Ano 2023. Escrito por Ayrton Junior Psicólogo CRP 06/147208
O
presente artigo chama a atenção do para um excelente tópico. Um psicólogo está
incerto quanto a desistir da psicologia, por causa dos fracassos na empregabilidade
e prospecção de clientes. Quais são as possíveis as razões para desistência e
as incitações reprimidas para não desistir. Vamos compreender por meio da
abordagem psicanálise.
Na
abordagem psicanalítica, as motivações conscientes para desistir ou continuar
podem ser deixadas considerando-se diversos aspectos externos reais psicológicos
e emocionais do indivíduo. Vou explicar alguns possíveis estímulos para cada
uma das situações: Motivações para desistir: 1. Frustração com a falta de
empregabilidade: O psicólogo pode se sentir desencorajado devido às
dificuldades em encontrar emprego na área ou estabelecer uma carreira sólida.
Isso pode levar à sensação de fracasso e desmotivação para continuar no campo.
2.
Dificuldade na empregabilidade: Pode haver uma escassez de oportunidades de
trabalho no campo da psicologia, o que pode ser frustrante para alguns
profissionais que estão buscando estabilidade e segurança financeira.
Na
psicanálise, uma possível uma contingência para desistir da psicologia pode
estar relacionada a conflitos internos e questões inconscientes que podem
surgir diante das dificuldades enfrentadas. A psicanálise busca entender as
motivações e resistências que podem estar influenciando o desejo de desistir.
As possibilidades são:
Autoestima
e autossabotagem: Pode haver uma tendência inconsciente de subestimar as
próprias habilidades e se auto sabotar. O psicólogo pode ter crenças
profundamente arraigadas de que não é competente o suficiente ou merecedor de
sucesso. Esses sentimentos podem surgir como uma forma de proteção contra
possíveis falhas ou rejeição.
Medo
do fracasso, embora já tenha fracassado ou do sucesso: O medo de falhar pode
levar à desistência como uma forma de evitar a possibilidade de lidar com a
derrota e a perda. Por outro lado, o medo do sucesso pode surgir como um temor
inconsciente das responsabilidades e demandas que o sucesso pode trazer.
Medo
de desistir e se arrepender o futuro: A ansiedade realística é o medo de alguma
coisa do mundo externo [por exemplo: punição dos empregadores, do mercado de
trabalho, dos parentes]. A ansiedade moral seria aquela que decorre do medo de
ser punido [sentirei culpa se fizer o que estou querendo fazer, que é desistir
da psicologia].
Reações
a situações ameaçadoras: Ameaça para alguns teóricos, é situação e experiência
que percebemos estar interferindo em nossa capacidade de operar normalmente ou
de alcançar as metas estabelecidas para nós mesmos.
Escolher
desistir já é a escolha inconsciente que apenas não foi desvelada de modo
consciente para o psicólogo: Aproximação-afastamento: Quando sentimos atração e
repulsa pelo mesmo objeto [psicologia] temos uma situação de
aproximação-afastamento.
Um
exemplo, seria o de um psicólogo que tem uma paixão imensa pela carreira
[aproximação], mas os fracassos que ocorrem deixaram-no com medo e afadigado em
permanecer insistindo na carreira mantendo-o paralisado na realidade [afastamento].
Inconscientemente elegeu desistir da psicologia por causa do medo real. Só
ainda não observou que sua reação já é de desistência, pois as circunstâncias
externas reais estão interferindo na sua capacidade de alcançar os objetivos.
Conflitos
relacionados à autoridade: A figura de autoridade do psicólogo pode trazer à
tona questões inconscientes relacionadas ao poder, ao controle e à
responsabilidade. Pode haver uma resistência em assumir um papel de liderança e
influência sobre os outros, desencadeando dúvidas e inseguranças.
Por
outro lado, os reforços para não desistir também podem ser explorados pela
psicanálise, considerando as seguintes perspectivas:
Satisfação
das necessidades intrínsecas: A psicologia pode fornecer uma realização pessoal
ao ajudar os outros e contribuir para o bem-estar psicológico. Essa satisfação
emocional pode ser uma poderosa motivação intrínseca para continuar no campo,
uma vez que está identificada com a busca por significado e propósito.
Identificação
com o papel de psicólogo: Identificar-se com o papel de psicólogo pode ser um
fator motivador. A identidade profissional e a conexão com os princípios e
valores da psicologia podem fornecer um senso de pertencimento a elite e
propósito, fortalecendo o compromisso de continuar.
Busca
pelo autoconhecimento: A psicologia pode ser uma jornada de auto exploração
contínua, tanto para o psicólogo quanto para os pacientes. A oportunidade de
compreender mais profundamente a si mesmo, suas motivações e dinâmicas
internas, pode ser uma motivação para continuar na profissão.
Potencial
de crescimento e desenvolvimento: A psicanálise reconhece o potencial de
mudança e crescimento pessoal ao longo da vida. A busca pelo aprimoramento
contínuo, adquirindo novos conhecimentos, habilidades e técnicas terapêuticas,
pode ser uma motivação para enfrentar os desafios e superar as dificuldades.
Continuando
com a abordagem psicanalítica, é importante considerar também os possíveis
conflitos e defesas psíquicas que podem surgir diante da decisão de desistir ou
continuar na psicologia. Alguns aspectos relevantes são: 1. Mecanismos de
defesa: A psicanálise destaca que as pessoas podem continuar a controlar a
defesa para lidar com emoções e conflitos internos.
Diante
das dificuldades na empregabilidade e prospecção de clientes, podem surgir a
emoção como a negação [negar os problemas], a racionalização [encontrar
justificativas plausíveis para desistir] ou a projeção [atribuir a
responsabilidade pelos fracassos a fatores externos e internos].
Claro,
vou continuar com a abordagem psicanalítica. Na psicanálise, também é
importante considerar os aspectos inconscientes relacionados às motivações para
desistir ou persistir na psicologia. A teoria psicanalítica destaca a presença
de conflitos psíquicos e desejos reprimidos que podem influenciar a tomada de
decisão. Alguns aspectos a serem explorados incluem:
1.
Conflitos entre instâncias psíquicas: Segundo a teoria psicanalítica, a mente é
composta por diferentes instâncias, como o id [instintos e desejos
inconscientes], o ego [equilíbrio entre as demandas do id e as realidades
externas] e o superego [consciência moral internalizada, valores e crenças
teológicas]. Pode haver conflitos entre essas instâncias em relação à
desistência ou persistência na psicologia.
Por
exemplo, o id pode buscar gratificação imediata [desistir para evitar a angustia
de castração da perda], enquanto o superego pode impor padrões ideais de
perseverança segundo a teologia impulsionando o ego a insistência, pois o
superego controla os impulsos do Id.
O
superego representa a moralidade, defensor da luta em busca da perfeição - o
superego é, resumindo, o máximo assimilado psicologicamente pelo indivíduo do
que é considerado o lado superior da vida humana. Observe-se então, que,
obviamente, o superego estará em conflito com o desejo do Id que deseja
renunciar a psicologia a fim de evitar a angustia.
Então
o ego, tenta adiar a satisfação do id para o abandono da psicologia para
momentos mais adequados, avaliando a situação, enquanto o superego tenta inibir
a completa satisfação do desejo do id na desistência.
Ego
é o sistema que estabelece o equilíbrio entre as exigências do id [desistir da
psicologia a fim de evitar a angustia], e as exigências da realidade e as
ordens do superego [perseverar na psicologia]. O ego é a verdadeira personalidade,
que decide se acata as decisões do [Id] ou do [Superego].
2.
Fantasias e desejo: É um processo psíquico em que o psicólogo concebe a
situação em sua mente que foi contratado por uma instituição no cargo de
psicólogo, que satisfaz a sua necessidade ou desejo na crença em Deus, e que
não pode ser, na vida real, satisfeito. É um roteiro imaginário em que o psicólogo
está presente e que representa, de modo mais ou menos deformado pelos processos
defensivos, a realização do seu desejo e, em última análise, de um desejo
inconsciente.
3.
Experiência pessoal: Muitas vezes, psicólogos são atraídos pela área devido a
experiências pessoais vividas que despertaram seu interesse em compreender o
comportamento humano e ajudar os outros. Essas experiências podem servir como
uma motivação poderosa para continuar na psicologia, mesmo diante de desafios.
Aqui
estão mais alguns pretextos para não desistir da psicologia: Potencial de
diversidade e inclusão: A psicologia é uma área que valoriza a diversidade e a
inclusão. Trabalhar nesse campo oferece a oportunidade de promover a igualdade,
combater o preconceito e contribuir para uma sociedade mais justa e equitativa.
Isso
pode ser uma fonte de motivação para continuar na psicologia, especialmente
para aqueles que desejam fazer a diferença em questões sociais relevantes.
Agora
avaliando a mesma situação através da abordagem da psicologia social teremos
outro enfoque na questão: Encorajamentos para desistir da psicologia:
Fracassos
na empregabilidade: Se um psicólogo está enfrentando dificuldades para
encontrar emprego na área, especialmente em um mercado altamente competitivo,
pode sentir-se desmotivado e questionar se vale a pena continuar investindo
tempo e esforço na profissão.
Dificuldades
na prospecção de clientes: A aquisição de clientes é uma parte essencial do
trabalho de um psicólogo, especialmente se ele está iniciando sua própria prática.
Se a pessoa está tendo dificuldades para atrair clientes e manter uma base
sólida, pode começar a duvidar de suas habilidades e se perguntar se deve
continuar nessa carreira.
Pressão
financeira: Se um psicólogo está enfrentando dificuldades financeiras devido à
falta de emprego ou à falta de clientes, isso pode gerar estresse e levar à
desistência. A pressão financeira constante pode fazer com que a pessoa
questione se a psicologia é uma carreira viável.
Fomentações
para não desistir da psicologia:
Paixão
pela área: Se um psicólogo é apaixonado pela psicologia e acredita no poder da
terapia para ajudar os outros, essa paixão pode servir como uma motivação para
continuar, mesmo diante dos desafios. A dedicação à profissão pode ser um fator
importante para superar as dificuldades.
Satisfação
pessoal: A possibilidade de fazer a diferença na vida das pessoas e ajudá-las a
superar seus desafios pode ser extremamente gratificante. A sensação de
cumprimento pessoal que vem de ajudar os outros pode motivar um psicólogo a
persistir, mesmo em face das dificuldades.
Crescimento
profissional: A psicologia é uma área em constante evolução, com oportunidades
de aprendizado e desenvolvimento contínuo. A busca pelo conhecimento e o
crescimento profissional podem ser motivações para continuar na área, mesmo
quando os resultados imediatos não são visíveis.
Suporte
e rede profissional: Ter uma rede de apoio composta por colegas, supervisores
ou mentores na área da psicologia pode ser uma fonte valiosa de motivação e
encorajamento. O compartilhamento de experiências e o suporte mútuo podem
ajudar a enfrentar as dificuldades e a superar os obstáculos.
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