Ano 2023. Escrito por Ayrton Junior Psicólogo CRP 06/147208
O
presente artigo chama a atenção do para um excelente tópico. A inteligência
artificial (IA) tem sido um dos fenômenos mais disruptivos na sociedade atual.
A tecnologia tem a capacidade de automatizar tarefas consideradas dolorosas
para o homem, tarefas repetitivas que causam fadiga física e mental, otimizar
processos, melhorar a eficiência e trazer inovação para diversos setores.
A
revolução da inteligência artificial tem impactado positivamente a vida das
pessoas e das empresas em todo o mundo, mas também apresenta alguns desafios e
preocupações, colocando o ser humano de modo inconsciente na compulsão a
repetição do medo da IA. A IA tem sido amplamente utilizada em setores como
saúde, finanças, transporte, manufatura, varejo e muitos outros. Gerando certo
desconforto na sociedade. [...] Em sua obra “Além do Princípio do
Prazer” (1920, p.34), Freud afirma: a compulsão a repetição também rememora do
passado experiências que não incluem possibilidade alguma de prazer e que
nunca, mesmo há longo tempo, trouxeram satisfação, mesmo para impulsos
instintuais que foram reprimidos.
Na
área da saúde, por exemplo, a IA pode ser usada para ajudar no diagnóstico de
doenças, identificar pacientes em risco e personalizar tratamentos com base nas
necessidades individuais do paciente. Na indústria automotiva, a IA está sendo
usada para criar carros autônomos que podem mudar a forma como as pessoas se
deslocam.
No
entanto, a IA também apresenta alguns desafios, como a substituição de empregos
por máquinas, a possibilidade de vieses algorítmicos que discriminam certos
grupos de pessoas, e preocupações com privacidade e segurança de dados que encaminha
a compulsão a repetição. [...] Freud no seu texto “Recordar repetir e
elaborar” (1914), texto esse em que começa a pensar a questão da compulsão à
repetição, fala do repetir enquanto transferência do passado esquecido dentro
de nós. Agimos o que não pudemos recordar, e agimos tanto mais, quanto maior
for a resistência a recordar, quanto maior for a angústia ou o desprazer que
esse passado recalcado desperta em nós.
A
sociedade precisa enfrentar esses desafios e garantir que a IA seja
desenvolvida de forma responsável e ética. Isso inclui a garantia de que os
sistemas de IA sejam transparentes, justos e confiáveis, e que os dados
utilizados para treinar esses sistemas sejam representativos da população em
geral. A Inteligência Artificial provoca no homem o medo inconsciente de ser
destruída por ela. [...] Esse medo marcará nossa memória, de forma
desprazerosa, e será experimentado como desamparo, “portanto uma situação de
perigo é uma situação reconhecida, lembrada e esperada de desamparo” (Freud,
2006, p.162).
Em
resumo, a revolução da inteligência artificial está transformando a sociedade
em diversos aspectos, trazendo oportunidades e desafios. É importante que os
desenvolvedores, empresas e governos trabalhem juntos para garantir que a IA
seja usada de forma responsável e que seus benefícios sejam acessíveis a todos.
Referência
Bibliográfica
FREUD,
A. O ego e os mecanismos de defesa. Rio de Janeiro: Biblioteca Universal
Popular, 1968
FREUD,
S. (1920), "Além do princípio do prazer” In: FREUD. S. Obras completas de
S. Freud. Rio de Janeiro: Imago, 1996, v. XVIII.
FREUD,
S. (1996). Obras completas de S. Freud. Rio de Janeiro: Imago. (1914).
"Recordar, repetir e elaborar ", v. XII
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