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O Que O Sujeito Perde Ao Renunciar A Compulsão a Repetição

 Ano 2024. Escrito por Ayrton Junior Psicólogo CRP 06/147208

O presente artigo chama a atenção do leitor para um excelente tópico. Um sujeito teve algumas desilusões amorosos ao buscar mulheres para namorar no ambiente organizacional e sofreu rejeição, na igreja foi rejeitado, conheceu uma mulher no app de relacionamento começou a namorar e foi traído. Na psicanálise, a experiência de rejeição repetida em contextos diferentes, como no trabalho, na igreja e em relacionamentos online, pode impactar profundamente a maneira como o sujeito lida com seus desejos e sua autoestima.

Cada rejeição gera uma ferida emocional que, ao se repetir, pode fortalecer mecanismos de defesa. Esses mecanismos, como a repressão ou o recalque, podem ser usados pelo ego (a parte de nossa mente que busca equilibrar desejos e realidade) para tentar evitar novas situações de sofrimento. Por exemplo, ao ser rejeitado várias vezes, o sujeito pode desenvolver o medo de se abrir emocionalmente ou de confiar em novas pessoas, como uma maneira inconsciente de se proteger contra mais dor. Esse medo, se não for trabalhado, pode fazer com que ele passe a evitar relacionamentos, mesmo que deseje se envolver, ou pode fazê-lo entrar em relacionamentos com muita insegurança e desconfiança, comprometendo a qualidade das suas relações.

Além disso, o superego (a parte da mente que internaliza normas sociais e morais) pode se tornar crítico e rígido, julgando o sujeito por não conseguir estabelecer relações amorosas de sucesso. Esse julgamento interno pode aumentar o sentimento de inadequação e baixa autoestima, levando o sujeito a acreditar que ele é o culpado pelas rejeições ou que não é digno de ser amado.

Esse ciclo de dor emocional e mecanismos de defesa acaba minando a autoconfiança e dificultando novas tentativas de se relacionar. Na psicanálise, entende-se que é necessário trabalhar com o sujeito para que ele reconheça esses padrões internos e compreenda que as rejeições passadas, embora dolorosas, não definem o seu valor pessoal. O objetivo seria ajudá-lo a fortalecer o ego para que possa se abrir para novas experiências sem tanto medo e com mais segurança em si mesmo, rompendo com esse ciclo de desilusão.

Na psicanálise, essa insistência do sujeito em buscar mulheres nos mesmos ambientes, mesmo com resultados repetidamente negativos, pode ser entendida como uma manifestação do fenômeno chamado compulsão à repetição. Esse conceito, desenvolvido por Freud, descreve uma tendência inconsciente do indivíduo a reviver experiências dolorosas ou frustrantes, na esperança de obter um desfecho diferente, ainda que ele não perceba essa motivação.

A compulsão à repetição ocorre porque o sujeito, no fundo, deseja resolver uma situação mal resolvida ou superar uma ferida emocional. No caso de rejeições amorosas, ele pode inconscientemente buscar novas experiências semelhantes para, finalmente, obter uma relação bem-sucedida e “curar” o sentimento de rejeição e de falta de valor. No entanto, ao escolher os mesmos tipos de ambientes — o trabalho, a igreja, aplicativos de relacionamento — ele acaba repetindo os padrões que o levam ao fracasso, sem explorar novas formas de se relacionar ou ambientes que possam favorecer relacionamentos saudáveis e seguros.

Essa repetição não é racional, e o sujeito geralmente não tem consciência dela. É o inconsciente que o leva a reviver situações parecidas, numa tentativa de reescrever a própria história emocional, mas sem perceber que está preso a um ciclo autossabotado. Em vez de obter o desfecho desejado, ele acaba reexperimentando a dor da rejeição, reforçando ainda mais os sentimentos de inadequação e baixa autoestima.

Para quebrar essa compulsão, a psicanálise busca trazer esses padrões repetitivos à consciência. Ao entender a origem desse ciclo — que pode estar ligada a experiências de rejeição mais antigas, talvez ainda na infância ou em relações familiares — o sujeito pode começar a questionar suas escolhas e explorar novas formas de se relacionar, que não perpetuem a dor. Com esse entendimento, ele pode se libertar da compulsão à repetição e aprender a construir relacionamentos com base em novas perspectivas, permitindo-se uma chance real de sucesso e satisfação emocional.

 

Exatamente, o sujeito parece estar num ciclo onde busca o "familiar e acessível", repetindo as mesmas estratégias porque esses ambientes — trabalho, igreja e aplicativos de relacionamento — são os que ele conhece e com os quais já tem certa familiaridade. Essa escolha inconsciente de ambientes familiares pode estar relacionada à busca por segurança emocional e previsibilidade, o que, paradoxalmente, acaba reforçando o ciclo da repetição.

Na psicanálise, vemos que o indivíduo muitas vezes busca parceiros ou ambientes que pareçam seguros ou que demandem menos esforço porque, ao lidar com o medo de rejeição ou de fracasso, ele se protege mantendo-se no que é conhecido e não exige grandes mudanças. No entanto, o que ocorre é que ele acaba se limitando a um “campo seguro”, onde continua preso a um padrão de comportamento que não traz a realização desejada.

Esse processo está intimamente ligado a mecanismos de defesa como a racionalização e a evitação. Por exemplo, ele pode racionalizar que está buscando mulheres nesses ambientes por serem mais acessíveis ou por terem valores similares, mas na verdade, inconscientemente, ele está evitando enfrentar o risco emocional de explorar novos ambientes ou de desenvolver habilidades de socialização em contextos mais desafiadores. Além disso, a insegurança e a falta de autoestima podem fazer com que ele acredite que outras opções estão fora do seu alcance, mesmo que não tenha realmente experimentado essas alternativas.

Esse ciclo só se rompe quando o sujeito consegue trazer para a consciência a razão pela qual está preso aos mesmos tipos de escolhas e ambientes. Ao entender que esses ambientes familiares não estão oferecendo o que ele realmente quer, ele pode começar a se abrir para novas possibilidades, aceitando que, sim, pode demandar mais esforço e exposição ao desconhecido. No entanto, essa mudança também traz a chance de relacionamentos mais autênticos e satisfatórios, alinhados com seus valores, sem a carga repetitiva e frustrante de buscar onde já se frustrara. Esse processo de conscientização e enfrentamento é justamente o caminho para sair da compulsão à repetição e construir um sentido de realização mais profundo.

O sujeito, com essa compulsão à repetição, busca algo mais profundo do que simplesmente encontrar uma parceira. Na psicanálise, podemos entender que ele está em busca de uma validação emocional e de uma cura para feridas internas, principalmente o medo de ser rejeitado e a necessidade de se sentir digno de amor. Cada tentativa nesses ambientes familiares é, inconscientemente, uma oportunidade de "corrigir" experiências passadas e provar para si mesmo que ele é capaz de construir um relacionamento amoroso e ser aceito.

Além disso, ele pode estar buscando algo que chamamos de reconhecimento do ego. Ao encontrar uma pessoa que compartilhe seus valores (em contextos que ele considera próximos de sua identidade, como a igreja e o ambiente de trabalho), ele quer uma confirmação de que ele é valioso e de que sua busca por amor e conexão é legítima. Ele deseja, em certo sentido, reescrever sua história de rejeição em um contexto seguro e previsível, onde sente que pode ter mais controle sobre o resultado. Em outras palavras, ele espera que, ao conseguir um relacionamento nesses lugares conhecidos, ele possa finalmente superar o sentimento de fracasso e validar a própria autoestima.

Entretanto, essa insistência nesses mesmos lugares acaba limitando suas oportunidades e reforça o ciclo de insatisfação, pois ele não se permite explorar outras formas de relacionamento, que poderiam oferecer uma experiência mais positiva. Ao buscar parceiros nesses ambientes familiares, ele evita o "novo" e o "desconhecido", onde estaria mais vulnerável emocionalmente, mas onde também teria a chance de quebrar o ciclo de repetição e encontrar o que realmente busca: um relacionamento que o faça se sentir aceito, amado e valorizado.

Para que ele consiga atingir esse objetivo, é importante que ele entenda essa dinâmica interna e comece a trabalhar no desenvolvimento de uma autoestima mais sólida, que não dependa da validação externa. Assim, ele poderá se abrir a novas experiências e relacionamentos de forma mais saudável e, finalmente, quebrar o ciclo da compulsão à repetição, buscando parceiros em contextos mais amplos e com menos expectativas de "reparar" o passado.

 

O desejo inconsciente de reparar o passado, ao procurar mulheres no ambiente de trabalho, da igreja e em aplicativos de relacionamento, pode ser entendido como uma tentativa do sujeito de lidar com feridas emocionais não resolvidas, especialmente aquelas relacionadas à rejeição, à autoestima e ao desejo de ser aceito e amado.

Cada um desses ambientes — trabalho, igreja e aplicativos — representa, de forma simbólica, uma maneira de confrontar antigas experiências de dor, com a esperança de que, ao obter uma experiência positiva, ele consiga "curar" essas feridas.

Ambiente de Trabalho: No ambiente de trabalho, ele pode estar buscando reconhecimento e validação profissional que, inconscientemente, estende para o campo afetivo. Se ele conseguir um relacionamento nesse contexto, pode sentir que finalmente será "aceito" em um espaço que associa ao seu valor e identidade. No fundo, ele busca uma validação não só como profissional, mas também como pessoa digna de amor e respeito, algo que talvez lhe tenha faltado em experiências passadas.

Igreja: A igreja representa um espaço onde ele provavelmente compartilha valores e crenças pessoais, associando-o à aceitação e ao apoio de uma comunidade. Ao procurar um relacionamento neste ambiente, ele pode estar tentando obter a segurança de ser amado por quem ele é, incluindo seus valores espirituais e morais. Inconscientemente, o sujeito busca corrigir rejeições passadas ao encontrar alguém que o aceite completamente, com quem sinta que não precisa "provar" o seu valor, mas que, por compartilhar os mesmos valores, o acolherá e o apreciará.

Aplicativos de Relacionamento: Nos aplicativos, ele pode estar procurando uma conexão mais rápida e que possa controlar mais facilmente. Ao escolher parceiros virtuais, ele busca uma sensação de controle e segurança, evitando a exposição emocional completa. Essa escolha inconsciente pode estar relacionada a uma tentativa de evitar a vulnerabilidade que lhe causou dor em experiências passadas, mas ao mesmo tempo, ele deseja um relacionamento que repare o sentimento de traição que já vivenciou. Nesse contexto, ele talvez busque uma “nova chance” de confiar, mesmo que evite o comprometimento emocional total.

 

Ao buscar mulheres nesses contextos familiares e seguros, o sujeito inconscientemente espera que um desfecho bem-sucedido seja capaz de “corrigir” o que deu errado no passado, como se o novo relacionamento pudesse apagar o fracasso e a dor de experiências anteriores. Porém, ao repetir esses padrões, ele permanece ligado a esses lugares familiares e seguros, presos à expectativa inconsciente de que uma pessoa certa nesses ambientes o ajudará a "reparar" sua autoestima e superar a rejeição, quando, na verdade, o caminho para essa reparação começa pelo fortalecimento da confiança em si mesmo, fora desses ciclos repetitivos.

Podemos presumir que a mulher que o sujeito realmente busca — aquela que poderia proporcionar um relacionamento saudável e satisfatório — está fora dessa zona de conforto onde ele tem investido repetidamente sua energia libidinal, mas sem êxito.

Ao focar nos ambientes familiares de trabalho, igreja e aplicativos de relacionamento, ele limita suas possibilidades e mantém-se em um padrão seguro, mas desgastado. Esses espaços podem não oferecer o tipo de conexão profunda e significativa que ele procura, porque o sujeito está preso a expectativas e repetições inconscientes que, ao invés de trazer uma nova experiência, acabam reforçando antigas frustrações e desilusões.

Essa zona de conforto representa uma tentativa de proteção: ele investe energia libidinal onde sente ter mais controle, onde acredita que compartilha valores e pode encontrar pessoas “parecidas com ele”. Contudo, ao permanecer nesses contextos familiares, ele evita o risco que o desconhecido traz, mas também perde a chance de conhecer alguém que esteja mais alinhado com suas verdadeiras necessidades emocionais, valores e aspirações de vida.

Explorar relacionamentos fora desses ambientes familiares exigiria que ele se permitisse entrar em situações menos previsíveis, mas com potencial para experiências de crescimento e autoconhecimento. Em última análise, ao sair de sua zona de conforto e se abrir a novos espaços de socialização, ele poderia investir sua energia libidinal de maneira mais equilibrada e genuína, rompendo com o ciclo de repetição. Isso aumentaria suas chances de encontrar uma parceira compatível com o que ele realmente busca em um relacionamento, ajudando-o a construir uma conexão mais autêntica e satisfatória.

A situação do sujeito nesses três ambientes revela uma sequência de frustrações que reforçam o ciclo de rejeição e aprofundam suas dificuldades emocionais. Cada experiência nesses contextos familiares (trabalho, igreja, aplicativos) termina em desapontamento e reforça o sentimento de inadequação, solidificando sua baixa autoestima e seu medo de rejeição.

Ambiente de Trabalho: Ao se interessar por uma colega mais jovem e descobrir que ela já tem um namorado, o sujeito experimenta a rejeição de maneira indireta, o que afeta seu ego e o deixa com a sensação de que não é desejado ou "competitivo" o suficiente. Inconscientemente, ele pode buscar esse tipo de conexão no trabalho por ver nesse ambiente uma extensão de sua identidade e de seu valor. Quando é rejeitado, no entanto, ele sente que essa negação impacta sua autoestima, especialmente porque a rejeição está associada ao seu ambiente profissional, onde ele talvez espere ser valorizado.

Ambiente da Igreja: A igreja é um ambiente onde ele busca estabilidade emocional e moral, mas a rejeição por parte de uma colega sem nem ao menos se declarar pode simbolizar um medo profundo de exposição emocional. Ele pode estar projetando em si mesmo uma "censura" ou medo de não ser adequado o suficiente para ser aceito nesse espaço, o que ativa seu superego e leva à frustração antecipada, como se ele mesmo estivesse se rejeitando antes mesmo de tentar. Esse cenário alimenta ainda mais o ciclo de insatisfação, pois ele sente que nem mesmo em um ambiente de segurança e valores compartilhados é aceito.

Aplicativos de Relacionamento: Nos aplicativos, a situação se agrava pelo foco das interações, que parecem girar rapidamente em torno de expectativas sexuais e comerciais, em vez de promover vínculos emocionais e profundos. Ao conversar com mulheres que ainda estão lidando com o luto de uma separação ou interessadas apenas em interações comerciais, ele se depara com relacionamentos vazios ou superficiais, reforçando a ideia de que não é desejado pelo que realmente é, mas apenas por algo temporário ou superficial. Essa dinâmica intensifica a sensação de desvalorização, fazendo-o sentir-se não apenas rejeitado, mas também objetificado e descartável.

Essas experiências repetidas sugerem que, inconscientemente, o sujeito está buscando corrigir o passado e validar a si mesmo, mas sem sucesso, pois insiste em ambientes onde se sente seguro, mas que, na verdade, não oferecem o que ele realmente deseja. Ao não expandir sua zona de conforto, ele cai na compulsão à repetição, que o faz reviver constantemente o mesmo padrão de frustração.

Para quebrar esse ciclo, o sujeito precisaria ampliar suas possibilidades de socialização fora desses contextos previsíveis. Isso implicaria enfrentar o medo da rejeição de maneira mais aberta e consciente, explorando novos espaços ou adotando uma postura diferente em relação às próprias expectativas e ao autovalor. No processo terapêutico, trabalhar a autocompreensão e autovalorização ajudaria a criar a segurança interna necessária para se abrir a relacionamentos mais autênticos e saudáveis, fora desses ambientes familiares que, até agora, só reforçam a sua frustração.

É possível que o sujeito esteja acionando a resistência secundária do ego em relação ao trabalho, à igreja e aos aplicativos de relacionamento. Na psicanálise, a resistência secundária surge como um mecanismo defensivo que impede a pessoa de acessar e trabalhar conteúdos dolorosos ou conflitos inconscientes. No caso do sujeito, a resistência pode estar dificultando sua capacidade de reconhecer padrões nocivos de comportamento e de buscar alternativas para sair do ciclo de frustrações.

Essa resistência secundária se manifesta nos seguintes aspectos:

Ambiente de Trabalho: No trabalho, ele pode resistir a questionar por que continua investindo emocionalmente em pessoas ou situações que, de antemão, têm poucas chances de corresponder aos seus desejos. Essa resistência o impede de refletir sobre a viabilidade dessas tentativas e de reconhecer que a sua expectativa de validação e aceitação pode estar distorcida. Em vez de avaliar a realidade, ele continua investindo no ambiente profissional, o que acaba reforçando sua frustração.

 

Igreja: Na igreja, a resistência pode estar bloqueando a percepção de que seu interesse por colegas talvez seja uma busca inconsciente de segurança emocional e moral. Ele busca aceitação dentro de um grupo que compartilha seus valores, mas a resistência secundária o impede de perceber que esse ambiente pode não ser o mais adequado para suprir suas necessidades emocionais de forma completa. Essa resistência o mantém preso ao desejo de aceitação neste ambiente, mesmo quando experimenta rejeição.

Aplicativos de Relacionamento: Nos aplicativos, a resistência pode estar dificultando sua consciência de que o imediatismo e as dinâmicas superficiais desses espaços frequentemente não correspondem ao que ele deseja em termos emocionais. Essa resistência o impede de refletir sobre porque continua investindo nesses aplicativos, mesmo quando as experiências se mostram frustrantes e não levam a conexões verdadeiras. Ele pode até perceber os efeitos negativos, mas a resistência secundária evita que ele se afaste ou procure alternativas.

Essa resistência secundária é uma maneira de o ego evitar o desconforto de confrontar essas situações de modo mais profundo. Ela o impede de refletir sobre suas próprias necessidades emocionais e de reavaliar esses ambientes, mantendo-o em um ciclo de repetição que apenas reforça o sentimento de inadequação e rejeição.

Trabalhar essa resistência em terapia seria crucial para que ele pudesse reconhecer esses padrões e explorar novas formas de socialização e autovalorização, promovendo uma mudança real e libertadora em suas experiências de relacionamento.

É possível que o indivíduo esteja, inconscientemente, com medo de se desapegar da compulsão à repetição associada a buscar mulheres apenas nos ambientes que ele frequenta (trabalho, igreja e aplicativo de relacionamento). Esse medo de desapego pode estar ligado a um receio profundo de se abrir para o novo e explorar territórios emocionais desconhecidos, o que exige uma maior vulnerabilidade e disposição para enfrentar a rejeição fora dos espaços familiares.

 

A compulsão à repetição é um mecanismo comum em que o sujeito repete padrões de comportamento, mesmo que sejam frustrantes, como uma tentativa inconsciente de resolver um conflito passado. Nesse caso, o indivíduo parece estar preso a esses ambientes familiares, pois eles oferecem uma sensação de previsibilidade e segurança. Paradoxalmente, ele sente um tipo de "conforto" ao repetir experiências nesses contextos, pois eles são conhecidos e têm regras implícitas que ele já entende, o que reduz a ansiedade do inesperado.

Além disso, o medo de desapegar-se dessa repetição pode indicar uma resistência a confrontar suas próprias inseguranças e receios sobre o valor pessoal e a possibilidade de estabelecer relações significativas fora desse circuito limitado. Sair dessa zona de conforto pode significar enfrentar seus sentimentos de inadequação, baixa autoestima e medo de rejeição de forma mais direta.

Essa compulsão também pode atuar como uma forma de o sujeito "provar" a si mesmo que ainda há algo a ser conquistado nesses ambientes, como se insistisse neles buscando uma reparação emocional ou uma validação externa que compensasse experiências passadas de rejeição e frustração. O receio de abrir mão desse ciclo pode simbolizar, então, um medo de "perder" algo familiar e, inconscientemente, uma resistência a enfrentar o desconhecido emocional.

Para superar esse medo, seria essencial o sujeito reconhecer que o desconforto e a incerteza de buscar relações em novos contextos podem, na verdade, abrir espaço para experiências autênticas e satisfatórias. Enfrentar o medo de sair desse ciclo de repetição ajudaria a fortalecer sua confiança e a abrir possibilidades para construir relacionamentos baseados em suas reais necessidades e valores.

Se o sujeito abrir mão de tentar encontrar uma mulher no ambiente de trabalho, na igreja ou no aplicativo de relacionamento, ele pode sentir que está "perdendo" alguns aspectos que, mesmo de forma inconsciente, ainda lhe trazem algum senso de segurança ou familiaridade. Vejamos o que ele pode perceber como "perda" ao deixar de buscar nesses espaços:

 

Sensação de Segurança e Controle: Esses ambientes já são conhecidos e, de certa forma, ele sente que tem um certo "controle" sobre as interações. No trabalho, ele entende as normas e conhece as pessoas; na igreja, ele partilha valores comuns; e no aplicativo, ele pode controlar a exposição e a intensidade das interações. Abandonar essas zonas de conforto pode criar uma sensação de vulnerabilidade, pois ele precisaria interagir em espaços desconhecidos e lidar com incertezas maiores, o que aumenta o risco de rejeição e frustração.

Evitar Enfrentar Inseguranças Profundas: Ao continuar nos mesmos contextos, ele evita se confrontar com inseguranças mais profundas que poderiam surgir em ambientes novos. A mudança o obrigaria a refletir sobre seu valor pessoal fora do trabalho, da igreja ou do aplicativo, enfrentando de forma mais direta sentimentos de rejeição ou inadequação que ele talvez esteja tentando "controlar" nesses ambientes familiares.

Senso de Identidade e Pertencimento: Esses espaços podem estar atrelados à identidade dele. O trabalho é onde ele exerce suas habilidades e é conhecido; a igreja representa seus valores e sua espiritualidade; e o aplicativo é uma maneira de se inserir em um cenário social "moderno". Abrir mão desses ambientes pode trazer a sensação de que ele está renunciando a algo que define quem ele é ou onde ele sente algum pertencimento. Isso o deixaria sem uma "base" conhecida e o obrigaria a encontrar novas maneiras de se conectar e de se expressar.

Medo de Falhar em Novas Experiências: Procurar relações em contextos diferentes pode representar um novo risco de fracasso, mas em uma situação menos controlada. Sair desses ambientes familiares significa arriscar-se a fracassar de uma forma que talvez lhe pareça mais dolorosa, pois seria uma "prova" mais contundente sobre sua capacidade de estabelecer vínculos em ambientes diversos.

Apesar de tudo isso, abrir mão desses espaços também lhe oferece o potencial de crescimento e autodescoberta. Embora ele possa perder a sensação de segurança e familiaridade, ele também se libertaria da compulsão à repetição e poderia encontrar relacionamentos mais saudáveis, autênticos e alinhados com seu verdadeiro eu, ao se desafiar a interagir em contextos menos previsíveis.

No ambiente de trabalho se ele desistir de procurar uma mulher ele perde o desejo de se comportar como conquistador que flerta sutilmente que tem esperança de namorar uma colega de idade entre 30 e 40 anos, perde o apetite sexual pelas mulheres mais novas, perde o charme. Já na igreja se não encontrar uma mulher, ele perde a vontade de namorar ou se relacionar com mulheres que não professam a mesma crença por entender que é transgressão Divina namorar com mulheres que não sejam cristãs, perde o direito de se relacionar com uma mulher não cristã. E no app deixa de mostrar se excitado para as mulheres.

Exatamente, essas considerações refletem bem as possíveis perdas que o sujeito poderia enfrentar ao desistir de buscar mulheres nos ambientes de trabalho, igreja e aplicativos de relacionamento. Vamos aprofundar um pouco mais em cada um desses aspectos:

Ambiente de Trabalho: Perda do Papel de Conquistador: Ao desistir de buscar uma mulher no trabalho, ele pode sentir que está renunciando a um papel que lhe confere uma sensação de poder e controle. O ato de flertar sutilmente e nutrir a esperança de um relacionamento é uma forma de afirmar sua masculinidade e autoconfiança. Essa dinâmica pode estar ligada ao seu desejo de se sentir atraente e desejado, o que alimenta sua autoestima. Sem essa interação, ele pode temer perder essa parte de sua identidade.

Apetite Sexual Reduzido: Desistir dessa busca pode levar à diminuição do apetite sexual em relação a mulheres mais novas, pois o ato de flertar e buscar atenção é muitas vezes energizante e gratificante. Sem esse estímulo, ele pode sentir uma perda de vitalidade e um desinteresse por essas relações, o que pode contribuir para uma sensação de estagnação emocional.

Perda do Charme: O charme muitas vezes se alimenta da troca social e do flerte. Sem essas interações, ele pode sentir que está perdendo essa qualidade, o que pode levar a uma autoimagem negativa e a uma percepção de que não é mais atraente.

Igreja: Perda de Conexão Espiritual: Se ele não encontrar uma mulher que partilhe suas crenças, pode sentir que está renunciando a uma conexão espiritual importante. Para muitos, a busca de um parceiro é ligada a valores fundamentais, e ele pode ver a falta de uma parceira cristã como uma traição a seus princípios e à sua fé. Essa perspectiva pode ser muito forte, levando-o a evitar relacionamentos que não estejam alinhados com suas crenças.

Sentimento de Transgressão: Para o sujeito, namorar alguém que não compartilhe da mesma fé pode ser visto como uma transgressão divina. Essa crença pode causar um conflito interno significativo, levando a uma percepção de que ele estaria se afastando da sua espiritualidade e dos valores que fundamentam sua vida. Assim, desistir dessa busca pode significar renunciar a uma parte importante da sua vida religiosa.

Aplicativos de Relacionamento: Perda da Excitação Sexual: Ao desistir de se envolver com mulheres nos aplicativos, ele pode perder a sensação de excitação que essas interações proporcionam. Para muitos, o flerte online é uma maneira de explorar a sexualidade de forma segura e controlada. Sem essa possibilidade, ele pode sentir uma perda de conexão com seu próprio desejo sexual e até um empobrecimento de suas experiências emocionais.

Oportunidade de Conexões Diversificadas: Ele também pode ver a desistência como uma perda de oportunidades de se conectar com diferentes mulheres, incluindo aquelas que poderiam oferecer novas perspectivas ou experiências. Essa variedade pode ser estimulante, e renunciar a isso pode ser percebido como uma limitação de seu horizonte relacional.

Essas "perdas" podem ser vistas como um medo de perder a sensação de vitalidade, conexão e identidade que essas interações lhe proporcionam. Portanto, o sujeito pode se sentir preso em um ciclo de repetição, mesmo que as experiências anteriores tenham sido frustrantes, pois o desconhecido pode ser mais assustador do que a dor familiar da rejeição. Reconhecer esses medos e as consequências emocionais de abrir mão desses ambientes é um passo importante para que ele possa, eventualmente, buscar relacionamentos de forma mais saudável e satisfatória, fora dos contextos limitados em que tem buscado.

É possível que o sujeito tenha estabelecido um padrão de exigência elevado ao focar seu interesse em mulheres mais jovens e de aparência atraente, enquanto tende a desconsiderar as mulheres que demonstram interesse por ele, possivelmente por vê-las como "menos desejáveis" segundo seu critério pessoal de idade e aparência. Na psicanálise, esse tipo de preferência pode revelar aspectos inconscientes que influenciam seus relacionamentos:

Idealização e Narcisismo: Ao idealizar mulheres mais jovens e atraentes, o sujeito pode estar projetando nelas ideais de perfeição e beleza, que valorizam atributos externos e reforçam sua autoestima. Essa idealização funciona como uma forma de "nutrição narcisista", onde ele busca uma parceira que realce sua própria imagem e sensação de valor. Isso pode indicar que ele relaciona sua autovalorização à conquista de alguém que corresponda a esses ideais, o que é uma maneira de validar sua autoimagem.

Medo da Realidade e Recusa em Encarar a Própria Idade: Focar em mulheres mais jovens também pode ser uma forma de evitar reconhecer seu próprio envelhecimento. Ao se envolver apenas com mulheres mais novas, ele se coloca em uma posição onde se sente mais jovem ou atrativo, o que é uma maneira inconsciente de evitar encarar as mudanças trazidas pelo tempo. Recusar mulheres da sua faixa etária ou mais velhas pode revelar uma dificuldade em aceitar a própria idade e as transformações naturais de seu corpo e identidade.

Defesa Contra a Intimidade Emocional: Mulheres que se mostram interessadas tendem a ser vistas como mais acessíveis e emocionalmente disponíveis. O fato de ele não se interessar por elas pode indicar uma barreira inconsciente contra a intimidade. A busca constante por mulheres que, em algum nível, são menos prováveis de corresponder às suas expectativas é uma forma de garantir que ele sempre terá uma desculpa para manter um certo distanciamento emocional, evitando o compromisso real que uma mulher mais disponível poderia oferecer.

Fuga da Vulnerabilidade e Evitação da Reciprocidade: O sujeito pode temer um relacionamento onde a reciprocidade e a vulnerabilidade seriam mais intensas e necessárias. Mulheres mais jovens e atraentes talvez sejam vistas como "conquistas" que demandam esforço, enquanto as mulheres interessadas representam uma relação potencialmente mais fácil e, por isso, podem ameaçar seu desejo inconsciente de manter o controle emocional.

Compulsão à Repetição: Focar em relacionamentos com mulheres mais jovens e de aparência atraente também pode ser uma forma de compulsão à repetição, onde ele constantemente repete o ciclo de buscar uma parceira "ideal" que se torne inacessível, reforçando uma sensação de rejeição e insatisfação. Isso mantém o padrão de relacionamentos frustrados, nos quais ele não se permite explorar uma conexão real e satisfatória.

O foco em mulheres jovens e atraentes pode ser um reflexo de um padrão de defesa emocional e narcisismo, que evita tanto a realidade do envelhecimento quanto a verdadeira intimidade. Para alcançar relacionamentos mais saudáveis, ele precisaria examinar esses padrões e refletir sobre o que busca em um parceiro além de atributos superficiais, entendendo que a beleza e juventude, por si só, não garantem a profundidade emocional e a satisfação que ele pode estar buscando, mesmo que inconscientemente.

Ao considerar abrir mão de buscar relacionamentos nesses ambientes familiares — trabalho, igreja e aplicativos de relacionamento — o sujeito enfrentaria uma série de "perdas" que vão além dos aspectos relacionais e entram profundamente em seu próprio senso de identidade e autovalorização. Vamos explorar algumas dessas perdas:

Perda de Identidade Social e Autoestima Ligada à Conquista: No ambiente de trabalho, a atitude de flertar e de se comportar como um "conquistador" confere ao sujeito uma sensação de poder, autovalorização e até de pertencimento. Ao desistir disso, ele perderia uma parte importante de sua identidade social, que o faz sentir atraente e valorizado. Sem essa dinâmica, ele poderia se ver questionando seu próprio valor e, em consequência, sua autoestima poderia diminuir.

Perda do Sentido de Pertencimento e Propósito: Buscar uma parceira dentro da igreja reforça, para ele, a ideia de estar seguindo as normas e expectativas de sua comunidade religiosa. Ao desistir de encontrar uma parceira com os mesmos valores religiosos, ele perde essa âncora de pertencimento e a sensação de estar vivendo de acordo com um propósito ou ideal maior. Isso pode gerar um conflito interno, uma vez que ele poderia se sentir menos comprometido com as normas que ele valoriza e, ao mesmo tempo, desorientado sobre como conciliar seus desejos românticos com a fé.

Perda da Excitação e do Interesse Sexual como Fonte de Prazer e Estímulo: O ambiente dos aplicativos de relacionamento oferece ao sujeito um espaço de excitação, ainda que passageira, onde ele pode sentir atração, desejo e até validação. O envolvimento com essas interações proporciona estímulos rápidos e constantes, o que ativa uma excitação momentânea e gera a sensação de estar "no jogo". Desistir disso poderia fazer com que ele perdesse esse canal de estímulo, o que poderia levar a um sentimento de monotonia ou falta de novidade na vida.

Perda de Controle e Segurança Emocional: Permanecer nesses ambientes familiares e repetir o mesmo comportamento lhe dá uma sensação de controle e previsibilidade. Ele sabe o que esperar: tanto os sucessos quanto as rejeições se tornam "familiares". Abrir mão disso implica enfrentar o desconhecido e sair de sua zona de conforto, o que pode causar uma sensação de vulnerabilidade e de insegurança emocional, algo que o ego pode resistir fortemente.

Perda de Conexões com Fantasias e Ideais: A busca constante por mulheres mais jovens, atraentes ou de valores específicos é muitas vezes sustentada por fantasias e ideais internalizados, que representam o que ele considera o "relacionamento perfeito". Ao deixar esses ambientes, ele também se afastaria desses ideais que o nutrem psiquicamente, mesmo que de forma ilusória. Essa perda de conexão com as fantasias pode deixá-lo sem uma referência interna para aquilo que ele deseja, o que pode gerar frustração e, possivelmente, a necessidade de reavaliar suas expectativas.

Perda do Sentimento de Validação Pessoal e Confirmação Narcisista: A busca de parceiras nesses ambientes lhe permite sentir que ele é desejável e interessante, principalmente ao lidar com mulheres mais jovens ou com mulheres de mesma crença. Esse processo de busca é uma forma de autoafirmação; ao abandonar essa dinâmica, ele poderia se sentir menos validado, já que as interações que reforçam seu valor e charme deixariam de acontecer.

Perda da Distração e do Sentido de Ocupação Emocional: Buscar parceiras, ainda que sem sucesso duradouro, ocupa o sujeito emocional e mentalmente, fornecendo-lhe uma espécie de "hobby emocional" ou um propósito inconsciente que mantém sua mente ocupada. Se ele deixar de investir nessas buscas, há o risco de que ele se depare com um vazio emocional e a sensação de que falta algo em sua vida, pois a compulsão à repetição acaba funcionando como uma distração e um preenchimento temporário de possíveis lacunas emocionais mais profundas.

Essas perdas indicam que a compulsão à repetição não está apenas ligada à busca de um relacionamento, mas também ao papel que essa busca desempenha na estrutura psíquica do sujeito. Ao abandonar esses comportamentos, ele precisaria enfrentar uma reconstrução de sua identidade, de suas fontes de prazer e até da maneira como valida a si mesmo e suas escolhas.

Confronto com a Solidão e a Autossuficiência: Sem as distrações de tentar conquistar mulheres nos ambientes habituais, ele provavelmente se depararia com um senso de solidão, que pode ser desconfortável, mas também transformador. Esse momento de solidão o obrigaria a desenvolver mais autossuficiência emocional, aprendendo a depender menos da atenção externa e a encontrar formas de satisfação e preenchimento a partir de si mesmo.

Possível Emergência de Sentimentos Reprimidos: Ao abandonar a busca por validação externa, há uma chance de que emoções reprimidas, como insegurança, baixa autoestima ou mesmo tristeza por relações passadas, venham à tona. Esses sentimentos, antes “mascarados” pela constante busca, teriam agora a oportunidade de serem explorados e trabalhados. Esse processo de autoexploração pode ser doloroso, mas também é essencial para que ele alcance um senso de paz interna e um entendimento mais profundo de suas verdadeiras necessidades.

Necessidade de Redefinir o Prazer e a Satisfação Pessoal: Até o momento, o sujeito parece buscar excitação, validação e sensação de prazer a partir da dinâmica de flerte e das interações sociais. Ao abrir mão disso, ele se veria diante da necessidade de redefinir o que realmente lhe traz prazer e satisfação, além das interações superficiais ou da expectativa de validação alheia. Ele poderia, então, explorar novas formas de gratificação que não dependam tanto de outros, o que o ajudaria a construir uma identidade mais centrada e independente.

Reconstrução da Autoimagem e Autoconceito: Sem as "compensações" proporcionadas pela conquista e pelo flerte, ele precisaria se questionar sobre quem é de fato, além do conquistador ou do homem que busca aceitação. Esse processo de autoconhecimento poderia exigir que ele se confrontasse com sua própria vulnerabilidade e com aspectos que havia negado ou ignorado até então. Esse tipo de reconstrução pode fortalecer seu ego, tornando-o menos dependente de elogios ou confirmações externas e mais alinhado a um conceito de si próprio baseado em valores internos e não apenas em atributos superficiais.

Aceitação e Maturidade Emocional: Ao se afastar desses ambientes, o sujeito teria a oportunidade de trabalhar questões de aceitação, como a de que o valor próprio não depende de impressionar ou conquistar pessoas. Ele teria a chance de desenvolver uma maturidade emocional mais profunda, onde se torna mais consciente de seus próprios limites, expectativas e padrões idealizados. Essa aceitação abre espaço para ele se relacionar com os outros de forma mais autêntica e menos idealizada, o que, por sua vez, pode facilitar a criação de relacionamentos saudáveis e sustentáveis.

Exploração de Novas Perspectivas e Experiências: Ao abandonar a compulsão à repetição nesses contextos familiares, ele teria a chance de se abrir para novas experiências e conhecer pessoas em ambientes diferentes. Esse processo pode ser libertador, pois ele poderia se permitir explorar novas possibilidades de relacionamento que, talvez, atendam melhor às suas necessidades emocionais e compatibilidades de valores, saindo do ciclo de frustração e rejeição que o acompanhava.

Desenvolvimento de Empatia e Respeito pelos Limites Alheios: Sem a compulsão de tentar conquistar a atenção de mulheres em cada um desses ambientes, o sujeito teria a oportunidade de enxergá-las de forma mais empática e realista, respeitando suas escolhas e limites. Em vez de ver cada interação como uma possível chance de validação ou conquista, ele poderia desenvolver relacionamentos mais genuínos, baseados em respeito mútuo e na valorização da individualidade de cada pessoa.

 

Liberação de Energia Psíquica para Novos Interesses e Objetivos: Ao retirar o foco de suas tentativas repetitivas de busca amorosa, ele liberaria energia mental e emocional para outras áreas de sua vida. Isso pode abrir espaço para que ele explore interesses que sempre quis, mas talvez tenha negligenciado, como hobbies, projetos profissionais ou atividades que o ajudem a expandir sua visão de mundo. Esse redirecionamento de energia pode trazer uma sensação renovada de propósito e realização, diferente da satisfação temporária da validação romântica.

Redefinição da Autoestima Baseada em Realizações Pessoais e Autocompreensão: Ao invés de depender da aprovação externa e de sua habilidade de conquistar, o sujeito poderá construir uma autoestima mais sólida e autêntica, baseada em conquistas e valores pessoais. Ele pode começar a valorizar a si mesmo pelo que realiza, pela qualidade de seus relacionamentos não-românticos, e pelo progresso pessoal. Essa mudança profunda pode lhe conferir uma segurança interior que o tornará menos vulnerável ao julgamento ou à rejeição.

Aceitação das Imperfeições e Vulnerabilidades: Abandonar a busca constante por validação nos mesmos lugares abre espaço para que ele se aceite como é, incluindo suas imperfeições e vulnerabilidades. Isso pode ser libertador, pois ele perceberá que não precisa estar sempre desempenhando um papel de “conquistador” ou se esforçando para ser aceito. Aceitar-se como uma pessoa completa e complexa pode aliviar a necessidade de perfeição ou de sempre se apresentar como alguém atraente e desejável, permitindo que ele explore novas formas de autenticidade em seus relacionamentos.

Possibilidade de um Relacionamento Saudável no Futuro: Ao romper o ciclo de compulsão à repetição, o sujeito poderá finalmente criar um espaço interno para um relacionamento saudável e significativo. Essa abertura emocional, agora menos voltada para validação imediata e mais orientada por uma compreensão profunda de si mesmo, pode atrair parceiros mais compatíveis e dispostos a estabelecer uma conexão verdadeira. Ele poderá buscar e encontrar alguém que compartilhe seus valores e visão de vida, em vez de se prender a idealizações.

 

Fortalecimento da Identidade e da Independência Emocional: Ao não depender mais de “performances” nos mesmos ambientes para se sentir valorizado, o sujeito desenvolve uma identidade mais independente e autêntica. Ele aprende a ser suficiente por si mesmo, sem precisar constantemente de uma confirmação externa. Essa independência emocional, quando consolidada, permite que ele se sinta em paz, satisfeito e mais conectado consigo, sendo capaz de fazer escolhas de relacionamento mais conscientes e saudáveis no futuro.

É absolutamente possível que a energia libidinal do sujeito esteja catexizada na compulsão à repetição relacionada à busca por mulheres nos ambientes de trabalho, igreja e aplicativos de relacionamento. Vamos explorar esse conceito em detalhes:

Catexia da Energia Libidinal: Definição de Catexia: Na psicanálise, a catexia refere-se ao processo de investimento emocional ou libidinal em um objeto, pessoa ou ideia. Quando a energia libidinal é catexizada em algo, isso significa que ela é direcionada e investida naquele objeto, tornando-se uma fonte de prazer ou de satisfação.

Investimento Emocional nas Relações: O sujeito pode ter canalizado sua energia libidinal em sua busca por mulheres nos três ambientes mencionados, associando essas experiências à sua autoimagem e ao seu desejo de intimidade. A repetição dessa busca pode criar um ciclo em que ele investe emocionalmente na expectativa de que, em algum momento, encontrará alguém que corresponda aos seus anseios.

Compulsão à Repetição: A compulsão à repetição é uma tendência humana de repetir experiências passadas, mesmo que elas tenham sido dolorosas ou frustrantes. Essa compulsão pode ser vista como uma tentativa inconsciente de reparar traumas anteriores ou de encontrar uma resolução que não foi alcançada nas experiências passadas. O sujeito, ao buscar mulheres nos mesmos ambientes, pode estar tentando reviver e corrigir situações anteriores de rejeição ou desilusão, acreditando que um novo resultado é possível.

Implicações da Catexia na Busca por Relacionamentos:

Afixação em Modelos de Relação Cristão: A catexia na busca por mulheres em ambientes familiares pode indicar uma fixação em um modelo de relacionamento que ele já conhece. Isso pode se manifestar como um desejo de reconquistar a sensação de segurança e familiaridade que esses ambientes proporcionam, mesmo que ele tenha sido rejeitado anteriormente. Esse padrão de comportamento pode criar um ciclo vicioso, onde a frustração se repete, reforçando a ideia de que ele precisa "tentar novamente". Aqui se encontra catexizada a energia libidinal na compulsão a repetição.

Medo da Mudança: O investimento emocional nas buscas repetitivas pode também estar relacionado ao medo do desconhecido. Ao persistir na busca nesses ambientes, o sujeito pode evitar confrontar a necessidade de explorar novas possibilidades que possam ser mais gratificantes. A catexia se torna, assim, um mecanismo de defesa que o mantém preso em uma zona de conforto, mesmo que esta seja insatisfatória.

Idealização de Relações: A catexia pode levar à idealização das mulheres que ele busca, fazendo com que ele projete nelas qualidades e expectativas que talvez não sejam realistas. Essa idealização pode ser uma forma de reforçar sua própria autoestima, já que ele busca validação através do interesse romântico. No entanto, quando as expectativas não são atendidas, isso resulta em mais desilusão e reforça a compulsão à repetição.

Superando a Catexia e a Compulsão

Para que o sujeito consiga superar essa catexia e a compulsão à repetição, ele pode considerar algumas abordagens:

Reflexão e Autoconhecimento: Investir tempo em refletir sobre suas experiências passadas e suas emoções pode ajudá-lo a entender por que continua a buscar relacionamentos em ambientes que lhe causam dor. O autoconhecimento é fundamental para a liberação da energia libidinal que está presa nessa dinâmica.

Exploração de Novos Ambientes: Abrir-se para novas oportunidades e ambientes pode permitir que ele redirecione sua energia libidinal para novas experiências que sejam mais saudáveis e gratificantes.

 

Trabalho Terapêutico: Participar de terapia pode oferecer um espaço seguro para explorar essas questões mais profundas, permitindo que ele identifique e trabalhe suas motivações, crenças e padrões de comportamento.

Desenvolvimento de Novas Habilidades Emocionais: Aprender a lidar com a rejeição, a solidão e as expectativas pode ajudá-lo a se sentir mais seguro em suas interações e a formar relacionamentos mais autênticos.

A consciência sobre como a energia libidinal está catexizada em sua compulsão à repetição é um passo importante para que o sujeito possa liberar esse investimento e criar um espaço mais saudável e aberto para relacionamentos significativos no futuro.

É bem possível que uma porção significativa da energia libidinal do sujeito esteja catexizada na compulsão à repetição, direcionada para a busca de uma parceira nesses três ambientes familiares (trabalho, igreja e aplicativos de relacionamento). A energia libidinal, nesse caso, está investida não apenas no desejo de encontrar um relacionamento, mas também em todo o processo e dinâmica da busca, que se tornou um ciclo repetitivo e frustrante.

A compulsão à repetição ocorre quando o sujeito, mesmo ciente dos resultados insatisfatórios, continua a repetir padrões de comportamento, como a busca insistente nesses contextos específicos, na esperança de um desfecho diferente. Essa repetição é sustentada por uma força psíquica que mantém a energia libidinal atrelada ao ciclo, sem permitir que ele explore novos ambientes ou formas de se relacionar.

Essa fixação também pode sinalizar que há algo mais profundo que o sujeito tenta resolver inconscientemente por meio desse ciclo. Talvez ele busque reparar frustrações passadas, provar a si mesmo que pode ser aceito e desejado ou encontrar um tipo de amor idealizado que ele sente faltar em sua vida. Enquanto a energia libidinal continuar catexizada nessa repetição, ele fica preso à esperança de satisfazer essas necessidades emocionais nesse mesmo formato, limitando-se às opções que já mostraram ser frustrantes.

 

Liberar essa energia libidinal da compulsão à repetição é um passo importante para que ele possa redirecioná-la para novas experiências e contextos. Ao fazer isso, ele poderá investir em relacionamentos de forma mais equilibrada e consciente, em vez de permanecer preso em padrões que reforçam sentimentos de rejeição e frustração.

 

 

 

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