Ano 2025. Escrito por Ayrton Junior Psicólogo CRP 06/147208
O
presente livro chama a atenção do leitor para um excelente tópico.
Introdução
A
vida é marcada por ciclos de repetição. Algumas dessas repetições são saudáveis
e necessárias para o crescimento, enquanto outras se tornam prisões invisíveis.
Muitos vivem anos presos a padrões que não desejam, seja no vício, no trabalho
ou nos relacionamentos. A questão essencial é: por que continuamos nesses
ciclos mesmo quando desejamos sair?
Este
livro explora essa questão sob a perspectiva da psicanálise e da
espiritualidade. A jornada de transformação passa pelo reconhecimento do medo,
pela identificação dos bloqueios inconscientes e pela descoberta de um caminho
novo que já pode estar construído no inconsciente, mas ainda não acessado
conscientemente.
Ao
longo dos capítulos, analisaremos um caso real de libertação da compulsão à
repetição, desde a superação do alcoolismo até o desafio de mudar de profissão.
O objetivo é compreender os mecanismos psíquicos envolvidos e oferecer
ferramentas práticas para romper ciclos que aprisionam e construir um novo
futuro.
Capítulo
1 – O Ciclo da Repetição e o Medo da Mudança
A
compulsão à repetição é um conceito psicanalítico que explica por que
insistimos em reviver experiências que nos fazem sofrer. Freud descreveu esse
fenômeno como um impulso inconsciente de repetir padrões, mesmo que eles sejam
dolorosos.
O
sujeito deste estudo de caso já experimentou essa compulsão em diferentes áreas
da vida:
Primeiro,
no vício do álcool. Ele queria se libertar, mas o medo de ser rejeitado ao se
mostrar sóbrio o impedia.
Agora,
no trabalho. Ele deseja atuar como psicólogo, mas tem medo de fracassar e de
ser rejeitado por um ambiente que não valoriza sua profissão.
A
principal barreira para a mudança é o medo da rejeição e do fracasso. Esse medo
se manifesta na mente como uma distorção da realidade, levando o sujeito a
acreditar que não existe um caminho viável, quando, na verdade, esse caminho
pode já estar pronto no inconsciente.
Capítulo
2 – O Processo de Libertação do Vício
O
primeiro grande rompimento da compulsão à repetição ocorreu quando o sujeito
decidiu se internar em uma clínica de recuperação evangélica. Ele não apenas
encontrou um ambiente estruturado para ajudá-lo a vencer o álcool, mas também
assumiu publicamente sua decisão de mudança.
A
clínica representou o caminho visível que tornou a transformação possível. Lá,
ele se viu cercado por pessoas com o mesmo objetivo, o que fortaleceu sua
identidade como alguém sóbrio. Mais importante ainda: ele confiou na mudança
antes mesmo de vê-la concretizada.
A
chave da libertação foi:
Reconhecer
o desejo de mudança.
Encontrar
um ambiente que desse suporte à nova identidade.
Confiar
no processo sem ter todas as respostas de antemão.
A
fé teve um papel essencial nesse processo. O sujeito se entregou a Cristo e
experimentou uma libertação que antes parecia impossível.
Capítulo
3 – O Medo de Mudar de Profissão
Agora,
um novo desafio surge: sair do trabalho atual e atuar como psicólogo. A
dinâmica psicológica é semelhante à do vício, mas desta vez não há um ambiente
estruturado que facilite a transição.
Os
principais bloqueios são:
O
medo da rejeição: "E se as pessoas não me aceitarem como psicólogo?"
O
medo do fracasso: "E se eu não conseguir clientes ou não for bom o
suficiente?"
O
condicionamento ao ambiente atual: "Esse trabalho é ruim, mas pelo menos é
seguro."
Esse
medo leva o ego a utilizar mecanismos de defesa, como a fuga da realidade e a
repressão do desejo, para evitar o sofrimento da incerteza.
O
sujeito sente que precisa de um "empurrão" semelhante ao que teve na
clínica de recuperação. Mas e se essa transição não vier de fora? E se o
caminho já estiver pronto no inconsciente, esperando ser desvelado?
Capítulo
4 – O Caminho Oculto no Inconsciente
A
psicanálise ensina que muitas respostas que buscamos já estão em nosso
inconsciente, mas são bloqueadas por mecanismos de defesa. No caso do sujeito,
o caminho para ser psicólogo pode já estar traçado, mas ele ainda não acessou
essa informação de forma consciente.
Como
trazer esse caminho à consciência? Algumas estratégias incluem:
Reflexão
profunda e associação livre – O que o inconsciente já sabe que a consciência
ainda não percebeu?
Revisitar
experiências passadas – Houve oportunidades que ele ignorou por medo?
Buscar
um ambiente estruturado – Assim como a clínica foi essencial para a sobriedade,
existe um local que pode facilitar essa transição profissional?
A
resposta pode já existir, mas o medo impede que ele a veja. Assim como foi
preciso confiar na mudança para largar o álcool, agora ele precisa confiar no
processo para fazer a transição profissional.
Capítulo
5 – A Construção do Caminho Consciente
O
próximo passo é tornar o caminho visível e percorrê-lo, mesmo que aos poucos.
Algumas ações práticas podem ajudar:
Explorar
possibilidades sem compromisso imediato – Fazer trabalhos voluntários, estágios
ou pequenos atendimentos como psicólogo para ganhar confiança.
Criar
um ambiente que fortaleça a nova identidade – Cercar-se de psicólogos e pessoas
que valorizem essa profissão.
Reafirmar
a fé na mudança – Assim como a fé foi essencial na libertação do álcool, ela
também pode ser na transição profissional.
A
resistência à mudança é natural, mas a chave é entender que o caminho já pode
estar pronto – basta acessá-lo e dar os primeiros passos.
Conclusão
– A Verdade Liberta
A
repetição de padrões destrutivos ocorre porque o medo bloqueia a consciência do
caminho para a mudança. No caso do sujeito, isso aconteceu tanto com o álcool
quanto com a profissão.
A
libertação do vício aconteceu quando ele encontrou um ambiente estruturado e
confiou no processo. O mesmo princípio se aplica agora: ele precisa reconhecer
que o caminho já pode estar dentro dele e dar o primeiro passo, mesmo sem ter
todas as garantias.
verdade que liberta não é apenas um conceito
espiritual, mas também psicológico. Quando acessamos a verdade reprimida no
inconsciente e permitimos que ela se torne consciente, conseguimos sair da
prisão da repetição e construir um novo futuro.
A
transformação já está dentro de nós – só precisamos nos permitir enxergá-la e
agir.
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