Ano 2024. Escrito por Ayrton Junior Psicólogo CRP 06/147208
O
presente artigo chama a atenção do Leitor para um excelente tópico. Uma
operadora era pra abrir a caixa 10, mas ela abriu a caixa 11 e foi anunciada
pelo Fiscal e tentou culpar o Fiscal pelo alto falho.
Vamos
analisar essa situação pela abordagem psicanalítica como se fosse para um
iniciante:
O
fato : A operadora cometeu um erro (abriu a caixa errada) e foi anunciada pelo
Fiscal. Em resposta, ela tentou culpar o Fiscal.
Perspectiva
psicanalítica : Esse comportamento pode ser entendido como uma manifestação de
mecanismos de defesa.
nterpretação
psicanalítica:
Ação
da operadora : Abrir a caixa errada pode ser resultado de um momento de
distração ou de um ato falho. Na psicanálise, um ato falho é quando o
inconsciente interfere nas ações conscientes. Isso pode acontecer, por exemplo,
se a operadora tivesse uma preocupação ou desejo inconsciente que a
desconcentrava.
Advertência
do Fiscal : Ao ser anunciada, a emissora experimenta o julgamento do superego
(a parte da mente que rege normas e regras). Isso pode causar sentimentos de
culpa ou vergonha.
Tentativa
de culpar o Fiscal : Aqui entra um mecanismo de defesa chamado projeção . A
operadora, para proteger o ego (a parte consciente que lida com a realidade),
transfere a culpa para o Fiscal, desviando o foco de si mesma. Isso reduz o
desconforto de enfrentar a própria falha.
Explicação
para iniciantes:
Pense
no ego como o "mediador" da nossa mente, tentando equilibrar o que
queremos ( id ), o que devemos fazer ( superego ), e o que realmente acontece
no mundo real. Quando o ego fica sobrecarregado (por exemplo, ao lidar com um
erro e uma advertência), ele usa “truques” para se defender e evitar se sentir
mal. Nesse caso, o “truque” foi projetar a culpa no Fiscal.
A
operadora pode estar evitando aceitar o erro porque isso afetaria sua
autoimagem, que é algo importante para o ego.
Reflexão
final:
Esse
tipo de comportamento é comum, mas é importante promover um ambiente onde as
pessoas se sintam seguras para admitir erros sem medo de julgamento aparente.
Isso ajuda o ego a lidar melhor com as situações, sem precisar tanto de
mecanismos de defesa quanto de projeção.
Na
psicanálise, um ato falho ocorre quando algo do inconsciente interfere em
nossas ações conscientes, revelando desejos, medos ou conflitos internos que
não percebemos claramente. Ele pode se manifestar como erros de fala, escrita,
ou até mesmo em ações, como abrir a caixa errada.
No
caso da operadora:
Ela
deveria abrir a caixa 10 , mas abriu a caixa 11 . Esse erro pode ser
interpretado como um ato falho , e para compreendê-lo, podemos refletir sobre
possíveis significados inconscientes por trás da ação:
Desejo
ou resistência inconsciente :
Talvez
a operadora tenha algum desconforto em relação à caixa 10. Pode ser que ela não
goste de trabalhar ali por algum motivo — associando esse número ou caixa a uma
experiência negativa.
Por
outro lado, ela pode ter preferido a caixa 11 por algum motivo inconsciente,
como achar aquele ambiente mais confortável ou querer evitar algo relacionado à
caixa 10.
Conflito
interno :
Pode
ser que, inconscientemente, ela esteja distraída ou ansiosa, e isso interfere
em sua concentração. Ansiedade ou preocupações pessoais podem levar a atos
falhos porque o ego está sobrecarregado e deixa escapar o que o inconsciente
deseja ou teme.
Descuido
relacionado a outra preocupação :
O
ato falho também pode acontecer por conta de um pensamento paralelo. Por
exemplo, uma operadora pode estar lidando com uma preocupação pessoal que, sem
ela perceber, influenciou sua decisão. Nesse caso, o erro reflete um desvio de
atenção causado por algo mais importante no inconsciente.
Fatores
emocionais com relação à autoridade :
Caso
a operadora tenha algum desconforto ou tensão em relação ao Fiscal ou à posição
no trabalho, o ato falho pode ter sido uma forma inconsciente de
"desobedecer" ou "testar limites".
Em
resumo:
O
ato falho da operadora (abrir a caixa 11 em vez do 10) não é apenas um erro
simples. Ele pode ser uma pista do que está acontecendo no inconsciente dela,
como conflitos, resistências ou desejos ocultos. Para entender melhor, seria
necessário explorar com a operadora seus pensamentos, sentimentos e contexto no
momento do erro.
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