Ano 2024. Escrito por Ayrton Junior Psicólogo CRP 06/147208
O
presente artigo chama a atenção do para um excelente tópico. O colaborador
estava com o copo de café nas para aquecer no micro ondas enquanto conversava
com o segurança que colocou sua comida para esquentar no micro ondas. O micro ondas estava ligado
esquentando a comida do segurança quando num ato falho o colaborador abriu a
porta do micro ondas antes mesmo de dar o tempo de aquecimento da comida do
segurança. Então o Segurança disse em Tom de brincadeira, não acredito que você
fez isso. Me explica e interpreta como se eu fosse um iniciante pela abordagem
da psicanálise o ato falho do colaborador
Na
psicanálise, um ato falho é um erro que revela desejos ou pensamentos
inconscientes. O ato de abrir o micro-ondas antes de o tempo de aquecimento
terminar pode ser interpretado como um sinal de que, inconscientemente, o
colaborador estava agindo sob influências que ele mesmo desconhecia.
Se
considerarmos o cenário do ato falho pela psicanálise, podemos pensar que o
colaborador, enquanto conversava com o segurança, estava distraído e talvez
ansioso ou com pressa. Essa distração pode ter sido uma forma de seu
inconsciente agir. Talvez, por um desejo inconsciente de priorizar seu próprio
café ou sua própria necessidade, ele abriu o micro-ondas, interrompendo o
processo de aquecimento da comida do segurança.
Ou
seja, mesmo que conscientemente ele soubesse que o micro-ondas estava ocupado,
o ato falho de abrir a porta antes do tempo revela que, em um nível mais
profundo, ele pode não ter dado atenção ao fato de que o aparelho estava em uso
por outra pessoa. Isso também pode refletir algum tipo de tensão ou ansiedade
em querer logo aquecer seu café, sem perceber o que estava acontecendo ao
redor.
A
brincadeira do segurança, dizendo "não acredito que você fez isso",
pode ter trazido à tona a culpa ou o constrangimento do colaborador, mostrando
que, embora o ato tenha sido inconsciente, ele foi percebido como uma pequena
transgressão no momento social, o que pode ativar uma autoavaliação do
colaborador sobre suas ações.
Esse
ato falho pode ser visto como uma manifestação do inconsciente, onde o desejo
do colaborador (mesmo que sutil e inconsciente) de usar o micro-ondas antes,
talvez para apressar o preparo de seu café, entrou em conflito com a situação
social que exigia esperar pelo fim do aquecimento da comida do segurança.
A
partir da psicanálise, esse tipo de erro reflete o funcionamento de três partes
da mente: o id, o ego e o superego.
Id:
representa os desejos e impulsos inconscientes, como a pressa do colaborador em
aquecer o café, sem considerar as normas ou regras sociais. O id age de forma
impulsiva e sem preocupação com o contexto.
Ego:
atua tentando equilibrar o id com a realidade. O ego sabe que o micro-ondas
está em uso e que é necessário esperar. Porém, o ato falho mostra que o ego
falhou momentaneamente em controlar o impulso do id.
Superego:
representa as normas e regras internalizadas, como o respeito pelo uso do
micro-ondas alheio. A brincadeira do segurança ("não acredito que você fez
isso") pode ativar o superego do colaborador, fazendo-o sentir algum tipo
de culpa ou vergonha por não ter seguido as expectativas sociais.
Ao
abrir a porta do micro-ondas, o colaborador não agiu de forma consciente e
racional (controle do ego), mas sim de forma impulsiva (influência do id). Essa
ação pode ter ocorrido por algum desejo latente de acelerar as coisas ou por
uma distração momentânea, mas foi rapidamente corrigida quando o colaborador
percebeu o que havia feito. A reação do segurança, embora brincalhona, pode ter
intensificado o sentimento de autoconsciência do colaborador, ativando o
superego, que aponta para a transgressão de uma norma social, mesmo que
pequena.
Em
resumo, o ato falho revela como o inconsciente pode afetar nossas ações
cotidianas, mesmo em situações simples como essa. A mente pode, às vezes,
priorizar impulsos internos, ignorando as normas sociais, até que algo externo
(como o comentário do segurança) traga esses erros à nossa consciência, gerando
uma oportunidade de refletir sobre o comportamento.
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