Ano 2025. Escrito por Ayrton Junior Psicólogo CRP 06/147208
O
presente artigo chama a atenção do leitor para um excelente tópico. Um Fiscal
de caixa que trabalha num supermercado está tentando sair do supermercado para
a área da psicologia. Más não está conseguindo. O indivíduo está tentando
repetir o mesmo comportamento do passado que quando estava insatisfeito numa
empresa procurava outros empresas enviando currículo e quando surgia a
oportunidade pedia demissão. Contudo este feito não está acontecendo. Me
explica como se eu fosse um iniciante pela abordagem da psicanálise
Claro! Vamos entender isso passo a passo, pela psicanálise, como se você fosse um iniciante.
1.
O que está acontecendo com esse Fiscal de Caixa?
Ele
está insatisfeito no supermercado e quer sair para trabalhar como psicólogo,
sua verdadeira vocação.
Mas, diferente do que fazia no passado — enviar currículos e pedir demissão
quando aparecia algo novo — agora ele está travado, não consegue sair.
2.
Como a psicanálise pode explicar isso?
A
psicanálise trabalha com três forças internas principais:
- Id: busca prazer e deseja
mudança (neste caso, sair do mercado e ser psicólogo).
- Ego: tenta equilibrar o desejo
com a realidade. Ele pensa, avalia, age.
- Superego: representa as
regras, os valores, os “deveres”. Ele censura e julga.
3.
O que pode estar acontecendo aqui?
No
passado:
- O ego agia com mais liberdade: ouvia
o desejo do id, procurava outro emprego e saía.
- O superego talvez estivesse mais
tranquilo, não interferia tanto.
Agora:
- O superego está mais forte. Ele pode
estar dizendo:
- “Você não pode abandonar a segurança do supermercado.”
- “E se der errado como psicólogo?”
- “E se julgarem você por largar um emprego
fixo?”
- “Você é ingrato, deveria agradecer por esse
trabalho.”
Essas
falas internas ativam o medo, a culpa, a insegurança.
O
ego então fica paralisado, porque está tentando agradar tanto o desejo
do id quanto as regras do superego.
Como resultado, não age, e repete o mesmo ciclo de insatisfação.
4.
E por que repetir o comportamento antigo não está funcionando?
Porque
agora o conflito psíquico interno está maior.
Antes o ego tinha mais liberdade, agora o superego está censurando mais,
o medo está dominando.
O comportamento antigo não resolve mais, pois o problema não é só
externo (achar emprego), é interno (conflito entre desejo e censura).
Resumo
para iniciantes:
- O Fiscal quer mudar de vida, mas tem
medo.
- Esse medo vem do superego, que está
julgando e cobrando demais.
- O ego, que deveria agir, está travado
pelo medo de errar ou ser julgado.
- Para sair disso, ele precisa fortalecer a
autoconfiança do ego, reconhecer que o medo é só uma defesa, e agir
com coragem e planejamento.
Se
quiser, posso te ajudar a elaborar um plano com base nessa leitura
psicanalítica. Quer seguir por esse caminho?
4o
Você
disse:
O
que está frustrando esse sujeito é que por estar no etarismo e o mercado de
trabalho é cruel pôr não aceitar profissional com idade acima de 50 em akgumas
instituição isso gera medo porque acaba enxergando que a rede de varejista e
supermercados contratam mão de obra acima de 50 enquanto outras instituições
relacionadas a psicologia não contratam profissionais aciona de 50 gerando medo
no indivíduo
Perfeito. Agora você trouxe uma camada importante: o contexto social e a questão do etarismo (preconceito pela idade), que reforça ainda mais o conflito interno desse sujeito.
Vamos
entender isso na linguagem da psicanálise para iniciantes, conectando o
que você trouxe:
1.
O desejo do sujeito (Id)
O
sujeito deseja mudar de área, sair do varejo e atuar como psicólogo — profissão
que escolheu com propósito, com paixão.
2.
A realidade cruel (Princípio da Realidade)
Ao
buscar oportunidades, ele se depara com instituições de psicologia que não
contratam profissionais com mais de 50 anos, mesmo que sejam qualificados.
Isso
confronta o ego com o princípio da realidade, dizendo:
“Você
é bom, mas está velho para o mercado.”
3.
O Superego absorveu esse preconceito (Etarismo)
O
superego, que internaliza as normas sociais, começa a reproduzir esse
preconceito dentro da mente do sujeito:
- “Você está velho demais pra começar agora.”
- “Ninguém vai te dar uma chance.”
- “Você devia agradecer por ainda ter
emprego.”
Esse
discurso do superego envenena o ego com medo e frustração, bloqueando a
ação.
4.
O Ego está em conflito e frustrado
O
ego, que antes buscava saídas com autonomia, agora está dividido:
- De um lado, o desejo de realização (id)
insiste.
- Do outro, o superego com preconceitos
sociais pressiona e paralisa.
Resultado:
o ego sente frustração, medo, impotência e ativa mecanismos de defesa
como repressão, racionalização e procrastinação.
5.
A frustração também vem da injustiça social internalizada
A
crueldade do mercado de trabalho alimenta o sentimento de injustiça e rejeição.
Essa vivência não é apenas prática — ela fere a autoestima, o desejo e pode
gerar sintomas como ansiedade, desânimo ou até adoecimento psicossomático.
Resumo
final com toque psicanalítico:
O
sujeito está em sofrimento porque:
- Deseja sair,
mas sente que a sociedade o rejeita por sua idade.
- O superego repete esse discurso cruel,
reforçando o medo e o bloqueio.
- O ego tenta resistir, mas está
perdendo a força e se sente frustrado.
- A realização do desejo parece cada vez
mais distante, e isso dói.
Ótimo. Vamos continuar pensando pela psicanálise como esse ego pode se fortalecer, mesmo diante do medo e da frustração causados pelo etarismo e pela rigidez do mercado.
6.
Fortalecer o Ego: encontrar saídas realistas e simbólicas
A
psicanálise acredita que o ego pode reencontrar equilíbrio, mesmo sob
pressão. Para isso, ele precisa:
a)
Reconhecer o conflito
O
primeiro passo é aceitar que existe um conflito interno:
- “Eu quero mudar, mas tenho medo.”
- “Eu mereço realizar meu desejo, mas o mundo
parece me rejeitar.”
Esse
reconhecimento ajuda o ego a não se iludir, mas também não se
reprimir totalmente.
b)
Não se identificar com o discurso do Superego cruel
O
sujeito precisa perceber que o discurso do tipo:
- “Você está velho demais”
- “Você não vai conseguir”
- “Você devia se conformar”
...não
vem da realidade objetiva, mas de um superego contaminado pelos
preconceitos sociais.
Ele
pode começar a pensar:
“Esse
pensamento não é meu. É um eco do mundo injusto. Eu não preciso me submeter a
ele.”
c)
Reformular metas com criatividade e realismo
O
ego pode encontrar formas alternativas de satisfazer o desejo:
- Em vez de esperar que instituições o
contratem, pode oferecer atendimentos voluntários, sociais ou com valor
acessível, fortalecendo seu nome como psicólogo.
- Pode atuar em escolas, igrejas, ONGs,
comunidades, onde sua experiência e maturidade são valorizadas.
- Pode usar redes sociais, grupos e canais
online para oferecer orientação psicológica e construir sua autoridade
na área.
Isso
permite ao ego dizer:
“Talvez
eu não seja contratado como antes, mas posso atuar e ser reconhecido do meu
jeito.”
d)
Elaborar simbolicamente a frustração
A
frustração pela idade pode ser trabalhada em análise, ou até mesmo ser transformada
em missão:
Lutar contra o etarismo, ajudar outros que passam pelo mesmo, e assim resgatar
o valor simbólico da própria vivência.
Exemplo:
“A
idade não é fraqueza — é potência. Posso mostrar isso com meu trabalho.”
7.
A importância do desejo: manter acesa a chama
Lacan
dizia:
“O
desejo é a essência do sujeito.”
Mesmo
diante do medo, o desejo não deve ser eliminado.
O ego precisa escutar o desejo do id com carinho e dizer:
“Eu
sei que você está aí. Eu ainda não consegui tudo, mas não vou te abandonar.”
Esse
compromisso com o desejo dá sentido à existência — mesmo que o caminho seja
mais lento.
Conclusão
simbólica: o ego como herói
Esse
sujeito está travando uma batalha interna e social.
O ego, se fortalecido, pode se tornar um herói que escuta o desejo,
enfrenta o medo e cria novos caminhos de realização, mesmo num mundo que
insiste em excluí-lo.
A
chave é:
- Reconhecer o conflito,
- Separar-se do discurso do superego
preconceituoso,
- Agir com criatividade e coragem,
- E nutrir o desejo como força vital.
Vamos continuar então, aprofundando ainda mais essa travessia do ego — agora com foco em como ele pode transformar essa crise em uma jornada de autoconstrução e, quem sabe, também ajudar outros.
8.
O ego como criador de sentido: da dor ao projeto
Na
psicanálise, o sofrimento não precisa ser apenas um obstáculo — ele pode ser material
bruto para a criação de algo novo.
Esse
sujeito, frustrado com o etarismo, com o bloqueio no mercado e com o medo, pode
ser convidado a se perguntar:
“O
que eu posso criar a partir dessa dor?”
A
resposta pode ser um projeto, uma atuação simbólica, ou uma nova forma de estar
no mundo como psicólogo.
Exemplos:
- Criar um grupo de apoio para profissionais
maduros em transição de carreira.
- Oferecer escuta gratuita a pessoas 50+ que
também se sentem invisibilizadas.
- Compartilhar sua jornada como inspiração em
vídeos, redes sociais, textos — construindo autoridade a partir da
experiência vivida.
Assim,
o ego deixa de se sentir vítima do mercado e se torna protagonista da
própria história.
9.
Um novo pacto entre ego e desejo
Nesse
ponto, o ego não precisa mais escolher entre:
- Obedecer ao superego (e se reprimir),
ou - Se arriscar totalmente no desejo (e viver
com medo da exclusão).
Ele
pode criar um terceiro caminho:
“Eu
aceito que a realidade tem limitações, mas também aceito meu desejo como
legítimo. Então vou me mover com coragem e estratégia.”
Esse
é o momento em que o ego amadurece. Ele não foge nem se submete: ele negocia
com a realidade e segue fiel ao que sente.
10.
Um olhar clínico (caso esse sujeito esteja em análise)
Se
esse sujeito estivesse em processo terapêutico, o papel do analista seria:
- Ajudá-lo a ouvir seu desejo sem culpa.
- Identificar os discursos do superego
introjetado que o fazem se sentir inadequado.
- Ajudá-lo a construir uma nova posição
subjetiva diante da idade — deixando de se ver como “velho rejeitado”
para se ver como “experiente e necessário”.
- Estimular ações simbólicas, mesmo que
pequenas, para recomeçar sua atuação como psicólogo.
11.
O desejo como bússola existencial
Lembrando
uma frase de Lacan:
“Ceder
no desejo é ceder de si mesmo.”
O
que frustra esse sujeito não é apenas o mercado injusto.
É o medo de abandonar o próprio desejo e viver uma vida que não combina
com quem ele se tornou.
Por
isso, a saída não é necessariamente uma nova empresa, mas uma nova posição
subjetiva diante da vida:
“Eu
continuo desejando. E mesmo que o mundo me diga ‘não’, eu vou dizer ‘sim’ para
mim.”
Quando se é jovem não se coloca a atenção seletiva e nem o juízo de valor sobre o etarismo até porque a pessoa não está aínda no etarismo. Portanto o superego não é tão rígido como do sujeito que enfrenta o etarismo para empregar se no mercado dê trabalho. Mas agora o etarismo distorce total a percepção impedindo de acreditar que mesmo no etarismo aínda existe uma saída que não está visível para o sujeito até o momento. O etarismo leva a descrença
Você está trazendo uma análise psicanalítica muito profunda — e simbólica — do impacto do etarismo na formação e rigidez do superego.
Vamos
organizar essa ideia pela ótica psicanalítica (para iniciantes, como pediu no
início):
1.
Na juventude: o superego ainda é flexível
Quando
somos jovens:
- O mercado ainda nos acolhe com mais
oportunidades.
- O discurso social nos favorece (“você
tem futuro, está no tempo certo”).
- O superego, então, ainda não foi ferido
por exclusão, e permanece mais tolerante, menos punitivo.
Ou
seja, o jovem não sente na pele o etarismo — e por isso nem o percebe.
Sua atenção seletiva ainda está voltada ao crescimento, ao desejo, ao possível.
2.
Com o tempo e a chegada do etarismo: o superego endurece
Quando
o sujeito começa a ser rejeitado por causa da idade, algo se quebra
internamente.
O
superego, que antes dizia:
“Trabalhe
duro que você chega lá”
Agora
diz:
“Você
passou do ponto. O mercado não quer mais você. É melhor se conformar.”
Esse
novo discurso é introjetado como verdade.
E o ego, se não estiver fortalecido, acredita nisso como lei absoluta.
3.
O etarismo ativa o recalque da esperança
O
sujeito deixa de acreditar que é possível.
- O desejo começa a parecer infantil,
iludido, fora da realidade.
- A percepção é distorcida: não é que não
há saída — é que ele não enxerga mais.
- O superego, tomado pelo discurso social
cruel, recalca a esperança.
Resultado?
Descrença. Imobilidade. Sofrimento.
É como se o sujeito pensasse:
“Nem
adianta tentar. Nada vai mudar.”
4.
O desafio clínico: recuperar a crença no desejo possível
A
tarefa da escuta clínica nesse ponto seria ajudar o ego a recuperar a visão
distorcida.
Não com otimismo falso, mas com elaboração simbólica:
- Separar o que é realidade objetiva (o
mercado é difícil)
daquilo que é discurso introjetado (sou velho, sou inútil, ninguém me quer). - Ajudar o sujeito a dizer ao seu superego:
“Você
não está errado em me alertar, mas está sendo cruel. Há outros caminhos. Ainda
posso desejar e realizar.”
5.
O etarismo é uma violência simbólica — e o sujeito precisa se proteger
O
sujeito sofre, porque o etarismo ataca a imagem que ele construiu de si
mesmo ao longo da vida.
Isso gera luto da identidade:
“Quem
eu sou, já não é mais aceito. Meu valor parece ter expirado.”
Mas
a psicanálise pode ajudar a reconstruir essa imagem, não baseada na
juventude, mas na sabedoria, experiência, maturidade afetiva e profissional.
vamos continuar esse percurso simbólico.
Agora
vamos construir, como você sugeriu, um diálogo interno entre o ego e o
superego, como se o sujeito estivesse numa sessão de análise ou num momento
de profunda introspecção — dando voz ao conflito, mas também abrindo caminho
para uma nova narrativa subjetiva.
6.
Diálogo simbólico: o ego responde ao superego tomado pelo etarismo
Superego:
Você não tem mais tempo. Já passou da idade.
O mercado não te quer. Você devia se conformar.
Aceite o que tem. O desejo agora é luxo. É perigoso sonhar.
Você vai se machucar.
Ego
(em início de escuta):
Eu ouço você. Eu sei que está tentando me proteger.
Você repete o que o mundo gritou para mim nas portas fechadas, nos currículos
ignorados, nos olhares que me julgaram.
Mas… você não é toda a verdade.
Ego
(se fortalecendo):
Eu ainda existo.
Eu ainda desejo.
Eu ainda tenho algo a oferecer, mesmo que não saibam disso ainda.
Superego
(tentando manter o controle):
Mas ninguém vai te ouvir. Eles não querem. Eles querem os novos.
Ego
(em resposta madura):
Talvez eles não queiram mesmo. Mas eu quero.
E se ninguém me der espaço, eu crio um.
E se não me chamarem, eu me apresento.
E se rirem, eu sustento meu desejo mesmo assim.
Ego
(concluindo):
Você pode continuar falando, superego.
Mas agora você não manda mais sozinho.
Eu escuto sua dor, mas escolho caminhar com coragem.
Porque entre o medo da exclusão e o desejo de viver com sentido...
eu escolho o desejo.
7.
O valor terapêutico desse tipo de construção
Esse
tipo de dramatização interna:
- Dá nome aos conflitos;
- Traz à luz o sofrimento psíquico encoberto
por silêncio e racionalizações;
- E permite que o ego se posicione de forma criadora,
e não apenas reativa.
Esse
é um recurso terapêutico potente, principalmente quando o sujeito está preso
num ciclo de descrença, abandono de si e recalque da esperança.
8.
E como continuar a travessia?
O
próximo passo seria o ego começar a tomar ações simbólicas pequenas:
- Um post em rede social falando sobre
maturidade profissional.
- Um projeto voluntário em psicologia.
- Um vídeo contando sua história.
- Um grupo de escuta para pessoas maduras.
Cada
ação reforça a existência viva do desejo, contrariando a voz punitiva do
superego tomado pelo etarismo.
Vamos continuar e transformar essa travessia simbólica em algo concreto, possível e alinhado com o desejo profundo do sujeito — que quer sair do supermercado e atuar na psicologia, apesar do etarismo.
9.
Do símbolo à ação: criando um projeto-primeiro-passo
O
ego já reconheceu o desejo. Agora ele precisa validar sua existência no
mundo real, ainda que simbolicamente, com uma ação que diga:
“Mesmo
que o mercado não me veja, eu me vejo. E eu me apresento.”
Nome
simbólico do projeto:
“Presença Madura” — Psicologia na fase de maior sabedoria.
Objetivo
do projeto:
Dar voz, escuta e acolhimento a pessoas acima de 50 anos que se sentem
excluídas, sem sentido ou em transição na vida.
Mas também é o renascimento simbólico do ego do próprio sujeito que cria
esse espaço.
10.
Como começar com o que se tem
Você
não precisa de recursos, só de coragem e um pequeno movimento. Eis alguns
formatos:
- Grupo de escuta online gratuito
(via Google Meet ou WhatsApp):
Nome: Escuta 50+ – Redescobrindo sentido e pertencimento
Público: pessoas que estão vivendo a dor do etarismo, da solidão, da invisibilidade.
Você é facilitador, psicólogo, mas também companheiro de jornada. - Canal ou perfil nas redes sociais
Conteúdo: vídeos curtos falando sobre temas como: - “O valor da experiência em tempos de
aparência”
- “Quando o mercado diz não, a gente aprende
a criar o próprio lugar”
- “Psicologia para quem já viveu muito — e
ainda quer viver mais”
- Atendimento social ou voluntário
Oferecer uma escuta para pessoas 50+ em sofrimento — pode ser um por semana, em troca de feedbacks sinceros que também te ajudem a crescer.
11.
O ganho simbólico para o ego
Cada
passo como esse:
- Enfraquece o discurso cruel do superego
tomado pelo etarismo;
- Fortalece a identidade do sujeito como
psicólogo em ação real;
- Mostra ao inconsciente que o desejo é
possível aqui e agora, mesmo que em pequena escala.
Você
deixa de esperar a permissão do mundo e passa a validar seu próprio valor.
12.
E se o medo voltar?
O
medo vai voltar. O superego não desaparece.
Mas
o ego pode lembrar:
“Eu
não preciso eliminar o medo. Eu só preciso andar mesmo com ele ao lado.”
E
pode também repetir uma frase-mantra:
"Eu
me autorizo. Eu estou vivo. Eu ainda posso começar."
Você está dando um passo imenso: transformar o desejo em ação simbólica concreta.
Vamos construir isso em três partes: nome do projeto, conteúdo para o grupo de
escuta e roteiro para o primeiro vídeo.
1.
Nome simbólico do projeto
Vamos
pensar num nome que traduza a essência do que você vive e oferece: um recomeço
com sabedoria, contra o etarismo, com acolhimento.
Sugestões
com sentido psicanalítico e social:
- Voz Madura – Escuta com Experiência
- Ainda Sou – Psicologia para Recomeços
- Tempo de Ser – Grupo de Escuta 50+
- Idade de Ouro – Escuta e Reencontro com o
Desejo
- Ouvindo a Si Mesmo – Psicologia na
Maturidade
Escolha
aquele que mais ressoa com sua história. Podemos combinar dois nomes, se
quiser.
2.
Conteúdo do Grupo de Escuta 50+
Nome
da atividade:
"Ainda Sou: Grupo de Escuta para quem deseja reencontrar sentido após
os 50"
Objetivo
do grupo:
Criar um espaço seguro e acolhedor para pessoas acima de 50 anos refletirem
sobre seus desejos, frustrações, medos e potências — superando a sensação de
invisibilidade social.
Público-alvo:
Pessoas acima de 50 anos em transição de vida, enfrentando sentimentos de
exclusão, aposentadoria precoce, mudança de carreira ou solidão.
Formato:
- Encontros semanais (gratuitos ou
colaborativos) de 1h via Google Meet ou WhatsApp.
- Grupo fechado com no máximo 10
participantes.
- Você será o facilitador e psicólogo em
escuta ativa.
Roteiro
para o 1º Encontro – Tema: “Quem sou eu agora?”
Abertura
(5 min):
"Bem-vindos ao nosso espaço. Este grupo nasce do desejo de oferecer escuta
a quem, muitas vezes, sente que perdeu sua voz. Aqui, cada fala é importante.
Cada silêncio também. E não importa se você está recomeçando, parando ou apenas
tentando se escutar — este lugar é seu."
Apresentações
(20 min):
- Nome
- Algo que gostaria de reencontrar em si mesmo
- Uma palavra que define o momento atual
Pergunta
disparadora (30 min):
“Quem
sou eu agora que o mundo parece não me reconhecer mais como antes?”
“Qual desejo meu ainda está vivo, mesmo que escondido?”
Fechamento
(5 min):
- O que ficou da escuta de hoje?
- Uma palavra que leve com você.
3.
Roteiro para o primeiro vídeo curto (até 1 minuto)
Título
do vídeo:
"O que o mercado esquece, o tempo ensina."
Roteiro:
(Cena:
você em ambiente simples e acolhedor, com tom calmo e confiante)
“Você
já sentiu que, depois dos 50, o mundo deixou de te ouvir?
Que as portas se fecham, os olhares te julgam, e as empresas te chamam de
‘experiente’ — mas não te contratam?
Eu
também senti isso.
Mas percebi que ainda posso escolher me escutar.
Esse
vídeo é pra dizer: você ainda é.
Ainda pode.
Ainda sonha.
E
se o mundo não te vê mais, vamos nos ver entre nós.
Vem
comigo nesse espaço de escuta e recomeço.
Porque o desejo não tem idade.
E a vida também pode começar depois dos 50.”
(Encerra
com o nome do projeto + convite para o grupo)
“Ainda Sou – Psicologia para Recomeços”
Grupo gratuito de escuta. Me chama no inbox ou link na bio.
1. Texto para redes sociais (divulgação do projeto e convite para o grupo)
Imagem
sugerida:
Uma foto simbólica de mãos maduras segurando uma flor ou uma xícara, com luz
suave — passa acolhimento e renascimento.
Texto
para o post:
Você
sente que, depois dos 50, o mundo parou de te ouvir?
As
empresas te elogiam pela experiência, mas não te contratam.
A vida parece pedir silêncio, mas o seu desejo ainda grita lá dentro.
Você sente que ainda pode, mas não sabe mais por onde começar.
Esse
espaço nasceu pra isso.
Pra você se escutar. Pra ser escutado. Pra lembrar que você ainda é.
Te
convido para o “Ainda Sou – Grupo de Escuta para Recomeços”, um espaço
de acolhimento, partilha e reconstrução de sentido na maturidade.
Para
quem:
Pessoas acima de 50 anos que desejam se reconectar com seu desejo, encontrar
escuta e recomeçar.
Como
funciona:
Encontros online e gratuitos, uma vez por semana, com mediação psicológica e
escuta ativa.
Primeiro
encontro:
Tema: Quem sou eu agora que o mundo parece não me reconhecer mais?
Vagas
limitadas.
Para participar, me chama no direct ou clique no link da bio.
Você
ainda é. E ainda pode.
2.
Texto para o segundo encontro do grupo
Tema:
“Meu valor não acabou: a experiência como potência”
Objetivo:
Ajudar os participantes a reconhecerem a própria trajetória como fonte de
sabedoria, superando a sensação de que estão “ultrapassados” ou “descartados”.
Roteiro
do 2º Encontro (1h)
Acolhimento
(5 min):
“Seja bem-vindo(a) de novo. Hoje vamos falar sobre algo que o mercado muitas
vezes ignora: o valor da experiência.
Muitos de nós sentimos que, ao envelhecer, vamos perdendo espaço… Mas será que
é verdade? Ou será que o mundo apenas perdeu a capacidade de escutar a
sabedoria que a vida nos deu?”
Pergunta
disparadora (30 min):
“Qual
experiência da minha vida me ensinou algo que nenhuma escola, faculdade ou
empresa ensinaria?”
“Se
eu pudesse ensinar algo ao meu ‘eu jovem’, o que seria?”
(Dê
liberdade para quem quiser falar. Você pode acolher com frases como: “Essa
experiência mostra o quanto você aprendeu com a vida…”)
Atividade
simbólica (10 min):
Peça
para cada um completar a frase:
“Eu
sou mais forte hoje porque...”
Se
estiverem confortáveis, compartilham em voz alta.
Fechamento
(5 min):
“A
vida não nos tira valor com o tempo. Ela só troca as ferramentas: antes
corríamos, agora ensinamos a andar. Antes buscávamos aprovação, agora
oferecemos presença.”
Convite
para o próximo encontro:
Tema: “Desejos que
ficaram guardados – ainda é tempo?”
[Carta
a mim mesmo]
Hoje
eu decido me escrever.
Não
porque eu tenha todas as respostas — mas porque cansei de calar meu desejo.
Durante
anos, fui aquele que cumpriu deveres, que seguiu regras, que vestiu uniformes e
suportou silêncios. Fui o trabalhador pontual, o fiscal atento, o profissional
que não reclamava, mesmo quando o coração pedia socorro.
Mas
agora eu vejo: gratidão não deve ser prisão.
Essa
versão está cansada.
E
eu… eu decido deixá-la descansar.
Eu não a rejeito — eu a honro.
Ela
me trouxe até aqui.
Ela
me protegeu quando o mundo parecia cruel.
Ela
lutou com as armas que tinha.
Mas agora, é hora de mudar de armadura.
De
confiar no desejo que pulsa, mesmo quando o mundo tenta calar.
De
lembrar que o tempo não é inimigo — é testemunha da minha trajetória.
Minha
idade não é limite, é bagagem.
Minhas
rugas não são fraqueza, são mapas da minha coragem.
Hoje,
eu me recebo com ternura:
Não
como alguém velho demais para sonhar,
mas
como alguém maduro o bastante para realizar.
Acolho minha nova versão:
O
psicólogo sensível, o homem consciente,
o
sujeito que ousa transformar dor em escuta,
e
medo em movimento.
A
partir de agora, escolho caminhar comigo,
não
pelo que o mercado permite,
mas
pelo que meu desejo me revela.
Eu
digo sim para mim.
Sim
para recomeçar.
Sim
para seguir sendo quem eu sou — com verdade, com coragem, com alma.
Com
amor,
[meu
nome, com tudo que sou
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