Ano 2025. Escrito por Ayrton Junior Psicólogo CRP 06/147208
O
presente artigo chama a atenção do leitor para um excelente tópico. O sujeito
que possui o hábito de treinar regularmente na academia costuma deixar o
celular carregando à noite, garantindo assim carga suficiente para utilizá-lo
no treino do dia seguinte, seja pela manhã ou à noite. No entanto, no domingo
ele esqueceu de colocar o celular para carregar. Na segunda-feira, ao
acordar, seguiu sua rotina normalmente: conectou o fone de ouvido ao Bluetooth
e foi treinar. Entretanto, não verificou o nível de bateria do aparelho.
Já próximo ao final das sessões de treino, o celular desligou por falta de
carga, e foi nesse momento que ele se lembrou de que havia esquecido de
carregá-lo na noite anterior.
Vamos
fazer uma interpretação simples e didática desse acontecimento usando a psicanálise,
como se você estivesse começando a aprender agora.
Resumo
da situação
Um
sujeito tem o hábito de deixar o celular carregando à noite para usá-lo no
treino do dia seguinte. Mas no domingo, ele esqueceu de carregar. Na
segunda, foi treinar normalmente, conectou o fone via Bluetooth, e não
percebeu que a bateria estava baixa. Quase no final do treino, o celular desligou.
Só então ele se lembrou que havia esquecido de carregar na noite anterior.
Como
a psicanálise entende esse tipo de “esquecimento”?
Na
psicanálise, especialmente na teoria de Freud, os esquecimentos não são
apenas falhas da memória por distração. Muitas vezes, eles são atos
falhos — ou seja, o inconsciente está tentando dizer algo através do
esquecimento.
Vamos
aplicar isso ao caso:
1.
O "esquecimento" como um ato falho
O fato de o sujeito esquecer de colocar o celular para carregar pode ser um sinal
do inconsciente. Talvez, de forma inconsciente, ele estivesse um
pouco cansado, entediado ou sem motivação com o treino de segunda-feira.
O esquecimento pode ser uma forma sutil do inconsciente boicotar a rotina.
2.
O ego distraído, o inconsciente ativo
O ego, que é a parte racional da mente, estava focado em manter o hábito
de treinar, mas não percebeu que o inconsciente talvez quisesse um
“descanso” da rotina. Então, ao não carregar o celular, o sujeito cria (sem
perceber) um obstáculo: treinar sem música, o que pode deixar o treino menos
prazeroso.
3.
Superego, Id e Ego nesse contexto
o O superego
é a parte moral, que diz: “Você deve manter a disciplina e treinar.”
o O id
é a parte dos desejos e impulsos inconscientes. Ele pode ter dito: “Quero
dormir, descansar ou sair da rotina.”
o O ego
tenta equilibrar os dois. Mas, nesse caso, o id pode ter vencido por um
instante, fazendo o sujeito esquecer de carregar o celular, criando um
empecilho inconsciente.
4.
A lembrança só vem depois
Quando o celular desliga, a memória volta. Isso mostra que o conteúdo
não estava perdido, apenas recalcado ou fora da consciência por um
momento. O sujeito só lembra que esqueceu quando o efeito acontece —
típico do inconsciente que age sem que a gente perceba na hora.
Conclusão
simples para um iniciante:
Na
psicanálise, esquecimentos assim não são apenas distrações. Eles podem revelar conflitos
internos. Neste caso, o esquecimento de carregar o celular pode simbolizar um
desejo inconsciente de quebrar a rotina, de descansar ou até de se libertar da
obrigação de treinar ouvindo música.
A
mente inconsciente pode agir sem que a gente perceba, enviando mensagens
através de esquecimentos, lapsos ou ações inesperadas. E a psicanálise
ajuda a escutar essas mensagens escondidas.
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