Introdução
Este
livro explora o destino da energia libidinal de um sujeito que, embora
psicólogo, ainda permanece fisicamente preso a um ambiente profissional
estéril: o supermercado. O fiscal morreu simbolicamente, mas o ego ainda não se
libertou, e a energia libidinal é direcionada a objetos substitutivos, como
mulheres no trabalho e em aplicativos de relacionamento.
Esses
investimentos se tornam frustrantes porque o solo psíquico permanece infértil.
Inspirando-se em metáforas bíblicas, o livro conecta psicanálise e
espiritualidade:
- “Conhecereis a verdade, e a verdade
vos libertará” (João 8:32), destacando o insight
como libertação;
- “Aonde está o teu tesouro, aí está o
teu coração” (Mateus 6:21), revelando a ligação
entre desejo e investimento psíquico;
- A Parábola do Semeador (Mateus 13),
ilustrando que apenas no solo fértil a palavra e o desejo germinam.
O
supermercado, que matou simbolicamente o fiscal, impede que a psicologia e o
amor floresçam, funcionando como solo infértil, onde toda energia libidinal
retorna frustrada.
Capítulo
I — O Solo Estéril: O Fiscal Morreu, o Psicólogo Está Presente
O
sujeito vive a tensão entre o papel antigo de fiscal e a vocação emergente de
psicólogo. Embora o fiscal tenha morrido simbolicamente, o ego permanece preso
ao supermercado, um solo que não permite o florescimento da energia libidinal.
- Freud (1920) explica que a compulsão à
repetição surge quando conflitos inconscientes permanecem sem solução.
- Lacan (1973) afirma que o sujeito se
constitui no desejo e na posição do Outro; sem saída do solo estéril, o
desejo não germina.
O
supermercado representa solo infértil, bloqueando a psicologia e o amor.
Capítulo
II — Libido Transferida: Amor, Frustração e Compulsão à Repetição
O
fiscal-psicólogo transfere energia libidinal para mulheres no ambiente de
trabalho e aplicativos, mas o retorno é sempre frustrante.
- Freud (1912) explica que a repetição
de frustrações evidencia conflitos não resolvidos.
- Lacan (1973) indica que a libido
circula em objetos substitutivos enquanto o sujeito não reconhece seu
próprio desejo.
Cada
transferência funciona como ensaio do desejo, mas também reproduz frustração,
mostrando que a individuação ainda não foi alcançada.
Capítulo
III — A Verdade que Liberta: O Insight Psicanalítico
O
insight surge: o desejo do sujeito só pode ser satisfeito quando ele deixa o
supermercado.
- João 8:32 – “Conhecereis a verdade, e
a verdade vos libertará.”
- Freud (1920) – o insight reorganiza o
ego e permite a circulação saudável da libido.
- Winnicott (1971) – a liberdade
psíquica é condição para a criatividade e a vida afetiva autêntica.
O
bloqueio não está nos objetos, mas no solo em que o ego permanece fixado.
Capítulo
IV — O Solo Fértil: Individuação e Libertação do Desejo
O
solo fértil corresponde à psicologia, à vocação e à vida autêntica.
- Lacan (1973) – assumir o lugar de
sujeito no próprio desejo;
- Freud (1900) – reinvestimento da
libido em objetos viáveis;
- Mateus 6:21 – “Aonde está o teu
tesouro, aí está o teu coração.”
A
individuação permite que o sujeito invista energia libidinal no solo correto,
garantindo realização profissional e afetiva.
Capítulo
V — Travessia e Renascimento: Saída do Supermercado e Reinvestimento Libidinal
Deixar
o supermercado é ato simbólico e concreto: o fiscal morre definitivamente, e o
psicólogo nasce plenamente.
- Freud (1920) – resolução do conflito
inconsciente;
- Winnicott (1971) – emergem a
criatividade e o self autêntico;
- Lacan (1973) – o sujeito ocupa
finalmente seu lugar no desejo.
A
energia libidinal circula livremente para objetos compatíveis, permitindo que o
desejo floresça em amor e vocação.
Capítulo
VI — A Travessia da Liberdade: O Solo Fértil do Desejo
O
fiscal-psicólogo atravessa o portão do supermercado e sente a energia libidinal
fluir sem bloqueios.
O investimento em objetos substitutivos perde sentido. O desejo pode agora ser
direcionado para o amor e a vocação de forma genuína.
Ele
compreende a dimensão espiritual e psicanalítica da travessia:
- Verdade libertadora (João 8:32);
- Alinhamento do coração e do desejo
(Mateus 6:21);
- Solo fértil para germinação (Mateus
13).
O
ego se integra em um sujeito autêntico, livre da compulsão à repetição e capaz
de investir libido no que realmente importa.
Epílogo
— Integração da Psique e Reconhecimento do Desejo Autêntico
O
fiscal-psicólogo reconhece que:
- O passado, representado pelo fiscal
morto simbolicamente, repousa enterrado;
- O presente é fértil, e a semente do
desejo, do amor e da vocação germina plenamente;
- O insight psicanalítico permite
liberdade emocional, afetiva e profissional.
Conclusão
Final
O
percurso do fiscal-psicólogo evidencia que:
- Individuação é prioridade para
relacionamentos autênticos;
- A compulsão à repetição é preparação
inconsciente para o insight e a liberdade;
- O ambiente influencia profundamente o
destino da libido;
- A saída física e simbólica permite
reinvestimento libidinal em solo fértil;
- A travessia é psíquica, simbólica e
espiritual, alinhando desejo, consciência e ação.
Referências
Bibliográficas
- Freud, S. (1900). A Interpretação
dos Sonhos. Rio de Janeiro: Imago.
- Freud, S. (1912). A Dinâmica da
Transferência. Rio de Janeiro: Imago.
- Freud, S. (1920). Além do Princípio
do Prazer. Rio de Janeiro: Imago.
- Lacan, J. (1973). O Seminário,
Livro 11: Os Quatro Conceitos Fundamentais da Psicanálise. Rio de
Janeiro: Jorge Zahar Editor.
- Winnicott, D. W. (1971). O Brincar
e a Realidade. Rio de Janeiro: Imago.
- Bíblia Sagrada, Evangelhos segundo
João e Mateus.
O
presente artigo chama a atenção do leitor para um excelente tópico.
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