouvir pessoas e acredita que nasceu para ajudar o
outro a superar dores emocionais. No entanto, ele ainda trabalha como fiscal de
caixa em um supermercado. Ele sabe que sua vocação é outra, mas sente que
precisa se manter onde está por segurança, por medo do julgamento, ou por não
se sentir pronto para mudar.
Marcelo
está no entre-lugar.
Não
se reconhece mais no papel de fiscal. Mas também não se afirma psicólogo diante
do mundo. Ele vive um mal-estar constante — como se estivesse dividindo sua
identidade entre o que a sociedade espera e o que o seu desejo o chama a ser.
Isso gera angústia, culpa, autocobrança. Ele se sente estagnado.
Mas
como sair desse entre-lugar e ocupar, de fato, o lugar que lhe pertence?
A
psicologia social nos ensina que é preciso agir sobre o papel social que
desejamos assumir. Isso envolve três movimentos fundamentais:
1.
Reconhecer a opressão simbólica: muitas
vezes, permanecemos no entre-lugar porque introjetamos ideias sociais que
desvalorizam nossa escolha. Marcelo precisa perceber que o medo de “parecer
irresponsável” ou “decepcionar” vem de vozes externas, não do seu desejo
legítimo.
2.
Afirmação identitária: é
necessário começar a se apresentar ao mundo como quem se é de fato. Marcelo
pode começar a dizer: “Sou psicólogo”, mesmo que ainda não esteja inserido
completamente no mercado. Isso é uma construção simbólica e performativa da
identidade.
3.
Ação concreta na realidade: o
sujeito só sai do entre-lugar quando realiza movimentos práticos rumo ao seu
lugar legítimo. Procurar vagas na área, oferecer atendimentos sociais, divulgar
seu trabalho, fazer networking... São passos que transformam o desejo em
realidade.
O
entre-lugar não é um erro. Ele é uma fase. Um espaço de gestação do novo. Mas
se o sujeito permanecer ali tempo demais, corre o risco de perder sua potência
e viver apenas como um reflexo do que esperavam que ele fosse.
Então,
se você se reconhece nesse lugar hoje... lembre-se: Ainda é tempo de se
mover. Ainda é tempo de se afirmar. Ainda é tempo de ocupar seu lugar no mundo.
Porque,
mesmo em meio às travessias, você ainda é — e merece ser, plenamente.
A
seguir, adaptei o texto anterior incluindo um novo exemplo: o de um
sujeito que está em um relacionamento de anos, mas ainda não ocupa o lugar
de esposo porque vive no entre-lugar afetivo e identitário. A
linguagem permanece assertiva, fluida e pensada para o tom reflexivo e
informativo do seu podcast "Ainda Sou":
🎙️ AINDA SOU — por
Ayrton Júnior
Hoje,
vamos falar sobre um fenômeno psicológico sutil, mas profundo, que impacta a
vida de muitas pessoas: o entre-lugar.
O
entre-lugar é aquela posição subjetiva em que o indivíduo não se reconhece
mais no papel anterior, mas ainda não ocupa, na realidade, o novo lugar
que lhe pertence. É como estar entre dois mundos: um que se esvaziou de
sentido e outro que ainda não foi assumido por completo. Na psicologia social,
entendemos esse estado como fruto de conflitos identitários, pressões sociais e
inseguranças internalizadas.
Imagine
o caso do André.
André
namora há muitos anos a mesma mulher. Eles compartilham a rotina, os sonhos e
já são vistos socialmente como um casal consolidado. Mas André ainda não se
sente pronto para ocupar o lugar de esposo. Ele ama, ele cuida, ele
planeja. Mas paralisa quando o assunto é compromisso formal. Vive o desconforto
de quem está no meio do caminho: não é mais apenas namorado, mas também não
se afirma como marido.
André
está no entre-lugar relacional.
Nesse
espaço, o medo fala alto: medo de não dar conta, medo de perder a liberdade,
medo de repetir padrões que viu nos pais. A sociedade também contribui — ora
pressionando com frases do tipo “vai casar quando?”, ora reforçando
estereótipos que associam o casamento à perda de autonomia.
O
resultado? Um sujeito dividido entre o desejo de avançar e o receio de perder
quem acredita ser.
Mas
como sair desse entre-lugar e ocupar, de fato, o lugar que lhe cabe?
A
psicologia social propõe três movimentos essenciais:
1.
Reconhecer os discursos internalizados: André
precisa identificar que parte de sua hesitação vem de vozes sociais e
familiares que associam casamento a sofrimento ou fracasso. Quando ele
compreende que esses discursos não precisam guiá-lo, ele começa a se libertar.
2.
Reafirmar sua identidade afetiva:
assumir para si mesmo que deseja viver uma relação conjugal plena é um passo
essencial. Isso não se trata apenas de formalizar algo no papel, mas de se
posicionar subjetivamente como parceiro maduro, comprometido com a construção
conjunta da vida.
3.
Ação concreta: sair
do entre-lugar exige movimento. Pode ser o gesto de conversar com a parceira
sobre os próximos passos, de buscar apoio terapêutico para lidar com os medos,
ou mesmo de planejar uma vida comum com mais autonomia e decisão.
O
entre-lugar, seja no trabalho, nos afetos ou na identidade, não é um erro.
É um momento de transição. Mas permanecer ali por tempo demais pode adoecer o
sujeito — e enfraquecer os vínculos que ele mais preza.
Então,
se você sente que está nesse espaço suspenso, lembre-se:
Você ainda é. Ainda sente. Ainda pode.
E mais do que isso: você tem o direito de ocupar plenamente o lugar que a
sua consciência, o seu desejo e o seu afeto já reconhecem como seu.
Porque,
mesmo em meio às incertezas da travessia...
Você ainda é. E merece ser. Com inteireza.
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