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Pede Dinheiro E Ainda Fala Mal do Fiscal

 Ano 205. Escrito por Ayrton Junior Psicólogo CRP 06/147208

O presente artigo chama a atenção do para um excelente tópico. A fiscal de caixa do sexo feminino sempre pede dinheiro emprestado para o fiscal de caixa do sexo masculino e ainda lhe pede para não contar para ninguém que lhe pediu dinheiro emprestado. Contudo essa Fiscal de caixa do sexo feminino fala mal do fiscal de caixa do sexo masculino para as operadoras dê Caixa.

Vamos interpretar essa situação como se você fosse um iniciante na psicanálise, focando no inconsciente, nos desejos reprimidos, e nos mecanismos de defesa que podem estar em jogo.


1. Comportamento da fiscal de caixa (mulher)

Ela pede dinheiro emprestado em segredo ao fiscal (homem) e depois fala mal dele para outras pessoas. Esse comportamento pode ser interpretado em dois níveis:

🧠 Inconsciente e contradição (mecanismo de defesa: divisão ou cisão)

Na psicanálise, isso pode representar uma cisão do objeto, ou seja, ela enxerga o fiscal como "bom" quando ele atende ao pedido dela (empresta o dinheiro), mas ao mesmo tempo o vê como "mau" e o desvaloriza na ausência dele (quando fala mal).

Essa contradição pode ser inconsciente: ela precisa dele, mas também sente vergonha, culpa ou inveja por depender dele. Então, para aliviar essa tensão, ela “joga” esse incômodo falando mal, como forma inconsciente de se proteger da sensação de inferioridade ou dependência.

🔒 Recalque e vergonha

Pedir dinheiro pode ativar um sentimento de inferioridade ou fracasso. Para não lidar com esse desconforto emocional, ela recalca (empurra para o inconsciente) essa vulnerabilidade e tenta compensar diminuindo o fiscal diante dos outros.


2. Comportamento do fiscal de caixa (homem)

Ele empresta o dinheiro, mesmo sabendo que ela fala mal dele. Isso também pode ter raízes inconscientes.

🤝 Desejo de aprovação (mecanismo: formação reativa)

Talvez ele queira ser visto como bom, generoso ou necessário. Mesmo sendo maltratado, ele age de forma oposta ao que sente (talvez raiva ou mágoa), continuando a ajudar. Isso é o que chamamos de formação reativa, um mecanismo que mascara sentimentos reais.

💔 Medo de rejeição ou carência afetiva

Ele pode temer perder a relação, o vínculo ou a imagem positiva que ela tem dele. Mesmo que ela o desrespeite, ele cede ao pedido para não se sentir rejeitado ou excluído. Isso pode ter relação com traumas passados de rejeição (por exemplo, na infância).


🧠 O que a psicanálise nos mostra?

  • Os desejos, medos e conflitos inconscientes moldam nosso comportamento.
  • Muitas vezes, as ações contraditórias (pedir ajuda e depois falar mal) são formas de lidar com sentimentos difíceis como vergonha, dependência ou raiva.
  • O fiscal, ao emprestar, pode estar tentando agradar para evitar dor emocional, mesmo que isso o coloque em uma posição de desvalorização.

📌 Conclusão para iniciantes:

Essa relação entre os dois mostra como as emoções inconscientes influenciam atitudes. A mulher, ao depender, sente-se fraca e então fala mal para compensar. O homem, ao ser gentil mesmo sendo desrespeitado, talvez queira ser aceito e valorizado inconscientemente.

Ambos podem estar repetindo padrões antigos sem perceber, como se estivessem “presas emocionais” em um jogo de necessidade, orgulho e defesa.

Se o fiscal de caixa (homem) já tem consciência do seu valor e não deseja aceitação ou valorização por parte da fiscal (mulher), então podemos rever a análise sob outro ponto de vista psicanalítico.

Vamos ajustar a interpretação com base nisso:


1. O fiscal sabe do seu valor

Se ele empresta dinheiro sem esperar reconhecimento e sem se iludir quanto à personalidade dela, então:

🧠 Ele pode estar agindo por responsabilidade ética ou por valores pessoais conscientes

Na psicanálise, nem tudo precisa ser motivado por um desejo inconsciente de aprovação. Quando o ego está mais fortalecido, a pessoa atua com clareza e autonomia. Ou seja, o fiscal pode:

  • Ter compaixão e consciência de que ela está em dificuldade;
  • Ter clareza de que o que ela fala sobre ele não o define;
  • Ser alguém que não precisa se vingar ou se igualar ao comportamento mesquinho dela — o que mostra maturidade emocional.

Essa atitude pode representar um ego equilibrado, capaz de ajudar sem se corromper emocionalmente pelo comportamento do outro.


2. Mas por que ele continua emprestando mesmo sabendo que ela fala mal dele?

Aqui, podemos explorar hipóteses mais sutis:

🔁 Repetição com consciência

Talvez o fiscal tenha consciência de que ela o desrespeita, mas ainda assim tolera por um tempo, observando, analisando ou esperando um momento certo para romper o ciclo — isso pode ser uma posição de observador ativo.

🔒 Mecanismo de defesa: intelectualização

Ele pode usar a racionalização e o pensamento lógico (característicos do ego mais maduro) para não se afetar emocionalmente com a falsidade dela. Ele sabe que está fazendo a parte dele e não espera reciprocidade emocional. Isso é comum em pessoas que desenvolveram resiliência afetiva.


E sobre a atitude da fiscal (mulher)?

Aí a psicanálise ainda aponta um conflito inconsciente dela:

  • Ela usa e depois fala mal, possivelmente por inveja, raiva de depender, ou até por culpa interna por precisar de ajuda.
  • Falar mal pode ser um modo inconsciente de se livrar da dívida simbólica que ela sente por ter recebido algo — como se desvalorizando o fiscal, ela cancelasse a dependência.

🧠 Conclusão revisada:

  • O fiscal de caixa do sexo masculino não está agindo por carência ou desejo de aceitação, mas por autonomia emocional e consciência de seu valor.
  • A fiscal do sexo feminino pode estar projetando sentimentos negativos em forma de fofoca, para aliviar seu desconforto por precisar de ajuda.
  • Essa dinâmica mostra um conflito entre maturidade emocional (dele) e imaturidade afetiva (dela), onde o fiscal parece não se deixar manipular nem emocionalmente adoecer por isso.

 

 

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