Ano 2021. Escrito por Ayrton Junior Psicólogo CRP 06/147208
O
presente artigo objetiva chamar a atenção do leit@r a perceber como está
enxergando o mercado de trabalho, com as contrariedades que a realidade apresenta
ao indivíduo que não tem conhecimento e nem compreensão, das forças que agem
sobre as pessoas e formam um campo de forças subjetivas que provocariam os
fenômenos psíquicos. Da mesma forma, cada pessoa que está em uma
situação específica tem a percepção micro ou macro em relação ao evento. A
percepção que podemos ter de uma pessoa depende da relação entre os fatores e
elementos da situação. Estes elementos formam uma rede de forças subjetivas. A percepção
macro procura uma perspectiva geral e a micro uma perspectiva individual.
O
ser humano é afetado pelo microambiente interno e microambiente externo e não
tem a menor consciência, ou seja, se porta de modo alienado/autômato reinserido
nos ambientes. O que leva o sujeito as vezes alterar suas atitudes forçadamente
e outras vezes provoca resistência a mudança das ações.
Ø O
microambiente interno são as variáveis internas do ambiente, seja ele
organizacional ou residencial, ou seja, aquelas que podem ser controladas
internamente. Dessa forma, é possível identificar as forças subjetivas e as
fraquezas dentro de tais variáveis. Elas são os próprios setores do ambiente, exemplo,
assim sendo, consultório, banheiro, recepção e outros. Exemplo, o psicólogo que
atua em Home Office dento de sua residência, existe as variáveis de seu micro
ambiente interno, as quais podem ser controladas internamente por ele, como a iluminação,
a ergonomia, sons e ruídos, horários de atuação e alimentação, controlo de suas
emoções dentre outros.
Ø Microambiente
externo: O microambiente externo são as variáveis que não se pode controlar.
Entre elas estão a internet e as redes sociais, que são de extrema importância
no que se refere à entrega de valor para os clientes de um consultório de
psicologia. Isso porque são elas que dispõem dos recursos necessários para que
um consultório possa oferecer psicoterapia e/ou serviços psicológicos Online aos
clientes.
Ø O que é
macroambiente consultório particular? O macroambiente de um consultório é
composto por variáveis externas, não controláveis, que são bem mais complexas
em comparação às variáveis que compõem o microambiente. Entre essas variáveis
externas estão as forças subjetivas como:
ü O
ambiente demográfico: se refere a população [tamanho, idade, sexo, etnia,
localização e todos os dados estatísticos importantes para o consultório]. Ele
é essencial para que o psicólogo saiba como se comportam os indivíduos que
constituem o mercado, seja, virtual ou presencial.
ü as
questões econômicas: englobam o comportamento do cliente [hábitos de adquirir
os serviços psicológicos relacionados a necessidade e ao preço] e os fatores desconhecidos
que podem afetar o seu poder de aquisição sobre os serviços [aceitação ou
rejeição].
ü o
ambiente localidade e financeiro: é composto pelos recursos financeiros que o
profissional de psicologia clínica utiliza com dinheiro e que pode ser afetado
pelos recursos utilizados com anuncio de marketing sobre a localização do
consultório
ü o
ambiente tecnológico: se refere ao uso das redes sociais, computador, celular por
parte do consultório para que o mesmo saiba como utilizar essa força tecnológica
para obter sucesso.
ü as
questões políticas e legais: envolvem as leis, questões governamentais e as
pressões que são capazes de limitar o consultório e indivíduos.
ü e o
ambiente cultural: engloba as crenças e valores dos indivíduos e forças subjetivas
que têm poder para afetar os valores básicos do consultório, bem como o modo
como a sociedade enxerga a psicologia [serviços psicológicos], as preferências
desse público e como ele se comporta.
O
mundo está em plena agitação. Paradigmas científicos são descontinuados, o
desemprego aumenta, as pessoas adoecem no trabalho, alteram de carreira, enfim,
vão se constituindo e sendo impactadas por estes novos processos produtivos e
pelo Corona Vírus. O limite da vida parece surgir somente quando os indivíduos pensam
por dificuldades econômicas e sociais provinda de políticas complexas e com a
aparição do Corona Vírus.
Como
a psicologia teve uma influência enorme do modelo da prática médica, muito
ainda se insiste no atendimento online e psicoterápico individual, formando um
mercado saturado de psicólogos clínicos, entre outras atuações. Além da
concorrência instigada, muito tem se criticado este modelo instituído de ser
médico e de ser psicólogo. A causa disto? De acordo com Bleger (1984) disse ser
um problema de formação, onde o profissional é instruído para curar
individualmente, ou seja, pressupõe uma doença e uma espera por doentes. Grifo
meu “Ou ainda sair em busca de usuários nas redes sociais pensando que todos
são doentes e necessitam de terapia e precisa com urgência prospectar esses
doentes para curá-los e garantir por meio de serviços psicológicos prestados o
seu sustento por que vivemos numa sociedade capitalista”.
Estarão
em jogo, aqui, algumas das características principais da atuação do psicólogo, como
o contexto de atuação, as atividades desempenhadas, o foco de interesse da
atividade ser o indivíduo ou a coletividade, e o caráter remediativo ou
preventivo dela. Isto solicita que se faça uma análise da função social das
atividades do profissional, examinando sua abrangência social e o significado
social representado por elas. Refletindo sobre a função social do trabalho do
psicólogo. Por função social, entendem-se os efeitos que a atuação do psicólogo
produz na sociedade.
Esse
efeito é identificado em termos da abrangência e do significado social da
atuação do profissional. Por abrangência da função social entende-se o número
de pessoas beneficiadas pelo trabalho do psicólogo e a natureza social delas
(isto é, sua origem sociocultural, ou seja, os valores socioculturais são o
conjunto de regras, princípios e crenças que governam o comportamento humano
dentro da sociedade). Por significado social da profissão entende-se a natureza
do efeito produzido pelo psicólogo na sociedade, por exemplo, se ele contribui
para a transformação social ou se seu trabalho é instrumento de manutenção das
condições adversas de vida da população.
Por
outro lado, aumenta a quantidade de novos psicólogos com interesses em campos
mais amplos, em atendimentos online virtual. As novas exigências no plano macro
produzem demandas de mudança. O desemprego e a pandemia Corona Vírus forçam os
psicólogos clínicos a diversificarem a sua atuação e, enquanto, questões
sociais demandam ações mais amplas e menos individuais, gerando desprazer. [...]
Em sua obra “Além do Princípio do Prazer” (1920, p.34), Freud afirma: a
compulsão a repetição também rememora do passado experiências que não incluem
possibilidade alguma de prazer e que nunca, mesmo há longo tempo, trouxeram satisfação,
mesmo para impulsos instintuais que foram reprimidos.
Embora
seja ainda muito forte a demanda por uma ação assistencialista que cria a eterna
dependência da comunidade em relação ao profissional. Essa mudança de enfoque
na psicologia retira a atenção das relações, nas tensões de grupo e no
institucional e vai concentrar a atenção no individual e virtual.
Neste
sentido vale a pena empenhar-se na compreensão do momento sócio econômico que
gera a necessidade de relações de produção baseadas principalmente no fluxo de
informações a partir de trabalhadores autônomos, autodisciplinados e
comprometidos com a sua própria profissão/carreira. O ponto interessante aqui,
diz respeito à mão de obra. Os novos trabalhadores também terão que ser
flexíveis para poderem entrar neste novo ritmo de trabalho, devendo ter maior
qualificação e polivalência provocado com a automatização, a inteligência
artificial e o surgimento do Corona Vírus.
Exige-se
maior iniciativa e, muitas das funções intermediárias da hierarquia, podem se
tornar menos necessárias. Há no entanto uma segmentação da força de trabalho, por
um lado, uma minoria se qualifica ao nível do enriquecimento do conteúdo do
trabalho/tarefa e, por outro lado, observa-se uma desqualificação da maioria
dos trabalhadores, que são alojados em subempregos e vivem na periferia do
mercado virtual. Os primeiros, fazem parte do quadro permanente, enquanto os
segundos fazem parte do contingente de empregados instáveis, que realizam
trabalhos que exigem pouca qualificação.
Temos
os empregos de alta qualificação que exigem um profissional quase olímpico, no
sentido de dominar várias técnicas, idiomas, conhecimentos ou a capacidade de
comunicar e passar informações adequadamente formando uma classe minoritária,
que geralmente tem vários cursos e diplomas universitários. Mas que se
constituem como maioria. Ou seja, a Maioria e Minoria Psicológicas, pouco tem
ligação demográfica, ou seja, uma maioria psicológica não é determinada pela
quantidade. Maioria: grupo de psicólogos que dispõe de estruturas como, regras,
estatutos, código de ética, leis, para se autodeterminar, tem autonomia.
Minoria: são os grupos de pessoas que usam as redes sociais como Facebook,
Instagram que não tem autonomia para se afirmar, dependem e estão à mercê da
boa vontade dos outros grupos. Seus direitos e sua autonomia ficam
comprometidos. Não necessariamente uma maioria psicológica é dominada e
controlada por uma maioria, mas as maiorias tendem se tornarem manipulados
pelas maiorias, segundo Lewin, “os membros que pertencem a uma minoria
psicológica sentem-se, percebem-se e se reconhecem em estado de tutela. E isto
independentemente da porcentagem de seus membros, [...] assim maiorias
demográficas podem ter por estas razões uma psicologia de minoritários” (2013,
p. 35).
No
cenário atual, os indivíduos que esboçam as suas carreiras no sentido da
qualificação contínua terão empregos mais assegurados do que aqueles que pautam
no sentido só da estabilidade. Estes últimos estariam mais sujeitos ao
desemprego, como por exemplo, cargos técnicos de manutenção, técnicos
mecânicos, instrumentistas pneumáticos, vendedor dentre outros.
No
entanto, aquele que vive uma realidade de exclusão no mercado de trabalho, na
maioria das vezes, vive de subemprego e no sentido mais amplo da palavra
carreira, pulam de galho em galho, gerando angustia no sujeito. Ou seja, para a
Psicologia Social Crítica, o sofrimento humano tem uma dimensão simbólica que
não é resultante apenas da dificuldade material de sobrevivência, mas,
essencialmente, do sentimento gerado pela exclusão, pelo não se sentir fazendo
parte da sociedade. E neste caso a relação empregador/sociedade não pode ser
compreendida de forma dicotômica, em que os indivíduos se desenvolvem na
singularidade e criam necessidades particulares e o empregador cria condições
de mercado para que essas necessidades sejam criadas a partir da subjetivação
de cada pessoa ou grupo e possam ser supridas a depender do esforço individual
de cada um. [...] “A angústia é, dentre todos os sentimentos e modos da
existência humana, aquele que pode reconduzir o homem ao encontro de sua
totalidade como ser e juntar os pedaços a que é reduzido pela imersão na
monotonia e na indiferenciação da vida cotidiana. A angústia faria o homem
elevar-se da traição cometida contra si mesmo, quando se deixa dominar pelas mesquinharias
do dia-a-dia, até o autoconhecimento em sua dimensão mais profunda” (CHAUÍ,
1996 p.8-9).
Existem
forças não observáveis atuando no ambiente micro/macro dos empregadores-empregados-desempregados
que explicam certos fenômenos. O campo da subjetividade humana, o campo das
forças psíquicas, no qual os dados da realidade são filtrados pela escolha do
método e pela pré concepção. O homem é na Teoria do Campo produto do meio [campo]
presente e da energia que possui em determinado momento. O ambiente psicológico
[ou ambiente comportamental] é o ambiente tal como é percebido e interpretado
pela pessoa. Mais do que isso, é o ambiente relacionado com as atuais
necessidades do indivíduo.
Os
objetos, pessoas ou situações adquirem para o indivíduo uma valência positiva [quando
podem ou prometem satisfazer necessidades presentes do indivíduo] ou valência
negativa [quando podem ou prometem ocasionar algum prejuízo]. Os objetos,
pessoas ou situações de valência positiva atraem o indivíduo e os de valência
negativa o repelem. A atração é a força ou vetor dirigido para o objeto, pessoa
ou situação; a repulsa é a força ou vetor que o leva a se afastar do objeto,
pessoa ou situação, tentando escapar.
O
foco da teoria de campo de Kurt Lewin permite estudar nosso comportamento com
uma perspectiva de totalidade, sem ficarmos em uma análise das partes
separadas. A influência do campo psicológico sobre o comportamento é tal que
Lewin considera que chega a determiná-la: se não existem mudanças no campo, não
haverá mudanças no comportamento. Compreendendo a força: A força é a causa das
ações, a motivação. Quando existe uma necessidade, se produz uma força ou um
campo de forças, o que leva à produção de uma atividade. Estas atividades têm
uma valência que pode ser positiva ou negativa. Por outro lado, a valência das
atividades dirige forças até as outras atividades [positivas] ou contra elas [negativas].
O comportamento resultante corresponde à mistura psicológica de diferentes
forças.
Observando
a tensão: a tensão é a diferença entre as metas propostas [conseguir emprego] e
o estado atual da pessoa [desempregada]. A tensão é interna e nos empurra para
finalizar a intenção [de trabalhar]. Avaliando a necessidade: é aquilo que
inicia as tensões motivadoras. Quando existe uma necessidade física ou
psicológica no indivíduo, exemplo a busca de emprego se desperta um estado
interior de tensão. Este estado de tensão faz com que o sistema, neste caso a
pessoa, se altere para tentar restabelecer o estado inicial e satisfazer a
necessidade trabalhando.
De
acordo com Kurt Lewin (1997) afirma que nossas ações podem ser explicadas a
partir de um fato: percebemos caminhos e meios particulares para descarregar
determinadas tensões. Nos atraem aquelas atividades que vemos como meios para
liberar a tensão. Para Kurt, este tipo de atividade teria uma valência positiva
e por isso experimentaríamos uma força que nos impulsiona a realizá-las. Outras
atividades teriam o efeito oposto: aumentariam a tensão e por isso teriam um
efeito repulsivo.
Por
exemplo, as forças que agem sobre as pessoas formam um campo de forças
subjetivas que provocariam os fenômenos psíquicos e comportamentais. As forças,
ambientais e internas, seriam vetores que agem sobre o fenómeno da psiquê. O
comportamento das pessoas só seria compreensível se considerássemos a pessoa
como um sistema de forças, um campo que se completa e se torna um todo
integrado. A percepção depende deste sistema de forças. Exemplo: Imagine que o paciente
de terapia é um campo. O setting do consultório, a roupa, a idade, os sapatos,
o perfume são forças nesta rede.
Então
a percepção total dele vai depender do modo como este todo de forças chega até o
psicólogo. Segundo, Ribeiro (1985) fica claro que as pessoas só se fazem
compreendidas quando são vistas em sua relação total com o ambiente. Cada
momento teria uma configuração diferente, por outro lado, o comportamento
passaria a ser analisado em função do campo que existe no momento em que
ocorre.
A
realidade depende da nossa subjetividade e, como tal, registra um grau de
incerteza e de indeterminação. À tecnologia foi evoluindo e muitas das tarefas
rotineiras e pesadas para o homem foram sendo substituídas por modernas
máquinas. Ao mesmo tempo que elas desempregam milhares de pessoas, livram o
homem de tamanho fardo. Os novos postos de trabalho implicam em um maior
domínio de habilidades. Ao invés de vários homens, agora uma poderosa máquina
assume muitas das suas responsabilidades por menos tempo e com melhor qualidade,
exemplo linha de montagem em automobilismo. Comandando as novas operações, um
grupo reduzido de indivíduos domina todo o processo produtivo. Alguns postos de
trabalho foram desativados devido a covid-19, causando desemprego, como
consequência o estresse, a depressão, o medo de não conseguir outro emprego
rapidamente.
Com
isto surge as doenças modernas que estão intimamente ligadas ao estresse,
esforços repetitivos e angústias provocadas por um microambiente interno e
microambiente externo de extrema incerteza. O desemprego bate na porta e deixa
marcas irreversíveis para a saúde das pessoas. Este quadro está ligado a
políticas de flexibilização da mão de obra em dois sentidos: A primeira, através
da possibilidade de trocar rapidamente os funcionários de pouca qualificação,
ou temporários [boa parte da população] e a Segunda por meio dos funcionários
permanentes, cobrar-lhes a eterna requalificação. Parece que atravessamos uma
fase onde cresce cada vez mais os trabalhos intelectuais, integrados e menos
embrutecedores. Outra polêmica mais crítica entra em questão, em alguns setores
foi dado adeus em parte ao trabalho presencial, abrindo oportunidade ao Home
Office e adeus ao capital pobre, contudo não adeus ao empregador e cada vez
mais o capital deixa de ser investido na requalificação de pessoal de
determinados setores, levando muitos a ficarem desempregados e desqualificados,
pois postos de trabalho são constantemente substituídos por novas tecnologias
ou até desativados.
Percebemos
que a saúde no trabalho depende de políticas públicas e da conjuntura de certos
acontecimentos. Mas o que poderá fazer o psicólogo diante de tamanha
monstruosidade que se chama capital? Percebemos que a ergonomia avança e traz
tecnologias que ajudam o trabalhador a se livrar de efeitos indesejáveis do
trabalho. Várias experiências tentam melhorar as condições de trabalho do
empregado. Quem é aquele que vai problematizar, analisar situações
contraditórias e reordenar tensões se não psicólogos?
Quem
não acompanha o ritmo da tecnologia e não se qualifica para os novos postos de
trabalho, o destino certo é o subemprego e empregos sem qualificação que têm
salários mais baixos. O mercado informal ou virtual está se tornando o socorro
de muitos profissionais que não lograram sucesso em suas profissões originais.
Qualificação e desemprego: os dois lados de uma mesma moeda? Sim, ou você é qualificado
ou é desempregado. O lastimável é que a capacidade humana é subaproveitada.
Enquanto muitos não têm nem se quer emprego, alguns setores de mercado estão
sofrendo da falta de pessoal qualificado, pois os trabalhadores não têm tido
tempo nem dinheiro suficiente para se especializar tão rapidamente quanto as
demandas incessantes de novas técnicas e metodologias de trabalho que gera a
compulsão a repetição do subemprego. [...] Freud no seu texto “Recordar
repetir e elaborar” (1914), texto esse em que começa a pensar a questão da
compulsão à repetição, fala do repetir enquanto transferência do passado
esquecido dentro de nós. Agimos o que não pudemos recordar, e agimos tanto
mais, quanto maior for a resistência a recordar, quanto maior for a angústia ou
o desprazer que esse passado recalcado desperta em nós.
Neste
sentido, a educação passa a ser um ponto chave na questão da qualificação. Em
nossa sociedade de informação, o saber é o motor propulsor do desenvolvimento e
da mudança de paradigma. Qualificar pessoas para esse novo processo produtivo,
passa necessariamente pela questão da escolaridade. Vemos que cada vez mais o
sistema de formação é seletivo e caro, visto que o Estado não tem mais
apresentado políticas eficientes de educação básica, secundária e/ou superior.
Selecionar
pessoas para cargos específicos tornou-se uma necessidade impreterível; os
psicólogos organizacionais avançam neste campo, já algum tempo fazendo análise
de cargos e tarefas. Muitos psicólogos, mesmo ainda estudantes, atentam para a
estreiteza desta tarefa se feita dentro de limites restritos. A questão se volta
mais fortemente para o melhor jeito de manter o vínculo, não só empregatício,
mas sobretudo o cognitivo e emocional. [...] Segundo Marques, Define-se
competência como o conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes
necessárias para exercer determinada atividade. Dentro do contexto
organizacional, as competências devem agregar valor às pessoas e às
organizações. “As competências técnicas são aquelas obtidas com a faculdade,
cursos, treinamentos, palestras, congressos, livros, entre outras fontes de
conhecimento. Já as competências comportamentais são conquistadas a partir do
autoconhecimento, caminho que proporciona a compreensão e domínio sobre suas
próprias habilidades, capacidades, oportunidades de melhoria e
potencialidades.” (Marques, 2016)
Direcionamentos
de carreira é uma decisão que envolvem muitas qualidades que precisam ser
enfocadas a nível micro/ e ou macro. O psicólogo é uma possibilidade de apoio
aos trabalhadores em situações como essa. Às vezes, treinamentos ou cursos mal direcionados
não levam a nenhuma mudança e podem acarretar insatisfação. O psicólogo, por
outro lado, deve sair do seu restrito campo de atuação e formação, para buscar
novidades e ferramentas para melhor construir seus objetos de estudo e ação.
Sair, de vez em quando, da sua poltrona no consultório para perceber como é a vida
literalmente fora do seu microambiente interno, local que permite deixa-lo na
zona de conforto, entretanto deve ter à disposição para buscar os problemas,
não esperar por eles, e usar a visão micro/ e ou macro. Ou seja, Micro - Macro
os dois lados da mesma moeda. Ou o psicólogo enxerga com olhar restrito ou
enxerga com olhar abrangente.
Por
fim, o psicólogo cada vez mais se insere na fronteira de tensões opostas, um
agente mediador, capaz de ficar atento a fenômenos sutis, demostrando
implicações a longo prazo e relativas perspectivas múltiplas e ainda
indeterminadas. Agente influenciador de políticas públicas. Nesta medida, é
preciso muita atenção para a formação do psicólogo, pois as suas práticas podem
gerar e gerir corpos passivos como nos mais tradicionais agenciamentos de
papéis, ou mesmo se tornar uma instituição passiva e apolítica.
Por
que todo o comportamento ou, pelo menos, todo comportamento intencional, é
motivado, e tensões o impulsionam, as forças o movem, e as valências o dirigem
e apresenta metas.
Referência Bibliográfica
BlEGER,
J.(1984). Psico-higiene e Psicologia Institucional, Ed. Arte Médicas, Porto
Alegre - RS.
CHAUÍ,
MARILENA. HEIDEGGER, vida e obra. In: Prefácio. Os Pensadores. São Paulo: Nova
Cultural, 1996.
FREUD,
S. (1920), "Além do princípio do prazer” In: FREUD. S. Obras completas de
S. Freud. Rio de Janeiro: Imago, 1996, v. XVIII.
FREUD,
S. (1996). Obras completas de S. Freud. Rio de Janeiro: Imago. (1914).
"Recordar, repetir e elaborar ", v. XII
LEWIN, KURT (1997). Resolving social conflicts: Field
theory in social science. Washington, DC: American Psychological
Association.
MARQUES,
J.R (2016) Competências comportamentais mais valorizadas.
RIBEIRO,
J. P., (1985) Cestalt-Terapia: Refazendo um Caminho, pag. 95, São Paulo.
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