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A religião e as doenças emocionais


Setembro/2019. Escrito por Ayrton Junior - Psicólogo CRP 06/147208

A intenção deste texto é chamar a atenção para o olhar das doenças psicossomáticas potencializadas por doutrinas religiosas rígidas constatadas no consultório. Em que paciente trás a queixa síndrome de pânico diagnosticada pelo psiquiatra, pois já passou por vários médicos inclusive com exame neurológico do cérebro para atestar não ter nenhum problema relacionado ao cérebro. E ao relatar sua história de vida, narra sobre sua crença religiosa. É notório o conflito entre Ego e Superego bíblico, o Id subjugado pelo Superego, além do Ego estar em conflito com o princípio de realidade também.
O que são doenças psicossomáticas? São doenças do foro psicológico com expressão física. Pelo fato da sua génese ser psíquica não deixam de causar mal-estar ao nível físico e não são para descurar ou desvalorizar. São exemplos dessas doenças a asma, os eczemas, as dores de cabeça, os problemas gástricos e abdominais, e aquelas que vier a sua consciência agora. O conflito psíquico que a pessoa apresenta e que não consegue ou não pode verbalizar, por ser na maioria das vezes inconsciente, assume manifestações físicas que provocam um enorme sofrimento quase sempre ao longo da vida, porque a componente psíquica é quase sempre relegada para segundo plano, por outros técnicos de saúde que insistem apenas no tratamento físico.
Com a persistência dos sintomas, é comum surgirem doenças que podem ser causadas ou pioradas por causas emocionais, como gastrite, fibromialgia, psoríase e pressão alta, LER [lesão por esforço repetitivo: Epicondilite]. Em alguns casos, os sintomas são tão intensos que podem simular doenças graves, como infarto, AVC ou convulsões, por exemplo, e necessitam de rápido tratamento à base de ansiolíticos, como Diazepam, em pronto atendimento. Procure saber sobre as doenças psicossomáticas.
Qualquer pessoa pode desenvolver uma doença psicossomática, já que todos estamos expostos a situações que geram ansiedade, medo, estresse ou tristeza. Assim, algumas das situações que podem levar ao aparecimento mais facilmente desse tipo de doença são: movimentos repetitivos em maquinas retificadoras planas ou linhas de produção de equipamentos de tecnologia como celulares, tablets, relógios e computadores; movimentos repetitivos na área de telemarketing ativo no manuseio de computadores; muitas cobranças e estresse organizacional no trabalho por desejar apresentar-se como imagem e semelhança de Deus perfeito e santo; traumas por acontecimentos marcantes; dificuldade em expressar sentimentos ou falar sobre eles; pressão psicológica ou bullying na escola; ansiedade; elevado grau de cobrança pessoal ao exigir de Si Mesmo uma vida de santidade e perfeição aos olhos do arquétipo Deus e da comunidade religiosa.
Na Antiguidade, o adoecimento era tido como manifestação de forças sobrenaturais [El diablo]. Por isso mesmo, o processo de cura passava muito por rituais religiosos. A literatura médica está cheia de relatos do gênero. Aos poucos, outras visões foram dando conta da necessidade de um equilíbrio e também de tratar a alma. No campo da psicologia, o estudo das doenças psicossomáticas passou a ter bastante importância. As emoções podem mexer diretamente com o sistema imunológico. Em épocas de muito estresse e apreensão, é comum que a pessoa fique mais suscetível a doenças, como a gripe, que circulam com frequência no ambiente.
Cada pessoa tem suas características, podemos pensar em alguns exemplos: Inabilidade social, dificuldade em expressar seus sentimentos e necessidades, angustia, medos, raiva, ansiedade, fobias, enfim, todo sofrimento emocional debilita a pessoa como um todo. Esses aspectos podem gerar uma doença psicossomática ou algum problema psicossomático. A dor serve para alguma coisa ou as sensações de mal-estar. O sofrimento pode encontrar uma forma de se manifestar, uma válvula de escape, que é o sintoma, aos poucos podendo fazer o corpo ficar doente. Todo sintoma tem a função de alertar de que alguma coisa não está indo bem. A somatização é um chamado para prestarmos atenção no que pode não estar indo bem. Seu relacionamento consigo mesmo, Seu relacionamento com o arquétipo Deus, Insatisfação no trabalho, Dificuldade nos estudos. Muitas vezes, quando procuramos um médico com uma somatização e ouvimos que não temos nada, podemos sofrer duplamente, pois sentimos que temos alguma coisa, contudo não sabemos o que é, pelo menos naquele momento.
A angústia social é aquele medo constante de ser criticado, excluído, punido, chegando muitas vezes a ser caracterizada como vergonha.  Trato a partir deste ínterim a proibição ao ato de masturbação e a pornografia nas igrejas percebido como transgressão e desencadeador a psicossomática. A Masturbação, a despeito de qualquer questão ou preconceito religioso [tabus] dentro das igrejas, em geral sempre ouvimos questionamentos a respeito da masturbação, tais como; afinal a masturbação é normal ou não? Quando começamos a praticar? É normal praticar mesmo depois de adulto? Por definição a masturbação significa a obtenção de prazer através da manipulação dos genitais.
Ao olhar da psicanálise a masturbação é vista como uma forma de descarga de desejos sexual acumulados inconscientemente, sejam eles de qualquer tipo, desde decorrentes de estímulos sexuais propriamente ditos até mesmo como uma forma de descarga por não termos podido comprar uma calça da moda que foi visto a tarde na loja ou um automóvel que tanto desejamos. A masturbação inicia-se ainda na mais tenra idade, mesmo durante a fase em que somos bebês podemos perceber a excitação e a masturbação como forma de obter prazer. Ela ocorre durante todo o desenvolvimento psicossexual infantil do ser humano e tem seu pico na fase denominada por Freud de fase fálica, onde toda a excitação recai juntamente com o interesse da criança para a região genital.
Atualmente ela é considerada uma forma normal de descarga emocional da energia libidinal durante toda a adolescência e pode ser considerada normal na fase adulta ou como uma forma de substituição, quando não se dispõe de um objeto sexual ou quando é praticada juntamente com o parceiro sexual durante as preliminares do intercurso sexual. Em uma pessoa adulta, podemos dizer que ele tem algum problema em relação a masturbação quando: a masturbação não é praticada na ausência de um objeto sexual e este se recusa em obter prazer pela masturbação, optando pela abstinência ao considerar como ato pecaminoso; ou então quando pratica a masturbação em intervalos regulares, mesmo tendo a sua disposição um objeto sexual um (a) parceiro (a); ou ainda quando o adulto prefere obter prazer pelo ato masturbatório ao invés de obter pelo ato sexual propriamente dito por diversos motivos e situações, exemplo o homem está em viagem distante da esposa, e por não querer traí-la com uma profissional do sexo opta pelo ato de masturbação.
No caso em que o indivíduo se abstém da masturbação, seja qual for o motivo alegado por esta pessoa, encontramos subjacente a este caso um medo ou um sentimento de culpa inconsciente, muitas vezes originado na infância decorrente de proibições relacionadas ao ato masturbatório ou de medos advindos de sentimentos inconscientes de castração típicos da infância. Quando se prefere a masturbação ao contato sexual, isto pode indicar certo grau de timidez e inibição neurótica, decorrentes de sentimentos profundos de culpa, ou indicar certo nível de fantasia perversa, onde ele crê obter um maior prazer pela masturbação do que pelo contato sexual.
Outro fator que pode levar à masturbação frequente é a incapacidade de se satisfazer sexualmente de forma normal, a isto chamamos de hiperssexualidade. Este transtorno em geral gira em torno de conflitos inconscientes ligados a agressividade, hostilidade, da expectativa da punição por tais pensamentos agressivos. Estes sintomas estão relacionados a forma como este indivíduo foi criado durante sua infância e, em geral, estas pessoas possuem também certo nível de neurastenia crônica. De modo geral, a masturbação frequente é uma forma de obsessão como qualquer outra atividade onde encontramos certo grau de exagero, ou seja, pela ótica psicanalítica, a masturbação em si não é vista como um problema no adulto, mas a prática masturbatória excessiva e frequente sim.
Ela torna-se sinônimo de uma forma de descarga excitatória através da manipulação genital, de uma necessidade não genital reprimida, rejeitada e inconsciente. Por si a masturbação nos adolescentes e em adultos não cria futuros neuróticos, e nem mesmo os adultos que praticam masturbação são neuróticos. Mas a forma como é praticada ou mesmo se não é praticada, ou com que fins ela é praticada é que podem caracterizar uma pessoa com transtornos neuróticos de masturbação. A recusa pela masturbação e ao acesso esporádico impelido pela curiosidade ingênua a sites de pornografia, prejudica a vida de santidade do sujeito religioso, pois influência aos jovens que se masturbam e acessam sites de pornografia a se perceberem em pecado/ e ou transgressão. O Superego bíblico censura a masturbação esporádica e a pornografia levando ao jovem enxergar que sua imagem de cristão destoa da imagem apresentada diante do outro, se sentindo envergonhado e culpado e com medo de se separar de Deus por não conseguir renunciar a masturbação,  faz com se sinta pecador e o medo de ir para o inferno o induz inconscientemente a síndrome do pânico, pois o medo da perda da salvação da vida eterna foi comprometida naquele momento. [...] Para Freud (1996h), quando o superego se estabelece, grande parte do instinto de destruição acaba por se fixar no ego, gerando ataques autodestrutivos. A partir desta perspectiva, conter a agressividade é perigoso, e vê-se muitas vezes num acesso de raiva pessoas que se auto agridem quando queriam mesmo investir esta agressividade no outro. Por conseguinte, parte da agressividade permanece no interior do indivíduo, podendo causar a morte deste, porém isso só ocorre quando sua luta contra o mundo é malsucedida.
A Síndrome do Pânico é causada por um desequilíbrio na produção de Gaba e Serotonina, que leva o cérebro a dar um alerta errado para o corpo. Ele emite sinais como se a pessoa estivesse em uma situação de perigo, quando, na verdade, não existe nenhum risco. Alguns fatores que desencadeiam a síndrome são fatores genéticos e problemas de convivência tanto familiar quanto social. São diversos os fatores que podem gerar uma espécie de choque no cérebro e desencadear uma crise, são eles: ansiedade em excesso, estresse, perdas, aborrecimentos, frustrações, dentre outros. Uma vez desencadeada a crise, o corpo libera uma grande quantidade de adrenalina na corrente sanguínea provocando aumento da frequência cardíaca e respiratória, ressecamento da mucosa bucal, e sensação de falta de ar.
Um ótimo exercício para fazer quando uma crise se inicia é praticar a respiração inspirar pelo nariz-expirar pela boca. A intensidade das crises de pânico está relacionada diretamente com o conteúdo psíquico, que o sujeito religioso reprimiu no inconsciente referente ao ato transgressor de masturbação/ e ou pornografia. O medo é uma sensação gerada a partir de situações de perigo ou da preocupação de que algo aconteça por ter praticado a masturbação/ e ou pornografia de forma contrária ao que estava previsto. O medo pode causar o estresse, a ansiedade e sensações de luta ou fuga – luta para enfrentar essas situações e fuga para ficar bem longe delas [masturbação e pornografia]. O medo é totalmente biológico. Ele ativa áreas do cérebro ligados a ponte, o bulbo, o tálamo, a massa cinzenta do córtex, entre outras regiões. Ainda que uma vez estimulados, o sistema nervoso ativo a liberação de hormônios, como a adrenalina, que pode aumentar a frequência cardíaca e respiratória.
O medo está associado à memória. Desta forma, um ambiente organizacional considerado pelo cristão como destituído de moral e pudor com atividades ilícitas, pode estimular precocemente a ansiedade e o medo, fazendo com que o Ego religioso e o ambiente organizacional entre em conflito. Do ponto de vista cerebral, neurotransmissores como a serotonina e a adrenalina participam desse processamento. Outra região importante que é ativada é a estrutura do hipotálamo e da amígdala cerebral. No corpo, o coração começa a bater mais forte, ocorre a falta o ar e é impossível controlar a respiração. Tudo isso se torna um ciclo vicioso em uma cadeia de eventos fisiológicos, com direito a boca seca e a formigamento em todos os membros.
As situações de vida estressantes do cristão como medo de [não corresponder às expectativas em apresentar-se a todo momento como Santo que não comete atos ilícitos no trabalho, não se masturba ou acessa sites de pornografia esporadicamente], dificuldades em assumir responsabilidades no trabalho por avaliar equivocadamente como ilícita,  perdas, desavenças ou morte, podem ser fatores desencadeantes a psicossomática. Frequentemente a somatização é considerada expressão de dor psíquica, sob a forma de queixas corporais, em pessoas que não têm vocabulário para apresentar seu sofrimento de outra forma. Os sintomas têm origem nas sensações corporais amplificadas interpretadas erroneamente ou nas manifestações somáticas das emoções.
Os sintomas da síndrome do pânico podem surgir quando a pessoa passa por momentos de maior ansiedade e tensão, ficando preocupada com situações que podem parecer simples de resolver para outras pessoas ou serem interpretadas de modo a não considerar como transgressão religiosa o ato de masturbação e acessos a sites de pornografia esporádicos. Esses sintomas aparecem de forma repentina e em qualquer lugar, sem uma razão aparente que justifique a crise, e por isso é comum que os pacientes tenham um medo constante de novas crises e evitem lugares onde passaram por ataques de pânico anteriores.
O fato de o cristão desejar se apresentar a sociedade capitalista corrupta como imagem e semelhança de Deus e ao se aperceber em pecado, sua imagem destoa da perfeição de santidade que não consegue alcançar devido a vida de transgressor. Isto lhe traz pensamentos de culpa, pensamentos disfuncionais em que será castigado, Deus não ouve suas orações e passa a agir em detrimento do pensamento e somatiza em si doenças psicossomáticas e inconscientemente si castiga e não consegue identificar o medo, passando a desenvolver através do mecanismo de defesa da somatização e conversão no organismo sintomas de síndrome de pânico. Ego se vê faltante de libertação da doutrina teológica que foi internalizado no Superego bíblico que todas as vezes que se masturbar ou acessar sites de pornografia transgrida contra Deus. [...] Desta forma, o religioso adquire uma função re-ordenadora da percepção de si (autoimagem e censo de identidade) e do mundo (sentido e opções de vida). A atitude religiosa não é apenas um sentimento de autopercepção ou uma valorização do objeto religioso, ela envolve a ação de afirmação ou de negação em relação a questões extremamente concretas que chega a modificar a personalidade do sujeito, sendo dela inseparável (VALLE 2002). Assim, as outras unidades temáticas configuradas foram tanto valores e normas religiosas e a identidade pessoal do fiel, quanto as características psicológicas e comportamentais de grupos religiosos.
Noto que o aprendizado internalizado no Superego induz ao Ego a vivenciar estado de alienação, onde não pensa, reflete e compreende os motivos de se masturbar por ser destituído de informação que todo ser humano se masturba uma hora ou outra. Ego ao ser educado pelos familiares no meio religioso e tendo como figuras de autoridades os pais, os pastores e na tentativa de encontrar-se com o Deus que não vê através de leituras da Bíblia internalizando leis morais, preceitos e doutrinas de pecado, aceita sem questionamento o aprendizado da doutrina transgressão da masturbação e da pornografia. O mecanismo de defesa da raiva se faz presente, junto com a ansiedade, pois o cristão  inconscientemente por meio do mecanismo Substitutivo, substitui a falta proibitiva de ter relação sexual com alguma mulher, substitui a solidão porque não consegue se enxergar como sujeito faltante de amor ou vazio de algum objeto que lhe proporcione gozo, prazer e por meio do ato desobediente da masturbação substitui a falta do ato sexual ou alivia-se da tensão reprimida no inconsciente. [...] Formação Substitutiva A representação do desejo inaceitável é recalcado no inconsciente. Fica então uma falta que o ego vai tentar preencher de forma sutil e compensatória. Tentará obter uma satisfação que substitua aquela que foi recalcada e que obtenha o mesmo efeito de prazer e satisfação que aquela traria, mas sem que essa associação apareça claramente à consciência. Bergeret (2006) dá como exemplo o transe mítico, que pode constituir somente um substituto do orgasmo sexual: aparentemente não há nada de sexual, na realidade, porém, o laço com o êxtase amoroso e físico se acha conservado, o afeto permanece idêntico. A formação substitutiva vem então constituir um dos modos de retorno do recalcado. A formação substitutiva pode dá-se no sentido inverso. O sujeito pode tentar mascarar por meio de uma pseudo-sexualidade substitutiva de superfície, suas carências objetais e sexuais, ao mesmo tempo que tenta se assegurar contra a carência de suas realidades narcísicas. O sujeito opera no registro das defesas do Si mesmo.
Na somatização por meio do mecanismo de defesa a pessoa apresenta sintomas físicos, contudo após vasta investigação não há uma doença orgânica, apontando como causa desse sintoma a emocional. Exemplo é a síndrome do pânico, na qual a pessoa relata um grande mal-estar físico, como falta de ar, com sensação de asfixia; tremores; aumento da frequência cardíaca; tontura e fraqueza; pavor e medo de morrer entre outros, e o médico não encontra nenhuma patologia. Devido ao mal-estar constante do sistema respiratório falta de ar e sufocamento que não consegue controlar, estimula a ansiedade e com medo inconsciente de tentar controlar a sensação de perda de controle sobre si próprio leva a sentir medo do medo. [...] Somatização, Dor psíquica e emocional crônica que chega ao físico. Podem ser doenças ou sintomas isolados. Nota: Um recurso extremo, muito comum, é quando inconscientemente após muitas tentativas de lidarmos com algo perturbador no psiquismo, somatizamos, o que significa dirigir o desequilíbrio para o corpo. É claro que é uma ação inconsciente. Algumas pessoas em especial somatizam como um recurso usual e corriqueiro para lidar com as ameaças ao ego.
Ao Lidar com a defesa: Uma das emoções mais somatizadas no corpo é a raiva. Devo sempre me perguntar: que raiva é essa que não estou conseguindo lidar? A tensão crônica é também outra fonte geradora de somatizações, importa também aclararmos as causas dessa tensão para então resolve-las, se possível. A busca da imagem de perfeição inalcançável leva o sujeito a entrar na compulsão a repetição, da busca da perfeição atuando na repetição do controlar o ato de masturbação que o coloca em atitude de transgressor diante de Deus e pensa ser castigado por esse comportamento, ou seja ao olhar da Psicologia cognitiva encontro a Tríade da Crença Religiosa-Cognitiva pensamento, sentimento e comportamento. Então repete o ato, pois não consegue controlar os impulsos sexuais do Id e se confessa pedindo perdão a Deus por ter pecado diante dele na esperança de ser absolvido ou na síndrome da falsa esperança que será liberto da transgressão da masturbação e como isso não acontece, o sujeito repete novamente o ato em outra ocasião na expectação de absolvição, aguardando a cura do ato de masturbação como se fosse doente por causa da prática. [...] Freud no seu texto “Recordar repetir e elaborar” (1914), texto esse em que começa a pensar a questão da compulsão à repetição, fala do repetir enquanto transferência do passado esquecido dentro de nós. Agimos o que não pudemos recordar, e agimos tanto mais, quanto maior for a resistência a recordar, quanto maior for a angústia ou o desprazer que esse passado recalcado desperta em nós.
Ao se fazer o diagnóstico de uma doença psicossomática a pessoa não possui consciência de que a doença está sendo causada pelos seus próprios sentimentos. Ego através do mecanismo defesa do medo em ser castigado originado pela ansiedade realística que é o medo de alguma coisa do mundo externo [por exemplo: punição dos pais, ser castigado pelo pastor se descobrir a transgressão de masturbação com a perda de atuação em algum ministério dentro da igreja]. E a ansiedade moral é aquela que decorre do medo de ser punido pelo próprio Superego bíblico a consciência moral que fala você transgrediu contra Deus [sentirá culpa se fizer o que está querendo fazer que é praticar o ato da masturbação/ e ou acessar sites de pornografia as vezes, e não se perceber como Santo e por isso se sentir envergonhado].
No momento em que o sujeito sente vergonha que é o sentimento de não estar à altura de suas pretensões religiosas ao cometer a transgressão da masturbação/ e ou acessar sites de pornografia; é correlacionada com o olhar [ser olhado pelo arquétipo Deus]; projetando no Outro os sentimentos de desgosto ou desprezo por si mesmo; e é relativa ao que ele é no momento, então suscita o desejo de se transformar e portanto é imperdoável e não pode ser expiada. Já a culpa  que o sujeito sente, é o sentimento de ter cometido uma transgressão contra o arquétipo Deus e está ligada à voz [por exemplo, escutar uma voz interior], projetando no Outro a cólera ou a indignação em relação a si mesmo e é relativa ao que ele faz masturbando-se e acessando sites de pornografia, pois é acompanhada do desejo de reparação e deve ser expiada e a própria expiação é parte do preço que se deve pagar.
A questão é como esse indivíduo que se vê como transgressor faz a expiação, fazendo uso inconsciente do mecanismo de defesa expiação que é o processo psíquico em que o indivíduo pecador quer pagar pelo seu erro imediatamente de masturbação e acesos a pornografia. Percebe-se que o Ego age através da culpa inconsciente que induz ao mecanismo de defesa da autopunição, onde deseja expiar a culpa religiosa e social e masoquismo involuntário entra em ação. O pecador na tentativa em libera-se da culpa mastubatória e pornográfica, entra em uma sequência de acontecimentos derivados desse raciocínio: mau comportamento estimula ansiedade, que gera a necessidade de punição que leva a precisar de expiação e praticar o perdão e esquecimento.
Para minorar a ansiedade nascida do sentimento de culpa, surge o desejo de ser punido para não ser rejeitado e continuar sendo amado pelo arquétipo Deus. A própria pessoa culposa pode chegar a punir a si mesma com doenças psicossomáticas ou exigir que outros a castiguem, no caso se confessar seu pecado ao pastor corre o risco da perda em atuação no ministério da igreja, é logico que o cristão não se confessará ao pastor por medo da perda, então inconsciente procurará outro meio para se castigar e purificar ao mesmo tempo. Este desejo de purificação, junto com um outro sentimento oculto de ser admirado e ser amado por seus grandes sofrimentos derivados da psicossomática (ser a mais sofredora), é o que leva muitos indivíduos ao masoquismo. Os indivíduos deste tipo castigam a si próprios, internamente através de seus sintomas patológicos [doenças somáticas].
A vergonha acompanha a sensação de insuficiência e inadequação diante de um ideal, personalizado na figura do outro de seu meio social. Há sempre esse outro [arquétipo Deus] que vê o que não é para ser visto como o ato de masturbação/ e ou pornografia. A vergonha surge como um dos reguladores da inserção na comunidade teológica. E do ponto de vista do envergonhado, seu sofrimento liga-se ao sentimento de que seu aspecto destoa do ideal supostamente partilhado pelo grupo evangélico. A vergonha é paralisante e tem efeito de corte, expõe a intimidade do sujeito transgressor com amplos efeitos narcísicos. O indivíduo deixa de se sentir digno do amor do arquétipo Deus ou do grupo evangélico e se retrai. Se na culpa existe a possibilidade de reparação do dano causado ao outro, na vergonha não há como consertar a imagem narcísica danificada e a angústia leva o indivíduo a uma paralisia da ação. [...] Pode-se perceber então, que existem três possibilidades de concepção da religiosidade, uma benéfica e duas prejudiciais à saúde: das prejudiciais, uma é legalista, essencialmente proibitiva e correspondente a uma estrutura (neurótica) de personalidade perfeccionista ligada ao rigor do superego bíblico; outra de dependência, correspondente a uma estrutura de personalidade (neurótica) de medo da liberdade e de conflitos com tendências compulsivas. Por fim, existe uma terceira possibilidade: a religião do espírito, em que a crença religiosa, longe de ser sufocante ou dissociadora, unifica as tendências, os sentimentos, as ideias e centraliza a atitude do indivíduo no amor pelo próximo; esta é, portanto, benéfica (GOMES 2006).
O sofrimento do cristão atuando consciente na máscara de santidade está inscrito na culpa por não conseguir dominar seus impulsos sexuais e agressão do Id e pela impossibilidade de obediência à lei e disciplina imposta pela autoridade teológica, a síndrome de pânico deflagra um sofrimento vinculado à responsabilidade de si, uma espécie de doença da autonomia. No ambiente religioso, a vergonha revela-se a partir do sentimento de insuficiência. Configura-se como forma de sofrimento à medida que o sujeito sente que não consegue atingir os ideais de santidade imposto pela doutrina teológica, a partir dos quais poderia sentir-se reconhecido por seu meio social evangélico.
Ego atua na resistência de ganho secundário, onde esses ganhos secundários oriundos dos sintomas da síndrome de pânico são bem conhecidos sob a forma de vantagens e gratificações obtidas da condição de estar doente, como podendo através do mecanismo de defesa da fuga e esquiva, evitando assumir responsabilidades e obrigações trabalhista que considera ilícitas no ambiente organizacional, pois se realizar alguma tarefa ilícita a imagem destoará da perfeição e de ser objeto de atenção e cuidado dos pais ou ser ainda objeto do compadecimento dos outros, ou sob a forma de gratificação de impulsos agressivos vingativos para com aqueles que são obrigados a compartilhar o sofrimento do paciente em relação a síndrome de pânico como os pais e o próprio arquétipo Deus por se sentir obrigado a cumprir a lei da transgressão da masturbação/ e ou pornografia contra a vontade e atuar num ambiente organizacional que gera estímulos de desprazer, insatisfação por avaliar como imoral algumas tarefas a serem cumpridas.
O líder como figura religiosa idealizada pelo grupo, tendo capacidade de proteger e castigar. Os membros do grupo o colocam no lugar de ideal do eu, possibilitando a identificação entre si através do ideal que é comum a todos. E nessa comunidade evangélica do imperativo da ação, a dimensão narcísica se enlaça à performance pessoal. A descontinuidade entre o que o sujeito é e o que deveria ser como cristão produz um colapso da promessa do ideal do ego de substituir o narcisismo da primeira infância [ego ideal]. Sem poder voltar ao passado e com o futuro bloqueado, o sujeito é tomado pelo sentimento de insuficiência, acompanhado pela vergonha e pânico. A vontade de desaparecer une vergonha e pânico, afastando o temeroso cada vez mais daquilo que dele se espera, ação e exposição da intimidade. [...] Em sua obra “Além do Princípio do Prazer” (1920, p.34), Freud afirma: a compulsão a repetição também rememora do passado experiências que não incluem possibilidade alguma de prazer e que nunca, mesmo há longo tempo, trouxeram satisfação, mesmo para impulsos instintuais que foram reprimidos.
As religiões podem funcionar como fuga de uma agressividade mal canalizada, e a pessoa não somente reprime a raiva que sente como retorna a mesma para o seu próprio interior. Uma fé assim vivida pode levá-la à depressão, síndrome de pânico e até graves doenças psicossomáticas ou, no mínimo, a uma má qualidade de vida. Algumas pessoas rompem bruscamente ou não aderem a nenhuma religião, criticando todas elas. A psicanálise é a ciência que lida com esses sentimentos de culpa da pessoa. Essa ciência promove um maior espaço de liberdade e responsabilidade na construção de sua história e do mundo. Infelizmente, Freud só percebeu a religião como uma neurose coletiva movida pela culpa e pelo infantilismo, em que a criança projeta na figura de Deus seu desamparo infantil e transfere [quando adulto] seus anseios de amor infinito, dos pais para um deus de prótese.  [...] Em O Futuro de uma ilusão (1927), Freud diz que religião nada mais é do que a projeção dos desejos humanos. A religião é uma ilusão não necessariamente porque seja errada. Freud reconhece que ela cumpre um propósito social muito nobre, no sentido de restringir instintos antissociais, e que pode preservar o verdadeiro. crente de aflições neuróticas. Assim diz ele: “Quando digo que isso são ilusões, é preciso limitar a significação da palavra. Uma ilusão não é o mesmo que um erro, não é necessariamente um erro. A religião é uma ilusão no sentido de que ela procura ocultar a realidade da vida. Isto é, ela ilude o homem e o faz recorrer a fantasias, ao invés de enfrentar objetivamente as realidades da vida. Assim, chamamos a uma fé uma ilusão, por isso que na sua motivação há recalcada a satisfação de um desejo, há a abstração das relações com a verdade e, tal como na ilusão, há renúncia à comprovação.”
Apesar disso, Freud nunca recusou pacientes que se declarassem adeptos de quaisquer religiões e se tornou grande amigo de um pastor chamado Pfister. Esse último se tornou psicanalista e amigo para sempre. A psicanálise pode ajudar o cristão justamente nos pontos que Freud criticou. Ela pode nos ajudar a desfazer mitos inconscientes, idealizações quanto aos nossos pais da infância, auxiliar na elaboração de nossa agressividade e a desfazer os conflitos de nossa sexualidade. Articulada a uma fé madura nos ajuda a não deslocar/ e ou projetar para Deus e a religião nossas fantasias e frustrações infantis, através dos mecanismos de defesa do deslocamento e projeção.
A figura de um político, policial, padre, pastor, professor , Deus que se não enxerga ou alguém que se coloque como autoridade, lei, pode ter o poder de nos remeter às nossas mais primitivas angústias, medos e raivas enraizados nas formas como essas leis foram passadas por nossos pais e introjetadas por nós no Superego. Freud tentou explicar a experiência religiosa em termos dos conflitos que o ser humano experimenta no processo de seu desenvolvimento psicológico. Por exemplo, o sentimento religioso de culpa, segundo Freud, resulta do fato de que, a certa altura do desenvolvimento da personalidade, a criança procura afirmar-se como pessoa. Essa afirmação da personalidade implica no desvio dos padrões estabelecidos pela autoridade paterna. Esse desvio expressa-se nas várias formas de desobediência, e esta, por sua vez, gera o sentimento de culpa.
Outra ilustração dessa interpretação freudiana é o argumento da dependência paterna. Quando a criança se defronta com forças adversas superiores às suas próprias, naturalmente ela recorre ao pai. Nesse processo, a criança aprende tanto a temer como a amar o pai. A religião, portanto, para Freud, nada mais é do que uma regressão à dependência infantil. Para Freud, Deus é apenas a imagem magnificada do pai. Pelo exposto, verifica-se que o pai é temido e amado ao mesmo tempo, essa ambivalência de sentimento é a origem da prática religiosa.
O cristão se ocupa em repetidas práticas da Doutrina da Teologia, que para os não religiosos, podem parecer destituídas de significação, embora na realidade, para ele, cumprem propósitos específicos, pois o não cumprimento desses atos teológicos produz extrema ansiedade no indivíduo. Há um elemento de compromisso nos atos obsessivos e nas práticas religiosas. Eles representam compromisso, porque são uma defesa contra a tentação da transgressão da masturbação/ e ou pornografia e ao mesmo tempo a satisfação simbólica do impulso original. Tanto os atos obsessivos como as práticas religiosas são atos de penitência. [...] Em Totem e Tabu (1913), Freud diz que a religião, bem como a própria civilização, origina-se da conexão psicológica entre o complexo de Édipo e o totemismo existente nas culturas primitivas: “Assim, destas investigações aqui desenvolvidas, muito sinteticamente, podemos concluir que convergem no complexo de Édipo os começos da religião, da moral, da sociedade e da arte, de pleno acordo com a afirmação da psicanálise, de que esse complexo forma o núcleo de todas as neuroses, tanto quanto, até hoje, nos têm dado ela a conhecer.
A integridade do ser humano se dá no estabelecimento do homem como ser espiritual e o homem como totalidade tem que ser compreendido como um ser biopsicossocial e espiritual. O espiritual aqui é compreendido como aquilo que não é somente epifenômeno psicofísico. É a natureza espiritual do ser humano que permite que ele dê sentido a tudo com o qual tenha contato e estabeleça símbolos para as coisas. E é assim que o ser humano dá significado ao que apreende na sua vida. O que é objetivo e o que é concreto é internalizado de forma subjetiva.
Por ser papel da psicologia estudar e buscar compreender o ser humano em sua totalidade, ou seja, em todos os seus aspectos, a espiritualidade deve ser entendida como uma das dimensões no homem ao lado da dimensão somática e da dimensão psíquica. Conceber o homem como um ser psicofísico e social representa enxergá-lo somente como um ser pessoal, mas há que se considerar o ser humano em uma dimensão mais profunda e concebê-lo como um ser espiritual. Enfatizar somente o corpo ou somente a mente fragmentará a unidade humana, e a visão do ser humano como um ser psicofísico não espelha a sua real e essencial natureza. Com isso, a religiosidade pôde tornar-se efetivamente um objeto de estudo da Psicologia, e a religião pôde estabelecer uma relação com a mesma, sem sobreposições entre essas diferentes áreas da existência humana. Neste caminho, a religiosidade apareceu nos estudos de diferentes pesquisadores da Psicologia, trazendo publicações que apontam a associação da mesma com aspectos que facilitam e/ou dificultam os processos de promoção de saúde mental. [...] Entretanto, a influência da religião não se restringe ao âmbito sociocultural e comportamental, aparecendo também na constituição do indivíduo (SENGL 2000).
Já a somatização de doenças ou doenças da mente como é conhecida popularmente, ao dizermos que a causa é psicológica, embora a pessoa apresente alterações clínicas detectáveis por exames de laboratório, ou seja, o corpo da pessoa está tendo danos físicos chamamos de doença psicossomática. É uma doença física, verdadeira, todavia com causa psicológica, ou seja, a doença apareceu no corpo, como aumento da frequência cardíaca; aumento da produção de suor por exemplo. Neste caso o ideal seria tratar tanto com o psicólogo como com o médico/e ou psiquiatra.
O mecanismo de defesa da recusa e recalque onde indivíduo se recusa a ouvir e a não ver a realidade, age como proteção no Ego cristão levando-o a pensar disfuncional por ser destituído de informações que toda doença é espiritual, onde tem ação do [El diablo ou pecado] e a resistência dos membros da igreja e pastores com atitudes preconceituosas, discriminatórias e estereotipadas no meio evangélico a não pensarem no tema doenças psicossomáticas e na possibilidade de haverem causas psíquicas para muitas doenças leva,  a que os sintomas se arrastem uma vida inteira sem melhoras significativas possíveis por falta de psicoterapia breve de orientação psicanalítica.
Além de medicamentos, as pessoas que apresentam sintomas e doenças psicossomáticas devem ter um acompanhamento por psicólogo e psiquiatra, para realização de sessões de psicoterapias e ajuste dos medicamentos. Algumas dicas para aprender a contornar os sintomas de ansiedade também podem ser seguidas, como dedicar-se a alguma atividade prazerosa, por exemplo. O cristão por meio do mecanismo de defesa da recusa e negação, nega recusando a realidade medicamentosa por medo da dependência do medicamento e os efeitos colaterais que geram desconforto, acreditando ter um Deus que salva cura e liberta, por tanto nega a sua doença psicossomática.
E com isso os sintomas físicos se desencadeiam constantemente pensando disfuncional que não precisa do medicamento, pois a fé no arquétipo Deus é suficiente para o curar e se estimulam inconscientemente para a compulsão a repetição da cura espiritual, ou seja, repetem a atitude em recusar ser medicado na esperança de que Deus o curará da síndrome de pânico, mas como isso não acontece a ansiedade e o medo se fazem presente no cotidiano através do mal-estar no corpo físico. Ou seja, a ansiedade realística é o medo de alguma coisa do mundo externo [por exemplo: punição pelo psiquiatra se não tomar o medicamento]. Já a ansiedade moral é aquela que decorre do medo de ser punido [sentirei culpa bíblica se fizer o que estou querendo fazer que é não tomar os medicamentos receitados pelo psiquiatra, e aguardar sofrendo na atitude masoquista até que a cura venha por meio da fé em Deus ou será que tenho fé suficiente em Deus para ser curado].
Repenso que a religião ainda trás algum benefício ao homem ao considerar que o fenômeno religioso se organiza de forma que possibilita um agrupamento de pessoas, permitindo, assim, relacionamentos entre os homens, entretanto a religião é apenas mais uma etapa do processo evolutivo humano, embora não podemos descarta as vantagens que a doutrina religiosa traz para vida comunal do homem, como a possibilidade de refinamento e sublimação da raiva e das ideias que tornam possível para o indivíduo se livrar da maioria dos resíduos oriundos do pensamento primitivo e infantil, através de trabalhos voluntários contribuindo na sociedade. O homem, quando exposto a situações de perigo ou quando se percebe apenas um objeto das forças da natureza ou do destino, tende a se amparar na busca de uma proteção divina e, nesse sentido, paterna. [...] Freud ressalta a natureza da religião, bem como mostra o que ela pretende fazer pelos seres humanos: oferecer informações sobre a origem e a existência do universo, garantir proteção e felicidade nos diversos momentos da vida e dirigir os pensamentos e ações dos humanos, que se estabelecem com toda sua autoridade. Para o ser humano, a vida é difícil de suportar, pois o sofrimento, segundo Freud (1929[1930] /1996), ameaça os homens a partir de três direções: do próprio corpo, do mundo externo e, por último, dos relacionamentos com os outros homens.
As vezes o cristão toma consciência de sua doença e se decide por não mais ouvir seus pensamentos disfuncionais e opiniões de outras pessoas dizendo que não é necessário tomar medicamentos, que apenas crer em Deus é o suficiente, então descontrói-se destas opiniões e de seus pensamentos disfuncionais, saindo da alienação e escuta por meio da compreensão e depreender intelectual a não mais agir como analfabeto funcional que não sabe interpretar, mas interpreta a importância do medicamento para auxiliar no seu quadro clínico, fazendo uso do mecanismo defesa da aceitação, aceitando que o fato de que se recusar a tomar o medicamento a ansiedade estará fora de controle por causa dos estímulos de desprazer oriundos do meio ambiente social e religioso, passando a partir desta compreensão a tomar o medicamento.
O uso de medicamentos psiquiátricos irá agir na reposição das substâncias que o cérebro não está produzindo, ajudando o corpo a voltar ao equilíbrio orgânico. Mas os remédios irão apenas combater os sintomas. Para estabilizar a síndrome do pânico e deixar de ser dependente de remédios à indicação, portanto, é um bom processo de psicoterapia breve de orientação psicanalítica, onde o psicólogo irá clarificar as questões relacionadas ao autoconhecimento, convívio familiar e social que podem estar ligados ao aparecimento da doença, autoconfiança e auto aceitação.


Referência Bibliográfica
FREUD, S. (1920), "Além do princípio do prazer” In: FREUD. S. Obras completas de S. Freud. Rio de Janeiro: Imago, 1996, v. XVIII.
FREUD, S. (1996). Obras completas de S. Freud. Rio de Janeiro: Imago. (1914). "Recordar, repetir e elaborar ", v. XII
FREUD, A. O ego e os mecanismos de defesa. Rio de Janeiro: Biblioteca Universal Popular, 1968.
FREUD, S. (1996h). A mente e o seu funcionamento. In: S. Freud. Moisés e o monoteísmo, esboço de psicanálise e outros trabalhos (pp. 157-179). Rio de Janeiro: Imago. v. XXIII. (Original publicado em 1939).
FREUD, Sigmund. O Futuro de uma Ilusão, O Mal-Estar na Civilização e Outros Trabalhos. Rio de Janeiro: Imago, 2006.
FREUD, Sigmund. Totem e Tabu e Outros Trabalhos. Rio de Janeiro: Imago, 2006.
FREUD, S. O Mal-estar na Civilização (1929) In: Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud, v.21. Rio de Janeiro: Imago, 1996.
GOMES, A.M.A. 2006 “As Representações Sociais do Corpo e da Sexualidade no Protestantismo Brasileiro”. Revista de Estudos da Religião, São Paulo, Nº 1: 1-38.
SENGL, C.S. 2000 “Religião e Autoconhecimento”. Florianópolis. Dissertação (Mestrado em Psicologia). Universidade Federal de Santa Catarina.
VALLE, E. 2002 “Conversão: da noção teórica ao instrumento de pesquisa”. Revista de
Estudos da Religião, São Paulo, Nº 2: 51-76.

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