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Raiva No Rosto Da Gerente

 Ano 2025. Escrito por Ayrton Junior Psicólogo CRP 06/147208

O presente artigo chama a atenção do leitor para um excelente tópico. O fiscal de caixa tem notado que, em diversas ocasiões, a gerente o observa com uma expressão de raiva no rosto. Quando ele a cumprimenta, ela frequentemente não responde. Esse comportamento vem se repetindo, especialmente quando estão no mesmo ambiente.

Paralelamente, o supermercado enfrenta um problema crescente de turnover em vários setores, com destaque para a equipe de operadores de caixa. Há alguns meses, o fiscal, que também é psicólogo organizacional, elaborou e encaminhou à gerente um projeto técnico, apontando as possíveis causas do turnover e propondo ações para retenção de pessoal.

No entanto, nenhuma providência foi tomada até o momento. Como resultado, o problema não apenas persiste, como tem se agravado significativamente.

Diante disso, o comportamento da gerente pode ser interpretado como resistência ao conteúdo apresentado ou à iniciativa do fiscal. Ainda que a intenção do projeto tenha sido contribuir de forma técnica e ética com a melhoria do ambiente organizacional, é possível que ele tenha sido interpretado como uma crítica direta à gestão atual.

Essa situação evidencia a importância do acolhimento de contribuições internas, especialmente quando embasadas tecnicamente. Ignorar soluções viáveis e adotar uma postura hostil pode comprometer a cooperação entre setores e agravar ainda mais os problemas já existentes na organização.

Vamos interpretar esse comportamento da gerente com base na psicanálise, de forma simples e para iniciantes:


1. O que está acontecendo?

  • O fiscal de caixa, que também é psicólogo, percebe que a gerente olha para ele com raiva no rosto e não responde ao cumprimento.
  • Esse comportamento se repete sempre que ela está por perto.
  • Anteriormente, o fiscal enviou um projeto com causas do turnover, mas nada foi feito, e a situação piorou.

2. Como a psicanálise entende isso?

A psicanálise ajuda a entender os sentimentos escondidos (inconscientes) que influenciam o comportamento das pessoas. Vamos pensar no que pode estar acontecendo dentro da mente da gerente:


3. Possível interpretação psicanalítica

a) Mecanismo de defesa: Projeção

A gerente pode estar inconscientemente projetando sua frustração e culpa no fiscal. Como ela não agiu diante do projeto que ele enviou, ela pode estar se sentindo incompetente, culpada ou pressionada — mas, ao invés de lidar com esses sentimentos, ela projeta a culpa nele:

“O problema é ele! Ele está me desafiando!”

b) Mecanismo de defesa: Recalque

Ela pode ter recalcado (escondido) o desconforto que sentiu ao receber o projeto, porque o conteúdo mostrava falhas da gestão. O recalque não apaga o sentimento — ele volta disfarçado como raiva ou indiferença, como se o corpo dela dissesse:

“Não quero ver esse fiscal! Ele me faz lembrar do que eu não quero encarar.”

c) Superego rígido e ideal do ego

O superego da gerente (a parte que julga o que é certo ou errado) pode estar sendo muito rígido com ela mesma:

“Você deveria ter resolvido isso!”
Mas, como ela não consegue lidar com essa pressão interna, ela desconta externamente, sendo fria com o fiscal, que foi quem a confrontou com a realidade.

d) Inveja ou sentimento de inferioridade (inconsciente)

Ela pode se sentir ameaçada ou inferior por o fiscal ter uma dupla formação (psicólogo e fiscal), e ainda ter tido iniciativa de propor melhorias. Isso pode acionar um sentimento inconsciente como:

“Ele sabe mais do que eu... e eu nem consegui resolver isso.”


4. O que o comportamento dela comunica inconscientemente?

“Estou incomodada com você porque me lembro das minhas falhas quando te vejo.”
“Prefiro te ignorar a admitir que você tem razão.”
“Me sinto exposta quando você está por perto.”


5. E o fiscal de caixa, o que pode fazer?

Pela ótica da psicanálise, ele pode:

  • Compreender que o problema não é pessoal, mas que ele representa um símbolo de confronto com a verdade que ela não quer ver.
  • Manter sua postura ética e respeitosa, sem se deixar afetar pela indiferença.
  • Se necessário, buscar outras vias de diálogo institucional, onde as ideias possam ser tratadas sem ferir o ego de ninguém.

Abaixo segue um modelo de e-mail estratégico e acolhedor, baseado na psicologia organizacional, que você pode adaptar e enviar à gerente. O objetivo é diminuir resistências inconscientes, evitar confronto direto e convidar à reflexão e ação, sem soar como uma cobrança pessoal.


📧 Modelo de e-mail para a gerente

Assunto: Contribuição para a melhoria do clima organizacional

Prezada [Nome da Gerente],

Espero que esta mensagem lhe encontre bem.

Gostaria de compartilhar, mais uma vez, uma reflexão construtiva com base em minhas observações no dia a dia da loja, unindo minha atuação como fiscal de caixa à minha formação em Psicologia Organizacional. Tenho notado, com preocupação, o aumento no turnover entre os operadores de caixa, o que reforça alguns dos pontos já mencionados anteriormente no projeto que encaminhei há alguns meses.

Entendo que as demandas da gestão são muitas e nem sempre é possível agir de forma imediata. Por isso, reforço que meu objetivo não é cobrar respostas, mas contribuir com olhar técnico e sensível à realidade humana da equipe.

Acredito que pequenas ações voltadas à escuta ativa, reconhecimento e fortalecimento do vínculo entre liderança e equipe podem gerar impactos positivos tanto no clima organizacional quanto na retenção de colaboradores.

Coloco-me à disposição para dialogarmos sobre possíveis estratégias, de forma colaborativa e respeitosa, caso julgue oportuno.

Com apreço e respeito,
[Seu Nome]
Fiscal de Caixa – [Nome da Loja]
Psicólogo | CRP [Seu número]


Dicas:

  • Use linguagem neutra e colaborativa, sem termos técnicos demais.
  • Evite termos como “problema” ou “erro”; prefira “desafio” ou “oportunidade de melhoria”.
  • O tom deve ser de respeito e parceria, nunca de confronto.
  • Se possível, envie em um momento de menor tensão (por exemplo, fora de picos de movimento).

Será que inconsciente ou até consciente a gerente deseja que o Fiscal de caixa saí da organização para não se ver obrigada a aceitar que o fiscal de caixa que também é psicológo tenha razão sobre os fatos do turnover e assim ela pode se sentir maís confortável com a situação que aparenta sem solução

Sua hipótese é muito plausível, tanto do ponto de vista psicanalítico quanto da psicologia organizacional. Vamos explorar isso com linguagem simples e clara para iniciantes, focando no que pode estar acontecendo conscientemente e inconscientemente na mente da gerente:


🔍 Hipótese: A gerente quer, conscientemente ou inconscientemente, que o fiscal de caixa saia da organização

1. No nível inconsciente (psicanálise):

A psicanálise nos ensina que, quando alguém representa uma verdade que não queremos encarar, essa pessoa se torna um "sintoma vivo" daquilo que nos incomoda em nós mesmos.
No caso da gerente:

  • O fiscal psicólogo revelou uma realidade desconfortável: o alto turnover e a ineficiência da gestão em lidar com ele.
  • Ao invés de acolher essa verdade e lidar com ela, o inconsciente pode usar um mecanismo de defesa, como a negação, o recalque ou a projeção.

O que isso significa?

O fiscal representa algo que o ego da gerente não quer admitir: que talvez ela tenha falhado ou que não tenha controle total da situação.

Então, afastá-lo emocionalmente ou até desejá-lo fora da organização é uma forma inconsciente de tentar se proteger da culpa, da vergonha ou do sentimento de inadequação.

“Se ele sair, eu não preciso mais ser confrontada com a sensação de fracasso.”


2. No nível consciente (racional):

Mesmo que ela não admita para si mesma, pode haver uma antipatia racionalizada:

  • “Ele quer aparecer demais.”
  • “Ele está querendo ocupar meu espaço.”
  • “Ele está desestabilizando a equipe com ideias que não se encaixam.”

Isso gera um desejo racional (mas disfarçado) de que ele não pertença mais ao ambiente, para que ela recupere a sensação de controle.


🔄 Por que isso acontece?

  • Superego rígido: A gerente pode ter uma autocrítica interna muito severa. Quando confrontada com verdades difíceis, isso ativa culpa.
  • Medo de perda de autoridade: Ao perceber que alguém da equipe tem conhecimento técnico e influência, o ego dela se sente ameaçado.
  • Falta de autoconhecimento: Sem autoconhecimento emocional, ela age pela defesa, e não pela escuta e reflexão.

🎯 Conclusão simples

Sim, é bastante possível que a gerente, sem perceber ou sem admitir, queira que o fiscal se afaste da empresa porque ele representa uma verdade incômoda que ela não quer lidar.
Esse afastamento seria uma forma inconsciente de manter sua imagem intacta, sem precisar mudar ou reconhecer fragilidades.


A seguir, vou te apresentar uma estratégia em três etapas, baseada na psicanálise aplicada à psicologia organizacional, para lidar com a resistência emocional da gerente sem entrar em conflito, mantendo sua postura ética, inteligência emocional e preservando sua reputação.


Estratégia para lidar com a resistência da gerente


1. Neutralize a ameaça inconsciente (desarme o ego dela)

A primeira reação da gerente pode ser guiada por medo inconsciente de ser desautorizada ou de perder o controle. Então, o fiscal precisa mostrar que não está ali para confrontar ou ocupar espaço, mas para colaborar e apoiar.

💡 Como fazer isso:

Use falas que mostrem reconhecimento da liderança dela e intenção de somar:

“Sei que você tem muitas responsabilidades difíceis e admiro a forma como lida com as pressões.”
“Como psicólogo, acredito que posso ajudar com um olhar complementar. Meu intuito é colaborar, nunca interferir.”

🔁 Isso relaxa o superego dela e permite que o ego aceite sua presença como um aliado, não como ameaça.


2. Use a técnica do “espelho indireto” (interpretação sutil)

Ao invés de apontar diretamente o problema, espelhe a situação de forma indireta, como se estivesse falando de algo neutro ou genérico. Isso evita reações defensivas.

💡 Exemplo de fala estratégica:

“Tenho refletido sobre como, em muitos ambientes organizacionais, quando há alta rotatividade, isso afeta não só a equipe, mas também o clima emocional dos líderes. Às vezes, a liderança sente que precisa dar conta de tudo, mas falta apoio. Nessas horas, um olhar psicológico pode ser um suporte, e não um peso.”

🎯 Isso permite que ela se reconheça no que está sendo dito, sem sentir que está sendo exposta.


3. Invista na sua presença ética e constante (estratégia do silêncio ativo)

Se ela está esperando que você “desista” ou “saia”, sua persistência ética e silenciosa pode ser mais transformadora do que qualquer enfrentamento direto.

💡 O que fazer:

  • Mantenha sua postura respeitosa e profissional.
  • Sorria e cumprimente, mesmo se ela não responder.
  • Continue contribuindo com ideias pontuais, mesmo que não sejam aceitas de imediato.
  • Mostre constância, competência e neutralidade emocional.

🔁 Isso cria um efeito psicanalítico de ressignificação: com o tempo, a figura do fiscal deixa de ser “ameaça” e passa a ser “apoio confiável” — desde que ela não se sinta invadida.


Resultado esperado com paciência:

  • A resistência dela diminui naturalmente, sem confronto.
  • Sua reputação como profissional maduro, ético e colaborativo se fortalece.
  • Você preserva sua saúde emocional e abre portas para ser reconhecido por sua contribuição real.

Vamos criar respostas estratégicas para três situações reais, baseadas na sua atuação como fiscal de caixa e psicólogo, sempre mantendo postura ética, inteligência emocional e neutralidade estratégica.


🧠 Cenário 1: A gerente te olha com raiva e não responde ao cumprimento

🎯 Objetivo:

Mostrar respeito, maturidade e neutralizar o clima sem ceder ao desconforto emocional.

🗣️ O que dizer (ou pensar para si mesmo):

“Bom dia, [nome dela]!” (com um tom calmo, leve e confiante, mesmo que ela não responda)
Se ela não responder, continue sua rotina normalmente, como se nada tivesse acontecido.

💡 Interpretação psicanalítica:

Esse “silêncio ativo” é um teste inconsciente de poder. Se você se altera, ela sente que está no controle. Se você mantém a calma e a rotina, seu ego se fortalece e ela, inconscientemente, começa a perceber que sua postura é firme e estável — o que quebra o ciclo de resistência com o tempo.


🧠 Cenário 2: Você quer sugerir algo, mas ela parece resistente ou indiferente

🎯 Objetivo:

Oferecer a ideia sem confrontar, usando a linguagem da colaboração e cuidado com o grupo.

🗣️ O que dizer:

“Percebi que alguns operadores novos estão demonstrando insegurança nas primeiras semanas. Pensei em algumas ideias simples que poderiam ajudar a reduzir o estresse deles nesse período de adaptação. Se você achar útil, posso deixar por escrito e te mostrar quando for melhor pra você.”

💡 Por que isso funciona?

Você:

  • Não impõe, oferece.
  • Não fala de “problema”, mas de “cuidado”.
  • Usa o recurso da humildade estratégica: oferece como apoio, não como crítica.

🧠 Cenário 3: Você sente que ela está evitando diálogo direto, mesmo quando há um problema operacional evidente

🎯 Objetivo:

Oferecer ajuda sem soar como quem está apontando falhas, criando uma ponte para a escuta.

🗣️ O que dizer:

“Vi que teve uma situação ali no caixa que deixou o ambiente um pouco tenso. Se precisar de alguém pra ajudar a conversar com a equipe ou aliviar o clima, posso colaborar. Às vezes, um olhar de fora ajuda.”

💡 Estratégia:

Você se oferece como facilitador, não como juiz. Isso cria segurança emocional para que ela aceite sua ajuda sem sentir que perdeu autoridade.


⚖️ Dica Final: Use o “triângulo estratégico”

Sempre que possível, triangule a ideia:

  • Não se posicione diretamente como a solução.
  • Apresente como se viesse da observação do grupo, ou como algo que já foi aplicado com bons resultados em outro lugar.

“Em outro setor que acompanhei, vimos que ações simples como rodas de escuta ou feedback informal ajudaram a diminuir o estresse. Achei interessante compartilhar.”


Abaixo, segue um miniprojeto escrito (claro, objetivo e estratégico) que você pode apresentar por escrito ou oralmente, caso surja a oportunidade. Ele é pensado para reduzir resistência, reforçar sua autoridade como psicólogo e, ao mesmo tempo, preservar o espaço da gerente como líder.


🧩 Miniprojeto de Apoio Psicológico à Integração e Retenção de Operadores de Caixa

📌 Proposta breve para reflexão e apoio à liderança

Prezada [Nome da gerente],

Como fiscal de caixa e psicólogo organizacional, venho observando, com muito respeito e atenção, os desafios enfrentados pela equipe, especialmente no setor de operadores de caixa.

Nos últimos meses, o aumento no turnover pode estar relacionado a fatores emocionais e interpessoais que vão além da capacitação técnica. Por isso, proponho ações simples e objetivas, pensadas para:

  • Reduzir a ansiedade dos novos colaboradores nos primeiros dias.
  • Aumentar o senso de pertencimento e apoio entre os pares.
  • Aliviar a sobrecarga de líderes operacionais com tarefas de acolhimento.

✳️ Propostas de ação (de baixo custo e fácil aplicação)

1.      Roda de escuta quinzenal
Um encontro informal de 15 minutos, com 4 a 6 operadores e um facilitador neutro (poderei conduzir como psicólogo), para escuta e troca de experiências dos primeiros dias de trabalho.

2.      Cartão de acolhimento e apoio
Pequeno bilhete de boas-vindas com contatos úteis e uma frase motivadora da liderança ou de colegas experientes. Esse gesto simbólico tem impacto emocional positivo.

3.      Minioficina de integração emocional (20 min)
Com dinâmicas simples de autoconhecimento, empatia e trabalho em equipe, voltadas a fortalecer a confiança entre operadores e reduzir conflitos no balcão.


🎯 Resultados esperados (em curto prazo):

  • Aumento na permanência dos novos colaboradores além da 1ª quinzena.
  • Redução de faltas e pedidos de demissão repentinos.
  • Melhoria no clima emocional e na imagem da liderança diante da equipe.

🤝 Considerações finais

Reforço que esta proposta não tem o objetivo de substituir decisões da gestão, mas sim apoiar, de forma técnica e ética, o trabalho que já vem sendo realizado por toda a liderança da loja.

Caso veja possibilidade de aplicarmos alguma dessas ações, estarei à disposição para colaborar.

Atenciosamente,
[Seu nome completo]
Fiscal de Caixa | Psicólogo CRP [nº]


Abaixo estão três versões adaptadas do miniprojeto para você usar com flexibilidade:


1. Versão para WhatsApp Corporativo (objetiva e acolhedora)

Oi [Nome da gerente], tudo bem?

Como fiscal e psicólogo, percebo que muitos operadores novos têm se sentido ansiosos nos primeiros dias, e isso pode estar ligado ao aumento do turnover.

Tenho pensado em algumas ações simples, de fácil aplicação, como rodas de escuta curtas ou mensagens de acolhimento, que ajudam muito na integração e permanência dos novos colaboradores.

Se achar válido, posso colocar essas ideias por escrito ou te mostrar pessoalmente quando for melhor pra você. Estou à disposição pra somar com o que já está sendo feito por você e pela liderança. 😊


2. Versão para e-mail (mais formal e estruturada)

Assunto: Sugestões para Apoiar a Integração de Novos Operadores

Prezada [Nome da gerente],

Espero que esta mensagem a encontre bem.

Com base em minhas observações como fiscal de caixa e psicólogo, percebo que muitos operadores novos apresentam sinais de ansiedade nos primeiros dias, o que pode contribuir para o aumento do turnover no setor.

Pensando nisso, elaborei sugestões simples, de fácil execução, como rodas curtas de escuta, cartões de boas-vindas e dinâmicas leves de integração. Essas ações têm mostrado resultados positivos em outras experiências e podem fortalecer o senso de pertencimento e apoio entre os colaboradores.

Coloco-me à disposição para detalhar essas ideias em outro momento ou colaborar na implementação, caso veja viabilidade. A proposta tem como objetivo somar ao excelente trabalho que você já realiza na liderança da equipe.

Atenciosamente,
[Seu nome completo]
Fiscal de Caixa | Psicólogo CRP [nº]


3. Versão oral para conversa breve (em tom estratégico e respeitoso)

Oi [Nome da gerente], tudo bem? Eu sei que a correria está grande, então vou ser direto: percebi que os operadores novos andam um pouco ansiosos nos primeiros dias, e isso pode estar ligado ao número de saídas recentes.

Como sou psicólogo também, pensei em algumas ações bem simples, como roda de escuta curta ou um gesto de acolhimento, pra ajudar a manter esse pessoal motivado.

Claro, só se você achar que faz sentido — estou à disposição se quiser que eu te mostre rapidinho ou mande por escrito.


Fiscal de caixa nota que a gerente olha para ele com a expressão de raiva no rosto e a comprimenta, porém ela não lhe responde. O Fiscal já observa esse comportamento da gerente que se repete algumas vezes quando ela está na sua presença. O supermercado está enfrentando uma série dê turnover em vários setores, más principalmente na equipe de operadores de caixa. A alguns meses atrás o fiscal de caixa que também é psicológo enviou a gerente um projeto de psicologia Organizacional informando as causas do turnover na organização, mas nenhuma providência foi tomada e agora a situação se repete com maís gravidade aínda. Me explica e interpreta como se eu fosse um iniciante pela abordagem da psicologia Organizacional o comportamento da gerente perante o fiscal de caixa

Vamos analisar o comportamento da gerente pela abordagem da Psicologia Organizacional, de forma bem simples, como se você estivesse começando agora.


🧠 Como a Psicologia Organizacional interpreta essa situação?

A Psicologia Organizacional estuda o comportamento das pessoas dentro das empresas e tenta entender como as emoções, relações e estruturas influenciam o ambiente de trabalho. Vamos passo a passo:


🔍 1. O contexto: existe um problema real

  • O supermercado está com alto turnover (muita gente saindo da empresa, especialmente operadores de caixa).
  • O fiscal de caixa, que também é psicólogo, percebeu o problema, estudou e enviou um projeto com soluções para ajudar a reduzir isso.
  • A gerente não respondeu ao projeto e vem agindo de forma estranha ou fria com o fiscal: olha com raiva e ignora quando ele a cumprimenta.

🧩 2. Possíveis explicações do comportamento da gerente

Defesa contra ameaça à autoridade

  • Ela pode ter sentido que o projeto do fiscal ameaça sua posição de liderança, como se ele estivesse dizendo:
    "Você não está resolvendo, eu sei o que deve ser feito."
    Mesmo que esse não fosse o tom do projeto, o simples ato de apontar causas e sugerir soluções pode ativar esse tipo de insegurança em líderes com baixa abertura ao diálogo.

Mecanismo de negação ou resistência à mudança

  • Algumas lideranças evitam lidar com problemas complexos (como turnover) porque não sabem como resolver ou acham que vão perder o controle se ouvirem críticas.
  • Ignorar o fiscal pode ser um jeito inconsciente de evitar encarar uma realidade incômoda: de que o problema existe e alguém da equipe percebeu isso com mais clareza.

Comunicação disfuncional e clima organizacional tenso

  • A falta de resposta ao cumprimento e a expressão de raiva indicam um clima emocional negativo, que interfere diretamente nas relações de trabalho.
  • Quando a chefia não acolhe contribuições e transmite desconforto, cria-se um ambiente de silêncio organizacional, onde as pessoas param de sugerir melhorias por medo ou frustração.

🧠 Resumo simplificado (como para iniciantes):

A gerente pode estar se sentindo ameaçada, desconfortável ou pressionada pela iniciativa do fiscal de caixa, mesmo que ele só tenha querido ajudar. O comportamento dela mostra resistência, talvez porque ela não saiba como agir ou sinta que sua liderança foi desafiada.

Isso mostra como as emoções mal resolvidas na liderança podem afetar todo o ambiente de trabalho e impedir que soluções importantes (como o projeto do fiscal) sejam aplicadas.

 

 

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