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Masoquismo Moral Varejo E Supermercado

 Ano 2025. Escrito por Ayrton Junior Psicólogo CRP 06/147208

O presente artigo chama a atenção do leitor para um excelente tópico. Masoquismo moral entre colaboradores e funcionários na organização varejistas de supermercado ao não aceitar a Psicologia como disciplina fundamental para promover a saúde mental no ambiente organizacional enquanto observar se colaboradores adoecidos pelo sistema.

Vamos entender essa questão de forma simples, pela psicanálise, como se você estivesse começando agora a aprender sobre isso.

1. O que é masoquismo moral na psicanálise?

Na psicanálise, masoquismo moral é quando a pessoa se coloca inconscientemente em situações de sofrimento, culpa ou punição, mesmo sem ter feito nada de errado.

Ela acredita que merece sofrer por alguma razão moral ou inconsciente, como se o sofrimento fosse uma forma de pagar por algo ou de se sentir "boa" por estar suportando a dor.

É um tipo de prazer inconsciente no sofrimento – não físico, mas emocional ou psicológico.

2. Como isso aparece entre colaboradores no supermercado?

Imagine um ambiente de trabalho (como um supermercado) em que os funcionários estão visivelmente adoecidos: estresse, ansiedade, cansaço, conflitos, desmotivação…

Mas mesmo assim, a maioria rejeita a Psicologia como uma ferramenta válida para melhorar o ambiente ou cuidar da saúde mental.

Em vez de aceitar ajuda ou buscar caminhos mais saudáveis, essas pessoas permanecem sofrendo, como se esse sofrimento fosse "normal", "merecido" ou até sinal de esforço.

 

Isso é um exemplo de masoquismo moral coletivo.

3. Explicando com a linguagem da psicanálise:

O superego (parte moral da mente) está muito rígido. Ele exige perfeição, sacrifício e punição.

O ego, que tenta equilibrar os desejos e a realidade, se submete ao superego e aceita esse sofrimento, como se trabalhar demais, sofrer calado e não buscar ajuda psicológica fosse uma prova de valor ou merecimento.

O id, que representa o desejo pelo prazer e bem-estar, é reprimido. O desejo de descansar, ser feliz no trabalho ou buscar ajuda da Psicologia é visto como fraqueza ou preguiça.

Resultado: o colaborador adoece, mas continua rejeitando a Psicologia, porque inconscientemente sente que precisa sofrer para se sentir aceito, valorizado ou "bom".

4. Por que isso acontece?

Pode haver várias razões inconscientes:

Crenças antigas (por exemplo, "psicologia é coisa de gente fraca").

Cultura da empresa que valoriza o sofrimento como sinal de esforço.

Medo de mudança, porque aceitar ajuda psicológica exige olhar para dentro e mudar.

Culpa inconsciente, que faz a pessoa se colocar em situações de sofrimento, como se estivesse pagando por algo.

5. Conclusão simplificada

O masoquismo moral entre os colaboradores de supermercado aparece quando eles, mesmo adoecendo, não aceitam a Psicologia como um apoio válido.

 

Inconscientemente, eles sentem que merecem sofrer, ou que buscar ajuda seria sinal de fraqueza.

Assim, o ambiente continua tóxico, o sofrimento se repete, e a chance de transformação é bloqueada pelo próprio mecanismo de defesa do medo, repressão e culpa.

Vamos montar uma ação psicoeducativa simples, com base na psicanálise e adaptada ao ambiente de supermercado, para ajudar os colaboradores a desconstruir o masoquismo moral e valorizar a Psicologia como ferramenta de cuidado e saúde mental.

🔹 Objetivo Geral:

Promover a consciência sobre o sofrimento psíquico no trabalho e estimular a aceitação da Psicologia como apoio legítimo para lidar com emoções, conflitos e estresse no ambiente organizacional.

🔹 Nome da Ação:

"Cuidar de Si Não É Fraqueza: É Inteligência Emocional"

(Slogan: Você também merece estar bem!)

🔹 Etapas da Ação:

1. Levantamento discreto dos sintomas coletivos

Antes de começar, observe e anote comportamentos comuns:

Irritabilidade, fofocas, afastamentos, choro escondido, excesso de trabalho sem reclamação, medo de errar, autocrítica, insônia, etc.

Esses dados te ajudarão a criar um discurso que toca a realidade deles.

2. Roda de Conversa Inicial: "Por que é tão difícil pedir ajuda?"

Faça um encontro informal (com café, se possível), sem falar de "psicologia" no início.

 

Use perguntas simples:

"Por que a gente sente culpa por descansar?"

"Você já sentiu que precisa estar mal para ser valorizado aqui?"

"Alguém já pensou que pedir ajuda é sinal de fraqueza?"

Essas perguntas quebram o gelo e fazem o inconsciente emergir suavemente.

3. Intervenção Psicanalítica Sutil (fala do facilitador):

Você pode dizer algo como:

“Às vezes, sem perceber, a gente acredita que só é bom quando sofre muito. Como se fosse preciso provar o tempo todo que merece estar aqui. A psicanálise explica que isso se chama masoquismo moral. É quando a gente sente culpa por descansar, medo de se cuidar, vergonha de pedir ajuda… Mas ninguém nasceu para sofrer. E cuidar da mente não é fraqueza, é maturidade.”

(Use metáforas simples: “Assim como a gente precisa de remédio para dor física, a gente também precisa de apoio para dor da alma.”)

4. Apresentação breve da Psicologia como aliada

Mostre como a Psicologia ajuda com:

Autoestima

Controle do estresse

Melhoria na comunicação

Redução do sofrimento psíquico

Fortalecimento emocional

Evite jargões. Diga que o psicólogo não vai julgar ninguém, apenas ajudar a entender o que está doendo por dentro.

 

5. Exercício final: “Escreva o que você quer deixar para trás”

Entregue papéis pequenos e peça para escreverem (anonimamente) um sofrimento, medo, culpa ou sentimento que não querem mais carregar.

Recolha e queime (ritual simbólico).

Diga: “A partir de hoje, você pode escolher se libertar. E se quiser ajuda, tem um profissional que pode caminhar com você.”

🔹 Materiais Simples:

Sala ou espaço reservado

Café ou lanche (opcional, mas ajuda)

Papel, caneta

Cartaz com a frase: “Você também merece estar bem.”

Caixa simbólica para "guardar" os sofrimentos

🔹 Resultados esperados:

Redução da resistência à psicologia

Aumento da abertura emocional entre colegas

Quebra do ciclo de culpa e sofrimento silencioso

Criação de um ambiente mais humano

 

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