Ano 2023. Escrito por Ayrton Junior Psicólogo CRP 06/147208
O
presente artigo informa o leitor a levar em conta a desorientação que se trata
da capacidade da pessoa em situar-se com relação a si mesma e ao ambiente, no
tempo e no espaço. Orientação alo psíquica, diz respeito à capacidade de
orientar-se em relação ao mundo, isto é, quanto ao espaço [orientação espacial]
e quanto ao tempo [orientação temporal]. E se está acionando inconscientemente
alguma estratégia de enfrentamento adaptativa ou desadaptativa.
Quando
estamos trabalhando manuseamos as estratégias de enfrentamento alicerçadas no
saber da profissão, isto é, baseada em todos os conhecimentos adquiridos no
curso e experiência. Mas, ao depararmos com situações que causam conflitos
emocionais originados no ambiente organizacional por supervisores, colegas de
trabalho, colaboradores a tendência é fugir por entre o mecanismo defesa fuga,
por falta de recursos de enfrentamento de competências socioemocionais.
As
vezes uma pessoa é excelente na aplicação de estratégia de enfrentamento no
campo profissional por causa do seu saber acadêmico, técnico, embora por ouro
lado é péssimo em enfretamento de situações que exigem ajuste do comportamento
e controlo de emoções no ambiente corporativo e outros ambientes construídos.
Ou até em situação de conflito conjugal, perdas econômicas, perda e luto,
conflitos familiares, desemprego, um diagnóstico de autismo, orientação sexual
de um membro da filha que é bissexual dentre outros.
Significa
que este comportamento é reproduzido do meio familiar para outros ambientes
construídos. Este tema vou tratar em outros parágrafos deste artigo. E a
desorientação temporal espacial mostra a ausência de estratégia de
enfrentamento relacionada a pergunta, onde está o meu emprego?
O rebaixamento da consciência, condição na qual o paciente é
afetado por uma severa apatia, apresentando redução ou ausência das respostas
emocionais ou mentais, de forma a não reagir aos estímulos, ainda que tenha
consciência sobre o ambiente. Já o nível de consciência é relacionado com o
grau de alerta do indivíduo. Inclui o reconhecimento da realidade externa ou de
si mesmo em determinado momento e a capacidade de responder a estímulos
voluntaria e conscientemente. A avaliação do nível de consciência ocorre pelo
contato com o paciente no decorrer da interação.
Redução do nível de consciência, também
chamada de desorientação torporosa ou confusa, é aquela na qual o indivíduo
está desorientado por turvação da consciência. Tal turvação e o rebaixamento do
nível de consciência produzem alteração da atenção, da concentração e
consequentemente da capacidade de percepção. É a forma mais comum de
desorientação temporal espacial. [...] Em sua obra “Além do Princípio do
Prazer” (1920, p.34), Freud afirma: a compulsão a repetição também rememora do
passado experiências que não incluem possibilidade alguma de prazer e que
nunca, mesmo há longo tempo, trouxeram.
Partindo
de exemplo onde, está meu emprego? Também é de referir que nem todos os
momentos são oportunos para fazer uma orientação para a realidade. A pessoa
está tentando se localizar no tempo, dia, mês e ano que aconteceu a perda.
Uma
vez que o sujeito se apercebe não possuindo mais de um emprego, digo, é
faltante de trabalhar. Essa falta do passado traz um incomodo no aqui-agora
presente e cobra uma atitude despertando curiosidade para desvelar o atual
emprego, trazendo como consequência a desorientação da realidade. Divulgando
que é ou não possível que o sujeito esteja com saudades do último ou anteriores
emprego.
Agora
transitando por alguns exemplos. Ao relembrar a teoria de Piaget que é assimilação,
acomodação e evocação é possível que o indivíduo evoque do seu passado momentos
de prazer relacionados ao trabalho no ano de 1998 como instrumentista em uma
multinacional e no aqui-agora no ano de 2022 e tenha saudades, isto é,
sentimento de magoa, nostalgia e incompletude causada pela ausência do trabalho
de instrumentista, e o desaparecimento do exercício da ocupação, com distância
ou privação dos colegas de trabalho, época de redução no quadro de funcionário
da corporação, departamentos da fábrica, onde realizou manutenção nos
maquinários, excelente salário a que esteve afetiva e ditosamente ligado e que
se desejaria voltar a ter.
Porém
tem compreensão da realidade que em pleno ano de 2022 é impossível exercer a
função, porque está com idade acima da aceitável na corporação.
Onde,
está o meu emprego? Seguindo para o ano de 2013 em que trabalhou como
telemarketing receptivo no setor de multiconferência, realizando o máximo de 30
agendamentos diários para executivos realizarem conferência por telefone evoca
o, sentimento de magoa, nostalgia e incompletude causada pela ausência de
trabalho, desaparecimento que aponta o descaminho para outra profissão, com distância
ou privação dos colegas de operação, da época que se sentia seguro e protegido
por estar trabalhando no regime CLT, num ambiente higiênico e que permitia
cursar psicologia a que esteve afetiva e ditosamente ligado e que se desejaria
voltar. Mas tem consciência que este feito é impossível, porque não existe mais
a empresa. Isto é a realidade e não uma contrariedade a ser resolvida.
Onde,
está o meu emprego? Encaminhando-se para os anos de 2016 e 2017, onde realizou
estágios de psicologia na universidade relembra, o sentimento de magoa,
nostalgia e incompletude causada pela ausência de um trabalho, com desaparecimento
obrigatório das ocupações trabalhistas de telemarketing receptivo, com distância
dos colegas de telemarketing, época de muito estudo, privação de curtir outros lugares
e afastamento abrupto da função de telemarketing receptivo a que esteve afetiva
e ditosamente ligado e que se desejaria voltar, mas teve que se concentrar nos
estágios de psicologia para graduar-se como psicólogo ocupação que deseja
exercer. Defrontou-se com a realidade e como resolução de problema aceitou a
perda da função de telemarketing com a finalidade de graduar-se na ocupação tão
sonhada.
Ondem
está o meu emprego? Direcionando para o ano de 2018 a 2019, onde trabalhou como
telemarketing ativo não sente saudades, ou por outra não tem o sentimento de
magoa, nem nostalgia e nem incompletude causada pela ausência de trabalhar, pois,
aceita o desaparecimento do exercício da profissão de telemarketing, que causa
a distância dos colegas da operação, porque foi uma época conturbada, e com privação
de curtir outros lugares, onde ocorreu o afastamento abrupto do exercício da
profissão de psicólogo a que esteve afetiva e ditosamente ligado e que se
desejaria voltar a exercer. Mas, está com muitas dificuldades no exercício da
profissão, pois esta é a realidade e não implica a resolução de um incômodo.
Onde,
está o meu emprego? E recentemente no ano de 2020 a 2022, realizou acolhimentos
psicológicos como psicólogo em clínica
particular sente saudades de clientes que pagam honorário, assim dizendo, surge
o sentimento de magoa, nostalgia e incompletude causada pela ausência de
clientes responsáveis, leva ao desaparecimento do psicólogo da clínica
particular, devido a privação de clientes comprometidos com a psicoterapia, sinalizando
uma época de escassez, que o obriga a privação de curtir outros lugares e
afastamento abrupto do exercício da profissão a que esteve afetiva e
ditosamente ligado e que se desejaria voltar a exercer.
Onde,
está o meu emprego? não é benéfico responder [já perdeu o emprego a 06 anos em
2016]. E qual emprego ele se refere neste momento. Pode ser um emprego do
passado ou recentemente. Estamos em 2022. Neste caso, será mais adequado
validar o sentimento que está por detrás desta pergunta – possivelmente a
pessoa está a perguntar pelo trabalho porque tem saudades dele; tem curiosidade
que é o desejo de saber ou ver qual é o seu trabalho; ou está desempregado e
por isso pergunta; se enxerga incompleto por não ter renda salarial; faltoso de
interação com pessoas; falto de autonomia para exercer o direito de ir e vir ao
estar trabalhando; deseja demover-se da zona de conforto da ociosidade
involuntária. Fale-me um pouco do seu trabalho? O que mais gostava nele?
Onde,
está meu trabalho? Esta pergunta significa que o sujeito atualmente não tem
trabalho ou perdeu o trabalho anterior e por estar em desorientação temporal
espacial não consegue enxerga-lo no aqui agora ou ainda pode ser um trabalho
presente atual em qualquer lugar que o indivíduo queira, mas não consegue
localizá-lo no tempo, dia, mês e ano. Ou até sabe que noutro local está seu
trabalho.
Onde,
está minha ocupação? Pode estar situado em empresas relacionado a profissão, em
setores de prestação de serviços do mercado de trabalho, nas redes sociais,
trabalho autônomo, empreendedorismo, escolas, universidades, hospitais, ongs,
supermercados e o que você pensar enquanto lê o texto.
Porém
é a profissão quem apontará a orientação para a realidade do cliente. A partir
do momento em que a pessoa perde a referência trabalho ela se perde no tempo
espaço o que dificulta a percepção espacial.
Caso
o sujeito não se dê conta disto adentrará a compulsão a repetição
perguntando-se sempre, onde está o meu trabalho. Portanto partindo da pergunta:
Onde, está meu emprego? Se quem pergunta for graduado em psicologia, aponta que
seu campo de atuação estará dentro das possibilidades que alcança a psicologia
no terceiro setor do mercado de trabalho e deverá procurar pelos campos de
atuação de um psicólogo, e escolher em qual campo deseja empregar-se, seja em
instituições e prestação de serviço online ou presencial.
A
orientação temporal tem como objetivo reduzir a desorientação e confusão dos clientes,
trabalhando com dados de realidade de maneira organizada e contínua. Utilizando
linguagem clara e por vezes, comunicação não verbal. Pode ser realizada com
exercícios de orientação temporal, com discussão de notícias em sites de vagas;
guias de profissão; indicação de colegas a vagas especificas; concursos
públicos.
Também
pode ser feita individualmente, realizada de maneira contínua, adequando o
ambiente para fornecer informações [exemplo, observando as profissões dos
membros da família, parentes ou amigos, cursos realizados, quadro de avisos em
agencias, calendários de palestras, relógios] e, naturalmente, comentando
informações pessoais relevantes, além da própria situação do cliente.
No
processo de reabilitação neuropsicológica voltada a memória, as possibilidades
de intervenção se dão através de estratégias de compensação, isto é, utilizar
modalidades da memória que estejam preservadas para compensar outra modalidade
ou por meio das habilidades residuais da modalidade de memória que está
prejudicada, apostando em diferentes tipos de neuroplasticidade.
Identifica-se
que, qualquer que seja a estratégia, o objetivo é melhorar a performance
possível do cliente e não modificar a habilidade que o cliente possui. Por
isso, torna-se fundamental conhecer a história pregressa do paciente,
compreender como ele funcionou até o presente momento, quais estratégias foram
utilizadas ao longo da vida para defrontar-se com as contrariedades
apresentadas pelo princípio de realidade.
As
vezes as estratégias mais utilizadas pelos adultos podem ser, afastamento e
fuga e esquiva, e as menos utilizadas as estratégias de confronto e suporte
social. As adaptativas envolveram um misto de estratégias consideradas como
controle sobre o ambiente externo, esquiva e religiosidade.
Pois,
é possível buscar na religião o suporte social para enfrentar alguns incômodos
como o medo, a insegurança, a incerteza através de orientação e aconselhamento
pastoral. Mas, nem todas a situações se resolvem com estratégias de
enfretamento bíblico espiritual. É necessário distinguir o que é espiritual do
que é emocional no ambiente, seja construído por mãos humanas ou não. [...] Esse
medo marcará nossa memória, de forma desprazerosa, e será experimentado como
desamparo, “portanto uma situação de perigo é uma situação reconhecida,
lembrada e esperada de desamparo” (Freud, 2006, p.162).
As
estratégias de enfrentamento são, confronto, afastamento, autocontrole, suporte
social, aceitação de responsabilidade, fuga e esquiva, resolução de problemas e
reavaliação positiva. De uma maneira resumida, a forma como lidamos com os
problemas e reagimos diante de determinadas situações, são os nossos copings em
ação.
A
maneira como nosso sistema familiar enfrenta os problemas, situações que
acontecem durante a fase intrauterina e acontecimentos da infância contribuem
para definir a maneira de enfrentar e resolver os problemas que surgem. Deste
modo a maneira como um membro da família enfrentou o desemprego aplicando
comportamentos, seja adequado ou inadequado; controle de emoções ou
descontrole, isto serve para que outro indivíduo da família observe e reproduza
a mesma postura adaptativa ou desadaptativa ao se deparar com o desemprego em
sua jornada.
Em
ambiente hospitalar, a possibilidade de esquiva e fuga de situações estressoras
diminui, pois muitas vezes essas situações fazem parte do dia-a-dia da
instituição. Diante dessa realidade, os profissionais utilizam estratégias para
enfrentar essas situações que causam estresse e desconforto físico e emocional,
as chamadas estratégias de enfrentamento.
Estas
são parte integrante de um repertório comportamental aprendido ao longo da vida
e principalmente durante a formação acadêmica, estágios e residência, já que as
situações enfrentadas no ambiente de trabalho em hospitais, apesar de terem
semelhanças com eventos e situações cotidianas, têm suas próprias
peculiaridades. Podendo direcionar de modo inconsciente o indivíduo a
comportar-se de modo infantil. [...]Mecanismo defeso regressão é um
retorno a um nível de desenvolvimento anterior ou a um modo de expressão mais
simples ou mais infantil. É um modo de aliviar a ansiedade escapando do
pensamento realístico para comportamentos que, em anos anteriores, reduziram a
ansiedade.
Conhecendo
os fatores citados acima, é possível estabelecer relações entre os eventos
estressores no trabalho, formas de enfrentá-lo e incidência de sintomas físicos
e psicológicos nos profissionais, o que futuramente permitirá apontar práticas,
comportamentos e estratégias de enfrentamento adequadas a situações
estressoras, que possam auxiliar na prevenção do surgimento de sintomas e
doenças relacionadas ao estresse ocupacional, melhorando assim a qualidade de
vida no trabalho e o atendimento aos pacientes.
A
escolha de uma classe de estratégias de enfrentamento ou de outra e a forma
como estas são utilizadas é influenciada, em grande parte, por aspectos
relacionados a: crenças, auto regras, habilidades de solução de problemas,
habilidades sociais, assertividade, suporte social e recursos materiais
(Savóia,1999).
Mengel
(1982, citado por Guido, 2003) define o enfrentamento psicológico como um grupo
de comportamentos, sejam estes conscientes ou não, que um indivíduo manifesta
quando está diante de uma situação que não deseja estar passando, ou que almeja
modificar, para que assim possa ressignificar as emoções deste estímulo que lhe
causa estresse.
O
enfrentamento caracteriza-se pela junção de estratégias cognitivas e
comportamentais usadas pelos indivíduos, para o controle das demandas internas
e externas, avaliadas como sobrecarga ou que excedam a capacidade do organismo.
Segundo
a teoria transacional, o enfrentamento é um processo que decorre da interação
entre o indivíduo e o ambiente, influenciado pelos traços de personalidade
desta pessoa e experiências prévias que possa ter constituído para a aquisição
de recursos emocionais, comportamentais, cognitivos e sociais para lidar com
situações adversas.
Tais
estratégias de enfrentamento deverão acontecer, portanto no sentido de
minimizar a pressão física, emocional e psicológica relacionada a acontecimentos
desencadeantes de estresse, resultando no ajustamento psicossocial do indivíduo
e consequentemente na melhoria da qualidade de vida e do equilíbrio mental.
Sendo assim, apenas esforços conscientes e intencionais são considerados
estratégias de enfrentamento.
Por
algum momento a pessoa deve parar de se perguntar, onde está o meu trabalho?
Para que possa compreender realmente o que está buscando saber por meio desta
pergunta. Parece ser uma orientação para sua realidade, onde a encaminhe a demover-se
da desorientação temporal espacial que se acha no momento.
Simplesmente
não reflexionou que o que aponta no sentido de dar-lhe orientação é a própria
profissão exercida em algum tempo, dia, mês e ano. Entretanto se suas ocupações
o conduziram ao efeito de desaparecer, deixando de aparecer para outras pessoas
ou de ser visto nas redes sociais, no grupo de colgas de trabalho no WhatsApp.
Indigita o descaminho, assim dizendo, afastamento das profissões exercidas no
passado consideradas como corretas e adequadas para a época pretérita.
Porém
é o momento para olvidar das funções antigas que despertaram de algum modo o
sentimento de saudades e concentrar-se no cargo recente ou ainda descortinar
outro ofício embasado nos conhecimentos sobre cursos adquiridos. Os ciclos
acontecem naturalmente, algo inicia e depois de um tempo termina. E é aí que a
saudade aparece.
Podemos
sentir saudades de pessoas, lugares, experiências, cargos exercidos em
determinadas instituições. Alguém que faleceu, de alguém que mora longe, de um
animal de estimação que se foi ou até de um local especial.
A
saudade, que acaba sendo uma mistura de sentimentos. Significa perder alguma
coisa, como um trabalho, estar distante de alguém, sentir amor, sentir
desprazer de um trabalho, mas ter prazer ao ganhar a renda fixa. Quando nos
afastamos de um trabalho que nos traz satisfação/prazer, e sentimos falta,
percebemos que muitas vezes não valorizávamos pessoas que estavam sempre ao
nosso lado, sempre disponíveis para nós, e a gente achava a coisa mais normal
do mundo, nem ligava as vezes.
Quando
alguém se afasta ou perdemos alguém, sentimos claramente o que aquela pessoa
representa em nossas vidas. Contudo ao nos removermos de um cargo que nos traz
desprazer/insatisfação, e sentirmos falta da recompensa monetária, depreendemos
que não estamos interessados em interagir com as pessoas naquele ambiente, mas
sim, apenas o que nos traz saudades é do pagamento, ou por outra, o que podemos
realizar com o dinheiro e por isso onde está o meu emprego é capaz de estar
associado ao papel moeda e pouco com a autorrealização profissional em alguns
casos.
É
natural que um indivíduo que atravessa por desclassificação frequentes dos
processos seletivos por ter a questão da idade fora do padrão aceitável pelas
hierarquias organizacionais, se pergunte com frequência a si mesmo, onde está o
meu trabalho? Os infortúnios sofridos no mercado de trabalho lhe causaram a
desorientação temporal espacial, melhor dizendo, o mercado de trabalho lhe
configura o descaminho das funções ofertadas pelas corporações.
Digo,
desvela ao sujeito que não é esta trajetória a ser direcionada pelo sentimento
de saudade inconsciente ou até desespero, em outros termos, falta de esperança
acompanhada de sentimentos violentos de magoa e/ ou revolta, associado a
sensação de impotência por situar-se na compulsão a repetição da desorientação
temporal espacial por longo período e não lograr deslocar-se do seu lugar
atual.
Talvez
por ausência de competências para resolver problemas e para analisar a
resolução de problemas ou não. [...] Freud no seu texto “Recordar
repetir e elaborar” (1914), texto esse em que começa a pensar a questão da
compulsão à repetição, fala do repetir enquanto transferência do passado
esquecido dentro de nós. Agimos o que não pudemos recordar, e agimos tanto
mais, quanto maior for a resistência a recordar, quanto maior for a angústia ou
o desprazer que esse passado recalcado desperta em nós.
Um
problema é uma questão que se propõe para ser resolvida, quer dizer, coisa
difícil de compreender, explicar ou fazer por causa do grau de dificuldade
exigido. Partindo desta premissa entendemos que toda contrariedade é possível
de ser solucionada.
Ao
interpretarmos o exemplo, onde está o meu emprego? A estratégia de enfretamento
de resolução do desemprego consiste no uso de métodos, de uma forma ordenada,
para encontrar soluções de empregabilidade como, pesquisa em sites de vagas;
rastreio de empresas com vagas específicas, envio de e-mails para agências,
rede contato Network, empenhar-se em localizar colegas que possam indicar a
vagas, descobrir a idade aceitável pela corporação para candidatar-se a vagas e
outros.
E
se um problema não tiver solução? Se uma situação ou assunto não tem solução,
então, por definição, não é um problema, como pessoas de meia-idade o mercado
de trabalho não absorve com a intenção de serem contratadas.
É
provável que estejamos diante de uma realidade [a meia-idade]. E por tanto a
pergunta, onde está o meu emprego, não cabe nesta situação, por constar uma
realidade discordante. A vida com
frequência nos surpreende com situações inesperadas, as quais não precisam
solução, já que apenas requerem a aceitação de que a vida é assim, e temos que
saber viver com estas realidades divergentes.
Devemos
ser criativos frente as contrariedades que podemos solucionar, já que existem
milhões de soluções possíveis, tantas quanto pudermos imaginar e combinar. Para
encontrar a solução adequada precisamos estar abertos, ser receptivos e muito
criativos diante das possibilidades que antes sequer teríamos imaginado. Ainda
que não encontremos a solução perfeita, com certeza, existem outras opções que
solucionariam de forma adequada o impedimento.
Quando
uma dificuldade preocupa e obceca, impede que vejamos além dela. É como se
diante da percepção estivesse a desorientação temporal espacial que impede de
enxergar mais à frente e pensar de modo realista a respeito das possíveis
soluções. Portanto, para encontrar a melhor solução, é preciso se distanciar do
obstáculo, enxerga-lo de outra óptica, de outra forma diferente da que você
está acostumado.
Dentro
do mercado de trabalho em qual setor é possível empregar os meia-idade/pré
idosos [entre 55 e 64 anos]; os idosos jovens [entre 65 e 79 anos]; os idosos
em idade avançada [com 80 anos ou mais]. E o mesmo deve ser feito no que
concerne à realidade, em outras palavras, afastar-se dela, compreendendo de
outro ponto de vista que seja dissemelhante do mercado de trabalho que é o que você
está adaptado a observar. Aqui alguns sujeitos costumam empregar a religião com
a finalidade de alterar a realidade desfavorável.
E
isto não é errado, ou por outra, é a estratégia de enfretamento adaptativa a fé
em Deus ou Jesus Cristo, que a pessoa escolheu no momento para proporcionar um
escape da angustia, confrontando e não aceitando a realidade de desprazer.
Entretanto,
os idosos usualmente precisam competir com os trabalhadores jovens, mais
qualificados, além de enfrentarem a estigmatização social, o que dificulta a
sua permanência no mercado de trabalho. As políticas vigentes ainda são
insuficientes para incorporar a população mais idosa no processo produtivo.
Estamos diante de uma realidade e não um problema em si.
A
partir desta realidade é pertinente reformular a pergunta, onde está meu
emprego na terceira idade no ambiente corporativo ou não? É provável que a
pessoa esteja influenciada pela saudade, uma vez que se aposentou em algum
ambiente corporativo e neste caso a saudade a remete a desorientação temporal
espacial da sua realidade atual, regressando por entre o mecanismo da
regressão, a posturas de trabalho no passado.
Ansiando
por aplicar os mesmos saberes, seja técnico ou acadêmico, mas que agora são
impossíveis de serem aplicados e praticados com efetividade por estarem num
período considerado de idade madura, isto é, envelhecidos para as corporações.
O
indivíduo precisará descortinar o que gosta de fazer por entre cursos
disponibilizados por agencias regulamentadoras da prefeitura, cursos gratuitos
online na internet disponibilizados por plataformas, suas competências,
habilidades e atitudes, competências socioemocionais e como pode ainda ser útil
no mercado de trabalho observando seu estado mental e cognitivo, juntamente com
suas limitações físicas de mobilidade e defrontar-se com os desafios originados
pelo princípio de realidade o mercado de trabalho.
Participar
de cursos de atualização e de capacitação e de grupos de troca de experiências
e de conhecimentos, a fim de que a pessoa idosa se sustente física, emocional e
economicamente são medida essenciais para promover a transformação
socioambiental. Depreendendo de modo realista que não existe muitas
oportunidades de emprego no mercado de trabalho e isto depende do setor e como
as empresas pensam sobre a inclusão de idosos.
Muitas
das organizações não estão preparadas ou dispostas a adaptar as condições de
trabalho e capacitar profissionais mais velhos, o que acaba marginalizando
membros dessa população. E para algumas empresas do terceiro setor de prestação
de serviços a pessoa não pode constar na lista de inadimplência dos órgãos do
SPC e Serasa.
As
demandas por profissionais qualificados são crescentes e, dependendo do setor,
boa parte desta capacitação depende diretamente do domínio de sistemas e
tecnologias com as quais muitos idosos não estão familiarizados.
O
tempo que precisa ser investido para o treinamento de profissionais mais velhos
muitas vezes não é algo que as empresas estão dispostas a investir. Para isto,
é necessário potencializar a criatividade e estar aberto e receptivo a novas
visões da condição, e, sendo assim, novas possibilidades e novos horizontes
para buscar a melhor solução possível.
Manusear
o distanciamento psicológico é uma alternativa. Por outro lado, escrever de
forma automática, deixar as ideias fluírem, sem pensar, imaginando possíveis
soluções, pode ajudar a encontrar sinais de um novo caminho.
Depois
de escrever, você pode lê-las novamente e pensar nessas opções, relacionando-as
entre si, avaliando-as e refletindo caso elas ou o resultado da sua combinação,
sejam a melhor solução para o inconveniente. Para potencializar a criatividade
é muito bom se informar, ler ou ouvir conselhos e experiências de outras
pessoas que passaram por um obstáculo semelhante ao seu, e tirar delas uma
orientação de estratégia de enfrentamento para a realidade e continuar na sua
própria busca.
Referência
Bibliográfica
FREUD,
A. O ego e os mecanismos de defesa. Rio de Janeiro: Biblioteca Universal
Popular, 1968
FREUD,
S. (1920), "Além do princípio do prazer” In: FREUD. S. Obras completas de
S. Freud. Rio de Janeiro: Imago, 1996, v. XVIII.
FREUD,
S. (1996). Obras completas de S. Freud. Rio de Janeiro: Imago. (1914).
"Recordar, repetir e elaborar ", v. XII
GUIDO,
L. A. (2003). Stress e coping entre enfermeiros de centro cirúrgico e
recuperação anestésica. 2003.199f. Tese (Doutorado em Enfermagem). São Paulo:
Escola de Enfermagem, Universidade de São Paulo.
SAVÒIA,
M. G. (1999). Escalas de eventos vitais e de estratégias de enfrentamento
(Coping), Rev. Psiq. Clin.,26 (2), Edição Especial
Comentários
Postar um comentário