Ano 2024. Escrito por Ayrton Junior Psicólogo CRP 06/147208
O
presente artigo chama a atenção do leitor para um excelente tópico. Um fiscal
de caixa de supermercado ao inconsciente acionar o mecanismo de defesa
contratransferência no emprego atual desconfortável é afetado de que maneiras.
Na
psicanálise, a contratransferência ocorre quando as emoções ou conflitos
internos do profissional são projetados na situação ou nas pessoas com quem ele
interage. No caso de um fiscal de caixa em um emprego desconfortável, esse
mecanismo de defesa pode surgir como uma maneira inconsciente de lidar com os
próprios sentimentos sobre o trabalho. Vamos simplificar isso para você:
1.
O que é a contratransferência?
Imagine
que o fiscal sente frustração ou insatisfação com o trabalho. Sem perceber, ele
pode transferir essas emoções para os colegas, clientes ou situações do dia a
dia, reagindo de maneira exagerada ou inadequada, como ficando irritado sem
motivo aparente.
2.
Por que isso acontece?
A
contratransferência ocorre porque o inconsciente tenta proteger o indivíduo de
lidar diretamente com emoções difíceis. Em vez de reconhecer a insatisfação com
o emprego, ele projeta essa emoção em outra pessoa ou situação. Isso alivia
momentaneamente o desconforto interno, mas não resolve o problema.
3.
Como isso afeta o fiscal?
Relacionamentos
no trabalho: O fiscal pode se tornar mais impaciente, crítico ou distante com
os colegas e clientes. Isso pode criar conflitos ou um ambiente de trabalho
mais tenso.
Saúde
emocional: A repressão contínua da insatisfação pode levar a sintomas de
estresse, ansiedade ou até adoecimento psicossomático (o corpo
"grita" o que a mente está reprimindo).
Performance
no trabalho: Ele pode perder motivação, cometer erros ou se sentir menos
engajado, o que afeta a qualidade do trabalho.
4.
Como lidar com isso?
Tomar
consciência do desconforto: O primeiro passo é reconhecer que o desconforto no
trabalho está influenciando as emoções e ações.
Identificar
os sentimentos: Refletir sobre o que está causando insatisfação (como falta de
reconhecimento, carga de trabalho ou conflito de valores).
Buscar
suporte: Falar com um mentor, terapeuta ou alguém de confiança pode ajudar a
processar essas emoções de maneira saudável.
5.
Interpretação psicanalítica simples:
A
contratransferência é como um espelho: o fiscal projeta no ambiente de trabalho
os próprios conflitos internos. Por exemplo, ele pode criticar um colega por
ser desorganizado, mas, na verdade, está inconscientemente criticando a própria
sensação de estar perdido ou desmotivado no emprego. Reconhecer isso permite
que ele recupere o equilíbrio emocional e encontre formas de mudar ou aceitar
sua situação.
6.
O Impacto da Contratransferência no Trabalho e na Vida Pessoal
Quando
o fiscal de caixa entra em contato com suas emoções reprimidas por meio da
contratransferência, ele pode ter reações que influenciam tanto o seu trabalho
quanto seus relacionamentos fora do ambiente de trabalho. Por exemplo:
Reações
automáticas: Se o fiscal sente que o trabalho é injusto ou estressante, ele
pode começar a reagir de maneira excessivamente defensiva ou hostil a um colega
que apenas o faz uma simples pergunta. Essa reação não tem a ver com o colega,
mas com os sentimentos que ele reprimiu em relação ao trabalho.
Dificuldade
de se comunicar: Como ele está lidando com suas emoções de forma inconsciente,
pode haver dificuldades em se expressar de maneira clara e eficaz. Pode ser
mais difícil dar feedback de maneira construtiva ou até pedir ajuda quando
necessário, por medo de ser julgado ou rejeitado.
7.
Como a Contratransferência Está Relacionada com o Superego
A
psicanálise sugere que o superego (a parte da mente que internaliza normas
sociais e morais) desempenha um papel importante aqui. O superego pode ser
muito crítico consigo mesmo e com os outros, criando um ambiente de constante
autocensura. No caso do fiscal de caixa, ele pode sentir que não está sendo bom
o suficiente no trabalho, o que ativa o medo da crítica. Esse medo pode se
manifestar em comportamentos defensivos, como se afastar emocionalmente de
outros colegas para evitar ser julgado.
Por
exemplo, se ele sente que falhou em atender bem a um cliente ou resolver um
problema no caixa, o superego o faz sentir culpa ou vergonha. Ao invés de
enfrentar essa culpa, ele pode projetar esses sentimentos em outros,
tornando-se excessivamente crítico com os colegas de trabalho. Ele começa a ver
falhas onde talvez não existam, como uma maneira de lidar com a autocrítica
interna.
8.
O Papel do Ego
O
ego, que é a parte da mente responsável por equilibrar as demandas do id
(desejos) e as restrições do superego (normas sociais), está tentando controlar
essas emoções conflitantes. No caso do fiscal, o ego pode se sentir pressionado
a manter uma "fachada" de perfeição e controle no trabalho. Isso cria
um conflito interno, pois o trabalho não corresponde às suas expectativas ou
desejos, e ele não sabe como resolver isso de forma saudável.
O
ego tenta controlar a contratransferência projetando sentimentos reprimidos nos
outros (como agressividade ou frustração), mas ao fazer isso, não resolve a
raiz do problema. Em vez de confrontar as próprias emoções de insatisfação, o
ego busca distração ou projeção.
9.
A Necessidade de Autoconhecimento
Para
o fiscal de caixa lidar com a contratransferência, o autoconhecimento é
crucial. Ao tomar consciência das suas emoções, ele pode começar a distinguir o
que realmente é um problema no trabalho e o que está sendo projetado a partir
de sentimentos internos não resolvidos. Por exemplo, ele pode perceber que não
está apenas insatisfeito com o trabalho, mas com sua própria falta de controle
sobre a situação.
Esse
processo de autoanálise permite que ele se distinga das emoções negativas, ao
invés de ser "capturado" por elas. Ele pode começar a perceber que
seus sentimentos de frustração não têm que ser direcionados aos outros, mas sim
compreendidos e trabalhados internamente.
10.
Possíveis Caminhos para Superar a Contratransferência
Agora
que sabemos como a contratransferência se manifesta, há alguns caminhos para
lidar com ela:
Reflexão
pessoal: Parar e refletir sobre como o trabalho está afetando suas emoções. O
fiscal pode perguntar a si mesmo: "O que realmente está me incomodando
aqui? Isso é algo pessoal ou relacionado ao trabalho?"
Expressão
emocional saudável: Encontrar formas de expressar suas emoções de forma
construtiva, como escrever sobre o que sente, conversar com alguém de confiança
ou até mesmo buscar terapia.
Redefinir
expectativas: Talvez o fiscal tenha expectativas irreais sobre como o trabalho
deveria ser, o que aumenta a pressão interna. Ajustar essas expectativas pode
aliviar a tensão interna.
11.
Conclusão
Em
resumo, a contratransferência no trabalho de um fiscal de caixa reflete um
conflito interno que, muitas vezes, é projetado nos outros. Esse processo
inconsciente de lidar com emoções reprimidas pode criar tensões tanto no
ambiente de trabalho quanto na vida pessoal. Para superar isso, é fundamental
que o fiscal se torne mais consciente dessas emoções, trabalhe na construção de
um ego mais equilibrado e busque formas de expressar seus sentimentos de
maneira saudável.
Essa
compreensão permite que ele se distinga de suas projeções e comece a tomar
decisões mais conscientes sobre como lidar com a insatisfação no trabalho. Com
autoconhecimento e reflexão, ele pode encontrar maneiras mais produtivas de
lidar com as emoções e melhorar sua qualidade de vida e desempenho no trabalho.
O
que está incomodando o Fiscal de caixa no trabalho é algo pessoal e não
relacionado ao trabalho por que o Fiscal de caixa é também psicólogo e não
consegue autorização da hierarquia para intervir no ambiente organizacional
estressante pôr que não é contratado como psicólogo.
Entendido!
Essa situação apresenta um conflito interno importante para o fiscal de caixa
que também é psicólogo. Ele vivencia um desalinhamento entre seus valores, sua
identidade profissional e o papel que exerce no ambiente de trabalho. Vamos
explorar isso sob a ótica psicanalítica.
1.
O Conflito entre o Ego e o Superego
O
Ego: Representa o fiscal tentando equilibrar a realidade do trabalho como
fiscal de caixa com seu desejo de atuar como psicólogo. O ego reconhece que a
hierarquia não o autoriza a exercer sua profissão como psicólogo, mas ainda
assim deseja fazer diferença no ambiente estressante.
O
Superego: Censura esse desejo, apontando que ele não foi contratado para ser
psicólogo, e que intervir nesse papel poderia ser visto como inadequado ou
ultrapassar limites profissionais.
O
Conflito: O superego, com suas normas rígidas, reprime o desejo do ego de
contribuir como psicólogo, o que gera sentimento de frustração, impotência e
talvez até culpa por não estar "fazendo mais" pelas pessoas ao seu
redor.
2.
O Papel do Id
O
id é a fonte dos desejos e impulsos. No caso do fiscal, o id representa o
desejo intrínseco de ajudar as pessoas no ambiente de trabalho e aliviar o
estresse organizacional.
Quando
o id não consegue realizar esse desejo, ele pode pressionar o ego, gerando
ansiedade e desconforto. O id impulsiona o fiscal a buscar maneiras de
intervir, mesmo sem a autorização formal.
3.
O Ambiente de Trabalho como um Gatilho
O
ambiente organizacional estressante amplifica o conflito interno. Como
psicólogo, o fiscal percebe claramente os problemas e sente que poderia
contribuir para solucioná-los. No entanto, a falta de reconhecimento formal
como psicólogo reforça a sensação de inutilidade ou de estar "preso"
em um papel que não reflete seu verdadeiro propósito.
Esse
ambiente atua como um gatilho emocional, exacerbando a frustração e a sensação
de impotência. O fiscal projeta, então, esses sentimentos no trabalho, vendo-o
como uma barreira para seu crescimento e realização pessoal.
4.
O Mecanismo de Defesa: A Contratransferência
A
contratransferência surge quando o fiscal projeta sua insatisfação pessoal (o
desejo frustrado de atuar como psicólogo) no ambiente ou nas pessoas ao seu
redor. Ele pode começar a:
Ver
os problemas organizacionais como maiores do que são.
Sentir
raiva ou frustração com colegas ou líderes que não reconhecem seu potencial
como psicólogo.
Desenvolver
desânimo ou desmotivação porque não consegue exercer plenamente sua vocação.
5.
Interpretação Psicanalítica
A
questão não está apenas na organização, mas em um desequilíbrio interno entre:
O
desejo de realização profissional (id).
A
realidade prática (ego).
As
regras e limitações sociais e organizacionais (superego).
O
fiscal de caixa está lidando com a frustração de não conseguir alinhar sua
identidade de psicólogo ao papel que exerce atualmente. Isso causa um conflito
interno, que gera sentimentos de insatisfação, ansiedade e, eventualmente, a
projeção desses sentimentos no trabalho.
6.
Como Lidar com Isso
Reconhecer
as limitações: Aceitar que, neste momento, ele não pode intervir formalmente
como psicólogo. Isso não significa que ele não possa usar suas habilidades de
maneira sutil e indireta para melhorar o ambiente.
Encontrar
pequenas formas de contribuir: Aplicar técnicas psicológicas em interações
cotidianas, como oferecer escuta ativa, criar um ambiente mais acolhedor ou
lidar com conflitos com empatia.
Planejar
uma transição: Trabalhar em um plano de médio ou longo prazo para atuar
formalmente como psicólogo em uma organização ou clínica, alinhando suas ações
ao seu propósito profissional.
Refletir
sobre o significado do trabalho atual: Reconhecer que, mesmo como fiscal de
caixa, ele ainda pode impactar positivamente as pessoas, embora de maneira
diferente do que faria como psicólogo.
7.
Conclusão
A
insatisfação do fiscal de caixa está profundamente ligada à sua identidade e
propósito como psicólogo. O conflito surge porque ele se sente limitado por seu
papel atual e censurado pelo superego, que o impede de agir como deseja. Com
autoconhecimento, ele pode encontrar maneiras de lidar com essa frustração,
reconhecer seu valor mesmo na função atual e planejar uma mudança que alinhe
seu trabalho à sua vocação.
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