Pular para o conteúdo principal

Experiência Como Operador De Caixa

 Ano 2023. Escrito por Ayrton Junior Psicólogo CRP 06/147208

RESUMO

Este texto refere-se a um relato de experiência da observação prática de um profissional da Psicologia que atuou literalmente na função de operador de caixa num supermercado renomado na cidade de Campinas. Reservo-me, no direito e por questões éticas não mencionar o nome o estabelecimento comercial. Uma vez formado em psicologia, percebo que para o psicólogo é difícil regressar o olhar para as eventualidades por meio do senso comum e ser conivente com as situações.

Ou seja, espectar os eventos desobrigando-se do conhecimento adquirido ao longo de cinco anos. Principalmente da ética moral e ética profissional, é como ser cúmplice do caos e do adoecimento dos colaboradores no ambiente organizacional. O olhar do profissional se deu mediante a Psicologia e suas extensões.

Trago neste artigo dificuldades pelas quais convivo, enfrento e visualizei durante o exercício da função de operador de caixa. A loja tem sim aspectos positivos, exemplo, conta um excelente refeitório self servisse ao qual serve a refeição para o quadro de colaboradores dotado de excelentes pratos de comida. Está em uma ótima localização num bairro nobre na cidade de Campinas, onde tem ponto de ônibus para o transporte coletivo com fácil acesso.

O ambiente loja é muito bonito e os produtos são de ótima qualidade. E não posso deixar de mencionar que este trabalho só foi possível porque a organização conta com a cultura da diversidade, onde se emprega pessoas da faixa de idade 16 anos ofertando trabalho para menor aprendiz até a meia-idade.

É lógico que não existe nenhuma organização perfeita, muito menos o ser humano, mas consigo compreender que em todas as situações se é possível agregar algo de valor para aprimorar nossos comportamentos e evoluir no saber. E tenho convicção que essa experiência me propiciou o desenvolvimento e aprimoramentos de soft skills, hoje muito discutida em alguns textos escritos por psicólogos na internet.  

Estudar o comportamento do consumidor e observar a ansiedade ao lidar com itens de alimentos me oportunizou a descortinar a importância que tem o alimento sobre a vida humana e o poder de gerar ansiedade, estresse e estudar a fase oral. Tudo isto na função e exercício de um simples trabalho autômato e manual, de onde consegui agregar valores para minha evolução enquanto ser humano.

Pude observar o dinheiro e suas representações na vida dos consumidores como origem de prazer, mas para o operador de caixa é explicação para o desprazer. Exemplo, o operador de caixa já realizou o chamado de sangria que é a retirada de dinheiro em espécie de notas de $ 50 e $ 100 do caixa e foi depositada no cofre, por tanto o mesmo não tem mais essas notas na gaveta.

E de repente no horário de fechamento, surge um consumidor com um pacote de bolacha que depois de registrado se visualiza o valor de $ 1,76 e esse cliente quer fazer o pagamento em dinheiro com uma nota de $ 100,00. Chamamos de consumidor inconveniente, oportunista, porque deseja conscientemente trocar a nota de $ 100,00 por notas menores induzindo o operador ao nervosismo, raiva por ter que depositar esse valor de 100,00 no cofre. E neste momento o operador de caixa é o depositante da energia libidinal do cliente representada na nota de $ 100,00. O dinheiro é o componente vinculado a quantificação da libido do consumidor no momento de efetuar o pagamento na frente de caixa.

O dinheiro se faz necessário para a sobrevivência; é usado também como um sinal de poder, como uma marca fálica; como poder; como uma demanda de algo, de dar o que não se tem [ou o que faz falta]; como de desejo; como significante na cadeia associativa do sujeito e por fim como um fator sexual. O leitor já chegou a conclusão óbvia de que o dinheiro ou poder cobrem ilusoriamente todas as carências pessoais, pois a pessoa que o detém será objeto do comentário, cobiça e interesse dos demais e também a que não tem será motivo de avaliação maldosa.

Dinheiro e o endividamento emocional, pois as dívidas emocionais têm um efeito semelhante ao das dívidas materiais, porque chegam a causar angústia, geram culpa e viram um obstáculo que atrapalha a vida. A diferença é que enquanto as dívidas econômicas são concretas e têm termos acordados, as emocionais geralmente são fruto de fantasias e, por isso mesmo, são confusas e enganadoras.

Uma dívida emocional aparece logo que, você se compromete consigo mesmo ou com os outros a fazer algo e depois não pode cumprir, até mesmo no momento de realizar uma compra no supermercado e o saldo do cartão de crédito, é insuficiente para trazer o produto e se vê obrigado a deixar metade da compra no supermercado perante os olhares de outros clientes e do operador de caixa.

Esta experiência me permitiu voltar o olhar para mim mesmo e compreender que o simples fato de ter ou não dinheiro, os fracassos, falhas fazem parte da nossa vida ao planejamos nossos projetos, especialização, pós graduação para alcançar o sucesso tão esperado que as vezes não chega ou demora-se a realizar.

Só eu sei o caminho desconfortável que trilhei para chegar a exercer a posição de operador de caixa, pois me coloquei diante daquilo que não se pode evitar que é ausência de dinheiro, desemprego, preconceitos contra a meia-idade na hora de buscar ocupar um cargo na sociedade. As vezes tentamos até ignorar o cargo ruim que se apresenta para ser exercido na sociedade, dizendo a nós mesmos isso não é para mim, eu mereço uma oportunidade melhor, mas é o que se tem para hoje.

Se eu com o saber que possuo sou afetado pelo ambiente inseguro e mobilizo os conhecimentos que julguei serem necessários, através do juízo de valor a fim de cuidar da minha saúde mental e física. Agora pensem, como um operador pensando como o senso comum que não dispõem de muitos recursos internos e nem ao menos monetário, seja capaz de cuidar de si mesmo.

Ou você agarra e desvencilha-se dos seus próprios preconceitos, tabus e cuida da saúde mental e física a fim de sobreviver e galgar novamente regressar ao itinerário planejado ou morre de fome. Neste relato trago recortes de vários temas com a intencionalidade de descrever essa experiência, a qual contei com leitura de temas lidos anteriormente que só foi possível relatar agora segundo a teoria de Piaget. Acredito que vosmecê, seja capaz de recordar a teoria de Piaget a qual aborda o desenvolvimento cognitivo.

  ILUSTRAÇÃO

A fala de um profissional da psicologia que atuou literalmente como operador de caixa mostrando o sofrimento da categoria: “... esses operadores mais resguardados eram aqueles profissionais que na verdade estão na organização, né, não pertencem à grupo nenhum e tá perdido aí, e eu sem perceber tento ser um operador como eles são, fragilizado pelo ambiente organizacional, buscando inconsciente um demissão silenciosa.  

Aí, foi neste momento é que eu percebi que eu perdi a identidade de psicólogo que eu estou construindo, já não me interessava mais quem eu era, pra mim todo mundo era todo mundo, ali na empresa independente da minha formação acadêmica que não pode ser praticada.

Então é complicado essa questão, essa situação, é dificultosa porque eu comecei a perceber que eu estava perdendo a ... Eu esquecendo a identidade profissional que eu tenho, e aí eu tive que fazer uma intervenção afastando-me psicologicamente, foi muito difícil, foi muito doloroso, então tive que realmente me resgatar pra poder prender um pouco o ‘bicho solto’ que eu tinha soltado que é o operador de caixa apagando a identidade de psicólogo...”

 

INTRODUÇÃO

 

Neste relato de experiência contarei sobre minha prática, enquanto operador de caixa, mas sem me eximir do olhar da “psicologia e das extensões da psicologia” no ambiente supermercado. Quando falamos de supermercados, estamos nos referindo às lojas que possuem de 100 m² a 5.000 m², trabalhando com produtos alimentícios e de uso imediato. Num supermercado é comum encontrar carnes, frios, frutas, verduras, alimentos não perecíveis, produtos de limpeza, magazine, bebidas alcoólicas, refrigerantes, laticínios e o que você conseguir pensar enquanto lê o artigo. Um Supermercado é um estabelecimento do ramo alimentar, porém é capaz de vender muitos outros produtos.

A carga horária se dá das 14horas até 22:20 horas durante a semana com um dia de descanso sendo as quinta-feira, trabalhando aos finais de semana com um domingo no mês de descanso. O objetivo foi explorar a vivência da prática, a atuação de operador de caixa, e o próprio psicólogo oculto olhando para a loja de supermercado sob a óptica da psicologia. 

 

REFERENCIAL TEÓRICO

             Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço. Ser empregador é proporcionar emprego e desenvolver relações de trabalho com outras pessoas. Enquanto o empregado é aquele que presta serviço mediante pagamento de salário, o empregador é aquele, que assume a responsabilidade econômica e de contratações dos empegados.

O preposto em audiência trabalhista é responsável por representar a empresa, e suas declarações podem comprometer e responsabilizar a empresa de acordo com a situação. O preposto, isto significa, o que dirige ou administra um negócio ou empresa, por designação do seu proprietário deve-se preparar bem para representar as necessidades desejadas pela empresa.

Quanto à natureza da titularidade, há empregadores proprietários, arrendatários, cessionários, usufrutuários outros. Quanto ao tipo de atividade, há empregadores industriais, comerciais, rurais, domésticos e públicos.

Fundamentado no Artigo 2º, da CLT, o poder diretivo do empregador se divide em três prerrogativas fundamentais dentro do local de trabalho: poder de organização, poder de controle e poder disciplinar. O funcionário de carteira assinada digital, este é o tipo de vínculo tradicional, do trabalhador com carteira assinada. A relação é regida pelas normas colocadas na CLT.

Qual a origem do supermercado, como ele surgiu? O supermercado é uma criação do século 20, produto de um processo de evolução contínuo, iniciado com a rede A&P que, em 1896, tornou-se a precursora da mercearia e do conceito de rede varejista baseado em padrão, expansão geográfica e controle [contabilidade e finanças].

Os supermercados são empresas rentáveis, que oferecem um serviço básico em qualquer sociedade, alimentação. Mas, como funciona uma empresa dessas? Os clientes entram no estabelecimento com o objetivo de adquirir bens para seu uso, sejam eles comestíveis ou pessoais.

Eles costumam passar por lá com um carrinho ou cesta de compras para poderem abrigar todos os produtos que desejam comprar. Os artigos são organizados e distribuídos em seções, previamente planejadas e que também são organizadas de acordo com as linhas de marketing para obter um maior desempenho de vendas.

Por exemplo, o fato de haver determinados produtos na visão do consumidor em detrimento de outros. Além dos trechos em que os próprios consumidores são atendidos, há também algumas áreas em que um balconista se encarrega de atendê-los. A área da magazines, hortifruti, são o exemplo disso.

Neles, geralmente é retirada uma passagem, onde se reflete um número de turno que eles devem respeitar para serem atendidos. Um bom gerenciamento de supermercado consiste em ser capaz de oferecer aos seus clientes o que eles procuram.

Portanto, é importante ter uma boa diversidade de produtos, bons preços, bom atendimento e um bom ambiente de compra. Produtos para supermercados, o que expor nas prateleiras, exemplos, padaria; alimentos [cereais e grãos]; congelados e frios; hortifruti; produtos de limpeza; higiene pessoal; bebidas; papelaria; roupas, pneus e outros.

O volume de negócios é enorme, apesar de ter margens baixas, pois compensa com a venda de grandes quantidades de produtos. Por isso, aumentou ou alta rotatividade. Tem baixos custos operacionais. Os compradores também acham isso conveniente, pois ficam perto de sua residência e encontram uma grande variedade de produtos sob o mesmo teto a preços razoáveis.

Os clientes preferem os supermercados, pois aqui são livres para comprar o que precisam e querem, sem sucumbir a nenhuma pressão, pois não emprega vendedores. Os supermercados não precisam sofrer dívidas incobráveis, pois toda a transação é realizada em regime de caixa. Os preços dos produtos são fixos, por tanto não há espaço para negociação.

Quais as fraquezas de um supermercado? Fraquezas, exemplos, dificuldade de acesso, espaço limitado, alta rotatividade de colaboradores, dificuldade de negociação com fornecedores, marca pouca conhecida, atendimento ruim, ambiente de compras ruim, baixo caixa. Apesar dos pontos fortes e fracos evidentes, os supermercados desempenham um papel importante em nossa vida diária. Os clientes desfrutam das instalações que tornam as coisas convenientes para eles.

 

DESENVOLVIMENTO

Portanto, os objetivos perseguidos aqui foi conhecer o que é ser empregador mencionado acima; o mercado de trabalho e os setores; a função de operador de caixa; o consumidor; as competências socioemocionais; queixas de saúde dos operadores de caixa; vícios de linguagem; identificar as dinâmicas da relação saúde e trabalho; fontes de risco para a geração de sofrimento mental no caso o dinheiro; linguagem hostil do consumidor e analisar quais as repercussões da atividade para a saúde destes trabalhadores na hierarquia.  

Assim, começo a vislumbrar o aspecto do trabalho de operador de caixa que em geral é desgastante, a longa jornada de trabalho autômato que não exige um pensar acadêmico, mas sim um trabalho num processo sistemático registrando itens de alimentos e outros durante o período trabalhado, indicando que o seu objeto de trabalho se constitui em um fator de preocupação, de tensão, de risco para a sua saúde ou para desenvolvimento de adoecimento psicossomático em alguns operadores de caixa, exemplos, síndrome de pânico, crises de ansiedade, lesão por esforço repetitivo, depressão e outras.

A insegurança psicológica pelo fato de estar manuseando o dinheiro do empregador e do cliente que ao falhar no controle deste dinheiro sofrerá punição com a subtração do valor no pagamento final do salário. Exemplo, se no final do fechamento do caixa faltar o valor de $100,00 este se vê obrigado a ressarcir o empregador. Imagine tamanha é a tensão que o manuseio do dinheiro gera para o operador na rotina diária de trabalho. [...] Esse medo marcará nossa memória, de forma desprazerosa, e será experimentado como desamparo, “portanto uma situação de perigo é uma situação reconhecida, lembrada e esperada de desamparo” (Freud, 2006, p.162).

E quem está do lado de fora, nem sequer consegue imaginar que o operador paga em dinheiro se cometer falhas na sua operação, exemplo, não registrando itens de alimentos, digitando códigos errados, dando troco errado, porque está sendo monitorado por câmeras que ficam sob a sua cabeça pelo setor de monitoria responsável por espionar o operador e capturar suas falhas no momento da operação. Em resumo o supermercado é um verdadeiro BBB, isto é, um big brother repleto de câmeras por todos os lados.

 Alguns clientes chegam a pensar e a dizer que o trabalho de operador de caixa é suave tranquilo, porque enxergam o profissional sentado na cadeira. No período de trabalho o operador de caixa, está em contato constante com o cliente, por um período de até oito horas, onde acaba registrando itens diversos para consumo.

No momento de registrar os itens esses, mesmos clientes apresentam conflitos devido a alta dos preços praticados no estabelecimento. E acabo avaliando o comportamento e examino de forma cuidadosa que, os clientes não têm limites e os operadores de caixa têm que impor limites com respeito e exercer competências socioemocionais, onde a maioria nem sabe o significado.

Os clientes desenvolvem inúmeras práticas inadequadas, na sua relação com o operador de caixa com o objetivo de conseguir alguns favores. Alguns consumidores mal tratam os operadores, por não ter no troco a quantia de 0,02 centavos. Geralmente o hábito é arredondar para cima quando o valor é, exemplo $ 0,03 centavos volta-se de troco 0,05, porém quando é $ 0,02 centavos não se tem o costume de arredondar para cima.

E este exemplo aconteceu comigo, onde fui ridicularizado pelo cliente e tive que chamar a fiscal de caixa para abrir a gaveta e lhe dar $ 0,05 centavos no troco. Compreendi, imediatamente que existem consumidores destituídos de informação neste contexto e para não ficar chateado ou levar a situação para o lado pessoal e permanecer estressado por um tempo, tive este insight intelectual, onde não permaneci nervoso, nem muito menos culpei a mim e nem o cliente pela atitude agressiva verbal dele.

Depreendi de modo intelectual que mobilizei o mecanismo de intelectualização, pois, quando você é atingido por uma situação difícil, você escolhe de maneira inconsciente remover todas as emoções de suas respostas através do uso da razão. É a explicação lógica que se dá para si mesmo para evitar as emoções diante da eventualidade.

Outro fenômeno que observo, é quando o cliente se dirige ao caixa e de pronto puxando descontrair com o operador faz-lhe a seguinte pergunta depois de olhar para o crachá. “Está tubem bem com você Ayrton ou Seu Ayrton.

Então respondo: sim, está. Todavia, não passa de mentira, porque não posso lhe dizer; olha estou estressado, cheio de registrar itens de alimentos de vocês clientes ansiosos, mal educados e neste exato momento não quero conversar, porem permanecer em silencio no sentido de apenas registrar seus itens para que você realize o pagamento no final da operação. Imagine se eu me expressar verbalmente desta maneira, certamente estarei assinando o contrato de demissão”. (SIC)

Na expressão está tudo bem, estão implícitos os verbos ir ou estar, digo, tudo vai bem ou tudo está bem. Sendo assim, se refere ao modo como as coisas estão ou ao modo como a pessoa está se sentindo, naquele momento, como vai a vida. E foi esta conclusão que cheguei e me limito, apenas a não responder o que realmente está implícito na frase para não me colocar em situação de constrangimento.

Porém, já ouvi outras operadoras relatarem, como estão se sentindo naquele momento para o cliente e ouço muitas histórias constrangedoras ou até mesmo o consumidor relata suas angustias para a operadora a fim de aliviar-se da angustia naquele momento. Sei que quando me perguntam está tudo bem com você Ayrton, imediatamente respondo mentido, está sim.

Ouço no trabalho algumas moças, tanto do setor de operação como do setor de frios e laticínios e outros que dizem para mim “você é tranquilo; é de boa na gíria; eu gostaria de ser assim como você é. E me perguntam se ser assim, é da idade. E respondo que, com o passar dos anos é possível uma pessoa mudar suas ações se assim se permitir e desejar” (SIC).

E neste instante entendo que sou bem observado nas minhas posturas dentro da empresa e como transpareço a eles, apontando que atingi meu objetivo de mostrar me calmo, paciente, sossegado que aparenta ser ausente de contrariedades ou dificuldades no cotidiano. Chamo a isto de sucesso por que foi aprimorada ao longo dos dias e anos essa soft Skills.

Por tanto o supermercado é composto por um quadro de colaboradores, exemplo, cargos de gerentes, supervisores, encarregados, auxiliar de limpeza, repositores de mercadoria, fiscal de caixa, operador de caixa, açougueiro, empacotadores e outros cargos. Não posso deixar de mencionar o cargo de psicólogo organizacional. Mas, esta rede a qual trabalho não tem no exercício o profissional da psicologia organizacional por razões diversas que não convém comentar.

E toda vez que um cliente vai até um supermercado ele precisará passar por um caixa para pagar as compras. E, caso ele não utilize um terminal de self-checkout, isso significa que ele terá contato direto com o operador de caixa. Como hoje a grande maioria das pessoas utiliza o caixa tradicional para finalizar as compras, contar com operadores de caixa bem treinados, educados, ágeis e capazes de oferecer um ótimo atendimento faz toda a diferença.

O profissional é responsável por fazer a abertura e o fechamento de caixa, processar e receber o pagamento e emitir notas fiscais. Além das tarefas administrativas, o operador de caixa atua diretamente no atendimento ao cliente, uma vez que é a pessoa que concretiza e finaliza a compra. O que um operador de caixa não pode fazer? Dar o troco errado; discutir ou destratar um cliente; deixar de registrar qualquer produto; não ser proativo na hora de ajudar o cliente a empacotar as compras [caso não tenha um profissional dedicado apenas para a função de empacotador].

O operador de caixa é o profissional que registra os produtos comprados e informa o valor a ser pago pelo cliente. É ele quem recebe o pagamento [seja via dinheiro, cartão ou demais formas de pagamento, como boletos], emite notas fiscais e, também, é o responsável por abrir e fechar o caixa. Vale lembrar que o processo de fechar o caixa após o expediente é de extrema importância para garantir o controle financeiro de qualquer empresa.

Afinal, é neste momento em que são comparados os valores das compras feitas com o total arrecadado no dia. Também, é claro, é o operador de caixa o profissional que tem o contato direto com o cliente na hora em que ele está finalizando a sua compra. Por isso, ele pode ter um papel importante na hora de ajudar o consumidor a ter uma boa experiência no seu PDV, isto é ponto de venda.

Imagine a seguinte situação, onde você vai ao supermercado depois de um dia corrido. E está com o carrinho cheio e vai enfrentar uma grande fila no caixa. Quando chega a sua hora de pagar e você é atendido por um operador de caixa eficiente, educado, ágil, que faz a cobrança correta, pergunta se faltou algo, ajuda a empacotar as compras e, ainda, se despede desejando um boa noite e falando volte sempre ou até alguns dias.

A sua experiência se tornou mais positiva, não é mesmo? Como deve ser o perfil de um operador de caixa? De forma resumida, é esperado que o operador de caixa seja uma pessoa que saiba como prestar um bom atendimento ao público e, cordial, e ao mesmo tempo, tenha facilidade em lidar com finanças.

Afinal, é ele quem irá gerar notas fiscais, dar troco ao cliente quando necessário e, conforme citamos anteriormente, é ele quem fecha o caixa ao final do expediente. Assim sendo, algumas das principais características esperadas de um bom operador de caixa, exemplos, saber atender ao público com paciência, atenção, educação e calma; apresentar facilidade com contas e finanças; ser ágil e organizado; ser honesto afinal, é importante sempre devolver o troco exato para o cliente.

Essas são habilidades técnicas e comportamentais exigidas do cargo de operador de caixa. Contudo não se é exigido as competências comportamentais ou soft skills como é chamada atualmente, que julgo serem importante a fim de evitar adoecimento mental, exemplo, tolerância a frustração e assumir riscos, resiliência, paciência, adaptabilidade, controlo das emoções, autoconfiança, empatia, resolução de problemas, comunicação assertiva, facilidade para trabalhar em equipe, flexibilidade, colaboração, proatividade, realismo e otimismo, comunicação não violenta, empatia, inteligência emocional para ouvir e fazer críticas, criatividade, pensamento crítico e outras.

É mais fácil ensinar um indivíduo proativo com habilidades técnicas aprender operação no caixa, por exemplo, do que ensiná-lo a ser flexível e empático ou até mesmo a usar a comunicação não violenta. Isso acontece porque as habilidades emocionais são comportamentais, ao passo que a operação no caixa é uma habilidade técnica. As habilidades interpessoais são competências exclusivamente humanas, aprendidas durante nosso desenvolvimento, diferentes das hard skills, que são as habilidades técnicas. É o que nos distingue da inteligência artificial dos robôs.

O operador de caixa não passa de um mero técnico que serve apenas no sentido para apertar botão, ou melhor dizendo um autômato, é um papagaio que repete constantemente sempre a mesma frase bom dia; boa tarde ou boa noite.  Onde, a técnica é o procedimento ou o conjunto de procedimentos que têm, como objetivo, obter um determinado resultado, seja no campo da ciência, da tecnologia, das artes, da manutenção, da operação de caixa ou em outra atividade qualquer. Por outras palavras, uma técnica é um conjunto de regras, normas ou protocolos que se utiliza como meio para chegar a uma certa meta, exemplo, registrar itens de alimentos no caixa.

Podemos citar vários exemplos de técnicas, dá mais arcaica até a mais atual, como as técnicas de plantio, de caça utilizando arco e flecha e equipamentos composto esteira mecânica, leitor de código de barras, computador e monitor, impressora e cadeira entre outras. A técnica é criar um manejo, um conhecimento que possa gerar inventos com intuito de facilitar um determinado trabalho.

O emprego da técnica surgiu devido à necessidade dos seres humanos de fazer modificações no meio em que habitam. Nasce como uma ideia e depois é concretizada dentro do que imagina seu criador para desenvolver um trabalho específico. O que é técnica moderna?

De acordo com Heidegger a técnica moderna não direciona o seu olhar ao ser, não lhe interessa o desvendar do ser na Natureza, nem o ser do homem. Pelo contrário, pretende dominar a natureza e extrair seus produtos à força. O desencobrimento que domina a técnica moderna possui, como característica, o pôr, no sentido de explorar.

A tecnificação do mundo é a realização efetiva e ilusória da ideia de que o homem, a partir de seu desenvolvimento pessoal, pensa o ser das coisas, a partir de si, como algo dependente dele próprio e que a ele se reduz. Como um produto técnico, o mundo seria, no seu próprio ser, produto do homem.

A ciência e a técnica determinam constitutivamente o rosto do mundo. Quando o humano se transformou em um universo [e, depois em multiverso] técnico no qual estamos arredados. Mas, o homem de hoje, na verdade, justamente não encontra mais a si mesmo, isto é, não encontra mais a sua própria essência. O homem permanece condenado à vontade do cultivo do que é calculável e de sua factibilidade.  

A técnica põe o homem a caminho do desvelamento do ser das coisas. O perigo surge para quem vai para o caminho da técnica, pois pode cegar o homem quanto à sua própria existência com a perda do ser.

As vezes sinto que estou a cada dia mais pobre de pensamento, por realizar um trabalho maçante e repetitivo nos registros de itens de alimento no leitor de barras acionado botões no teclado e não percebo com clareza que ao apertar botões somente, estou angustiando a mim mesmo, digo, pressionando-me internamente.

Essa ausência do pensamento que cogita é tão crítica em nossos dias que o operador de caixa da técnica não é capaz de lembrar que alienação não pode ser criada duas vezes e que, por tanto ele não poderá recriar novamente por meio dessa mesma técnica, aquilo que já o aprisionou. É por isso que o operador da técnica não medita nas palavras que são ditas nos mais variados assuntos do dia. Se comporta como um alienado.

Ele acredita que em nossos dias o pensamento que reflete é algo que já está fora da realidade, e, além do mais afirma que esse pensamento não ajuda a solucionar as dificuldades que estão presentes no seu próprio cotidiano.

Para muitos a reflexão é algo elevado demais e por isso dizem que ela não é para todos, isto é, ela não é para as pessoas do senso comum. E as vezes me sinto pensando como o senso comum e agindo. Quando nos relacionamos com os objetos tecnológicos,  observamos que eles também estão na esfera dessa mesma finitude e por isso não devemos ficar presos a eles. Sendo assim podemos dizer que ao pensar a essência de nós mesmos impedimos que a tecnologia nos aprisione, em outras palavras, nos transforme em seus escravos.

O operador de caixa é servo da tecnologia quando tiver apenas um pensamento que conjectura. Quando o operador só tem o pensamento que estima, é porque ele já se encontra dominado pela tecnologia e por isso ele fica cada dia mais pobre de pensamento, já não raciocina sobre si mesmo e nem sobre o mundo que está a sua volta. Podemos nós pensar, então, numa libertação deste ambiente organizacional da técnica ou a convivência com tal nos é possível sem que estejamos procurando nossa própria morte?

Ao olhar para operador de caixa com a visão do senso comum, enxerga-se um indivíduo desprovido de conhecimentos, habilidades técnicas especificas, desprovido de competências socioemocionais em fim um escravo alienado do equipamento, onde o simples fato de apertar botão conclui-se o processo todo. Resumo basta saber identificar o botão correto e acionar.

É um oficio que não exige muito do homem/mulher em termos de conhecimento, basta saber ler, escrever e matemática. Mas, compreendo que existe o analfabetismo funcional, onde são chamados de analfabetos funcionais os indivíduos que, embora saibam reconhecer letras e números, são incapazes de compreender textos simples, bem como realizar operações matemáticas mais elaboradas.

Um operador nunca se fixa num determinado caixa, pois existe uma rotatividade aleatória elaborado num cronograma pela supervisão e assim sucedem todos os dias. Esta rotatividade é organizada no intuito de evitar que algum operador de caixa tenha atitude conscientemente tomada no sentido de se vir a cometer um ato criminoso ou infração, levando o empregador a prejuízos financeiros.

Esta regra de procedimento é capaz de conduzir de modo inconsciente os operadores a falharem no momento de substituir o outro, criando falta de conforto interno na hora, porque existem caixa que estão dispostos de modo a promover a saída rápida do cliente de dentro do estabelecimento e seus fluxos de consumidores transitando por ele é maior, e as vezes o operador não deseja estar naquela condição. Onde o índice de se cometer uma falha é grande no caixa do colega. A teoria do reforço positivo/ e ou negativo da psicologia comportamental é aplicada nesta norma sem que os colaboradores saibam da sua, ocasionando incomodo.

Capto constante atrasos dos colaboradores para assumirem a função no caixa, se justificando responsabilizando o transporte público como motivo causador de seu atraso, acentuando o desejo inconsciente e indisposição física e emocional para efetuar o trabalho.  

É lógico que as vezes nem eu estou com disposição a fim de locomover-me de casa em direção ao trabalho, mas a obrigação por ter assumido compromisso com a empresa, onde procuro encontrar uma motivação intrínseca e extrínseca a ponto de cumprir com as tarefas no intuito de não faltar e realizar o trabalho da melhor forma possível, mesmo com insatisfação sem projetar minhas frustrações no transporte coletivo. A isto mostra, o quanto estou consciente do mal-estar que está em mim.

Estou sempre acionando a motivação intrínseca em mim por não conseguir até agora encontrar uma motivação extrínseca no ambiente, que não seja a compra de chocolates e outras guloseimas que são estimuladas por meio da fase oral, onde acabo redirecionando minhas angustias na fase oral. O ambiente proporciona os estímulos extrínsecos por meio de alimentos que servem para saciar a fome ou desejos.

Ouço de clientes na frente de caixa, mencionando que vieram ao supermercado para comprar um pacote de bolacha e pão, mas acabam comprando outros produtos. Analiso o comportamento do consumidor neste momento através da heurística do afeto,  que envolve fazer escolhas que são influenciadas pelas emoções que um indivíduo está experimentando no momento da tomada de decisão.

Por exemplo, o cliente dirigiu-se ao supermercado com a intenção de comprar o pão, porém se não estava de bom humor, teve a probabilidade de ver benefícios nos outros itens adquiridos e comprou na intenção de trazer prazer temporário. O supermercado aplica a heurística de afeto no marketing que redireciona o cliente a compra na fome emocional. A fome emocional, como o próprio nome diz, acontece quando se come a partir de emoções, desde alegria e tristeza a ansiedade, estresse e depressão.

Uma espécie de alívio instantâneo, como uma tentativa de fugir dos sentimentos negativos. Desconta-se na comida porque ela é um atalho fácil e prazeroso. E incorporo a fome emocional desde que assumi o cargo de operador aliviando o meu estresse por meio de chocolates. Agora que tenho consciência da angustia, preciso mudar esta ação com a teoria do reforço negativo, aplicando e praticando a psicologia comportamental.

Em outras palavras, reforço negativo, também chamado de aprendizado de fuga ou evitação, se refere ao estímulo que é eliminado na hora de executar determinado comportamento. Ou seja, ele pode ser entendido quando algo que já existe é removido ou muda o comportamento para a melhoria da pessoa.

E, no entanto, o que me deixa frustrado é que um operador de caixa não consegue exercer a soft skill resolução de problemas, pois essa soft skill me acompanha desde a minha formação de técnico em mecânica e pelo fato de não poder exercitá-la por estar num cargo que não permite autonomia fico triste, decepcionado.

Entretanto com o saber da psicologia, consigo aplicar em mim a resolução de contrariedades a fim de melhor a minha saúde mental. E muito menos a criatividade a qual eu usava constantemente enquanto exercia a função de técnico em mecânica em uma multinacional, criando projetos para melhorar o desempenho de equipamentos, melhorar a ergonometria das máquinas no sentido de trazer conforto para os operadores de produção e criatividade nas soluções de manutenção preditiva, preventiva e corretiva.

E enxergo o reforço dos cuidados com a saúde e a rotina de trabalho, que não são reforços positivos exigidos nem priorizados no ambiente organizacional de atendimento ao cliente. Qualquer profissional só será capaz de exercer bem a sua função, se ele estiver saudável e dotado de competências socioemocionais para defrontar-se diariamente com o público consumidores de alimentos que deslocam agressividade por meio de gestos sobre os operadores de caixa. É lógico que não são todos. Por isso, é necessário reforçar que o operador de caixa também precisa cuidar da sua saúde.

Afinal, ele passa muitas horas do dia na mesma posição e manuseia mercadorias que podem ser pesadas. Para evitar que o profissional sinta desconfortos, é preciso oferecer descansos de tempos em tempos e, também, o reforço com o cuidado com a postura na cadeira e com a hidratação [ou seja, tomar bastante água].

Mas, infelizmente a ergonomia disciplina cientifica cujo objetivo é estudar as características laborais, de forma a adequar o local de trabalho e o equipamento ao trabalhador, gerando mais conforto, segurança, eficiência e produtividade não são aplicadas de modo adequado, pois constato a falta de manutenção preditiva e preventiva nos equipamentos, só ocorrendo a corretiva quando de fato foi constatado a quebra ou falha do equipamento.

Posso descrever o total descaso com a manutenção porque tenho formação técnica em mecânica e registro no CREAS, o que me embasa no que descrevo afirmando. Mas, do que adianta ter se muito conhecimento e estar num local, onde não se pode aplica-lo, meus conhecimentos me servem apenas para enxergar a precariedade, maus tratos com os colaboradores no quesito ergonometria e permaneço com as mãos atadas, porque parece que o setor de manutenção não tem autonomia para realizar as manutenções ou simplesmente não há interesse em cuidar dos aspectos de manutenção dos equipamentos de operação. A precariedade na manutenção é um agente estressor que contribui diretamente para provocar lesões no corpo físico, mãos e dedos.

Então ademais, que tal fazer uma ginástica laboral diária antes de começar o expediente? Pode ser uma boa saída para reforçar o cuidado com a saúde. Uma vez que constatei as falhas me cuido com a intenção de evitar um adoecimento psicossomático ou até mesmo físico, exemplo, dores nas costas, no pescoço. Percebo a falta de um profissional da psicologia organizacional no ambiente.  

Quanto a administração de um supermercado é resultado da seguinte imagem, exemplo, funções do setor administrativo de um supermercado; gestão e desenvolvimento do setor de recursos humanos; contratação de serviços; contato com fornecedores e compra de produtos; gestão financeira [vendas, cobranças, compras]; pagamentos de tributos e impostos; controle de gestão de qualidade.

Por tanto o departamento de recursos humano, deve ter uma boa equipe trabalhando nas diferentes áreas do seu supermercado que julgo ser muito importante. Isso significa, ter pessoas que sejam qualificadas para a função para a qual estão sendo contratadas, que tenham conhecimento técnico ou experiência para desempenharem as suas funções.

Pois, na hora de contratar funcionários para trabalharem no supermercado é importante procurar por pessoas experientes e com boa formação, entretanto, não subestime características como proatividade e vontade de crescer. E noto que a maioria dos colaboradores, não anseiam por crescerem dentro da empresa galgando uma mudança de cargo, embora escutei de algumas colaboradoras, uma é formada em administração de empresa e não pretende conquistar uma oportunidade dentro da loja, outras não sabem sequer qual curso fazer para realizar uma transição de carreira e pensam apenas permanecer com o ensino médio na posição de operadora de caixa.

Lembre-se que conhecimento técnico pode ser adquirido ao longo do tempo, mas funcionários com essas características tendem a ser mais produtivos. Além disso, é fundamental manter os funcionários motivados. Investir em treinamentos, cursos de reciclagem, bem como incentivar os funcionários a darem ideias e a participarem ativamente das decisões relacionadas às funções desempenhadas são ótimas para isso, tudo isso quando existe a participação da psicologia organizacional no ambiente que não é o caso.

Outra boa estratégia para manter os funcionários motivados, é estabelecer metas para a equipe e premiá-los sempre que essas metas forem alcançadas. Aqui existe uma motivação para alguns colaboradores que gostam de atuar como vendedores no caixa, oferecendo marcas de chocolates para o cliente e se atingirem a meta estipulada pela rede de supermercado acabam sendo recompensados com uma quantia em papel moeda.

Distingo que não existe um programa de motivacional sobre o operador de caixa, pois a maioria se mostra descontente através de seus comportamentos rebeldes considerados pela liderança, que aciona a punição a fim de conter a reprodução dos comportamentos em massa. Seria possível se a liderança tivesse interesse em elaborar o objetivo da motivação e com o diagnóstico em mãos, montar o projeto motivacional.

Nele, o líder estipula que motivação ou motivações que ele deseja despertar em sua equipe. Por exemplo, a empresa pode estabelecer como objetivo, aumentar a harmonia da equipe, capacitar de forma mais assertiva os colaboradores, maximizar a atenção seletiva de todos no trato com o dinheiro.

Reestruturar a ergonomia no ambiente com os equipamentos, onde nenhuma metodologia será eficaz se o ambiente de trabalho não for agradável e harmonioso, por conta disso, o líder deve realizar as modificações necessárias para a construção de um local capaz de motivar os profissionais, promover diálogos construtivos, dar oportunidades para a exposição de ideias, respeitar as diferenças de todos e oferecer feedbacks constantes.

Conhecer a equipe, pois, o líder deve realizar um diagnóstico em sua equipe, nesse sentido, ele precisa saber quais são os pontos fortes da mesma, seus pontos de melhoria, suas limitações, em quais tarefas os profissionais têm mais dificuldade, as expectativas dos mesmos, os problemas enfrentados, entre outras questões.

Dessa forma, o líder consegue identificar que pontos atrapalham a equipe a se manter motivada, alguns exemplos, os colaboradores não possuem o conhecimento necessário para desempenhar as atividades; adversidades pessoais como separação, morte de um ente querido, falta de perspectiva na organização; desânimo com a rotina; dificuldade de comunicação; ambiente de trabalho desorganizado; problemas de relacionamento interpessoal; falta de atenção seletiva ao registrar itens no leitor de barras; conversas paralelas entre colaboradores; profissionais sobrecarregados.

 Todos esses pontos mencionados acima deveriam ser tratados na organização, mas passam em branco por ausência de conhecimentos da liderança e interesse. Normalmente, o ambiente de trabalho é rodeado de tensão, estresse e muita concentração. É também onde as empresas escolhem investir em estratégias que fujam dessa tensão, para proporcionar lazer e descanso aos funcionários, mesmo que o tempo seja mais reduzido.

Dentro desses projetos, também existem algumas salas temáticas, com jogos, redes para descanso e outros espaços. Contemplo a existência de uma sala de descanso com televisão, no qual o objetivo principal dessa sala é revigorar as energias dos profissionais para que voltem ao trabalho mais motivados e menos estressados. Se tiver silêncio e com pouca luminosidade, melhor ainda; porém é o contrário, mas em fim é o que temos para hoje.

Agora ao dirigir-me por dentro da loja, aprecio as prateleiras com os produtos e fui capaz de depreender intelectualmente como são organizados os produtos em um supermercado. Existem duas formas, a primeira verticalmente e em blocos, onde os produtos organizados na vertical e causar um grande impacto visual no cliente sendo a forma mais comum para facilitar a localização de itens e marcas. E a organização em blocos também é uma maneira eficaz de organização.

E trata-se de uma técnica, de disposição que ajuda o cliente a encontrar o que de fato procura nas gôndolas do supermercado. Para além de organizar a loja, ela também estimula a compra de outros itens, trazendo-os para seu campo de visão.

É possível organizar os produtos de acordo com o tipo, cor e tamanho. Assim, a melhor escolha pode ser feita após estudos e ensaios. Dispor os itens por tipo, faz com que o cliente ache mais rápido o que busca, além de pôr outros itens da mesma categoria no seu campo de visão, levando-o à compra de certos produtos que não estavam na lista. Por fim, você pode perceber que organizar as gôndolas do supermercado faz toda a diferença no hábito de compra, sendo capaz, inclusive, de fidelizar o cliente.

Enquanto psicólogo, fiz a análise do meu perfil e constatei que não tenho o perfil para atuar, como Operador de Caixa, mas diante do inevitável fui capaz de ajustar meus pensamentos, sentimentos e comportamentos adaptando-me para exercer a função, segundo a crença da tríade cognitiva da psicologia cognitiva. E a recrutadora também sabia que não tenho o perfil do cargo, pois analisou o currículo e confirmou ser perfil de um profissional técnico. Porém, resolveu abrir mão da atenção seletiva das exigências da função de operador de caixa ou da heurística de representatividade do cargo e não considerou o conhecimento técnico nem perfil, onde apenas elegeu a matemática como prioridade para exercer o ofício, me disponibilizando  uma oportunidade.

E mais a frente relato a elaboração de frases de enfrentamento para me adaptar ao ambiente e encarar a realidade que se apresentava repleta de contrariedades. E foi na época me concedido a oportunidade porque a empresa estava contratando o profissional operador de caixa e não exigia experiência.

E não posso deixar de mencionar que atendi a professora e supervisora do plantão psicológico da UNIP Ana Zamberlan, enquanto registrava alguns itens que ela havia comprado. E conversávamos um pouco e ela menciona que, não adianta brigar com o inevitável e sugeriu que eu escrevesse esse artigo relatando a minha experiência como operador de caixa a fim de não passar em branco. E que outras pessoas possam se beneficiar com esse artigo.

Mas, estou exercendo essa função de operador de caixa por se tratar de um momento ao qual realmente tentar brigar com o inevitável certamente sofrerei muitas perdas e ainda tive que omitir a formação acadêmica para conseguir esse trabalho. Porque no momento em que você, se candidata para uma função abaixo e mencionar ter alguma formação acadêmica é desclassificado de pronto pelo recrutador, mas de modo oculto sem que seja desvelado o real motivo.

Recordo-me de usar o plantão psicológico, perante um colaborador enquanto estava a caminho de casa dentro do ônibus, onde procurei ter o domínio sobre os próprios pensamentos e sentimentos, para não me permitir ser influenciado pelas emoções, histórias que ele está contando naquele momento. Atentei-me a escuta, ouvindo o significado do movimento que o colega de trabalho está realizando que não é passividade. Tomei cuidado de não dar direção ao processo, mas sim estar na relação, não deixando o colega com sua dor, mas permaneci diante dele que escolheu me apresentar sua dor.

Neste momento estive junto com o colega de trabalho a fim de que tome consciência de sua dor e enfrente seus desafios problemas. No qual fulano menciona que “a empresa me deu uma oportunidade para eu ser auxiliar de limpeza, porque trabalho no semáforo a mais de quinze anos vendendo paletas do para brisa de carro, mas não consigo me acostumar a ficar num local fechado e os outros colaboradores estão se aproveitando de mim jogando muito serviço de limpeza para eu fazer e eles ficam folgados e por isso estou pensando em demitir-me” (SIC). Então pergunto: a quanto tempo está na empresa. Fulano respondeu: estou a 30 dias.

Respondo a fulano: não seria melhor pensar um pouco antes de se demitir, pois as vezes a adaptação é demorado, por isso o período de 90 dias porque faz muito tempo que você trabalha fora do regime de regras e normas trabalhistas. E no seu trabalho no semáforo você faz as regras e normas e horários de trabalho que é diferente da empresa.

Ele respondeu: vou pensar um pouco. Mas, depois de alguns dias fiquei sabendo que se demitiu. [...] Segundo Leloup (2001), escutar alguém implica, em certo sentido, uma abdicação de si, é importante perceber que sentido tem o comunicado para quem o transmite. Acolher a palavra do outro, desde a mais corpórea até a ainda não pronunciada. Essa acolhida também é, ao mesmo tempo, física e espiritual, para considerar o homem em sua totalidade.

Então compreendo, que a pessoa não conseguiu se adaptar ao modelo de trabalho exigido e normas da organização e também por estar sendo sobrecarregado de tarefas impostas pelos outros colegas de profissão que se eximam das tarefas atribuindo uma angustia ao auxiliar de limpeza. A sobrecarga do estresse, a angustia, a ausência da competência socioemocional adaptabilidade e atribuição excessiva de tarefas desencadeou a demissão silenciosa no auxiliar de limpeza que escolheu a demissão voluntária a continuar permanecendo no ambiente estressante, regressando para o ambiente rua, onde se sente em liberdade.

Aqui me recordo da teoria do autor Charles Darwin. Qual é o conceito de evolução? A evolução pode ser definida, em poucas palavras, como o processo de variação e adaptação de populações ao longo do tempo, podendo inclusive provocar o surgimento de novas espécies a partir de uma preexistente.

E descrevo a demissão silenciosa que é praticada no ambiente por diversos colaboradores, onde é chamado de quiet quitting que não significa necessariamente o abandono do trabalho por meio de pedido de demissão. Trata-se de uma forma de se demitir sem abandono do trabalho, mas reduzindo as tarefas aos limites do que fora contratado, sem se envolver em dinâmicas de altas performances que incentiva os trabalhadores a executarem o mínimo das suas obrigações contratuais.  

E alguns colaboradores sobrecarregam outros com esse tipo de atitude. Mas, esses colaboradores querem forçar uma demissão por meio de comportamentos inadequados a fim de priorizar sua saúde emocional, por estarem afadigados, estressados com o ambiente organizacional supermercado. O turnover voluntário dentro da empresa é grande por razões de falta de adaptabilidade com horários, regras e normas que encaminham os profissionais a renunciarem a ocupação no caixa.

O turnover evitável provém de causas que a organização tem capacidade de influenciar. Por exemplo, se colaboradores estão deixando a empresa por causa de baixa satisfação com o trabalho e horário, com o cliente ou relação ruim com o líder, a empresa poderia melhorar a situação agindo na experiência do colaborador, seja redesenhando sua função ou realizando capacitações com a liderança para melhor gerenciarem seus times, mas isto não ocorre.

É possível que alguns clientes desenvolvam a antipatia por alguns operadores de caixa e descarregam suas frustrações, decepções com os preços altos e até mesmo pelo simples fato de o operador estar num dia mal e o cliente não foi atendido do modo, como ele pensa que deveria suscita no consumidor emoções, sentimentos e pensamentos disfuncionais que geram um comportamento inadequado perante o operador de caixa.

Há operadores que tem alto índice de absenteísmo na empresa por conta de faltas e atestados médico, com a intenção de se afastarem por um período do trabalho a fim de recarregar a energia física ou vigor, exemplo, constantes resfriados sinaliza baixa imunidade corporal por causa de atores estressores no ambiente, exemplo, ar condicionado, vírus da gripe, covid-19. Dores nas costas por excesso de peso, exemplo, pacotes de arroz, ração de animais, terra para gatos.

Pets de cerveja e refrigerantes, enxaquecas, dores nos braços assinalada lesão por esforço repetitivo [LER] e outras, e acionam suas resistências de modo inconsciente com a intenção de alcançar um objetivo de descansar por meio da doença. Acionando a conversão que é um mecanismo de defesa pelo qual a ansiedade causada por impulsos e sentimentos reprimidos é convertida em uma queixa física, como tosse ou sentimentos de paralisia.

E através da resistência de ganho secundário, onde esses ganhos secundários oriundos dos sintomas são bem conhecidos sob a forma de vantagens e gratificações obtidas da condição de estar doente e de ser cuidado ou ser objeto do compadecimento dos outros colaboradores e até do médico, ou sob a forma de gratificação de impulsos agressivos vingativos para com a liderança, fiscal de caixa, e antipatia com outros colaboradores e a organização que é obrigada a compartilhar do sofrimento do colaborador.

Observo os clientes, que são hostis com os operadores de caixa e usam de linguagem agressiva quando não conseguem alcançar os objetivos que é o desconto com os itens do supermercado. E por isso se faz necessário criar frases de enfrentamento para lidar com consumidores agressivos verbalmente na linguagem.

Há consumidores que exigem que operador de caixa, abra as sacolinhas e empacotem seus itens enquanto permanecem de braços cruzados se recusando a ajudar e isso não é obrigação do operador, mas pode ser observado como proativo o operador que executa esta ação. No entanto, existem aqueles clientes folgados que se dirigem para o caixa falando ao celular para evitar abrir sacolas plásticas e empacotar. Contudo observo pessoas idosas dotadas de agilidade no manuseio da abertura de sacolinhas para empacotar seus itens adquiridos cheias de pré disposição física e cognição.

O operador de caixa se vê obrigado, a memorizar os códigos de produtos para agilizar o registro dos itens no leitor código de barras e também faz uso de uma tabela que contém o nome dos produtos e consecutivos códigos para serem digitados no teclado, exemplo, a batata tem o código de 117, a beringela o código 120, a cenoura o código 239, o chuchu o código 130 e por aí vai.

É exigido do operador de caixa que o mesmo se apresentar com boa aparência física diante do cliente com rosto barbeado, cabelo curtos, unhas com boa aparência para mulheres. Quase que todos os dias surge tumulto com os seguranças da loja, onde são pegos adolescentes roubando mercadorias, exemplo, bolachas, balas, chocolates e outros.

Outro dia foi pego um adulto tentando furtar uma peça de carne picanha, onde o mesmo escondeu dentro da calça, mas como tem câmeras o indivíduo foi atuado e levado para a cabine do segurança. O operador é obrigado de forma discreta fazer a checagem das notas de $ 50, 100 e 200 com a intenção de encontrar alguma falha na nota que identifique que a mesma é falsa ou não e esta ação pode encorajar o consumidor a agressividade, por achar que está sendo desrespeitado por conferir a nota em espécie.

Caso, seja falsa a nota o operador pagará pelo recebimento da mesma. Leitor, consegue imaginar o estresse que provoca o dinheiro no operador nos dias que sucederam as comemorações de natal e ano novo, onde o índice de circulação de notas falsas é maior. Esse estresse provocado pela moeda de papel se repete todos os dias de modo inconsciente nos operadores de caixa gerando insegurança, ansiedade. [...] Em sua obra “Além do Princípio do Prazer” (1920, p.34), Freud afirma: a compulsão a repetição também rememora do passado experiências que não incluem possibilidade alguma de prazer e que nunca, mesmo há longo tempo, trouxeram.

Como está a saúde mental, desses operadores em que tem todos os dias a sua autoconfiança é afetada pela manipulação do dinheiro. Ao olhar para um operador através de sua aparência física no rosto, quando o mesmo expressa um sorriso aparenta estar tudo normal, mas é um engano, pois emocionalmente está abalado na sua estrutura emocional que é imperceptível aos olhos do senso comum. Por trás do sorriso está oculto a raiva, a fadiga, a decepção, as preocupações familiares e conflitos na organização e o que você conseguir pensar.

Clientes pedem desculpas, por inserirem as senhas erradas nos cartões e bloqueiam o cartão na hora de efetuar o pagamento, gerando transtorno, ansiedade, raiva nos demais clientes que esperam na fila para serem atendidos. A pressa para demover-se do estabelecimento é tão grande que por meio do ato falho esquecem, exemplos, celulares, chave de carro, chave do apto, itens como papel higiênico, bolachas e o que você conseguir pensar enquanto lê o artigo.

Alguns clientes depois de causarem algum desconforto para o operador na hora de realizar o pagamento, acabam pedindo desculpas e dizem que Deus te abençoe. Projetam por meio do mecanismo defesa projeção, sobre o operador de caixa o desejo de que Deus abençoe o operador por pensarem que fizeram algo de errado que encaminha ao sentimento de culpa ou querem se redimir da falha no momento.

Eu contei com os saberes da psicologia cognitiva ao criar para mim frases de enfrentamento, para lidar com o manuseio direito com o dinheiro que me afetou na insegurança e registro de itens no leitor do código de barra, por não ter registrados itens logo no início que assumi o posto de operador de caixa, onde fui monitorado pelo setor de monitoria e tive que pagar ao empregador a quantia de $ 200,00 reais por não registrar itens do cliente.

Exemplos de frases de enfrentamento elaboradas através da psicologia cognitiva aplica e praticada diariamente para obter resolução de contrariedades sobre mim. Cito exemplos, como [eu desejo e consigo adaptar-me a este ambiente hostil e atender consumidores com comportamentos inadequados que geram em mim emoções de estresse e insegurança por que sou autoconfiante, calmo, paciente e controlo minhas emoções].

Primeira, [eu desejo e consigo fazer o fechamento do caixa mesmo com minhas inseguranças porque sou autoconfiante. E terei tempo suficiente para sair do supermercado e pegar o ônibus]. Segunda, [não sei o quão bem eu farei o fechamento do caixa até que eu faça.].  Terceira, [eu desejo e consigo registrar os produtos com código de barras irregulares no leitor sem duplicar mesmo com dificuldades porque sou autoconfiante e habilidoso no manuseio do produto próximo ao leitor de barras].

Quarta, [eu desejo e consigo diante dos comportamentos gestuais e palavras de ofensas do cliente que inspiram intimidação ansiedade forçando-me a agilizar o atendimento comportar me adequadamente, expressando na face do rosto calma e paciência com ausência de contrariedades por que sou autoconfiante].

Quinta, [eu desejo e consigo mesmo me sentindo envergonhado na presença de clientes, colaboradores e fiscal de caixa do supermercado controlar a ansiedade por que sou autoconfiante calmo paciente e ajo com naturalidade.]. Sexta, [não sei o quão bem eu controlo a ansiedade na frente dos clientes, colaboradores e fiscal de caixa no supermercado até que eu esteja na presença deles por que sou calmo paciente].

Observo por meio da psicologia do cotidiano, e fico com raiva dos comportamentos reproduzidos por colaboradores que não aspiram permanecer mais na organização vendendo a mão de obra e causam sobrecarga em outros colegas de trabalho, inclusive em mim. Exemplo, começam a conversar com o cliente depois de efetuado o pagamento na intenção de descansar dos atendimentos e não registrar os itens do próximo consumidor.

Param descaradamente e conversam com os empacotadores com a intenção de causar constrangimento no cliente levando o a procurar outro caixa. Detecto a formação de grupos de colaboradoras por meio do processo grupal, na dinâmica psicossocial, que se refere a uma rede de relações equilibradas de poder entre os participantes de um determinado grupo em relação a outro grupo.

E observo os microgrupos humanos, entendendo-se por todos aqueles nos quais os indivíduos podem reconhecer-se em sua singularidade [ou perceberem uns aos outros como seres distintos e com suas respectivas identidades psicológicas], mantendo ações interativas na busca de coesão que é a pressão resultante das forças que agem sobre o sujeito para que este permaneça ligado ao grupo.

Esses grupos agem no horário de refeição, no horário próximo ao fechamento de caixa, em outras palavras, na troca de turno dos operadores, onde criam fofocas, gargalhadas, bullying e tumulto. Resolvo fazer minha própria avaliação sobre o comportamento da empresa e acabo descortinando que existem várias razões pelas quais as empresas podem não demitir funcionários que desejam sair, mesmo se estiverem causando problemas.

Aqui estão algumas dessas razões, exemplos, processo legal complicado como demitir um funcionário, pode ser um processo complexo e dispendioso, especialmente se houver questões legais envolvidas. Algumas empresas podem evitar a demissão para evitar ações judiciais ou acusações de discriminação. O impacto sobre a equipe, uma vez que a demissão de um funcionário pode ter um impacto negativo na moral e no desempenho da equipe restante. As empresas podem considerar o custo disso ao decidir se vale a pena demitir alguém.

A falta de alternativas, as vezes, as empresas não conseguem encontrar facilmente outro funcionário para ocupar o cargo vago, o que pode tornar difícil demitir alguém. É difícil de provar, pois, demitir um funcionário por comportamento inadequado pode ser difícil se as provas forem insuficientes ou inconclusivas.

Algumas empresas podem decidir tolerar comportamento problemático para evitar a possibilidade de ser processada por demissão injusta. Em resumo, há vários fatores que podem influenciar a decisão de uma empresa de demitir ou não um funcionário que deseja sair, mesmo se estiver causando problemas. Cabe à empresa avaliar esses fatores e tomar a decisão que considerar mais adequada para a situação.

Enfrento o problema chamado de quebra de caixa no final do expediente, onde estou sofrendo com prejuízos monetários e não tenho como provar que as falhas não procedem das minhas ações, porém incitam em mim a incerteza, quanto ao meu proceder. Ou ainda, é provável que eu seja capaz de causar atitude inconsciente tomada no sentido de se vir a cometer um ato de perda, por avaliar-me com ausência de aptidão que outros operadores tem quanto ao realizar o fechamento do caixa sem trazer para si prejuízos financeiros, a esta ação chamo de inveja.

Entretanto hoje, ocorreu o fato em que, certo cliente ao efetuar o pagamento depois de eu ter registrados seus itens comprados, me deu a quantia em dinheiro de $ 50,00 reais. E como eu não tinha troco na gaveta, fui obrigado a acionar a fiscal de caixa para realizar a troca da nota de $ 50, 00 por notas menores, exemplo, 20, 10, 5 e 2.

Exemplo, uma nota de 20,00; uma nota de 10,00; duas notas de 5,00 e cinco notas de 2,00 totalizando o valor de $50,00. A fiscal dirigiu-se até meu caixa e fez a troca, e quando iniciei a contagem das notas descubro que nas notas de dois reais estava faltando uma nota de dois, porque a soma de cinco notas de dois totaliza 10,00 reais. Então imediatamente acenei para a mesma que retornou ao caixa e me depositou mais dois reais.

Conclusão, entendi que a fiscal de caixa é capaz de induzir o operador de caixa a ter a quebra no final do fechamento, todas as vezes em que realizar trocas de notas de 50 e 100 e o operador será o responsável pela quebra no caixa, se o mesmo não realizar a contagem das mesmas antes de depositar o dinheiro na gaveta.

Entretanto essa contagem as vezes é feita de maneira muito rápida que é possível passar despercebido a falta de algum valor, por causa do movimento no caixa de consumidores, no qual se deposita na fiscal de caixa uma confiança de que está fazendo a troca das notas sem que esteja faltando alguma.

E mediante este evento, o sentimento de confiança que eu depositava na fiscal foi imediatamente rompido e agora passo a enxergar a mesma com desconfiança no quesito troca de notas de 50 e 100, sabendo que foi provável que a mesma possa ter me encaminhado a quebra no caixa algumas vezes, no momento em que se formou filas grandes no caixa para atender os consumidores.

Mediante este fato concluo que esse espaço físico organizacional, não favorece nem estimula a troca de confiança entre os colaboradores e isto é muito prejudicial a saúde mental, porque incita a desconfiança. E trabalhar em local, onde não há o cuidado com a confiança, redireciona de modo inconsciente o sujeito a agir em todos os meios que estiver inserido com desconfiança do próximo quando se tratar da manipulação do dinheiro. Até certo ponto é bom ser um pouco desconfiado, pois indica prudência  e compreensão de que na realidade o ser humano falha e não é perfeito.

Trabalhei em empresas, na qual priorizava a confiança entre os funcionários, até no sentido de não causar prejuízos a produção de produtos e agora me encontro inserido num espaço restrito, no qual sou afetado pela ausência de confiança alheia. Não posso confiar em ninguém dentro desta organização quando se lida com o manuseio moeda papel, todos são falho e sou obrigado a voltar o olhar para mim e perceber que também posso falhar, mas estou fazendo o impossível evitando esta falha, por que já substitui outros colaboradores no horário de refeição e nenhum deles teve quebra de caixa no final do fechamento.

Ao mesmo tempo em que a empresa aceita certos padrões, atitudes e assuntos, tende a ser hipócrita quando são mencionadas as malignidades comuns aos seus colaboradores. Os colaboradores, de modo geral têm grande resistência quanto a psicologia e afirma que o mal está no consumidor e que a hostilidade, a vingança, tortura e inveja pertencem ao outro, na intenção de generalizar por meio do mecanismo de defesa.

E sempre se inveja o que é bom, já que se trata de uma imitação do primeiro modelo mãe-bebê. Como dito a cima, não existe inveja boa já que esse termo está sempre relacionado à destruição, tentar esvaziar as capacidades do outro, esgotar suas conquistas. Suportar o sucesso de alguém é estar em constante encontro com os próprios sentimentos invejosos.

A grande maioria dos bebês enfrenta esse conflito, suporta a inveja e continua o seu desenvolvimento. No entanto lidar com a inveja não é algo tão simples. Esse sentimento dispara a ansiedade e se para um adulto conte-la é sabido a dificuldade, imaginem então para um bebê que ainda não tem completa noção da realidade e se depara com um meio assustador e desconhecido.

Existem mecanismos de defesa internos, que defendem o sujeito dessa ansiedade e uma das formas encontradas pelo aparelho psíquico é expulsar esse mal angustiante de dentro e depositá-lo no meio ambiente. Quando isso ocorre, o meio externo passa a ser sentido como perseguidor, exemplo posso estar fantasiando por meio do mecanismo defesa fantasia que outros colaboradores anseiam por prejudicar-me monetariamente.

Pois, observo, por exemplo, comportamentos de operadores com segurança na contagem das notas e moedas e ao dar o troco para o cliente e penso que não tenho essa destreza. Porém, compreendo que essa segurança se faz presente quando a fiscal de caixa realiza a troca em dinheiro sem cometer falhas. Essa sensação de insegurança é proveniente da inveja, mas passa a ser depositada em caráter defensivo na realidade.

Em verdade o colaborador adquiriu essa confiança com o tempo, mas o sentimento interno de que o meio ambiente oferece perseguição é intenso a ponto de se acreditar nessa fantasia. Ou ainda, será legítimo que eu encontre na quebra de caixa uma queixa aplausível para a pratica da demissão silenciosa, ao descortinar que as fiscais de caixa também falham e comprometem o fechamento do operador de caixa lhe atribuindo o ônus da reponsabilidade pelos seus atos de falha.

Eu na posição de operador de caixa sou capaz de sentir culpa, por ser inferior e fantasio com aquilo que penso fazer-me falta, seja, bens materiais, pós graduação, desembaraço no fechamento de caixa, autoconfiança e o que você pensar a respeito do que é a inveja.

Acredito ser merecedor daquilo que fantasio, e quando a realidade não me proporciona o que eu sinto ser merecedor, o ódio e a humilhação são projetados para um ou mais colaboradores de caixa / e ou fiscal de caixa, ao qual eu possa não considerar estar ao meu nível, técnico/ e ou acadêmico, não tendo por isso direito a ter aquilo que aquele colaborador de caixa tem. [..] Klein (1974) afirma que a inveja primária, mais antiga que o ciúme, é uma phantasia sádica de impulsos orais e anais dirigidos a um objeto parcial – o seio – que não só fica despojado do que possui de bom, como também recebe toda a maldade. Entende ela que isso se deve ao ego, que a serviço da pulsão de vida desvia a pulsão de morte para o seio externo para livrar-se dessa ameaça interna.

Por isso, a inveja é assim um estado em que o operador pode ou não ter noção, porém despoleta neste o sentimento de cobiça, de vingança, sentimentos estes que são causados pelo sentimento de inferioridade em relação aos outros que o atormentam.

A inveja, por sua vez, é a sensação de desconforto, raiva e angústia perante a constatação de que outra colaboradora possui objetos, qualidades, habilidades para executar um fechamento ausente de dolo financeiro, mesmo com ausência de uma formação acadêmica/ e ou técnica e expressa boas relações com o papel moeda que o operador gostaria de ter, mas não tem por enxergar o dinheiro ao qual está manuseando velho, amassado, rasgado pela falta de cuidado das próprias pessoas com as notas que lhe aviva o nojo/e ou desleixo ou ainda por outros motivos recalcados e reprimidos não latentes, digo, que ainda não se manifesta exteriormente, mas pode vir a estar.

Os clientes realizam o pagamento com dinheiro que está todo amarrotado, o vulgo dinheiro de bêbado e isso passa uma imagem péssima para o operador que está recebendo a quantia, e precisa deixa-lo de modo aceitável para entrar em circulação novamente nas transações. O descuido com o dinheiro é percebido as vezes no modo de vestir do consumidor, na forma como guarda o dinheiro amassando-o com medo de perder por falta de bolsa, bolso na calça.

E neste cenário a inveja em senso comum também se designa como o ato de não querer partilhar os seus bens, do seu conhecimento técnico, do seu saber acadêmico com ninguém. E por sentir-me faltoso desta confiança, é possível que inconscientemente estou punindo-me ao causar prejuízo monetário no fechamento do caixa esporadicamente ao dar troco a mais para os consumidores.

Reconheço que, posso falhar neste ambiente por não ter as particularidades que os colaboradores conquistaram através da pratica e exercício diário no manuseio, com o dinheiro que é fonte para gerar o estresse, desconfiança e a inveja por ter uma má relação com a bufunfa devido a ociosidade involuntária a qual fui submetido por longo período [o desemprego].

Entretanto diferencio a contingência no sentido de o operador falhar no caixa do outro por diversas razões, exemplo, cansaço mental, fadiga física, estresse, indisposição, má vontade, antipatia com o outro e outros. Finalizo novamente diante do inevitável, arcando com os prejuízos, mesmo depois de outro colaborador operar no meu caixa enquanto estou no horário de refeição, indicando que neste sistema organizado pela empresa um operador pode atuar no lugar de outro se isentando de assumir responsabilidades perante as falhas no cuidado com o dinheiro ao dar troco errado.

E não tem como evitar essa situação pontual que se repete no cotidiano. Isto gera estresse, insegurança e desconfiança encaminhando o operador a desconfiar dos seus próprios colegas de trabalho, inclusive de si mesmo. O próprio ambiente inseguro oportuniza e fornece as contingências para a reprodução de pensamentos de insegurança, desconfiança e isso afeta a autoestima do sujeito. Um sujeito trabalhando em ambiente que promove a desconfiança, é redirecionado de modo inconsciente a reproduzir essas ações com outras pessoas na sua vida, dentro da família, nas amizades, no casamento dentre outros.  

Analiso de forma detalhada o comportamento do consumidor que vai efetuar o pagamento em dinheiro com notas de $50 e $100 reais. E no interim que a gaveta do caixa é aberta e o consumidor enxerga que o operador não tem o troco ansiado e tem que mobilizar a fiscal de caixa com a finalidade de trocas as notas por menor valor. O cliente encerra a sua atitude expressando inquietação, nervosismo por meio de expressão no rosto e gestos corporais, onde coça a cabeça, passa a mão no rosto, cruza os braços e chega até se posicionar com atitude de super homem na intenção de gerar intimidação.

Está transmitindo a mensagem para o operador de caixa por meio de gestos, que não está gostando da demora para recuperar o seu troco e a ansiedade para locomover-se imediatamente do estabelecimento é nítida, e neste momento o operador de caixa pode ser afetado pela pressa do mesmo e dar lhe troco a mais ou menos e não realizar a contagem das notas recebida das mãos da fiscal e sofrer uma quebra de caixa no final do expediente.

Esses mesmos consumidores, alguns deles entram no supermercado tranquilos e passeiam pela loja contemplando os itens como se estivem passeando dentro de um shopping e depois anseiam desesperados sair do local, pensando que o operador é uma máquina, entretanto de modo inconsciente é este o pensamento que alguns clientes tem em relação aos operadores, são máquinas registradoras, por exemplo. No passado o termo, caixa registradora, é um dispositivo mecânico ou eletrônico que serve para calcular e registrar transações de venda, e possui uma gaveta para armazenar o dinheiro.

Os maiores problemas encontrados na frente de caixa, onde frente de caixa é tudo que está diretamente ligado à venda final ao consumidor, é onde temos os operadores de caixa que registram as vendas. Exemplos, falta de meios de pagamento; atendimento lento e não ágil; processos arcaicos; falta de previsão de demanda; não usar software e equipamentos certo. Eu convivo com essas contrariedades todos os dias, isto significa, que estou dentro de uma zona de insatisfações, ou por outra, convivo na compulsão a repetição destes problemas diários que mais uma vez chamo de o inevitável.

Apercebo-me, exemplo, sendo uma espécie de banco depositário das mazelas e prazeres que representam o dinheiro para o consumidor que vem ao supermercado. Uma caixa, onde são depositadas as emoções de raiva, as frustrações, angustias, ansiedades, medo no interim que o cliente não alcança seu objeto inconsciente/ e ou consciente e não se pode argumentar para não sofrer com as consequências. É sofrer calado todos os dias, engolindo sapo.

O mecanismo de defesa medo que serve para ser auto protetivo é acionado constantemente com a finalidade de não levar o operador a perda do controle e ser demitido por justa causa, porque infelizmente no ambiente supermercado a prioridade é o cliente, ou seja, ele sempre tem razão por mais errado que esteja.

Certa cliente “me relata na boca do caixa que gastou duas horas para realizar a sua compra e queria sair dali imediatamente porque estava com pressa” (SIC). Ouvi calado e não lhe dei resposta alguma, mas pensei comigo: o que eu tenho a ver com a sua ansiedade e naquele momento me dispus a passar a compra com calma a fim de não ser afetado pela sua angustia e causar prejuízo financeiro a mim mesmo. Mas, percebi que a cliente não estava satisfeita com a minha atitude e expressava o desconforto através do corpo, movendo de lugar os itens na esteira ao qual já estavam posicionados. Existem muitas outras situações que seu for descrever o artigo ficará imenso.

Outro exemplo real, foi a consumidora chegou a frente de caixa para registrar seus produtos no horário de fechamento, e “disse para mim em voz alta. Esses clientes que chegam ao supermercado no horário de fechamento e falou eu sei como é, porque sou operadora também.

Então lhe respondi: não vou nem responder, mas pensei calado; se a mesma sabe que não é legal ter esse tipo de comportamento, porque reproduz o comportamento com outros operadores, se não gosta que façam com ela o mesmo” (SIC). Enxergo que diante do inevitável não adianta argumentar com a consumidora; porque todos os dias se repete a compulsão a repetição do consumidor atrasado que não respeita o horário de fechamento do estabelecimento, muito menos está interessado em praticar a empatia com o operador de caixa. A grande maioria não saber sequer o que é, e muito menos se tem essa competência comportamental em si.

São clientes faltos de empatia, que olham para o operador de caixa e pensam que não passam de um serviçal, que estão alí para serem servidos e que o operador de caixa tem a obrigação de recebe-los, com a máxima educação e cortesia sem reclamar ou murmurar., porque são eles quem pagam o salário do operador através do empregador.

Outro fato no mesmo dia ocorre em que a cliente chega a frente de caixa com seus itens e começa a depositar os mesmo sobre a esteira dizendo “ah, como estou pressa, pois tenho compromisso” (SIC). Começo a registrar os itens e finalizo a compra e no momento de efetuar o pagamento no Pinpad, a mesma procura o cartão dentro da sua bolsa e não encontra. E me diz; moço esqueci meu cartão no carro, eu vou busca-lo. Respondi: ok” (SIC).

Logo em seguida aproxima-se outro cliente com a intenção de depositar a compra na esteira e lhe respondo. Estou aguardando a outra cliente efetuar o pagamento e vai demorar. Então o cliente me pergunta: “porque vai demorar; lhe respondo: a cliente esqueceu o cartão no carro e foi buscar” (SIC). O cliente sai dali indignado e me responsabiliza por passar as compras da cliente que está sem o cartão no momento, causando o maior alvoroço em outro caixa.

Por meio do mecanismo de defesa ato falho, é possível interpretar que a cliente tinha o desejo inconsciente de fazer a compra no supermercado, mas dissimuladamente não tinha desejo de efetuar o pagamento, a intenção encoberta era levar a compra para sua residência de modo gratuito, sem pagar. Ou ainda, desejava causar um tumulto no caixa com a intenção disfarçada de ser penalizada por outro consumidor por algum ato de infração cometido antes da chegada ao supermercado. E no final pela atitude escondida da cliente eu amargurei-me, porque o outro consumidor tentou me responsabilizar pelo ato da cliente.

Descrevo agora como funciona a quebra de caixa, onde existem vários motivos que podem levar à quebra de caixa no fechamento pelo operador de caixa, incluindo, erros de contagem, na qual o operador de caixa pode contar o dinheiro incorretamente ao fechar o caixa, resultando em uma diferença entre o saldo esperado e o real. 

A falta de dinheiro, pois o operador de caixa pode ter perdido ou roubado dinheiro ao longo do dia, o que resultaria em uma quebra de caixa no fechamento. Transações não registradas, se o operador de caixa não registrar corretamente as transações durante o dia, isso pode levar a uma quebra de caixa no fechamento.

Desvios financeiros, onde o operador de caixa pode estar desviando dinheiro para sua própria conta, o que resultaria em uma quebra de caixa no fechamento/ e ou outro operador ou fiscal de caixa pode subtrair dinheiro de modo indevido do caixa deixando a responsabilidade para o operador. Problemas técnicos, são problemas com os sistemas de pagamento ou computadores podem resultar em transações não registradas ou erros de contagem, levando a uma quebra de caixa no fechamento.

Reparo nos vícios de Linguagem que são alterações defeituosas das normas da língua padrão, provocadas por ignorância, descuido ou descaso por parte do falante, dentro do supermercado. Vícios de linguagem no mundo corporativo, onde de maneira menos ou mais intensa, todos os profissionais em uma empresa/ e ou instituição precisam lidar com a linguagem para exercerem suas funções.

Para cargos de chefia, fiscal de caixa/e ou coordenador, expressar-se bem é essencial, pois para coordenar pessoas é preciso passar as mensagens de maneira clara e direta. Porém, neste ambiente não é prioritário expressar-se bem por meio da linguagem, pois a linguagem que predomina é a da gíria, né, de malandro.

Como atualmente grande parte da comunicação é feita pela linguagem verbal, os profissionais devem sempre estar atentos ao seu português. Incorreções podem criar uma imagem negativa, além de causar ambiguidades na interpretação.

Os erros recorrentes, também conhecidos por vícios de linguagem são responsáveis por muitos desses problemas. Toda esta forma de funcionar, o controle, o medo, o controle do medo implícitos nesta relação do colaborador com cliente, liderança e com a linguagem no espaço de trabalho, traz uma série de consequências, por exemplo, uma espécie de contaminação no operador de caixa por este sistema de ideias, pensamentos e sentimentos, ideologia.

 

CONCLUSÃO

A organização pode ser complexa, como as empresas, ou mais simples, como um pequeno estabelecimento, uma entidade não governamental. De todas as maneiras, é onde vão se manter e reproduzir as instituições sociais, isto significa, é na organização que vamos dar vida ao conjunto de regras que estabelecemos para a convivência em grupo. Assim, tanto as instituições quanto as organizações somente existem em função de um conjunto de pessoas que reproduzem e, às vezes, reformulam as regras e os valores do grupo. [...] A instituição é, pois, “um valor ou regra social reproduzida no cotidiano com estatuto de verdade, que serve como guia básico de comportamento e padrão ético para as pessoas em geral [...] é o que mais se reproduz e o que menos se percebe nas relações sociais” (BOCK, 1999, p. 217).

Os operadores de caixa são tomados por sentimentos e emoções contraditórias quando em situações de tumulto, agressões ou de frustrações. Pensando em termos da teoria do estresse, verifica-se claramente o estado de alerta que é disparado a partir de um estímulo de perigo e as reações de fugir ou de lutar o que leva ao esquecimento até de apertar uma simples tecla do teclado do computador.

Evoco na teoria de Piaget que é equilibração, assimilação e acomodação e ao recordar os conhecimentos que estão na memória que julgo serem apropriados para serem descrito no texto porque já foram contextualizados antes na pratica do cotidiano. Piaget defende que o indivíduo se desenvolve a partir da ação sobre o meio em que está inserido, priorizando, a princípio, os fatores biológicos que podem influenciar seu desenvolvimento mental. Dando ênfase em seus estudos ao caráter construtivo.

A Psicologia de Piaget está fundamentada na ideia de equilibração e desequilibração. Quando uma pessoa entra em contato com um novo conhecimento, há naquele momento um desequilíbrio e surge a necessidade, de voltar ao equilíbrio. E constato na realidade que entrei em contato neste tipo de trabalho exercido através da função de operador, com um novo conhecimento que gerou desconforto, insatisfação que me movimenta a carência de regressar ao equilíbrio de novo.

Deste modo estou sempre procurando me valorizar e reconhecendo que sou um ser humano em constante evolução até o final dos tempos, na tentativa de subtrair o máximo de aprendizado através das contingências do ambiente e das minhas qualidades e imperfeições.

E interpreto o esquecimento de itens pessoais no balcão do caixa pode ser analisado pelo mecanismo de defesa ato falho e pelo processo básico, onde constata-se que a ansiedade causa na memória e na atenção seletiva priorizando outros estímulos capazes de desencadear no cliente o esquecimento de itens importantes comprados ou particulares.

Passei por esse esquecimento, no primeiro dia do meu trabalho ao não registrar alguns itens do cliente. Fui monitorado e sofri, com a punição o pagamento por não registrar alguns itens de alimentos. Onde me dispus a elaborar frases de enfrentamento para defrontar-me diariamente com a ansiedade, insegurança oriundas dos agentes estressores no ambiente supermercado.  

O operador de caixa fica chateado também quando, o cliente desloca sobre ele suas frustrações, ansiedade por encontrar preços altos. O operador sente medo vivendo impasses no ambiente que promove a insegurança psicológica. Desta forma, o operador convive com a ideia da ansiedade, do tumulto, da agressão desvelada ocasionada pelo cliente durante todo o tempo em que está no seu caixa e mesmo quando está fora dele reproduz inconsciente esses comportamentos na sua folga, na sua casa e outros lugares.

Este sentimento de violência, de defesa, de briga e de insatisfação está presente em várias situações e ultrapassa os muros do supermercado interferindo diretamente na vida pessoal, familiar e, mais ainda, introduzindo um elemento novo que é um processo de desumanização do colaborador, uma espécie de embrutecimento, de afastamento dos sentimentos como solidariedade, confiança no outro, amizade e respeito.

A necessidade de se adequar ao grupo de trabalho, de manter o vínculo empregatício, fazendo com que o operador de caixa se adeque, rompe barreiras internas para se adaptar ao que pedem dele, leva a mudanças bruscas e rompimentos, seja com posturas, valores morais e outros.

O supermercado é dotado de força coerciva. Em certa medida, a qualidade está implícita no poder essencial que a empresa exerce sobre o colaborador, na qual consiste justamente no fato de que a mesma tem existência objetiva e não pode ser afastada por ele. No entanto, se acontecer que este não note o fato, esquecendo-o mesmo ou, o que é pior queira modificar o estado de coisas existentes, é nesta oportunidade que muito provavelmente a força coerciva da organização se apresenta de forma agressiva.

E assim podemos aferir que, os supermercados não são unicamente formas ou estruturas de organização social, elas são também representações coletivas sempre mais ou menos valorizadas, constituindo esta valorização um elemento essencial da sua eficácia.

Em se tratando da hierarquia paternalista, que estrutura elementos que a compõem e se organizam de maneira que todos dependem de um só em particular dirigente. Assim, em uma hierarquia, o que se consegue é que todos os elementos sejam organizados de forma vertical, onde um prevalece sobre os demais, alguns subordinados sobre os outros e assim respectivamente.

Este tipo de estrutura é utilizado em muitas redes de supermercado, mas com o passar do tempo vão deixando de lado em pró de outras mais eficientes. Ou melhor dizendo, atina-se a ineficácia no sistema hierárquico. No entanto, a hierarquia não serve apenas para explicar uma determinada estrutura social. Algumas descrições de certos fenômenos podem ter uma estrutura hierárquica tirânica como rebelião/ e ou tumulto, crises no governo, conflitos familiares e outros.

Gostaria de poder realizar algum tipo de intervenção na organização, a fim de causar motivação intrínseca e extrínseca nos colaboradores, porém sei que se for descortinado que sou psicólogo para gerência serei afetado até com perda do trabalho. Por isso sigo em frente no anonimato como forma de, preservar meu trabalho para que eu possa alcançar meus objetivos e construir meu caminho da forma que se apresenta e exige que eu esteja fora da zona de conforto do consultório, mas contextualizando as extensões da psicologia na prática e no campo.

A empresa é regida pela cultura da diversidade, onde emprega pessoas portadores de alguma necessidade especial e convivo com empacotadores com autismo. E esta ação é maravilhosa, o que vossa mercê acha? A diversidade nas organizações significa ter uma equipe de colaboradores composta por pessoas de diferentes grupos culturais.

Nesse sentido, trata-se de partir do princípio de que a condição social, orientação sexual, raça, religião, meia-idade, portadoras de alguma necessidade especial, dedica-se a inclusão de funcionários de diferentes origens, raças, orientações sexuais e visões políticas. O termo diversidade cultural estimula um ambiente de inclusão, com representantes de diversas origens que se reúnem para trabalhar em equipe.

A princípio a diversidade nas empresas promove um ambiente de trabalho saudável, bem como incentiva a troca de experiências entre diferentes perfis profissionais. Contudo constato a presença do bulliyng entre os colaboradores, sendo que o bullying é a prática de atos violentos, intencionais e repetidos contra uma pessoa indefesa, que podem causar danos físicos e psicológicos às vítimas. O bullying é traduzido como o ato de bulir, tocar, bater, socar, zombar, tripudiar, ridicularizar, colocar apelidos humilhantes e outros.

A violência é praticada por um ou mais indivíduos, com o objetivo de intimidar, humilhar ou agredir fisicamente a vítima. O bullying geralmente é feito contra alguém que não consegue se defender ou entender os motivos que levam a tal agressão. Normalmente, a vítima teme os agressores, seja por causa da sua aparente superioridade física ou pela intimidação e influência que exercem sobre o meio social em que está inserido.

O bullying pode ser praticado em qualquer ambiente, como na rua, na escola, na igreja, em clubes, na família, no trabalho e por aí vai. Muitas vezes é praticado por pessoas dentro da própria casa da vítima, ou seja, pelos seus próprios familiares.

Então como um ambiente pode ser considerado saudável na cultura da diversidade se existe a presença do Bulliyng, a falta de manutenção nos equipamentos, a ausência de ergonometria adequadas, a falta de profissionais dotados de competências comportamentais, isto não passa de uma utopia, uma ideologia.

O intuito da cultura da diversidade é garantir a motivação e o aumento da produtividade dos colaboradores, fatores que podem aumentar a competitividade da empresa no mercado em que atua. Porém, reconheço que no ambiente o olhar é voltado para o reforço da produtividade e ausente da motivação dos colaboradores.

Os principais tipos de cultura organizacional são a cultura de poder, cultura de pessoas, cultura de tarefas e cultura de papéis. Cada uma delas apresenta um foco específico, vantagens e desvantagens. E mediante o inexorável aprendo a me questionar, o que eu quero com o meu trabalho, e o que eu quero com a minha vida. Pensar na vida fora do trabalho e trazer ferramentas para que a profissão não seja protagonista é evitar o esgotamento. Além disso, cuidar de si mesmo.

O simples fato de você melhorar sua qualidade de vida já é um autocuidado. Neste momento o que eu quero com meu trabalho? É ter a capacidade de distanciar-me psicologicamente dele, enquanto escrevo esse relato de experiência. E não quero com o meu trabalho é ser alienado da técnica de apertar botões.

E agora procuro descortinar através do autoconhecimento olhando para o que me angustia, e pensar na situação de como cheguei nesse lugar. E o que faço a partir dessa compreensão sobre a ansiedade e quais caminhos para demover-me da situação. Então repensei na situação e cheguei a conclusão de que [Cheguei até aqui como operador de caixa por causa do desemprego e da pandemia que gerou a perda de clientes, e por não ter oportunidades para exercer a psicologia social, hospitalar em instituições por estar na meia-idade e também por não ter experiência exigida.

E por tanto não adianta brigar com o irrevogável, que é o preconceito desvelado pelas organizações nos processos seletivos quando se está na meia-idade]. E neste período de desemprego fui amparado por uma prima e seu esposo que me custearam com certa quantia mensalmente.

 E o que faço a partir desse entendimento sobre a angústia?  não desejo regressar a compulsão a repetição do desemprego. E quais são os caminhos para permanecer fora da linha do desemprego? Entender de que não adianta, demitir-se deste ofício e empregar-se em outro igual noutro ambiente organizacional, por que as dificuldades serão as mesmas apenas o que muda são os atores estressores.

Buscar aprender a elaboração, de estratégias que possam amenizar o estresse no cotidiano. Aprimorar nas minhas interpretações de sonho com a intenção de ser capaz de redirecionar o cliente no consultório, seja online/ e ou presencial a sua própria interpretação de seus sonhos e resoluções de queixas. Aperfeiçoar no autoconhecimento e regressar a trajetória da psicologia novamente e seguir avançando na evolução pessoal.

Continuar trabalhando como operador de caixa até que surja uma oportunidade para atuar como psicólogo em alguma posição, prospectar clientes nas redes sociais, atuar em trabalhos voluntários como tenho feito no CREAS LGBTQI+ e na Rede Mario Gatti. E principalmente permanecer aplicando e aprimorando as minhas soft skills que me auxiliam na jornada diária do trabalho.

E conservar-me fazendo uma atividade, que me faça bem em qualquer momento. Eu faço exercício físico e sei que ele tem o potencial de fazer eu me sentir melhor, seja em um dia difícil ou em um dia comum. Entretanto, quando o estresse bate, eu penso, vou me equilibrar fazendo o meu exercício e controlando as minhas emoções.

Posso aplicar a técnica da respiração enquanto estou registrando os itens dos consumidores com a intenção de aliviar o estresse. Criei o hábito de antes de entrar em trabalho, enquanto estou no trajeto sentado no ônibus, de ouvir músicas no sentido de trazer relaxamento mental, exemplo, a playlist do artista The Beloved no álbum Conscience no Spotify, Yotube sinfonias clássicas orquestradas; Regeton em espanhol e outras a fim de encarar o estresse do ambiente.

E compreendo que a música tem um papel importante em nossas vidas, pois a música também está relacionada ao processo educativo, pois contribui para a ativação da memória e do raciocínio lógico. Ela desenvolve algumas áreas do cérebro de formas que nenhuma outra linguagem é capaz, tornando-as mais poderosas. Além disso, também auxilia no aprendizado matemático e na percepção espacial.

A ansiedade no ambiente organizacional supermercado origina sintomas de insegurança psicológica, exaustão, estresse e esgotamento físico emocional que pode iniciar a síndrome de Burnout. Por tanto, se faz necessário retirar o crachá no final do expediente, abandonar os conceitos sociais de alta performance, produtividade e multitarefa para dividir o horário do trabalho e o horário fora do trabalho.

Concluo que a importância do setor supermercadista para o Brasil já era enorme antes mesmo do surgimento da Covid-19. São cerca de 3 milhões de empregos diretos e indiretos gerados, mais de 91 mil lojas espalhadas pelo País e um faturamento de 554 bilhões, só ano de 2020, o que representa 7,5% do PIB brasileiro.

Vejo também que um bom gerenciamento de supermercado consiste em ser capaz de oferecer aos seus clientes o que eles procuram. Portanto, é importante ter uma boa diversidade de produtos, bons preços, bom atendimento e um bom ambiente de compra. Mas, o Ativo ou capital humano deveria ser o bem mais valioso que uma companhia pode ter.

O termo capital humano representa o valor agregado aos colaboradores por meio de suas experiências, conhecimentos técnicos, comportamentos, habilidades e competências pessoais, entretanto os supermercados não enxergam deste modo, pois a grande maioria de redes não se preocupa muito com o capital humano que deveria ser o seu maior bem. Pelo simples fato de não existir a psicologia organizacional.

Uma rede de supermercado composta com mais de 100 colaboradores é suficiente no quadro de funcionários para se ter no RH um profissional da psicologia organizacional, mas infelizmente isto não acontece. Diante deste cenário, fico entristecido porque sou formado em psicologia e não posso simplesmente fazer nada para mudar o panorama contribuindo para melhorar a qualidade de vida e saúde mental dos envolvidos na loja, se o empregador não desejar mostrando interesse em ter no RH um profissional da psicologia.

O aprendizado das soft skills pode ser adquirido e treinado também. Elas são habilidades subjetivas e dependem de um processo interno para que elas despertem na pessoa. A busca do autoconhecimento, aprimorando sua inteligência emocional, pode levar ao aperfeiçoamento de suas soft skills. Considero que colaboradores com soft skills aprimoradas seriam de grande valia no atendimento ao cliente na função de operador de caixa. Penso no futuro em montar um grupo com a finalidade de desenvolver e aprimorar as competências comportamentais, já existentes nos indivíduos por meio das dificuldades que os sujeitos encontram no ambiente de trabalho.

Um sujeito repleto de soft skills é capaz de reproduzir ações de acordo com a contingência do ambiente ao qual está inserido, seja familiar, organizacional, esportivo, lazer, entre os amigos e o que você pensar agora que lê o artigo. No ambiente supermercado a prioridade é dada no aspecto do sorriso, como se um bom sorriso fosse a garantia para suportar a agressividade do cliente insatisfeito e que o profissional estaria imune ao adoecimento psicossomático.

É logico que o “bom dia” ou “boa tarde” ou “boa noite” é importante no atendimento ao cliente, mas percebo como um aspecto vazio usado apenas como reprodução mecânica. Muitos nem sequer recordam do significado desta palavra.

Bom dia é uma expressão usada para saudar as pessoas durante toda a manhã, até o horário de meio dia. A saudação de "bom dia" além de ser um cumprimento significa o desejo de que o outro tenha um dia tranquilo. Após o horário de meio dia, a saudação passa a ser "boa tarde", que é utilizada até o cair da tarde.

Sou grato também a professora e supervisora de psicanálise Regina Cirian, a qual no final do estágio me orienta dizendo: “Ayrton leia tudo que puder sobre diversos assuntos” (SIC). E a partir deste momento me dispus a ler vários artigos nas plataformas da Unicamp, Scielo. E as vezes no interim que estou caminhando em alguma rua, avenida ou até praça e vejo algum folheto jogado no chão pego o folheto e leio, no sentido de extrair desta leitura algum tópico para aprimorar meu repertório de conhecimentos.

Apendemos tanto em psicologia social sobre o preconceito, estereótipo e discriminação que presenciei de modo desvelado nas instituições o preconceito contra a meia-idade nos processos seletivos. E não adiante brigar, revoltar-se contra as organizações, com os empregadores que instituíram as mesmas e constituíram as regras e normas através da hierarquia.

Nem ao menos tentar responsabilizar, o psicólogo que está empregado na instituição na posição de recrutador, porque está ali seguindo normas e preceitos do regime hierárquico ao qual escolheu se submeter.

Só resta diante do inevitável é procurar por meio do mecanismo de defesa substitutivo, substituir temporariamente o cargo de formação acadêmica por um ofício de menor valor para conseguir sobreviver na sociedade capitalista. Compreendo que para sobreviver, somos capazes de fazer qualquer coisa até nos adaptarmos ao desconforto para permanecer vivo.

E não vejo nada de humilhante um acadêmico trabalhar em uma ocupação abaixo, mas os olhares do senso comum de outros repletos de estigmas que não romperam ainda seus tabus enxergam como fracassado aquele profissional.

Apercebo que um profissional com formação acadêmica exercendo uma ocupação simples, deve sim ter uma boa autoestima e bom autoconceito de si mesmo a fim de escapar das avaliações maldosas feitas sobre sua pessoa por outras. Por isso trabalhar no sentido de desenvolver a autoestima, usando a contingência que o próprio ambiente oportuniza é um meio de crescimento, seja qual for o ambiente organizacional que um profissional estiver inserido.

Aquilo que não se pode evitar/e ou escapar serve para ressignificar a situação repensando meios para mudar ações, serve para crescimento, evolução pessoal e encontrar outra saída através daquilo que não se pode mudar ou ser capaz de aceitar e permanecer no local enxergando como oportunidade temporária.

Já o mercado de trabalho é bastante diversificado quanto aos tipos de emprego. As oportunidades variam em relação à autonomia, segurança no cargo, oportunidade de crescimento, período de contratação e flexibilidade de horários, entre outras características. Saber as diferenças entre as oportunidades é muito importante para planejar a carreira e, até mesmo, para direcionar a qualificação profissional.

Aliás, também pode ajudar bastante na hora de escrever o currículo profissional ou participar de uma entrevista de emprego, quando é preciso se mostrar alinhado com a oportunidades oferecidas. Imagine uma fábrica de pneus, para produzir e fazer funcionar precisa de pessoas para atuar em vários setores e principalmente, vender o produto.

Então, o mercado de trabalho é formado por empresas de diversos segmentos que oferecem oportunidades de emprego para profissionais exercerem as suas habilidades, conhecimentos e experiências. Existem muitas vagas de emprego, assim como muitas pessoas à procura de trabalho.

É um mercado bastante competitivo e vence aquele que for diferenciado, mas para isso não basta ter qualificação e experiência, as empresas buscam pessoas que sejam criativas, dedicadas, voltadas para resolução de problemas, com capacidade para tomada de decisão. Ou em outras palavras, candidatos que além de habilidades técnicas possuam competências comportamentais ou Soft Skill e Hard Skills.

Depois de ter passado por muitos processos seletivos apreendi a enxergar claramente, o preconceito descortinado nas organizações contra a faixa de idade 50+ por diversas razões, exemplo,  capacidades físicas dos idosos, pois, muitos profissionais jovens ainda acreditam que idosos não têm plena capacidade física e cognitiva para exercer determinadas atividades profissionais, falta de familiarização com tecnologia, falta de vigor físico, frequência no trabalho irregular, adoecimento com facilidade e o que você pensar enquanto lê o artigo.

A principal diferença é que essa faixa etária tem dificuldade em memorizar o passo a passo para acessar os softwares e aplicativos, por isso precisam de uma sequência bem determinada para aprender. Não podemos sair do padrão é o pensamento dos empregadores. Hoje vive-se mais, entretanto, mesmo sob essa revolução da longevidade, as empresas geralmente optam pela contratação de jovens e rejeitam os mais velhos.

O preconceito faz com que os 50+ tenham dificuldade em se manter ou se recolocar no mercado. Entretanto, os idosos usualmente precisam competir com os trabalhadores jovens, mais qualificados, além de enfrentarem a estigmatização social, o que dificulta a sua permanência no mercado de trabalho. As políticas vigentes ainda são insuficientes para incorporar a população mais idosa no processo produtivo.

E diante deste panorama caótico carregado de estigmatização me avalio dentro do sistema e atino que não existe no mercado de trabalho a fatia do bolo que desejo. Em outras palavras, o mercado de trabalho é um conceito de trocas entre pessoas que buscam emprego e as empresas que oferecem vínculo empregatício.

Melhor dizendo, quem quer trabalhar oferece a sua força de trabalho e quem precisa de mão-de-obra oferece uma remuneração em troca desta especialidade, que chamo de fatia de bolo. A fatia tão esperada para os candidatos com 50+ que são formados em alguma universidade ou com formação técnica parece não existir.

Nem ao menos existe a fatia de bolo, os clientes para todos os psicólogos formados no Brasil, isto é uma realidade por que há clientes que precisam de terapia, mas se recusam a fazer parte do bolo. Perante isto a Gestalt a soma das partes que é o todo fica incompleta neste evento psicólogo-cliente. O objetivo principal do mercado de trabalho, é a interação entre quem oferece um trabalho [empregadores] e quem busca trabalho [profissional].

Por tanto o objetivo é atender a demanda dos profissionais e necessidades das empresas e, assim, movimentar a economia do país e dos empregadores, porém como é que o profissional com 50+ movimenta sua própria economia estando fora do mercado de trabalho. No mercado de trabalho, ser protagonista significa tomar as próprias decisões e assumir a responsabilidade pela sua vida profissional. Quando uma pessoa tem esse valor, ela não permite que o seu destino fique nas mãos da empresa, logo tem comprometimento com entregas e autoconfiança.

O mercado de ofertas de trabalho é dividido em 3 setores, são eles, setor primário, que envolve a produção de matéria-prima, exemplo, agropecuária. Porém no setor secundário, este envolve a transformação de matéria-prima em novos produtos, exemplo, a indústria multinacional. E no setor terciário, envolve a prestação de serviços, exemplo, venda de consultorias empresarias, telefonia e internet, supermercados, lojas comerciais, hospitais, clinicas e consultórios. Eu estou no terceiro setor de prestação de serviços é onde atuam os supermercados e você está onde?

Só resta ao psicólogo, buscar uma fatia do seu bolo no mercado de trabalho em ofícios que não exigem conhecimento acadêmico e construir seu caminho do modo como as situações se apresentam sem fugir da realidade. Este é um horizonte desmotivador e real que acontece na vida de alguns psicólogos, que são obrigados a vestir a máscara social apagando a verdadeira identidade profissional ao ocupar vestindo-se com um serviço simples de apertar botão e tornar se invisível no meio ao qual está inserido, pois, não se pode mudar nem evitar o inelutável que se manifesta, porque na vida real não existe super homem.

Ocultando e reprimindo a verdadeira identidade profissional que foi construída ao longo de 05 anos a qual escolheu apresentar e praticar na sociedade a fim de contribuir para que a população melhore a qualidade de vida mental. E observando o fenômeno preconceito, por meio do epochê que se mostra como é realmente no mercado de trabalho, fui capaz de perceber que o mercado de trabalho cria uma espécie de gerontocidio que é a morte dos ofícios dos cidadãos acima de 40+, digo, matam a motivação de um idoso ao pretender se recolocar no mercado.

E me enxergo dentro da compulsão a repetição do acionar botão e diante daquilo, que não se pode mudar que é a chegada do cliente hostil para comprar itens de alimentos todos os dias, gerando estresse no operador de caixa. Apreendi neste percurso a desviar-me do desemprego na direção da empregabilidade, que procurar emprego no mercado de trabalho, exige motivação intrínseca e extrínseca, pesquisa em sites de emprego, horas reservadas para fazer todo esse processo como se estivesse trabalhando. [...] Freud no seu texto “Recordar repetir e elaborar” (1914), texto esse em que começa a pensar a questão da compulsão à repetição, fala do repetir enquanto transferência do passado esquecido dentro de nós. Agimos o que não pudemos recordar, e agimos tanto mais, quanto maior for a resistência a recordar, quanto maior for a angústia ou o desprazer que esse passado recalcado desperta em nós.

Embora a pessoa esteja trabalhando para si mesma sem remuneração, na elaboração de currículo para cada cargo referente aos setores do mercado de trabalho, pois não adianta apenas elaborar um único currículo e enviar para todos os setores. É preciso saber em que setor do mercado de trabalho se encontra a instituição, empresa que você deseja se candidatar. Exige levantar cedo e gastar até 08 horas de pesquisa na frente de um computador.

E hoje trabalhando em supermercado, compreendo que meu esmero não foi em vão, mas também não aconteceu na hora que eu desejava, porém no momento em que o empregador ansiou em me contratar, isto é, ofertou vaga para contratação disponibilizando a, a fim de que eu a visualizasse no site emprega campinas na rede de internet.

Atento aos clientes bens vestidos que aparentam ter poder aquisitivo alto, mas faltoso no trato com o ser humano expressam se hostis, preconceituosos, desrespeitosos e firmam se sobre seus status e poder aquisitivo. E outros de classe baixa vestidos de forma desleixada que tratam melhor o operador de caixa. Mas, é claro que os da classe menos favorecida também são hostis.

Em fim o operador se vê inserido todos os dias dentro desta compulsão a repetição, na qual, repete acionando os botões na falsa esperança de que o desenlace seja descoincidente todos os dias. E esse desfecho só será dessemelhante, no dia que se decidir sair fora desta compulsão em direção a outro emprego. Considero-me um profissional que, com responsabilidade e bons argumentos, me recuso a desistir diante de uma falha ou dificuldade. E, depois de uma série de tentativas, erros e acertos, ainda me enxergo sendo obrigado a ouvir que sou fracassado pela posição ou situação que me encontro hoje.

E se a resiliência é uma habilidade que traz ganhos para a vida e pode ser treinada ou adquirida, interpreto que algumas pessoas desistem de seus sonhos de carreira, muitas vezes, sem terem de fato tentado o suficiente ou ainda por motivos pessoais ou afadigados. Eu reconheço que uma jornada de sucesso é permeada por muitos desafios individuais, que são totalmente legítimos.

Contudo, a intenção é chamar a atenção para a importância de acreditar mais em si mesmo e dedicar-se mais ao protagonismo da sua vida profissional rumo aos seus objetivos, a fim de não desistir da carreira, mas sendo consciente de que está entrando em outra compulsão a repetição. Trabalhar em ocupação simples exige, auto sacrifício voluntário do indivíduo e até mesmo do sofrimento se subtrai algum proveito para evolução do sujeito, desde que o indivíduo esteja consciente do que está acontecendo na sua vida na questão profissional.

E através do mecanismo de sublimação que se faz presente desde o início do texto até o final. Onde desloco a raiva e a angustia transformada em motivação através dos símbolos alfabéticos, no qual me disponho a escrever de modo que possa ser aceitável para o leitor que pertence a sociedade. A disciplina interpretação e produção de textos do curso de psicologia me é muito útil nos momentos que decido escrever algo.

Escrever um relato para o leitor que está lendo, atribuo a isso sucesso e hoje vejo que alguns não sabem definir o que é sucesso em suas vidas seguem apenas pensando como senso comum, que olha os aspectos de bens materiais. É lógico que bens materiais fazem parte do sucesso, mas abrir se para outras possibilidades de sucesso é imprescindível também.

A leitura encaminha o leitor na ação de uma reflexão até mesmo a fazer uma crítica sobre o autor e o texto, e percebo isto como sucesso, pois, significa que o texto atingiu o objetivo, provocou um pensamento crítico no leitor, que se dispôs a ceder um tempo a leitura.

A intencionalidade por trás da escrita de modo não desvelado é capaz de desadormecer pensamentos, sentimentos e encaminhar o leitor a alterar a crença da Tríade cognitiva por meio de comportamentos, olhar para seus preconceitos, tabus, resistências, culpas, estereótipos e discriminação, a isto atribuo sucesso para o escritor, mesmo que não receba o feedback, seja positivo ou negativo. Porém lá no fundo o autor sabe que atingiu o seu objetivo como um psicólogo que é provocador nas sessões de terapia.

Em outras palavras, um psicólogo é capaz de construir um esquema bastante razoável da psique de uma pessoa e, a partir disso, discutir com ela as causas de seus males, suas possibilidades de mudanças e coisas assim. Se o profissional for bom e o paciente estiver mesmo disposto a se permitir ser provocado, repensar e mudar, penso que a terapia pode mesmo funcionar, pois as perguntas incitadoras são articuladas com a intencionalidade de provocar a intelecção.

E hoje depois de muito exercitar pelo trajeto da escrita, almejo que meu artigo tenha a capacidade de provocar no leitor reflexões e concluo que a soft skill do passado a criatividade e resolução de problemas que fora empregada na construção de maquinas e equipamentos inanimados para melhorar o desempenho de produção nas empresas foi alterada para a insight psicológicos e resolução de dificuldades ao escrever artigos.

E considero a escrita uma potente ferramenta que vai além do estímulo da criatividade. E capto que, ainda tenho muito que apreender e aprimorar na produção de textos, pois tenho convicção que estou na direção certa. Colocar no papel ideias, pensamentos, sentimentos e desejos permite que emoções sejam compreendidas, além de trazer clarificação e possibilitar o autoconhecimento.

Quando nos encontramos em situações desfavoráveis/ e ou diante do inevitável a nossa percepção se mistura em meio a angustias, decepções, frustrações, raiva, ressentimento e por isso se faz necessário encontrar meios para remover-se, digo, se fazer renunciar a uma ideia, um projeto, uma crença disfuncional, um pensamento ou até mesmo deslocar-se do seu lugar, em outras palavras, sair da zona de conforto afastando-se psicologicamente a fim de resolver as dificuldades.

Por isso encontro na escrita de artigos muitos benefícios, pois, além de ajudar no autoconhecimento, é um instrumento em direção do alívio do estresse e da ansiedade. Ela ajuda a estimular o insight intelectual, a compreender e enfrentar situações difíceis como o luto, o desemprego, conflitos internos, conflitos familiares, a transição de carreira ou questões de relacionamento, divórcio e o que você conseguir pensar agora que está prestes de terminar a leitura.

No consultório recomendo para o cliente a escrita terapêutica, como forma de colocar os sentimentos no papel de forma menos racional e sem preocupação estética que possibilita menos bloqueios e mais liberdade para expressar as emoções. Oriento que na escrita terapêutica não existem regras. Por isso, não é necessário se preocupar com ortografia, gramática, construção do texto ou conclusões.

A ideia é registrar os sentimentos, pensamento através da associação livre de ideias que se baseia no livre fluxo do pensamento, quando o paciente deve escrever tudo o que lhe venha à mente, com ou sem um sentido aparente; registrando no seu caderno tudo o que lhe ocorrer, sem censura ou seleção prévia.

Para quem não tem o hábito de escrever, o começo pode parecer difícil, por isso a dica é começar aos poucos, escrevendo pequenos textos e respeitando o limite da mente. O importante é não desistir. Mas, nem por isso deixe de procurar um profissional da saúde, seja, psiquiatra ou psicólogo.

Espero ter contribuído de alguma forma, para vassuncê que dedicou um tempo para ler este artigo. Muito obrigado!!

 

 

Referência Bibliográfica

BOCK, A. M. B. Psicologias: uma introdução ao estudo de Psicologia. São Paulo: Saraiva, 1999.

FREUD, A. O ego e os mecanismos de defesa. Rio de Janeiro: Biblioteca Universal Popular, 1968

FREUD, S. (1920), "Além do princípio do prazer” In: FREUD. S. Obras completas de S. Freud. Rio de Janeiro: Imago, 1996, v. XVIII.

FREUD, S. (1996). Obras completas de S. Freud. Rio de Janeiro: Imago. (1914). "Recordar, repetir e elaborar ", v. XII

HEIDEGGER, MARTIN. A questão da técnica. In.: Scientia e Studio. São Paulo, v. 5. n. 3, 2007, p. 375-398. Disponível em: <www.revistas. usp.br/ss/article/download/11117/12885>. Acesso em 19 abr. 2016.

KLEIN, M. Inveja e gratidão. Rio de Janeiro, RJ: Imago, 1974.

LELOUP, J. Y. (2001) Cuidar do ser: Filon e os terapeutas de Alexandria. (6a ed). Petrópolis: Vozes.

Comentários

Postagens mais visitadas

Refinamento Violento

  Ano 2024. Escrito por Ayrton Junior Psicólogo CRP 06/147208 O presente artigo chama a atenção do leitor para um excelente tópico. O termo "refinamento violento" é um conceito da psicologia social que descreve um processo pelo qual as pessoas são forçadas ou coagidas a adotar novos comportamentos, atitudes ou crenças através de métodos agressivos, opressivos ou manipulativos. Isso pode ocorrer em diversos contextos sociais, como em regimes autoritários, grupos extremistas ou situações de abuso de poder. O refinamento violento muitas vezes envolve a utilização de coerção, intimidação, ameaças ou violência física ou psicológica para impor mudanças comportamentais ou ideológicas nas pessoas. Esse processo pode causar danos psicológicos significativos e diminuir a autonomia e liberdade das pessoas envolvidas. Claro, aqui estão alguns exemplos práticos de refinamento violento: Doutrinação em regimes autoritários: Governos autoritários muitas vezes utilizam métodos de

Psicologia Aplicadas Em Organizações

  Ano 2023. Escrito por Ayrton Junior Psicólogo CRP 06/147208 O presente artigo chama a atenção do para um excelente tópico. Existem várias disciplinas da psicologia que podem ser aplicadas em organizações ou instituições para compreender, melhorar e otimizar o funcionamento dos indivíduos e grupos dentro desses contextos. Aqui estão algumas das principais disciplinas da psicologia utilizadas nesse campo: Psicologia Organizacional: É uma disciplina que se concentra no estudo do comportamento humano nas organizações. Ela busca entender como fatores como motivação, liderança, comunicação, cultura organizacional, satisfação no trabalho e tomada de decisões influenciam o desempenho e o bem-estar dos indivíduos no ambiente de trabalho. Psicologia do Trabalho: Esta disciplina examina a relação entre os indivíduos e o trabalho. Envolve a seleção e colocação de funcionários, treinamento e desenvolvimento, avaliação de desempenho, satisfação no trabalho, estresse ocupacional, equilíbrio e

Dançar Vestido De Nariz De Payaso

  Ano 2024. Escrito por Ayrton Junior Psicólogo CRP 06/147208 O presente artigo chama a atenção do leitor para um excelente tópico. Na perspectiva da psicanálise, o psicólogo vestido de nariz de palhaço buscando produzir um vídeo dançando um musical pode estar expressando sua necessidade de extravasar sua criança interior ou partes de si mesmo que foram reprimidas. A fantasia de se vestir de palhaço pode representar uma tentativa de acessar um estado de liberdade e alegria, talvez compensando aspectos da vida cotidiana que são mais sérios ou restritos. Ao dançar no vídeo, ele pode estar buscando uma forma de expressão não verbal para liberar tensões ou conflitos internos, aproveitando a liberdade de expressão que a fantasia lhe proporciona. O ato de postar o vídeo na plataforma de entretenimento pode ser uma busca por validação externa ou uma tentativa de se conectar com outros de maneira lúdica e divertida. No entanto, é importante considerar que a interpretação psicanalítica po

DESORIENTAÇÃO DOS MECANISMOS ATENCIONAIS

  Ano 2022. Escrito por Ayrton Junior Psicólogo CRP 06/147208 O presente artigo chama a atenção do leit@r a compreender a desorientação que faz o sujeito se sentir confuso, sem rumo e permanece no descaminho e afastado do ponto de partida em função da pouquidade de percepção. A sensação de que não há nada para realizar ou buscar no âmbito profissional é bastante frustrante e comum. Se para você nada mais faz sentido, é válido conferir as dicas que cito abaixo nos parágrafos de como se reencontrar e reavivar-se e se sentir entusiasmado realizando as suas atividades ou, então, em direção por um novo caminho. Identifique que está em crise, por mais curioso que possa configurar, muitas pessoas não sabem que estão vivenciando uma crise profissional e podem achar que é apenas uma fase ruim que irá passar. Porém, o inconveniente está no fato de que, em grande parte dos casos, essa fase não termina nunca e vai aumentando a sensação de vazio e intensa agonia. Sendo assim, se você tem sentid

Entretenimento Vs Saúde Mental

  Ano 2024. Escrito por Ayrton Junior Psicólogo CRP 06/147208 O presente artigo chama a atenção do leitor para um excelente tópico. Na psicanálise, o comportamento humano é frequentemente dividido em duas partes: o consciente e o inconsciente. O consciente é o que estamos cientes e percebemos, enquanto o inconsciente é o que está escondido em nossas mentes e nos influencia sem que estejamos conscientes disso. Quando se trata de preferências de entretenimento, como o que as pessoas escolhem assistir em plataformas online, tanto o consciente quanto o inconsciente desempenham papéis importantes. Estímulos Conscientes: As pessoas geralmente escolhem assistir a vídeos que as fazem sentir-se bem, entretidas ou informadas. Elas podem estar conscientemente evitando assuntos relacionados à saúde mental porque acham esses temas desconfortáveis, perturbadores ou simplesmente não têm interesse neles. Escolhem coisas que se alinham com seus interesses pessoais, hobbies ou valores consci

Probabilidade de Desistir Da Psicologia

  Ano 2023. Escrito por Ayrton Junior Psicólogo CRP 06/147208 O presente artigo chama a atenção do para um excelente tópico. Como um psicólogo aceita encarando a probabilidade de não exercer a psicologia Clínica e nem conseguir empregar-se em outra abordagem em alguma instituição com contrato CLT, devido a falta de pós-graduação, falta de experiência exigida pelo empregador e também estar no etarismo. E ainda por não ter recursos financeiros para cursar uma pós graduação em alguma área de interesse e ter que permanecer trabalhando como operador de caixa de supermercado até a aposentadoria por idade. Como psicólogo humanista, entendo que o psicólogo esteja enfrentando desafios significativos em relação à sua carreira na psicologia clínica e à busca de emprego em outras abordagens terapêuticas ou instituições com contrato CLT. É importante reconhecer e validar as suas preocupações e frustrações nesse processo. A abordagem humanista enfatiza a importância de compreender o indivíduo

Experimento Ilusório Com a Psicologia

  Ano 2022. Escrito por Ayrton Junior Psicólogo CRP 06/147208 O presente artigo chama a atenção do leit@r a salientar o momento dramático geralmente provocado por acontecimentos com respostas inesperadas em que o psicólogo se encontra mergulhado e sitiado por incômodos na busca de prospectos. O psicólogo encontra a ocasião oportuna para a realização de algo nas redes sociais por entre post impulsionados de modo pago, vídeos, porém as respostas surgem como impensáveis e discordantes oriundas da prospecção de clientes nas redes sociais que causa a frustração a qual surge como contingência necessária para o psicólogo tornar-se resiliente e evoluir na tolerância a frustração. Este relato de experiência ilusório, onde surge uma crença falsa e um erro de percepção que consiste em fazer uma interpretação visual e compreensão dos fatos que não coincide com a realidade do psicólogo que escreve o texto no momento. Através desta ilusão o psicólogo foi capaz de suportar a realidade e conceber

O Primeiro Emprego Como Desafio Do Psicólogo

  Ano 2022. Escrito por Ayrton Junior Psicólogo CRP 06/147208 O presente artigo chama a atenção do leit@r a compreender o fenômeno os desafios do Psicólogo ao empregar-se no campo da psicologia. Mesmo que este profissional esteja empregado em áreas diferentes ou similares a área da saúde, para este profissional será como o primeiro emprego. Qual o impacto do primeiro emprego na carreira profissional do psicólogo. O primeiro cliente, o primeiro projeto dentre outros primeiros que surgem. O fenômeno primeiro emprego do psicólogo. Assim sendo, você, enquanto representante de uma espécie biológica que se relaciona de diversas formas em locais diferentes, está sujeito a uma grande variabilidade de fenômenos. Isso significa que, no momento em que lê este texto [sentado em seu quarto, no escritório, na faculdade], você está inserido em um fenômeno específico aí na sua consciência como os desafios do primeiro emprego no campo da psicologia. Este fenômeno pode permanecer na vida do profis

Desvalorização na escolha profissional

  Agosto/2019.     Escrito por Ayrton Junior - Psicólogo CRP 06/147208 Pretendo por meio deste texto mostrar a desvalorização, a precarização na escolha de uma profissão e o castigo pela escolha feita ante o mercado de trabalho. Desvalorizado: Que se desvalorizou, que perdeu o valor, ou cujo valor baixou; depreciado. Que perdeu o mérito: O que caracteriza a ação de merecer honras ou castigos; merecimento: condenado pelos seus méritos. O profissional de hoje se encontra desvalorizado perante a sociedade, familiares, amigos e outros pela escolha de determinada profissão acadêmica ou técnica e como mérito por ter escolhido a profissão tem como recebimento o castigo do desemprego. Isto é de fato merecimento e condenação pelos méritos por ter escolhido a vocação ou qualquer outra profissão. Acaso o profissional merece ser castigado, condenado pela escolha que é oriunda da agente crise de desemprego ou qualquer outro tipo de agenciador? A crise de desemprego desvaloriza algumas pr

O desemprego e a angústia

Junho/2019. Escrito por Ayrton Junior - Psicólogo CRP 06/147208        Por intermédio deste texto pretendo espelhar sobre a possibilidade de o homem enfrentar situações difíceis e ter a possibilidade de ressignificá-las, buscando um novo sentido para o desemprego. Existe um jargão muito bonito e comumente utilizado pelos profissionais da Psicologia chamado [ressignificar]. Ressignificar é atribuir um novo significado a um sucedido através da mudança de sua percepção sobre as coisas ou sobre o objeto. O conceito de Ressignificar realmente é dar um novo significado a alguma experiência, retirando o afeto. Ao ressignificar um episódio, você está retirando o afeto que ele tem sobre você, ou seja, ele não lhe afeta mais, não retira suas energias, ele não lhe angustia mais, nem lhe deixa nervoso, com medo, frustrado, decepcionado, desalentado e outros. Percebo que tais situações podem deixar marcas na consciência, que muitas vezes a expressão dessas dores é o isolamento, o fechar-