Ano 2024. Escrito por Ayrton Junior Psicólogo CRP 06/147208
O
presente artigo chama a atenção do para um excelente tópico. O sujeito sempre atuou
em ambientes organizacionais onde seus conhecimentos eram valorizados e
reconhecidos e respeitados pelas figuras da autoridade na organização. Foi
submetido como figuras de autoridade, mas não foi censurado em seu
comportamento. Agora se encontra num ambiente organizacional onde seus
conhecimentos não são valorizados e não são respeitados, mas sim cobrados no
seu comportamento onde desejam moldar o sujeito a posição organizacional
autoritária, pois existem neste ambiente figuras de autoridade punitivas que
apenas cobram que as normas sejam cumpridas. Perceba que este ambiente é apenas
valorizado o status da carga organizacional para importar medo de cobranças e
censuras. Parece que o sujeito inconsciente deseja pela compulsão a geração
voltar ao ambiente onde seus saberes são valorizados e respeitados, onde possa
agir com autonomia mostrando o verdadeiro eu, pois no ambiente autoritário só
pode fazer uso do falso self punitivo e por isso deseja libertar se for falso
Self e do ambiente punitivo e agir em outro ambiente onde possa expressar seu
verdadeiro Self.
Na
psicanálise, a questão apresentada pode ser compreendida por meio do conceito
de verdadeiro self e falso self , desenvolvido por Donald Winnicott. Vou
explicar de forma simplificada.
Verdadeiro
Self e Falso Self:
O
verdadeiro eu representa quem a pessoa realmente é, seus desejos autênticos,
sentimentos e capacidades. Ele floresce em ambientes que valorizam a
individualidade, o respeito e a liberdade de expressão.
O
falso self surge como uma defesa. É uma máscara que uma pessoa usa para se
adaptar a ambientes onde suas necessidades emocionais não são atendidas, como
em um ambiente autoritário. Nesse caso, uma pessoa tem a expectativa dela, mas
isso pode causar frustração e sofrimento.
O
contexto do sujeito:
Ambiente
anterior : Nesse ambiente, o sujeito era valorizado por seus conhecimentos e
tinha liberdade para agir com autonomia. Aqui, ele expressou seu verdadeiro eu
porque se sente seguro e reconhecido.
Ambiente
atual : Agora, ele está em um lugar autoritário, onde as figuras de poder
priorizam controle e indenização, não reconhecimento. Nesse cenário, ele foi
forçado a usar o falso eu para sobreviver emocionalmente, reprimindo suas
verdadeiras capacidades e desejos.
Compulsão
à repetição:
A
compulsão à reprodução é um freudiano que explica como as pessoas
conscientemente repetem situações ou padrões do passado, muitas vezes tentando
resolver um conflito que não foi superado. No caso do sujeito:
Ele
pode estar repetindo uma busca inconsciente por um ambiente que é valorizado e
reconhecido, tentando recriar a experiência positiva do passado para resolver o
conflito gerado pela frustração atual.
Interpretação
psicanalítica:
O
desejo inconsciente do sujeito de sair do ambiente autoritário está ligado ao
sofrimento de poder não expressar seu verdadeiro eu . Estar preso ao falso gera
insatisfação e pode causar sofrimento psíquico. O inconsciente, então, sinaliza
a necessidade de mudar para um ambiente mais saudável, onde ele possa ser
reconhecido, respeitado e agir de acordo com sua essência.
Conclusão:
A
psicanálise sugeriria que o sujeito explorasse:
Por
que está preso nesse ambiente atual : É por medo, necessidade financeira ou
alguma outra razão inconsciente?
O
que ele realmente deseja : Reconhecer seus valores e buscar um ambiente onde
possa expressar seu verdadeiro eu.
Como
lidar com a situação atual : Enquanto não pode sair, encontre formas de
preservar suas prejuízos e não se deixe consumir pelo falso self.
Essa
abordagem ajuda o sujeito a entender que o ambiente punitivo não define quem
ele é e que a mudança é possível para recuperar sua autonomia e bem-estar.
Mas
parece que o falso Self utilizado no ambiente está prevalecendo sobre o
verdadeiro Self e acaba reprimindo o Self verdadeiro por medo de não conseguir
um Espaço onde possa se mostrar como é realmente. Às figuras de autoridade
baseadas no status quo do cargo querem moldar sucumbir a força o self
verdadeiro na tentativa de apagar o da vida do sujeito levando a permanência no
ambiente expressando se através do falso self imposto pelo ambiente
organocional , onde querem que o falso self aja dê acordo com as normas e
expectativas que as figuras de autoridade esperam e excluir do sujeito, caso
não haja deste jeito é cobrado e punido pela autoridade até atingir o
comportamento ideal fantasioso criado pelo ambiente
Sua
análise descreve um conflito psicanalítico profundo entre o verdadeiro eu e o
falso eu no contexto de um ambiente organizacional autoritário. Vamos explorar
isso de forma simples e estruturada pela abordagem psicanalítica.
1.
O falso eu prevalecendo sobre o verdadeiro eu
Quando
o sujeito precisa se adaptar a um ambiente opressor, o falso self se fortalece
como um mecanismo de defesa. Ele é para proteger o indivíduo de punições e
pressões externas. Contudo, quando o falso self domina, o verdadeiro self é
reprimido, gerando sofrimento interno, pois o sujeito sente que está vivendo de
forma desconectada de sua essência.
Consequências:
Repressão
do verdadeiro eu : O medo de não encontrar um espaço onde o verdadeiro eu seja
aceito, faz com que o sujeito permaneça no ambiente opressor. Essa repressão
pode levar a sentimentos de frustração, alienação e até adoecimento psíquico.
Conformidade
forçada : O falso self é moldado para atender às normas e expectativas
idealizadas pelas figuras de autoridade, anulando as consequências do sujeito.
2.
O papel das figuras de autoridade
As
figuras de autoridade no ambiente descrito exercem controle baseado no status
quo e sem medo, o que é característico de uma estrutura hierárquica punitiva.
Eles:
Tentam
"moldar" o comportamento do sujeito para atender a padrões rígidos,
ignorando sua individualidade.
Impõe
punições e cobranças como forma de manter a obediência, promovendo a ideia de
um "comportamento ideal fantasioso" que o sujeito deve cumprir.
Impacto
no sujeito:
Anulação
do verdadeiro eu : A pressão constante para se conformar às expectativas
externas faz com que o verdadeiro eu seja silenciado.
Sentimento
de aprisionamento : O sujeito sente que não pode se libertar, pois o falso self
é continuamente reforçado pela ameaça de resiliência.
3.
Interpretação psicanalítica
Na
visão psicanalítica, esse cenário reflete um conflito interno onde:
O
verdadeiro desejo se manifesta, mas é reprimido pelo medo (mecanismo de defesa)
de não encontrar um ambiente acolhedor fora do atual.
O
superego (representado pelas figuras de autoridade) era de forma punitiva,
exigindo conformidade total e reprimindo qualquer manifestação do verdadeiro
eu.
O
sujeito se mantém no ambiente opressor, preso a uma dinâmica que reforça o
falso eu, o que pode levar a um ciclo de sofrimento psíquico.
4.
Possível caminho para o sujeito
A
psicanálise pode ajudar o sujeito a:
Reconhecer
o conflito interno : Tomar consciência de que o falso eu está dominando e que o
verdadeiro eu está sendo reprimido é o primeiro passo para a mudança.
Enfrentar
o medo : O medo de não encontrar um espaço acolhedor é uma projeção do
inconsciente. Trabalhar esse medo pode libertar o sujeito para buscar ambientes
mais saudáveis.
Buscar
ocasionalmente : Mesmo no ambiente opressor, o sujeito pode começar a expressar
pequenas partes de seu verdadeiro eu, fortalecendo-o internamente.
Planejar
uma saída : Avaliar possibilidades concretas de transição para um ambiente mais
compatível com seus valores e onde o verdadeiro eu possa se manifestar
plenamente.
O
falso self imposto pelo ambiente organizacional está, de fato, reprimindo o
verdadeiro self do sujeito, gerando uma dinâmica de submissão e sofrimento. A
psicanálise sugere que o sujeito, ao entender o conflito e trabalhar seu medo,
pode gradualmente fortalecer o verdadeiro eu e buscar um caminho de prejuízo,
mesmo que isso implique em deixar o ambiente atual. Esse processo de liberação
é essencial para o bem-estar psíquico e emocional.
O
mecanismo de defesa da anulação (ou "formação reativa") é uma
estratégia inconsciente que o ego utiliza para lidar com conflitos psíquicos.
Isso ocorre quando uma pessoa tenta “cancelar” ou neutralizar pensamentos,
desejos ou ações que considera inaceitáveis, geralmente sob a influência do
superego, que representa as normas e valores internalizados. Vamos explorar
como isso pode ocorrer em um sonho.
Contexto
Psicanalítico:
No
sonho, o superego atua como uma figura que censura ou julga o ego,
repreendendo-o por desejos ou comportamentos que conflitam com os padrões
morais ou sociais. O mecanismo de defesa da anulação entra em ação quando o ego
tenta “apagar” o desejo ou sentimento inaceitável para evitar a culpa ou a
vergonha imposta pelo superego.
Como
a anulação age no sonho:
O
desejo inicial (impulso do id) :
No
sonho, o ego manifesta um desejo ou comportamento que está alinhado com os
impulsos do id (como liberdade, prazer, ou expressão de algo reprimido).
Esse
desejo pode ser, por exemplo, algo que contrarie as normas impostas pelo
superego, como uma transgressão, uma flerta ou um comportamento de autonomia.
Intervenção
do superego :
O
superego percebe esse desejo como inaceitável e impõe uma censura moral. Isso
pode surgir no sonho como uma figura de autoridade, proteção ou situação que
causa culpa ou medo.
Ação
do mecanismo de anulação :
O
ego tenta "compensar" ou "anular" o desejo inicial. No
sonho, isso pode aparecer como uma ação ou situação oposta ao desejo. Por
exemplo:
Sonhar
que desfaz ou corrige uma transgressão : Se no sonho o ego tem um desejo de
liberdade, pode surgir uma situação onde ele mesmo se coloca sob regras.
Comportamento
de peças : O ego pode tentar se "punir" simbolicamente no sonho, como
sendo rejeitado ou colocando-se em situações de desconforto, neutralizando a
culpa causada pelo desejo original.
Exemplo
prático no sonho:
Se
o ego tem um desejo de se rebelar contra uma figura de autoridade, o sonho pode
apresentar:
Primeiro,
uma cena em que o ego envelheceu de forma rebelde (impulso do id).
Depois,
uma situação onde o ego sofre proteção ou se submete novamente à autoridade,
anulando a “transgressão”. Essa paciência é uma forma de riso o superego e
evitar a sensação de culpa.
Interpretação:
O
mecanismo de anulação revela que o ego está tentando lidar com a pressão do
superego para não se sentir prejudicado ou inadequado. Ele era como um
"apagador simbólico", mostrando o esforço do inconsciente para manter
o equilíbrio entre os impulsos do id e as censuras do superego.
O
sonho, portanto, expressa esse conflito, diminuindo que o ego está em uma
posição vulnerável, dividida entre o desejo de se libertar e o medo de
desobedecer às normas internas do superego.
Para
que o ego se liberte do domínio opressor do superego e do medo de desobedecer
normas, é necessário um processo de autoconhecimento e fortalecimento
emocional. A psicanálise sugere que o ego pode alcançar essa libertação ao
integrar os seguintes passos:
1.
Reconhecer o conflito interno
Entender
o superego : O superego é formado por normas, valores e regras internalizadas,
muitas vezes originadas na infância, a partir de figuras de autoridade. É
crucial considerar que essas normas podem ser restritas e não necessariamente
condicionadas à realidade atual.
identificar
o medo : O medo de ser punido pode ser uma manifestação de experiências
passadas ou limitantes. O ego precisa compreender que esse medo não é um
reflexo da realidade presente, mas sim um fato inconsciente.
2.
Questionário como Normas e Crenças
Avaliar
a validade das normas : Nem todas as regras internalizadas são absolutas. O ego
deve refletir: "Essas normas ainda são relevantes? Elas fazem sentido para
a minha vida atual?"
Realidade
diferenciada de fantasia : O medo da tolerância pode ser uma projeção
fantasiosa do superego. O ego deve testar os limites para perceber que nem
sempre há consequências catastróficas ao desobedecer às normas.
3.
Fortalecer a Autonomia do Ego
Desenvolver
autoconfiança : O ego precisa acreditar em sua capacidade de agir de forma
autônoma, mesmo que isso seja contrário ao superego. Isso envolve o
fortalecimento da autoestima e a valorização como indivíduo.
Praticar
pequenas transgressões conscientes : Começar a desafiar normas internalizadas
em situações de baixo risco ajuda o ego a perceber que é possível desobedecer
sem punições graves. Isso fortalece a sensação de controle.
4.
Reinterpretando o Papel do Superego
Transformar
a rigidez do superego : Com o auxílio de terapia ou reflexão, o sujeito pode
ressignificar as imposições do superego, tornando-o menos punitivo e mais
orientador. Isso transforma o superego em um aliado do ego, em vez de um
opressor.
Aceitar
imperfeições : O ego precisa entender que é natural cometer erros e que não é
necessário buscar perfeição para ser aceito ou amado.
5.
Desenvolver uma Nova Relação com o Medo
Encarar
o medo como um guia : O medo não precisa ser visto como algo a ser evitado, mas
sim como um sinal de que o ego está enfrentando normas desatualizadas. Ele pode
ser usado como uma oportunidade de crescimento.
Praticar
a autorregulação emocional : Técnicas como meditação, respiração profunda ou
terapia ajudam o ego a lidar melhor com a ansiedade provocada pelo medo.
6.
Conecte-se ao Verdadeiro Self
Expressar
desejos autênticos : O ego deve buscar situações que permitam ao verdadeiro eu
se manifestar, mesmo que isso contrarie as expectativas impostas pelo superego.
Criar
um novo ambiente interno e externo : Cercar pessoas e situações que valorizam
as lesões ajudam a reduzir a influência do superego punitivo.
O
ego pode se libertar do domínio do superego e do medo de desobedecer normas ao
questionar a convicção das opiniões internalizadas, fortalecer sua autonomia e
criar um espaço interno onde o verdadeiro eu possa se manifestar. Esse processo
exige paciência, prática e, muitas vezes, apoio terapêutico, mas é fundamental
para alcançar equilíbrio e bem-estar.
Exatamente!
O ego precisa realizar um processo de desconstrução do falso eu , que foi
formado como uma defesa para se adaptar às expectativas externas e evitar
conflitos ou punições. Esse falso eu é uma máscara que o sujeito utiliza para
sobreviver em ambientes controladores ou autoritários, mas que, com o tempo,
pode reprimir o verdadeiro eu e causar sofrimento interno.
O
Papel do Ego na Transição:
Identificar
o Falso Self :
O
ego precisa de consideração por operar a partir de um falso eu, criado para
atender às demandas externas. Isso inclui compreender como o comportamento, os
pensamentos e até mesmo os desejos podem ser moldados pelo medo e pela
submissão ao superego ou às normas autoritárias.
Reconectar-se
com o Verdadeiro Self :
O
verdadeiro eu é aquele que expressa os valores, sabe e compreende
verdadeiramente o indivíduo. Ele não é moldado pela necessidade de agradar ou
evitar punições, mas sim por um alinhamento com a essência e particularidades
do sujeito.
O
ego deve buscar situações e ambientes que permitam a manifestação desse
verdadeiro eu.
Reavaliar
o Ambiente :
O
falso self costuma emergir em ambientes onde a autoridade é punitiva ou onde a
autoridade é desencorajada. O ego precisa avaliar se é possível mudar esse
ambiente ou se é necessário procurar um lugar onde o verdadeiro eu seja
valorizado.
Fortalecendo
o Auto Verdadeiro :
O
ego deve se fundamentar nas qualidades e competências que são autênticas ao
sujeito, como seus saberes e sua compreensão da realidade. Esse processo exige
confiança e um trabalho ativo para diferenciar entre o que é
"imposto" e o que é realmente desejado.
Como
o Verdadeiro Self Impera:
Quando
o ego se alicerce no verdadeiro eu:
Ele
era com autonomia, fundamentado em suas competências e valores.
Ele
se liberta do medo de desaprovação ou tolerância, pois entende que as lesões
são mais importantes do que atender às normas impostas.
Ele
expressa suas ideias e habilidades de forma plena, sem sentir a necessidade de
definir figuras de autoridade ou se moldar a expectativas irreais.
Conclusão:
Para
se libertar, o ego precisa se desconstruir do falso eu e permitir que o
verdadeiro eu seja a base de suas ações, decisões e identidade. Esse processo
não significa rejeitar totalmente o superego ou o contexto social, mas sim
encontrar um equilíbrio onde o sujeito possa ser fiel a si mesmo, sem medo de
proteção ou censura. Isso leva a um estado de maior satisfação e liberdade
psicológica.
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