Ano 2025. Escrito por Ayrton Junior Psicólogo CRP 06/147208
O
presente artigo chama a atenção do leitor para um excelente tópico. A série no
Netflix Vinagre com maçã. A série "Vinagre de Maçã", disponível na
Netflix, é uma minissérie dramática que explora o mundo do bem-estar digital e
as complexidades das redes sociais. A trama é inspirada na história real de
Belle Gibson, uma influenciadora australiana que alegou falsamente ter curado
um câncer terminal por meio de terapias alternativas, enganando milhares de
seguidores e lucrando com a venda de aplicativos e livros relacionados à saúde.
Do
ponto de vista da psicologia social, a série oferece uma análise profunda sobre
como indivíduos podem ser influenciados e manipulados em contextos sociais e
digitais. Para iniciantes nesse campo, alguns conceitos-chave ilustrados na
série incluem:
Influência
Social e Conformidade: A protagonista utiliza sua posição de destaque nas redes
sociais para persuadir seguidores a adotarem suas práticas de saúde não
comprovadas. Isso demonstra como figuras percebidas como autoridades podem
exercer grande influência sobre as atitudes e comportamentos dos outros.
Pressão
Social e Necessidade de Pertencimento: Muitos seguidores aderem às
recomendações da influenciadora devido ao desejo de fazer parte de uma
comunidade ou movimento, evidenciando como a necessidade de pertencimento pode
levar indivíduos a aceitar informações sem questionamento crítico.
Efeito
Halo: A aparência carismática e bem-sucedida da protagonista leva as pessoas a
acreditarem em suas afirmações, ilustrando como percepções positivas em uma
área podem influenciar julgamentos em outras áreas.
Desinformação
e Efeito de Veracidade Ilusória: A série destaca como informações falsas,
quando repetidas frequentemente, podem ser aceitas como verdadeiras,
especialmente quando disseminadas por fontes aparentemente confiáveis.
Responsabilidade
Social e Ética: A trama levanta questões sobre a responsabilidade ética de
influenciadores e o impacto potencialmente prejudicial da disseminação de
informações enganosas, enfatizando a importância da verificação de fatos e do
pensamento crítico.
Para
aprofundar sua compreensão sobre a série e sua análise, você pode assistir a
uma resenha detalhada disponível no YouTube:
A
série "Vinagre de Maçã", disponível na Netflix, é uma minissérie
dramática que aborda a ascensão e queda de Belle Gibson, uma influenciadora
australiana que enganou milhares de seguidores ao afirmar falsamente ter curado
um câncer terminal por meio de terapias alternativas. A produção, estrelada por
Kaitlyn Dever, explora os meandros das redes sociais e do bem-estar digital,
destacando as complexidades e perigos inerentes a esses ambientes.
Sinopse
A
trama segue Belle Gibson, uma jovem carismática que conquista uma legião de
seguidores ao compartilhar sua suposta jornada de cura através de métodos
naturais. Sua influência cresce rapidamente, resultando em contratos lucrativos
para livros e aplicativos de saúde. No entanto, à medida que inconsistências em
sua história começam a surgir, a verdade sobre suas alegações é gradualmente
revelada, levando a uma queda pública dramática.
Análise
sob a Perspectiva da Psicologia Social
"Vinagre
de Maçã" oferece uma rica oportunidade para analisar fenômenos da
psicologia social, especialmente no contexto das interações digitais e da
influência das redes sociais. A seguir, destacam-se alguns conceitos-chave
ilustrados na série:
Influência
Social e Autoridade Aparente: Belle utiliza sua plataforma para promover
práticas de saúde não comprovadas, explorando a tendência das pessoas de
confiar em figuras percebidas como autoridades. Sua presença online e relatos
pessoais conferem-lhe uma credibilidade que leva muitos a adotarem suas
recomendações sem questionamento crítico.
Necessidade
de Pertencimento e Pressão de Grupo: A comunidade formada em torno de Belle
representa um espaço de apoio mútuo, onde os membros compartilham experiências
e reforçam crenças semelhantes. Esse ambiente cria uma pressão implícita para
conformidade, onde questionar as práticas ou a veracidade das alegações pode
resultar em ostracismo ou exclusão social.
Efeito
Halo e Atração Física: A aparência atraente e o estilo de vida aparentemente
saudável de Belle contribuem para o efeito halo, onde atributos positivos em
uma área influenciam percepções em outras. Seus seguidores associam sua imagem
ao conhecimento e à autenticidade, reforçando a confiança em suas declarações.
Disseminação
de Desinformação e Efeito de Veracidade Ilusória: A repetição constante de
informações falsas sobre curas alternativas cria um efeito de veracidade
ilusória, onde a familiaridade com a informação aumenta sua percepção de
veracidade. A série destaca como a desinformação pode se espalhar rapidamente
em plataformas digitais, especialmente quando promovida por indivíduos
carismáticos.
Responsabilidade
Social e Ética nas Redes: A narrativa levanta questões éticas sobre o papel dos
influenciadores e das plataformas digitais na promoção de informações de saúde.
A falta de regulamentação e a busca por lucro podem levar à propagação de práticas
prejudiciais, enfatizando a necessidade de pensamento crítico e verificação de
fontes por parte dos consumidores de conteúdo.
"Vinagre
de Maçã" não apenas retrata uma história intrigante baseada em eventos
reais, mas também serve como um estudo de caso sobre os mecanismos de
influência social no contexto digital. A série destaca a importância da
alfabetização midiática, do pensamento crítico e da responsabilidade ética
tanto por parte dos criadores de conteúdo quanto dos consumidores,
especialmente em temas sensíveis como saúde e bem-estar.
A
morte é um dos temas mais evitados na sociedade, especialmente em culturas que
valorizam a juventude, a produtividade e a negação do envelhecimento. Do ponto
de vista da psicologia social, essa aversão à morte pode ser explicada por
diversos mecanismos psicológicos e sociais que ajudam as pessoas a lidarem (ou
evitarem lidar) com a finitude da vida.
A
Morte e o Medo Existencial
A
Teoria do Gerenciamento do Terror (TMT - Terror Management Theory) sugere que
os seres humanos desenvolvem crenças culturais e sistemas simbólicos para lidar
com o medo inevitável da morte. De acordo com essa teoria, quando confrontadas
com a finitude da vida, as pessoas buscam significado e identidade em grupos,
religiões ou ideologias que as fazem sentir-se parte de algo maior e duradouro.
Negação
e Evasão do Tema Morte
Cultura
da Juventude e Produtividade – Em muitas sociedades ocidentais, a juventude é
exaltada, enquanto a velhice e a morte são temas evitados. O envelhecimento é
visto como um problema a ser combatido com cosméticos, cirurgias e estilos de
vida que prometem longevidade. Isso reflete uma negação social da finitude.
Eufemismos
e Tabus – As pessoas costumam evitar falar diretamente sobre a morte,
substituindo o termo por expressões como "descansou", "foi para
um lugar melhor", "nos deixou". Essa linguagem suaviza o impacto
emocional da perda e cria uma ilusão de controle sobre algo que é
incontrolável.
O
Luto Coletivo e a Construção de Legados – Muitas culturas transformam a morte
em um evento social onde rituais e homenagens ajudam os vivos a manterem a memória
dos falecidos. Isso pode ser uma maneira de reduzir o medo da morte ao
enfatizar que os indivíduos continuam existindo simbolicamente na memória dos
outros.
Espiritualidade
e Crenças na Vida Após a Morte – Muitas religiões oferecem explicações
reconfortantes sobre o que acontece após a morte, reduzindo a ansiedade
existencial. Mesmo pessoas não religiosas podem se apegar a ideias simbólicas
de continuidade, como a influência deixada na família ou na sociedade.
Fuga
pela Distração e Consumo – O entretenimento, a cultura do trabalho e o consumo
desenfreado são maneiras modernas de afastar pensamentos sobre a finitude. A
sociedade incentiva a busca por prazer imediato e realizações materiais como
formas de preencher o vazio existencial deixado pela inevitabilidade da morte.
O
Câncer e a Confrontação com a Morte
O
câncer é uma doença que simboliza essa luta contra a morte de forma muito
impactante. Diferente de outras condições de saúde, o câncer é frequentemente
associado a um processo longo, doloroso e muitas vezes terminal. Isso faz com
que ele seja não apenas uma ameaça biológica, mas também uma ameaça psicológica
e social.
Isolamento
Social do Paciente – Muitas pessoas evitam contato com pacientes com câncer,
não apenas por medo da doença, mas pelo desconforto de se confrontarem com a
fragilidade da vida.
Busca
por Milagres e Terapias Alternativas – A negação da morte leva algumas pessoas
a se apoiarem em curas não comprovadas, como foi retratado na série Vinagre de
Maçã. Isso reflete a necessidade de esperança e a recusa em aceitar a
irreversibilidade da morte.
Narrativas
de Luta e Vitória – A sociedade frequentemente descreve pacientes como
“guerreiros” ou “vencedores”, mesmo quando a doença é fatal. Esse discurso pode
ser reconfortante, mas também pode gerar culpa nos pacientes que não conseguem
“vencer” a doença.
A
morte é um dos temas mais evitados na sociedade moderna, e mecanismos
psicológicos e sociais ajudam as pessoas a fugirem dessa realidade. No entanto,
negar a morte não a torna menos real. A psicologia social nos mostra que, ao
reconhecer e aceitar nossa finitude, podemos encontrar um significado mais
autêntico para a vida, em vez de apenas buscar distrações ou ilusões
reconfortantes.
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