Ano 2024. Escrito por Ayrton Junior Psicólogo CRP 06/147208
O
presente artigo chama a atenção do Leitor para um excelente tópico. O fiscal de
caixa começou a liberar às operadoras para almoçar as 16 horas segundo a escala
de almoço . A operadora do Caixa 12 preferencial iria as 17 horas, porque a
operadora do Caixa 14 também preferencial iria às 16 horas. Entretanto liberou
primeiro a operadora do Caixa 12 e em seguida a do Caixa 14. Quando observou
viu que cometeu uma falha porque não teria Caixa preferencial para atender os
idosos. Me explica e interpreta como se eu fosse um iniciante pela abordagem da
psicanálise o ato falho do fiscal.
O
que você relatou é um exemplo clássico de ato falho, um conceito psicanalítico
introduzido por Freud. Um ato falho ocorre quando uma ação aparentemente sem
intenção ou erro (como esquecer algo ou trocar a ordem de algo) revela, de
forma inconsciente, desejos, conflitos ou pensamentos reprimidos. Vamos
analisar o que aconteceu no caso do fiscal de caixa:
A
situação:
O
fiscal deveria seguir a escala de almoço, liberando as operadoras em uma ordem
específica para garantir que sempre houvesse um caixa preferencial disponível
para atender os idosos. Contudo, ele trocou a ordem das liberações e só
percebeu depois que cometeu um erro, deixando os idosos sem atendimento
preferencial.
A
interpretação psicanalítica:
O
conflito inconsciente: É possível que o fiscal estivesse distraído ou com
pressa, mas, na psicanálise, um ato falho pode refletir um conflito interno.
Por exemplo, ele pode estar lidando com sentimentos de sobrecarga, cansaço ou
até mesmo irritação em relação à rotina ou às demandas do trabalho. Isso pode
ter levado o ego a "desviar-se" da norma, expressando
inconscientemente algo que ele tenta evitar conscientemente (como o descuido ou
a desorganização).
Desejo
reprimido: Outra possibilidade é que o fiscal tenha um desejo inconsciente de
subverter as regras, mesmo que de forma sutil. Isso não significa que ele
queira prejudicar alguém, mas pode ser um sinal de insatisfação ou de um desejo
de "quebrar" a rigidez da escala.
Censura
do superego: Quando o fiscal percebeu o erro, o superego (parte da mente que
age como consciência moral) entrou em ação, gerando um sentimento de culpa.
Isso o levou a perceber e corrigir a falha, mas também pode ter causado
ansiedade ou autocrítica.
Por
que isso é relevante?
O
ato falho revela mais do que apenas um descuido. Ele pode ser um sinal de que o
fiscal está sobrecarregado ou insatisfeito com alguma parte de sua função.
Talvez haja uma tensão interna entre seguir regras à risca (impostas pelo
superego) e um desejo de aliviar a pressão ou fazer as coisas de maneira menos
rígida (impulsos do id). O ego tenta equilibrar essas forças, mas às vezes
falha, resultando em erros como este.
Como
evitar isso?
Na
prática, a solução envolve atenção plena, organização e, talvez, identificar e
lidar com possíveis fontes de estresse. Do ponto de vista psicanalítico,
explorar esses sentimentos por meio de reflexão ou análise pode ajudar o fiscal
a entender melhor suas emoções e evitar que desejos ou conflitos inconscientes
interfiram em sua rotina.
Em
resumo, o ato falho do fiscal de caixa foi um "deslize" que revelou,
possivelmente, um conflito interno relacionado à pressão ou à vontade de
flexibilizar as regras. Interpretar esse erro pode ser útil para entender e
lidar com esses sentimentos de maneira mais consciente.
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