Ano 2025. Escrito por Ayrton Junior Psicólogo CRP 06/147208
O
presente artigo chama a atenção do leitor para um excelente tópico. O
comportamento de mulheres adultas que cuidam de bonecas reborn — réplicas
hiper-realistas de bebês — é frequentemente alvo de julgamento e estranhamento
por parte do senso comum. Essa reação social revela mais sobre as normas
culturais e os estereótipos internalizados pela sociedade do que sobre a saúde
mental dessas mulheres. A psicologia social nos mostra que vivemos imersos em
normas sociais que determinam o que é considerado “aceitável” ou “normal”. Uma
dessas normas diz que o instinto maternal deve ser expresso apenas por meio da
maternidade real. Quando uma mulher decide canalizar seu afeto, cuidado ou
necessidade emocional por meio de uma boneca, ela rompe com esse padrão,
provocando reações que vão da curiosidade à reprovação. O senso comum, baseado
em interpretações superficiais, tende a rotular essas mulheres como “infantis”,
“carentes” ou “psicologicamente instáveis”. No entanto, a psicologia social
convida à reflexão: por que a sociedade rejeita comportamentos que não ferem
ninguém, mas apenas escapam do modelo dominante? A resposta está no poder dos
estereótipos e no medo coletivo da diferença. Cuidar de uma boneca reborn pode
cumprir funções emocionais legítimas. Para algumas mulheres, é uma forma de
enfrentar o luto pela perda de um filho, de elaborar a impossibilidade de uma
maternidade biológica, ou simplesmente de vivenciar o afeto materno fora das
exigências do mundo real. Nesses casos, a boneca funciona como um objeto de
transição simbólico, que permite à pessoa acessar e organizar emoções profundas
de maneira segura. A psicologia social também alerta para a pressão do
conformismo. Mulheres que cuidam de bonecas reborn frequentemente enfrentam o
risco de exclusão ou ridicularização social, o que as leva a esconder esse
comportamento. Essa repressão não surge de um sofrimento interno, mas da
intolerância externa — uma forma de controle social que impõe modelos rígidos
de identidade e expressão emocional. Portanto, é necessário romper com o
julgamento automático do senso comum e adotar uma postura mais empática e
fundamentada. A psicologia social não patologiza comportamentos fora do padrão;
ela os contextualiza. Ao compreender as funções emocionais e simbólicas das
bonecas reborn, reconhecemos que o cuidado materno pode se manifestar de formas
diversas — todas elas válidas, desde que respeitem a integridade de quem as
vivência.
Mulheres
e Bonecas Reborn: Entre o Senso Comum e a Psicologia Social
O
comportamento de mulheres adultas que cuidam de bonecas reborn — réplicas
hiper-realistas de bebês — é frequentemente alvo de julgamento e estranhamento
por parte do senso comum. Essa reação social revela mais sobre as normas
culturais e os estereótipos internalizados pela sociedade do que sobre a saúde
mental dessas mulheres.
A
psicologia social nos mostra que vivemos imersos em normas sociais que
determinam o que é considerado “aceitável” ou “normal”. Uma dessas normas diz
que o instinto maternal deve ser expresso apenas por meio da maternidade real.
Quando uma mulher decide canalizar seu afeto, cuidado ou necessidade emocional
por meio de uma boneca, ela rompe com esse padrão, provocando reações que vão
da curiosidade à reprovação.
O
senso comum, baseado em interpretações superficiais, tende a rotular essas
mulheres como “infantis”, “carentes” ou “psicologicamente instáveis”. No
entanto, a psicologia social convida à reflexão: por que a sociedade rejeita
comportamentos que não ferem ninguém, mas apenas escapam do modelo dominante? A
resposta está no poder dos estereótipos e no medo coletivo da diferença.
Cuidar
de uma boneca reborn pode cumprir funções emocionais legítimas. Para algumas
mulheres, é uma forma de enfrentar o luto pela perda de um filho, de elaborar a
impossibilidade de uma maternidade biológica, ou simplesmente de vivenciar o
afeto materno fora das exigências do mundo real. Nesses casos, a boneca
funciona como um objeto de transição simbólico, que permite à pessoa acessar e
organizar emoções profundas de maneira segura.
A
psicologia social também alerta para a pressão do conformismo. Mulheres que
cuidam de bonecas reborn frequentemente enfrentam o risco de exclusão ou
ridicularização social, o que as leva a esconder esse comportamento. Essa
repressão não surge de um sofrimento interno, mas da intolerância externa — uma
forma de controle social que impõe modelos rígidos de identidade e expressão
emocional.
Portanto,
é necessário romper com o julgamento automático do senso comum e adotar uma
postura mais empática e fundamentada. A psicologia social não patologiza
comportamentos fora do padrão; ela os contextualiza. Ao compreender as funções
emocionais e simbólicas das bonecas reborn, reconhecemos que o cuidado materno
pode se manifestar de formas diversas — todas elas válidas, desde que respeitem
a integridade de quem as vivencia.
🧠 O que
são bonecas reborn?
São
bonecas feitas para parecerem bebês reais, com peso, textura da pele e
até cheirinho. Algumas pessoas, principalmente mulheres, cuidam delas como se
fossem filhos: dão banho, trocam fralda, colocam pra dormir, etc.
👀 Como o
senso comum percebe isso?
O
senso comum é o conjunto de ideias, opiniões e julgamentos que as
pessoas têm no dia a dia, sem base científica. É o que a maioria pensa
de forma automática, baseada em costumes, valores culturais e preconceitos.
Sobre
mulheres que têm bonecas reborn, o senso comum geralmente:
- Julga como "estranho" ou
"infantil";
- Acha que a pessoa está "fugindo da
realidade" ou tem "problemas psicológicos";
- Diz que é “coisa de quem não superou a
maternidade” ou tem “carência emocional”.
🧪 E o que
a psicologia social diz sobre isso?
A
psicologia social não julga, ela observa e tenta entender como as
pessoas se relacionam com os outros e com a sociedade. Vamos ver isso
passo a passo, como para um iniciante:
1.
💡Normas
sociais e papéis de gênero
A
sociedade espera que mulheres sejam mães de bebês reais, não de bonecas.
Quando uma mulher cuida de uma boneca como se fosse um bebê, quebra essa
norma. Isso causa estranhamento nas outras pessoas.
🔍 Exemplo: A norma
social diz: “Mulheres adultas cuidam de filhos reais”. Então, quando alguém
cuida de uma boneca como um bebê, o senso comum pode dizer: “Isso é errado ou
doentio”, mesmo sem entender o motivo.
2.
🔁Estereótipos
e julgamento social
As
pessoas criam estereótipos, ou seja, rótulos simplificados. No caso das
bonecas reborn, a mulher pode ser vista como:
- “Infantilizada” (como se não tivesse
amadurecido);
- “Carente” (como se estivesse substituindo um
filho que não teve ou perdeu);
- “Excêntrica” (fora do padrão).
A
psicologia social mostra que esses julgamentos são influenciados pela
cultura, e não necessariamente verdadeiros.
3.
🧍♀️Função emocional e identidade
Muitas
mulheres usam a boneca reborn para lidar com traumas, luto, solidão ou instinto
maternal não vivido. Isso pode ajudar no bem-estar, mesmo que o
senso comum critique.
➡️ A psicologia social ajuda a
entender que as emoções humanas são complexas, e o uso da boneca pode
ser uma estratégia de enfrentamento emocional.
4.
👥Pressão
do grupo e conformismo
Quando
uma mulher cuida de uma boneca reborn, ela corre o risco de ser rejeitada
pelo grupo social. Isso pressiona a pessoa a esconder esse comportamento,
para não ser vista como “diferente”.
➡️ A psicologia social mostra que
muitas vezes as pessoas se escondem ou mudam para se adaptar ao grupo,
mesmo que isso vá contra seus sentimentos.
✅ Conclusão (resumo
simples):
- O senso comum julga com base em normas e
estereótipos.
- A psicologia social tenta entender os
motivos emocionais e sociais por trás do comportamento.
- Cuidar de uma boneca reborn não significa
que a pessoa está "errada" ou "doente", mas que
pode estar expressando afeto, lidando com perdas ou buscando conforto.
- O estranhamento vem da quebra das normas
sociais, não de um erro pessoal.
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