Ano 2023. Escrito por Ayrton Junior Psicólogo CRP 06/147208
RESUMO
Este texto refere-se a um relato de experiência da
observação prática de um profissional da Psicologia que atuou literalmente na
função de operador de caixa num supermercado renomado na cidade de Campinas.
Reservo-me, no direito e por questões éticas não mencionar o nome o
estabelecimento comercial. Uma vez formado em psicologia, percebo que para o
psicólogo é difícil regressar o olhar para as eventualidades por meio do senso
comum e ser conivente com as situações.
Ou seja, espectar os eventos desobrigando-se do
conhecimento adquirido ao longo de cinco anos. Principalmente da ética moral e
ética profissional, é como ser cúmplice do caos e do adoecimento dos
colaboradores no ambiente organizacional. O olhar do profissional se deu
mediante a Psicologia e suas extensões.
Trago neste artigo dificuldades pelas quais convivo,
enfrento e visualizei durante o exercício da função de operador de caixa. A
loja tem sim aspectos positivos, exemplo, conta um excelente refeitório self
servisse ao qual serve a refeição para o quadro de colaboradores dotado de
excelentes pratos de comida. Está em uma ótima localização num bairro nobre na
cidade de Campinas, onde tem ponto de ônibus para o transporte coletivo com
fácil acesso.
O ambiente loja é muito bonito e os produtos são de
ótima qualidade. E não posso deixar de mencionar que este trabalho só foi
possível porque a organização conta com a cultura da diversidade, onde se
emprega pessoas da faixa de idade 16 anos ofertando trabalho para menor
aprendiz até a meia-idade.
É lógico que não existe nenhuma organização
perfeita, muito menos o ser humano, mas consigo compreender que em todas as
situações se é possível agregar algo de valor para aprimorar nossos
comportamentos e evoluir no saber. E tenho convicção que essa experiência me
propiciou o desenvolvimento e aprimoramentos de soft skills, hoje muito discutida
em alguns textos escritos por psicólogos na internet.
Estudar o comportamento do consumidor e observar a
ansiedade ao lidar com itens de alimentos me oportunizou a descortinar a
importância que tem o alimento sobre a vida humana e o poder de gerar
ansiedade, estresse e estudar a fase oral. Tudo isto na função e exercício de
um simples trabalho autômato e manual, de onde consegui agregar valores para
minha evolução enquanto ser humano.
Pude observar o dinheiro e suas representações na
vida dos consumidores como origem de prazer, mas para o operador de caixa é
explicação para o desprazer. Exemplo, o operador de caixa já realizou o chamado
de sangria que é a retirada de dinheiro em espécie de notas de $ 50 e $ 100 do
caixa e foi depositada no cofre, por tanto o mesmo não tem mais essas notas na
gaveta.
E de repente no horário de fechamento, surge um
consumidor com um pacote de bolacha que depois de registrado se visualiza o
valor de $ 1,76 e esse cliente quer fazer o pagamento em dinheiro com uma nota
de $ 100,00. Chamamos de consumidor inconveniente, oportunista, porque deseja
conscientemente trocar a nota de $ 100,00 por notas menores induzindo o operador
ao nervosismo, raiva por ter que depositar esse valor de 100,00 no cofre. E
neste momento o operador de caixa é o depositante da energia libidinal do
cliente representada na nota de $ 100,00. O dinheiro é o componente vinculado a
quantificação da libido do consumidor no momento de efetuar o pagamento na
frente de caixa.
O dinheiro se faz necessário para a sobrevivência;
é usado também como um sinal de poder, como uma marca fálica; como poder; como
uma demanda de algo, de dar o que não se tem [ou o que faz falta]; como de
desejo; como significante na cadeia associativa do sujeito e por fim como um
fator sexual. O leitor já chegou a conclusão óbvia de que o dinheiro ou poder
cobrem ilusoriamente todas as carências pessoais, pois a pessoa que o detém será
objeto do comentário, cobiça e interesse dos demais e também a que não tem será
motivo de avaliação maldosa.
Dinheiro e o endividamento emocional, pois as dívidas
emocionais têm um efeito semelhante ao das dívidas materiais, porque chegam a causar
angústia, geram culpa e viram um obstáculo que atrapalha a vida. A diferença é
que enquanto as dívidas econômicas são concretas e têm termos acordados, as
emocionais geralmente são fruto de fantasias e, por isso mesmo, são confusas e
enganadoras.
Uma dívida emocional aparece logo que, você se
compromete consigo mesmo ou com os outros a fazer algo e depois não pode
cumprir, até mesmo no momento de realizar uma compra no supermercado e o saldo do
cartão de crédito, é insuficiente para trazer o produto e se vê obrigado a
deixar metade da compra no supermercado perante os olhares de outros clientes e
do operador de caixa.
Esta experiência me permitiu voltar o olhar para
mim mesmo e compreender que o simples fato de ter ou não dinheiro, os
fracassos, falhas fazem parte da nossa vida ao planejamos nossos projetos,
especialização, pós graduação para alcançar o sucesso tão esperado que as vezes
não chega ou demora-se a realizar.
Só eu sei o caminho desconfortável que trilhei para
chegar a exercer a posição de operador de caixa, pois me coloquei diante daquilo
que não se pode evitar que é ausência de dinheiro, desemprego, preconceitos
contra a meia-idade na hora de buscar ocupar um cargo na sociedade. As vezes
tentamos até ignorar o cargo ruim que se apresenta para ser exercido na
sociedade, dizendo a nós mesmos isso não é para mim, eu mereço uma oportunidade
melhor, mas é o que se tem para hoje.
Se eu com o saber que possuo sou afetado pelo
ambiente inseguro e mobilizo os conhecimentos que julguei serem necessários,
através do juízo de valor a fim de cuidar da minha saúde mental e física. Agora
pensem, como um operador pensando como o senso comum que não dispõem de muitos
recursos internos e nem ao menos monetário, seja capaz de cuidar de si mesmo.
Ou você agarra e desvencilha-se dos seus próprios
preconceitos, tabus e cuida da saúde mental e física a fim de sobreviver e
galgar novamente regressar ao itinerário planejado ou morre de fome. Neste
relato trago recortes de vários temas com a intencionalidade de descrever essa
experiência, a qual contei com leitura de temas lidos anteriormente que só foi possível
relatar agora segundo a teoria de Piaget. Acredito que vosmecê, seja capaz de
recordar a teoria de Piaget a qual aborda o desenvolvimento cognitivo.
A fala de um profissional da
psicologia que atuou literalmente como operador de caixa mostrando o sofrimento
da categoria: “... esses operadores mais resguardados eram aqueles
profissionais que na verdade estão na organização, né, não pertencem à grupo
nenhum e tá perdido aí, e eu sem perceber tento ser um operador como eles são, fragilizado
pelo ambiente organizacional, buscando inconsciente um demissão silenciosa.
Aí, foi neste momento é que eu
percebi que eu perdi a identidade de psicólogo que eu estou construindo, já não
me interessava mais quem eu era, pra mim todo mundo era todo mundo, ali na
empresa independente da minha formação acadêmica que não pode ser praticada.
Então é complicado essa questão,
essa situação, é dificultosa porque eu comecei a perceber que eu estava
perdendo a ... Eu esquecendo a identidade profissional que eu tenho, e aí eu
tive que fazer uma intervenção afastando-me psicologicamente, foi muito
difícil, foi muito doloroso, então tive que realmente me resgatar pra poder
prender um pouco o ‘bicho solto’ que eu tinha soltado que é o operador de caixa
apagando a identidade de psicólogo...”
INTRODUÇÃO
Neste relato de experiência contarei sobre minha
prática, enquanto operador de caixa, mas sem me eximir do olhar da “psicologia
e das extensões da psicologia” no ambiente supermercado. Quando falamos de
supermercados, estamos nos referindo às lojas que possuem de 100 m² a 5.000 m²,
trabalhando com produtos alimentícios e de uso imediato. Num supermercado é
comum encontrar carnes, frios, frutas, verduras, alimentos não perecíveis,
produtos de limpeza, magazine, bebidas alcoólicas, refrigerantes, laticínios e
o que você conseguir pensar enquanto lê o artigo. Um Supermercado é um
estabelecimento do ramo alimentar, porém é capaz de vender muitos outros
produtos.
A carga horária se dá das 14horas até 22:20 horas
durante a semana com um dia de descanso sendo as quinta-feira, trabalhando aos
finais de semana com um domingo no mês de descanso. O objetivo foi explorar a
vivência da prática, a atuação de operador de caixa, e o próprio psicólogo
oculto olhando para a loja de supermercado sob a óptica da psicologia.
REFERENCIAL
TEÓRICO
O preposto em audiência
trabalhista é responsável por representar a empresa, e suas declarações podem
comprometer e responsabilizar a empresa de acordo com a situação. O preposto,
isto significa, o que dirige ou administra um negócio ou empresa, por
designação do seu proprietário deve-se preparar bem para representar as
necessidades desejadas pela empresa.
Quanto à natureza da
titularidade, há empregadores proprietários, arrendatários, cessionários,
usufrutuários outros. Quanto ao tipo de atividade, há empregadores industriais,
comerciais, rurais, domésticos e públicos.
Fundamentado no Artigo
2º, da CLT, o poder diretivo do empregador se divide em três prerrogativas
fundamentais dentro do local de trabalho: poder de organização, poder de
controle e poder disciplinar. O funcionário de carteira assinada digital, este
é o tipo de vínculo tradicional, do trabalhador com carteira assinada. A
relação é regida pelas normas colocadas na CLT.
Qual a origem do
supermercado, como ele surgiu? O supermercado é uma criação do século 20,
produto de um processo de evolução contínuo, iniciado com a rede A&P que,
em 1896, tornou-se a precursora da mercearia e do conceito de rede varejista
baseado em padrão, expansão geográfica e controle [contabilidade e finanças].
Os supermercados são
empresas rentáveis, que oferecem um serviço básico em qualquer sociedade, alimentação.
Mas, como funciona uma empresa dessas? Os clientes entram no estabelecimento
com o objetivo de adquirir bens para seu uso, sejam eles comestíveis ou
pessoais.
Eles costumam passar por
lá com um carrinho ou cesta de compras para poderem abrigar todos os produtos
que desejam comprar. Os artigos são organizados e distribuídos em seções, previamente
planejadas e que também são organizadas de acordo com as linhas de marketing
para obter um maior desempenho de vendas.
Por exemplo, o fato de
haver determinados produtos na visão do consumidor em detrimento de outros.
Além dos trechos em que os próprios consumidores são atendidos, há também
algumas áreas em que um balconista se encarrega de atendê-los. A área da magazines,
hortifruti, são o exemplo disso.
Neles, geralmente é
retirada uma passagem, onde se reflete um número de turno que eles devem
respeitar para serem atendidos. Um bom gerenciamento de supermercado consiste
em ser capaz de oferecer aos seus clientes o que eles procuram.
Portanto, é importante
ter uma boa diversidade de produtos, bons preços, bom atendimento e um bom
ambiente de compra. Produtos para supermercados, o que expor nas prateleiras,
exemplos, padaria; alimentos [cereais e grãos]; congelados e frios; hortifruti;
produtos de limpeza; higiene pessoal; bebidas; papelaria; roupas, pneus e
outros.
O volume de negócios é
enorme, apesar de ter margens baixas, pois compensa com a venda de grandes
quantidades de produtos. Por isso, aumentou ou alta rotatividade. Tem baixos
custos operacionais. Os compradores também acham isso conveniente, pois ficam
perto de sua residência e encontram uma grande variedade de produtos sob o
mesmo teto a preços razoáveis.
Os clientes preferem os
supermercados, pois aqui são livres para comprar o que precisam e querem, sem sucumbir
a nenhuma pressão, pois não emprega vendedores. Os supermercados não precisam
sofrer dívidas incobráveis, pois toda a transação é realizada em regime de
caixa. Os preços dos produtos são fixos, por tanto não há espaço para
negociação.
Quais as fraquezas de um
supermercado? Fraquezas, exemplos, dificuldade de acesso, espaço limitado, alta
rotatividade de colaboradores, dificuldade de negociação com fornecedores,
marca pouca conhecida, atendimento ruim, ambiente de compras ruim, baixo caixa.
Apesar dos pontos fortes e fracos evidentes, os supermercados desempenham um
papel importante em nossa vida diária. Os clientes desfrutam das instalações
que tornam as coisas convenientes para eles.
DESENVOLVIMENTO
Portanto, os objetivos perseguidos aqui foi conhecer
o que é ser empregador mencionado acima; o mercado de trabalho e os setores; a
função de operador de caixa; o consumidor; as competências socioemocionais; queixas
de saúde dos operadores de caixa; vícios de linguagem; identificar as dinâmicas
da relação saúde e trabalho; fontes de risco para a geração de sofrimento
mental no caso o dinheiro; linguagem hostil do consumidor e analisar quais as
repercussões da atividade para a saúde destes trabalhadores na hierarquia.
Assim, começo a vislumbrar o aspecto do trabalho de
operador de caixa que em geral é desgastante, a longa jornada de trabalho autômato
que não exige um pensar acadêmico, mas sim um trabalho num processo sistemático
registrando itens de alimentos e outros durante o período trabalhado, indicando
que o seu objeto de trabalho se constitui em um fator de preocupação, de
tensão, de risco para a sua saúde ou para desenvolvimento de adoecimento
psicossomático em alguns operadores de caixa, exemplos, síndrome de pânico,
crises de ansiedade, lesão por esforço repetitivo, depressão e outras.
A insegurança psicológica pelo fato de estar
manuseando o dinheiro do empregador e do cliente que ao falhar no controle
deste dinheiro sofrerá punição com a subtração do valor no pagamento final do
salário. Exemplo, se no final do fechamento do caixa faltar o valor de $100,00
este se vê obrigado a ressarcir o empregador. Imagine tamanha é a tensão que o
manuseio do dinheiro gera para o operador na rotina diária de trabalho. [...] Esse
medo marcará nossa memória, de forma desprazerosa, e será experimentado como
desamparo, “portanto uma situação de perigo é uma situação reconhecida,
lembrada e esperada de desamparo” (Freud, 2006, p.162).
E quem está do lado de fora, nem sequer consegue
imaginar que o operador paga em dinheiro se cometer falhas na sua operação,
exemplo, não registrando itens de alimentos, digitando códigos errados, dando
troco errado, porque está sendo monitorado por câmeras que ficam sob a sua
cabeça pelo setor de monitoria responsável por espionar o operador e capturar
suas falhas no momento da operação. Em resumo o supermercado é um verdadeiro
BBB, isto é, um big brother repleto de câmeras por todos os lados.
Alguns
clientes chegam a pensar e a dizer que o trabalho de operador de caixa é suave
tranquilo, porque enxergam o profissional sentado na cadeira. No período de
trabalho o operador de caixa, está em contato constante com o cliente, por um
período de até oito horas, onde acaba registrando itens diversos para consumo.
No momento de registrar os itens esses, mesmos clientes
apresentam conflitos devido a alta dos preços praticados no estabelecimento. E
acabo avaliando o comportamento e examino de forma cuidadosa que, os clientes não
têm limites e os operadores de caixa têm que impor limites com respeito e
exercer competências socioemocionais, onde a maioria nem sabe o significado.
Os clientes desenvolvem inúmeras práticas inadequadas,
na sua relação com o operador de caixa com o objetivo de conseguir alguns
favores. Alguns consumidores mal tratam os operadores, por não ter no troco a
quantia de 0,02 centavos. Geralmente o hábito é arredondar para cima quando o
valor é, exemplo $ 0,03 centavos volta-se de troco 0,05, porém quando é $ 0,02
centavos não se tem o costume de arredondar para cima.
E este exemplo aconteceu comigo, onde fui
ridicularizado pelo cliente e tive que chamar a fiscal de caixa para abrir a
gaveta e lhe dar $ 0,05 centavos no troco. Compreendi, imediatamente que
existem consumidores destituídos de informação neste contexto e para não ficar
chateado ou levar a situação para o lado pessoal e permanecer estressado por um
tempo, tive este insight intelectual, onde não permaneci nervoso, nem muito
menos culpei a mim e nem o cliente pela atitude agressiva verbal dele.
Depreendi de modo intelectual que mobilizei o
mecanismo de intelectualização, pois, quando você é atingido por uma situação
difícil, você escolhe de maneira inconsciente remover todas as emoções de suas
respostas através do uso da razão. É a explicação lógica que se dá para si
mesmo para evitar as emoções diante da eventualidade.
Outro fenômeno que observo, é quando o cliente se
dirige ao caixa e de pronto puxando descontrair com o operador faz-lhe a
seguinte pergunta depois de olhar para o crachá. “Está tubem bem com você
Ayrton ou Seu Ayrton.
Então respondo: sim, está. Todavia, não passa de
mentira, porque não posso lhe dizer; olha estou estressado, cheio de registrar
itens de alimentos de vocês clientes ansiosos, mal educados e neste exato
momento não quero conversar, porem permanecer em silencio no sentido de apenas
registrar seus itens para que você realize o pagamento no final da operação.
Imagine se eu me expressar verbalmente desta maneira, certamente estarei
assinando o contrato de demissão”. (SIC)
Na expressão está tudo bem, estão implícitos os
verbos ir ou estar, digo, tudo vai bem ou tudo está bem. Sendo assim, se refere
ao modo como as coisas estão ou ao modo como a pessoa está se sentindo, naquele
momento, como vai a vida. E foi esta conclusão que cheguei e me limito, apenas
a não responder o que realmente está implícito na frase para não me colocar em
situação de constrangimento.
Porém, já ouvi outras operadoras relatarem, como
estão se sentindo naquele momento para o cliente e ouço muitas histórias
constrangedoras ou até mesmo o consumidor relata suas angustias para a
operadora a fim de aliviar-se da angustia naquele momento. Sei que quando me
perguntam está tudo bem com você Ayrton, imediatamente respondo mentido, está
sim.
Ouço no trabalho algumas moças, tanto do setor de
operação como do setor de frios e laticínios e outros que dizem para mim “você
é tranquilo; é de boa na gíria; eu gostaria de ser assim como você é. E me
perguntam se ser assim, é da idade. E respondo que, com o passar dos anos é
possível uma pessoa mudar suas ações se assim se permitir e desejar” (SIC).
E neste instante entendo que sou bem observado nas
minhas posturas dentro da empresa e como transpareço a eles, apontando que
atingi meu objetivo de mostrar me calmo, paciente, sossegado que aparenta ser
ausente de contrariedades ou dificuldades no cotidiano. Chamo a isto de sucesso
por que foi aprimorada ao longo dos dias e anos essa soft Skills.
Por tanto o supermercado
é composto por um quadro de colaboradores, exemplo, cargos de gerentes, supervisores,
encarregados, auxiliar de limpeza, repositores de mercadoria, fiscal de caixa,
operador de caixa, açougueiro, empacotadores e outros cargos. Não posso deixar
de mencionar o cargo de psicólogo organizacional. Mas, esta rede a qual trabalho
não tem no exercício o profissional da psicologia organizacional por razões
diversas que não convém comentar.
E toda vez que um cliente
vai até um supermercado ele precisará passar por um caixa para pagar as
compras. E, caso ele não utilize um terminal de self-checkout, isso significa
que ele terá contato direto com o operador de caixa. Como hoje a grande maioria
das pessoas utiliza o caixa tradicional para finalizar as compras, contar com
operadores de caixa bem treinados, educados, ágeis e capazes de oferecer um
ótimo atendimento faz toda a diferença.
O profissional é
responsável por fazer a abertura e o fechamento de caixa, processar e receber o
pagamento e emitir notas fiscais. Além das tarefas administrativas, o operador
de caixa atua diretamente no atendimento ao cliente, uma vez que é a pessoa que
concretiza e finaliza a compra. O que um operador de caixa não pode fazer? Dar
o troco errado; discutir ou destratar um cliente; deixar de registrar qualquer
produto; não ser proativo na hora de ajudar o cliente a empacotar as compras
[caso não tenha um profissional dedicado apenas para a função de empacotador].
O operador de caixa é o
profissional que registra os produtos comprados e informa o valor a ser pago
pelo cliente. É ele quem recebe o pagamento [seja via dinheiro, cartão ou
demais formas de pagamento, como boletos], emite notas fiscais e, também, é o
responsável por abrir e fechar o caixa. Vale lembrar que o processo de fechar o
caixa após o expediente é de extrema importância para garantir o controle
financeiro de qualquer empresa.
Afinal, é neste momento
em que são comparados os valores das compras feitas com o total arrecadado no
dia. Também, é claro, é o operador de caixa o profissional que tem o contato
direto com o cliente na hora em que ele está finalizando a sua compra. Por
isso, ele pode ter um papel importante na hora de ajudar o consumidor a ter uma
boa experiência no seu PDV, isto é ponto de venda.
Imagine a seguinte
situação, onde você vai ao supermercado depois de um dia corrido. E está com o
carrinho cheio e vai enfrentar uma grande fila no caixa. Quando chega a sua
hora de pagar e você é atendido por um operador de caixa eficiente, educado,
ágil, que faz a cobrança correta, pergunta se faltou algo, ajuda a empacotar as
compras e, ainda, se despede desejando um boa noite e falando volte sempre ou
até alguns dias.
A sua experiência se
tornou mais positiva, não é mesmo? Como deve ser o perfil de um operador de
caixa? De forma resumida, é esperado que o operador de caixa seja uma pessoa
que saiba como prestar um bom atendimento ao público e, cordial, e ao mesmo
tempo, tenha facilidade em lidar com finanças.
Afinal, é ele quem irá
gerar notas fiscais, dar troco ao cliente quando necessário e, conforme citamos
anteriormente, é ele quem fecha o caixa ao final do expediente. Assim sendo,
algumas das principais características esperadas de um bom operador de caixa, exemplos,
saber atender ao público com paciência, atenção, educação e calma; apresentar
facilidade com contas e finanças; ser ágil e organizado; ser honesto afinal, é
importante sempre devolver o troco exato para o cliente.
Essas são habilidades
técnicas e comportamentais exigidas do cargo de operador de caixa. Contudo não
se é exigido as competências comportamentais ou soft skills como é chamada
atualmente, que julgo serem importante a fim de evitar adoecimento mental,
exemplo, tolerância a frustração e assumir riscos, resiliência, paciência, adaptabilidade,
controlo das emoções, autoconfiança, empatia, resolução de problemas,
comunicação assertiva, facilidade para trabalhar em equipe, flexibilidade, colaboração,
proatividade, realismo e otimismo, comunicação não violenta, empatia,
inteligência emocional para ouvir e fazer críticas, criatividade, pensamento crítico
e outras.
É mais fácil ensinar um indivíduo
proativo com habilidades técnicas aprender operação no caixa, por exemplo, do
que ensiná-lo a ser flexível e empático ou até mesmo a usar a comunicação não
violenta. Isso acontece porque as habilidades emocionais são comportamentais,
ao passo que a operação no caixa é uma habilidade técnica. As habilidades
interpessoais são competências exclusivamente humanas, aprendidas durante nosso
desenvolvimento, diferentes das hard skills, que são as habilidades técnicas. É
o que nos distingue da inteligência artificial dos robôs.
O operador de caixa não
passa de um mero técnico que serve apenas no sentido para apertar botão, ou
melhor dizendo um autômato, é um papagaio que repete constantemente sempre a
mesma frase bom dia; boa tarde ou boa noite. Onde, a técnica é o procedimento ou o conjunto
de procedimentos que têm, como objetivo, obter um determinado resultado, seja
no campo da ciência, da tecnologia, das artes, da manutenção, da operação de
caixa ou em outra atividade qualquer. Por outras palavras, uma técnica é um
conjunto de regras, normas ou protocolos que se utiliza como meio para chegar a
uma certa meta, exemplo, registrar itens de alimentos no caixa.
Podemos citar vários
exemplos de técnicas, dá mais arcaica até a mais atual, como as técnicas de
plantio, de caça utilizando arco e flecha e equipamentos composto esteira
mecânica, leitor de código de barras, computador e monitor, impressora e
cadeira entre outras. A técnica é criar um manejo, um conhecimento que possa
gerar inventos com intuito de facilitar um determinado trabalho.
O emprego da técnica
surgiu devido à necessidade dos seres humanos de fazer modificações no meio em
que habitam. Nasce como uma ideia e depois é concretizada dentro do que imagina
seu criador para desenvolver um trabalho específico. O que é técnica moderna?
De acordo com Heidegger a
técnica moderna não direciona o seu olhar ao ser, não lhe interessa o desvendar
do ser na Natureza, nem o ser do homem. Pelo contrário, pretende dominar a
natureza e extrair seus produtos à força. O desencobrimento que domina a
técnica moderna possui, como característica, o pôr, no sentido de explorar.
A tecnificação do mundo é
a realização efetiva e ilusória da ideia de que o homem, a partir de seu
desenvolvimento pessoal, pensa o ser das coisas, a partir de si, como algo
dependente dele próprio e que a ele se reduz. Como um produto técnico, o mundo
seria, no seu próprio ser, produto do homem.
A ciência e a técnica
determinam constitutivamente o rosto do mundo. Quando o humano se transformou
em um universo [e, depois em multiverso] técnico no qual estamos arredados.
Mas, o homem de hoje, na verdade, justamente não encontra mais a si mesmo, isto
é, não encontra mais a sua própria essência. O homem permanece condenado à
vontade do cultivo do que é calculável e de sua factibilidade.
A técnica põe o homem a
caminho do desvelamento do ser das coisas. O perigo surge para quem vai para o
caminho da técnica, pois pode cegar o homem quanto à sua própria existência com
a perda do ser.
As vezes sinto que estou a
cada dia mais pobre de pensamento, por realizar um trabalho maçante e
repetitivo nos registros de itens de alimento no leitor de barras acionado botões
no teclado e não percebo com clareza que ao apertar botões somente, estou
angustiando a mim mesmo, digo, pressionando-me internamente.
Essa ausência do
pensamento que cogita é tão crítica em nossos dias que o operador de caixa da
técnica não é capaz de lembrar que alienação não pode ser criada duas vezes e
que, por tanto ele não poderá recriar novamente por meio dessa mesma técnica,
aquilo que já o aprisionou. É por isso que o operador da técnica não medita nas
palavras que são ditas nos mais variados assuntos do dia. Se comporta como um
alienado.
Ele acredita que em
nossos dias o pensamento que reflete é algo que já está fora da realidade, e,
além do mais afirma que esse pensamento não ajuda a solucionar as dificuldades que
estão presentes no seu próprio cotidiano.
Para muitos a reflexão é
algo elevado demais e por isso dizem que ela não é para todos, isto é, ela não
é para as pessoas do senso comum. E as vezes me sinto pensando como o senso
comum e agindo. Quando nos relacionamos com os objetos tecnológicos, observamos que eles também estão na esfera
dessa mesma finitude e por isso não devemos ficar presos a eles. Sendo assim
podemos dizer que ao pensar a essência de nós mesmos impedimos que a tecnologia
nos aprisione, em outras palavras, nos transforme em seus escravos.
O operador de caixa é servo
da tecnologia quando tiver apenas um pensamento que conjectura. Quando o operador
só tem o pensamento que estima, é porque ele já se encontra dominado pela
tecnologia e por isso ele fica cada dia mais pobre de pensamento, já não raciocina
sobre si mesmo e nem sobre o mundo que está a sua volta. Podemos nós pensar,
então, numa libertação deste ambiente organizacional da técnica ou a
convivência com tal nos é possível sem que estejamos procurando nossa própria
morte?
Ao olhar para operador de
caixa com a visão do senso comum, enxerga-se um indivíduo desprovido de
conhecimentos, habilidades técnicas especificas, desprovido de competências
socioemocionais em fim um escravo alienado do equipamento, onde o simples fato
de apertar botão conclui-se o processo todo. Resumo basta saber identificar o
botão correto e acionar.
É um oficio que não exige
muito do homem/mulher em termos de conhecimento, basta saber ler, escrever e
matemática. Mas, compreendo que existe o analfabetismo funcional, onde são
chamados de analfabetos funcionais os indivíduos que, embora saibam reconhecer
letras e números, são incapazes de compreender textos simples, bem como
realizar operações matemáticas mais elaboradas.
Um operador nunca se fixa
num determinado caixa, pois existe uma rotatividade aleatória elaborado num
cronograma pela supervisão e assim sucedem todos os dias. Esta rotatividade é
organizada no intuito de evitar que algum operador de caixa tenha atitude
conscientemente tomada no sentido de se vir a cometer um ato criminoso ou
infração, levando o empregador a prejuízos financeiros.
Esta regra de
procedimento é capaz de conduzir de modo inconsciente os operadores a falharem
no momento de substituir o outro, criando falta de conforto interno na hora,
porque existem caixa que estão dispostos de modo a promover a saída rápida do
cliente de dentro do estabelecimento e seus fluxos de consumidores transitando
por ele é maior, e as vezes o operador não deseja estar naquela condição. Onde
o índice de se cometer uma falha é grande no caixa do colega. A teoria do
reforço positivo/ e ou negativo da psicologia comportamental é aplicada nesta
norma sem que os colaboradores saibam da sua, ocasionando incomodo.
Capto constante atrasos
dos colaboradores para assumirem a função no caixa, se justificando
responsabilizando o transporte público como motivo causador de seu atraso,
acentuando o desejo inconsciente e indisposição física e emocional para efetuar
o trabalho.
É lógico que as vezes nem
eu estou com disposição a fim de locomover-me de casa em direção ao trabalho,
mas a obrigação por ter assumido compromisso com a empresa, onde procuro
encontrar uma motivação intrínseca e extrínseca a ponto de cumprir com as
tarefas no intuito de não faltar e realizar o trabalho da melhor forma possível,
mesmo com insatisfação sem projetar minhas frustrações no transporte coletivo.
A isto mostra, o quanto estou consciente do mal-estar que está em mim.
Estou sempre acionando a
motivação intrínseca em mim por não conseguir até agora encontrar uma motivação
extrínseca no ambiente, que não seja a compra de chocolates e outras guloseimas
que são estimuladas por meio da fase oral, onde acabo redirecionando minhas
angustias na fase oral. O ambiente proporciona os estímulos extrínsecos por
meio de alimentos que servem para saciar a fome ou desejos.
Ouço de clientes na
frente de caixa, mencionando que vieram ao supermercado para comprar um pacote
de bolacha e pão, mas acabam comprando outros produtos. Analiso o comportamento
do consumidor neste momento através da heurística do afeto, que envolve fazer escolhas que são
influenciadas pelas emoções que um indivíduo está experimentando no momento da
tomada de decisão.
Por exemplo, o cliente
dirigiu-se ao supermercado com a intenção de comprar o pão, porém se não estava
de bom humor, teve a probabilidade de ver benefícios nos outros itens
adquiridos e comprou na intenção de trazer prazer temporário. O supermercado aplica
a heurística de afeto no marketing que redireciona o cliente a compra na fome
emocional. A fome emocional, como o próprio nome diz, acontece quando se come a
partir de emoções, desde alegria e tristeza a ansiedade, estresse e depressão.
Uma espécie de alívio
instantâneo, como uma tentativa de fugir dos sentimentos negativos. Desconta-se
na comida porque ela é um atalho fácil e prazeroso. E incorporo a fome
emocional desde que assumi o cargo de operador aliviando o meu estresse por
meio de chocolates. Agora que tenho consciência da angustia, preciso mudar esta
ação com a teoria do reforço negativo, aplicando e praticando a psicologia
comportamental.
Em outras palavras, reforço
negativo, também chamado de aprendizado de fuga ou evitação, se refere ao estímulo
que é eliminado na hora de executar determinado comportamento. Ou seja, ele
pode ser entendido quando algo que já existe é removido ou muda o comportamento
para a melhoria da pessoa.
E, no entanto, o que me
deixa frustrado é que um operador de caixa não consegue exercer a soft skill
resolução de problemas, pois essa soft skill me acompanha desde a minha
formação de técnico em mecânica e pelo fato de não poder exercitá-la por estar
num cargo que não permite autonomia fico triste, decepcionado.
Entretanto com o saber da
psicologia, consigo aplicar em mim a resolução de contrariedades a fim de
melhor a minha saúde mental. E muito menos a criatividade a qual eu usava
constantemente enquanto exercia a função de técnico em mecânica em uma
multinacional, criando projetos para melhorar o desempenho de equipamentos,
melhorar a ergonometria das máquinas no sentido de trazer conforto para os
operadores de produção e criatividade nas soluções de manutenção preditiva,
preventiva e corretiva.
E enxergo o reforço dos
cuidados com a saúde e a rotina de trabalho, que não são reforços positivos
exigidos nem priorizados no ambiente organizacional de atendimento ao cliente. Qualquer
profissional só será capaz de exercer bem a sua função, se ele estiver saudável
e dotado de competências socioemocionais para defrontar-se diariamente com o
público consumidores de alimentos que deslocam agressividade por meio de gestos
sobre os operadores de caixa. É lógico que não são todos. Por isso, é
necessário reforçar que o operador de caixa também precisa cuidar da sua saúde.
Afinal, ele passa muitas
horas do dia na mesma posição e manuseia mercadorias que podem ser pesadas.
Para evitar que o profissional sinta desconfortos, é preciso oferecer descansos
de tempos em tempos e, também, o reforço com o cuidado com a postura na cadeira
e com a hidratação [ou seja, tomar bastante água].
Mas, infelizmente a
ergonomia disciplina cientifica cujo objetivo é estudar as características
laborais, de forma a adequar o local de trabalho e o equipamento ao
trabalhador, gerando mais conforto, segurança, eficiência e produtividade não
são aplicadas de modo adequado, pois constato a falta de manutenção preditiva e
preventiva nos equipamentos, só ocorrendo a corretiva quando de fato foi
constatado a quebra ou falha do equipamento.
Posso descrever o total
descaso com a manutenção porque tenho formação técnica em mecânica e registro
no CREAS, o que me embasa no que descrevo afirmando. Mas, do que adianta ter se
muito conhecimento e estar num local, onde não se pode aplica-lo, meus
conhecimentos me servem apenas para enxergar a precariedade, maus tratos com os
colaboradores no quesito ergonometria e permaneço com as mãos atadas, porque
parece que o setor de manutenção não tem autonomia para realizar as manutenções
ou simplesmente não há interesse em cuidar dos aspectos de manutenção dos
equipamentos de operação. A precariedade na manutenção é um agente estressor
que contribui diretamente para provocar lesões no corpo físico, mãos e dedos.
Então ademais, que tal
fazer uma ginástica laboral diária antes de começar o expediente? Pode ser uma
boa saída para reforçar o cuidado com a saúde. Uma vez que constatei as falhas
me cuido com a intenção de evitar um adoecimento psicossomático ou até mesmo
físico, exemplo, dores nas costas, no pescoço. Percebo a falta de um
profissional da psicologia organizacional no ambiente.
Quanto a administração de
um supermercado é resultado da seguinte imagem, exemplo, funções do setor
administrativo de um supermercado; gestão e desenvolvimento do setor de recursos
humanos; contratação de serviços; contato com fornecedores e compra de
produtos; gestão financeira [vendas, cobranças, compras]; pagamentos de
tributos e impostos; controle de gestão de qualidade.
Por tanto o departamento
de recursos humano, deve ter uma boa equipe trabalhando nas diferentes áreas do
seu supermercado que julgo ser muito importante. Isso significa, ter pessoas
que sejam qualificadas para a função para a qual estão sendo contratadas, que
tenham conhecimento técnico ou experiência para desempenharem as suas funções.
Pois, na hora de
contratar funcionários para trabalharem no supermercado é importante procurar
por pessoas experientes e com boa formação, entretanto, não subestime
características como proatividade e vontade de crescer. E noto que a maioria
dos colaboradores, não anseiam por crescerem dentro da empresa galgando uma
mudança de cargo, embora escutei de algumas colaboradoras, uma é formada em
administração de empresa e não pretende conquistar uma oportunidade dentro da
loja, outras não sabem sequer qual curso fazer para realizar uma transição de
carreira e pensam apenas permanecer com o ensino médio na posição de operadora
de caixa.
Lembre-se que
conhecimento técnico pode ser adquirido ao longo do tempo, mas funcionários com
essas características tendem a ser mais produtivos. Além disso, é fundamental
manter os funcionários motivados. Investir em treinamentos, cursos de reciclagem,
bem como incentivar os funcionários a darem ideias e a participarem ativamente
das decisões relacionadas às funções desempenhadas são ótimas para isso, tudo
isso quando existe a participação da psicologia organizacional no ambiente que
não é o caso.
Outra boa estratégia para
manter os funcionários motivados, é estabelecer metas para a equipe e
premiá-los sempre que essas metas forem alcançadas. Aqui existe uma motivação
para alguns colaboradores que gostam de atuar como vendedores no caixa,
oferecendo marcas de chocolates para o cliente e se atingirem a meta estipulada
pela rede de supermercado acabam sendo recompensados com uma quantia em papel
moeda.
Distingo que não existe
um programa de motivacional sobre o operador de caixa, pois a maioria se mostra
descontente através de seus comportamentos rebeldes considerados pela liderança,
que aciona a punição a fim de conter a reprodução dos comportamentos em massa.
Seria possível se a liderança tivesse interesse em elaborar o objetivo da
motivação e com o diagnóstico em mãos, montar o projeto motivacional.
Nele, o líder estipula
que motivação ou motivações que ele deseja despertar em sua equipe. Por
exemplo, a empresa pode estabelecer como objetivo, aumentar a harmonia da
equipe, capacitar de forma mais assertiva os colaboradores, maximizar a atenção
seletiva de todos no trato com o dinheiro.
Reestruturar a ergonomia
no ambiente com os equipamentos, onde nenhuma metodologia será eficaz se o
ambiente de trabalho não for agradável e harmonioso, por conta disso, o líder
deve realizar as modificações necessárias para a construção de um local capaz
de motivar os profissionais, promover diálogos construtivos, dar oportunidades
para a exposição de ideias, respeitar as diferenças de todos e oferecer
feedbacks constantes.
Conhecer a equipe, pois, o
líder deve realizar um diagnóstico em sua equipe, nesse sentido, ele precisa
saber quais são os pontos fortes da mesma, seus pontos de melhoria, suas
limitações, em quais tarefas os profissionais têm mais dificuldade, as
expectativas dos mesmos, os problemas enfrentados, entre outras questões.
Dessa forma, o líder
consegue identificar que pontos atrapalham a equipe a se manter motivada,
alguns exemplos, os colaboradores não possuem o conhecimento necessário para
desempenhar as atividades; adversidades pessoais como separação, morte de um
ente querido, falta de perspectiva na organização; desânimo com a rotina; dificuldade
de comunicação; ambiente de trabalho desorganizado; problemas de relacionamento
interpessoal; falta de atenção seletiva ao registrar itens no leitor de barras;
conversas paralelas entre colaboradores; profissionais sobrecarregados.
Todos esses pontos mencionados acima deveriam
ser tratados na organização, mas passam em branco por ausência de conhecimentos
da liderança e interesse. Normalmente, o ambiente de trabalho é rodeado de
tensão, estresse e muita concentração. É também onde as empresas escolhem
investir em estratégias que fujam dessa tensão, para proporcionar lazer e
descanso aos funcionários, mesmo que o tempo seja mais reduzido.
Dentro desses projetos,
também existem algumas salas temáticas, com jogos, redes para descanso e outros
espaços. Contemplo a existência de uma sala de descanso com televisão, no qual
o objetivo principal dessa sala é revigorar as energias dos profissionais para
que voltem ao trabalho mais motivados e menos estressados. Se tiver silêncio e
com pouca luminosidade, melhor ainda; porém é o contrário, mas em fim é o que
temos para hoje.
Agora ao dirigir-me por
dentro da loja, aprecio as prateleiras com os produtos e fui capaz de
depreender intelectualmente como são organizados os produtos em um supermercado.
Existem duas formas, a primeira verticalmente e em blocos, onde os produtos
organizados na vertical e causar um grande impacto visual no cliente sendo a
forma mais comum para facilitar a localização de itens e marcas. E a
organização em blocos também é uma maneira eficaz de organização.
E trata-se de uma técnica,
de disposição que ajuda o cliente a encontrar o que de fato procura nas
gôndolas do supermercado. Para além de organizar a loja, ela também estimula a
compra de outros itens, trazendo-os para seu campo de visão.
É possível organizar os
produtos de acordo com o tipo, cor e tamanho. Assim, a melhor escolha pode ser
feita após estudos e ensaios. Dispor os itens por tipo, faz com que o cliente
ache mais rápido o que busca, além de pôr outros itens da mesma categoria no
seu campo de visão, levando-o à compra de certos produtos que não estavam na
lista. Por fim, você pode perceber que organizar as gôndolas do supermercado
faz toda a diferença no hábito de compra, sendo capaz, inclusive, de fidelizar
o cliente.
Enquanto psicólogo, fiz a análise do meu perfil e
constatei que não tenho o perfil para atuar, como Operador de Caixa, mas diante
do inevitável fui capaz de ajustar meus pensamentos, sentimentos e
comportamentos adaptando-me para exercer a função, segundo a crença da tríade
cognitiva da psicologia cognitiva. E a recrutadora também sabia que não tenho o
perfil do cargo, pois analisou o currículo e confirmou ser perfil de um
profissional técnico. Porém, resolveu abrir mão da atenção seletiva das
exigências da função de operador de caixa ou da heurística de
representatividade do cargo e não considerou o conhecimento técnico nem perfil,
onde apenas elegeu a matemática como prioridade para exercer o ofício, me
disponibilizando uma oportunidade.
E mais a frente relato a elaboração de frases de
enfrentamento para me adaptar ao ambiente e encarar a realidade que se
apresentava repleta de contrariedades. E foi na época me concedido a
oportunidade porque a empresa estava contratando o profissional operador de
caixa e não exigia experiência.
E não posso deixar de mencionar que atendi a
professora e supervisora do plantão psicológico da UNIP Ana Zamberlan, enquanto
registrava alguns itens que ela havia comprado. E conversávamos um pouco e ela
menciona que, não adianta brigar com o inevitável e sugeriu que eu escrevesse
esse artigo relatando a minha experiência como operador de caixa a fim de não
passar em branco. E que outras pessoas possam se beneficiar com esse artigo.
Mas, estou exercendo essa função de operador de
caixa por se tratar de um momento ao qual realmente tentar brigar com o
inevitável certamente sofrerei muitas perdas e ainda tive que omitir a formação
acadêmica para conseguir esse trabalho. Porque no momento em que você, se
candidata para uma função abaixo e mencionar ter alguma formação acadêmica é
desclassificado de pronto pelo recrutador, mas de modo oculto sem que seja desvelado
o real motivo.
Recordo-me de usar o plantão psicológico, perante
um colaborador enquanto estava a caminho de casa dentro do ônibus, onde
procurei ter o domínio sobre os próprios pensamentos e sentimentos, para não me
permitir ser influenciado pelas emoções, histórias que ele está contando
naquele momento. Atentei-me a escuta, ouvindo o significado do movimento que o
colega de trabalho está realizando que não é passividade. Tomei cuidado de não
dar direção ao processo, mas sim estar na relação, não deixando o colega com
sua dor, mas permaneci diante dele que escolheu me apresentar sua dor.
Neste momento estive junto com o colega de trabalho
a fim de que tome consciência de sua dor e enfrente seus desafios problemas. No
qual fulano menciona que “a empresa me deu uma oportunidade para eu ser
auxiliar de limpeza, porque trabalho no semáforo a mais de quinze anos vendendo
paletas do para brisa de carro, mas não consigo me acostumar a ficar num local
fechado e os outros colaboradores estão se aproveitando de mim jogando muito
serviço de limpeza para eu fazer e eles ficam folgados e por isso estou
pensando em demitir-me” (SIC). Então pergunto: a quanto tempo está na empresa.
Fulano respondeu: estou a 30 dias.
Respondo a fulano: não seria melhor pensar um pouco
antes de se demitir, pois as vezes a adaptação é demorado, por isso o período
de 90 dias porque faz muito tempo que você trabalha fora do regime de regras e
normas trabalhistas. E no seu trabalho no semáforo você faz as regras e normas
e horários de trabalho que é diferente da empresa.
Ele respondeu: vou pensar um pouco. Mas, depois de
alguns dias fiquei sabendo que se demitiu. [...] Segundo Leloup (2001),
escutar alguém implica, em certo sentido, uma abdicação de si, é importante
perceber que sentido tem o comunicado para quem o transmite. Acolher a palavra
do outro, desde a mais corpórea até a ainda não pronunciada. Essa acolhida
também é, ao mesmo tempo, física e espiritual, para considerar o homem em sua
totalidade.
Então compreendo, que a pessoa não conseguiu se
adaptar ao modelo de trabalho exigido e normas da organização e também por
estar sendo sobrecarregado de tarefas impostas pelos outros colegas de
profissão que se eximam das tarefas atribuindo uma angustia ao auxiliar de
limpeza. A sobrecarga do estresse, a angustia, a ausência da competência
socioemocional adaptabilidade e atribuição excessiva de tarefas desencadeou a
demissão silenciosa no auxiliar de limpeza que escolheu a demissão voluntária a
continuar permanecendo no ambiente estressante, regressando para o ambiente
rua, onde se sente em liberdade.
Aqui me recordo da teoria do autor Charles Darwin.
Qual é o conceito de evolução? A evolução pode ser definida, em poucas
palavras, como o processo de variação e adaptação de populações ao longo do
tempo, podendo inclusive provocar o surgimento de novas espécies a partir de
uma preexistente.
E descrevo a demissão silenciosa que é praticada no
ambiente por diversos colaboradores, onde é chamado de quiet quitting que não
significa necessariamente o abandono do trabalho por meio de pedido de
demissão. Trata-se de uma forma de se demitir sem abandono do trabalho, mas
reduzindo as tarefas aos limites do que fora contratado, sem se envolver em
dinâmicas de altas performances que incentiva os trabalhadores a executarem o
mínimo das suas obrigações contratuais.
E alguns colaboradores sobrecarregam outros com esse
tipo de atitude. Mas, esses colaboradores querem forçar uma demissão por meio
de comportamentos inadequados a fim de priorizar sua saúde emocional, por
estarem afadigados, estressados com o ambiente organizacional supermercado. O
turnover voluntário dentro da empresa é grande por razões de falta de
adaptabilidade com horários, regras e normas que encaminham os profissionais a
renunciarem a ocupação no caixa.
O turnover evitável provém de causas que a
organização tem capacidade de influenciar. Por exemplo, se colaboradores estão
deixando a empresa por causa de baixa satisfação com o trabalho e horário, com
o cliente ou relação ruim com o líder, a empresa poderia melhorar a situação
agindo na experiência do colaborador, seja redesenhando sua função ou realizando
capacitações com a liderança para melhor gerenciarem seus times, mas isto não
ocorre.
É possível que alguns clientes desenvolvam a
antipatia por alguns operadores de caixa e descarregam suas frustrações,
decepções com os preços altos e até mesmo pelo simples fato de o operador estar
num dia mal e o cliente não foi atendido do modo, como ele pensa que deveria
suscita no consumidor emoções, sentimentos e pensamentos disfuncionais que
geram um comportamento inadequado perante o operador de caixa.
Há operadores que tem alto índice de absenteísmo na
empresa por conta de faltas e atestados médico, com a intenção de se afastarem
por um período do trabalho a fim de recarregar a energia física ou vigor, exemplo,
constantes resfriados sinaliza baixa imunidade corporal por causa de atores estressores
no ambiente, exemplo, ar condicionado, vírus da gripe, covid-19. Dores nas
costas por excesso de peso, exemplo, pacotes de arroz, ração de animais, terra
para gatos.
Pets de cerveja e refrigerantes, enxaquecas, dores
nos braços assinalada lesão por esforço repetitivo [LER] e outras, e acionam
suas resistências de modo inconsciente com a intenção de alcançar um objetivo de
descansar por meio da doença. Acionando a conversão que é um mecanismo de
defesa pelo qual a ansiedade causada por impulsos e sentimentos reprimidos é
convertida em uma queixa física, como tosse ou sentimentos de paralisia.
E através da resistência de ganho secundário, onde
esses ganhos secundários oriundos dos sintomas são bem conhecidos sob a forma
de vantagens e gratificações obtidas da condição de estar doente e de ser
cuidado ou ser objeto do compadecimento dos outros colaboradores e até do
médico, ou sob a forma de gratificação de impulsos agressivos vingativos para
com a liderança, fiscal de caixa, e antipatia com outros colaboradores e a
organização que é obrigada a compartilhar do sofrimento do colaborador.
Observo os clientes, que são hostis com os
operadores de caixa e usam de linguagem agressiva quando não conseguem alcançar
os objetivos que é o desconto com os itens do supermercado. E por isso se faz
necessário criar frases de enfrentamento para lidar com consumidores agressivos
verbalmente na linguagem.
Há consumidores que exigem que operador de caixa, abra
as sacolinhas e empacotem seus itens enquanto permanecem de braços cruzados se
recusando a ajudar e isso não é obrigação do operador, mas pode ser observado
como proativo o operador que executa esta ação. No entanto, existem aqueles
clientes folgados que se dirigem para o caixa falando ao celular para evitar
abrir sacolas plásticas e empacotar. Contudo observo pessoas idosas dotadas de
agilidade no manuseio da abertura de sacolinhas para empacotar seus itens adquiridos
cheias de pré disposição física e cognição.
O operador de caixa se vê obrigado, a memorizar os
códigos de produtos para agilizar o registro dos itens no leitor código de
barras e também faz uso de uma tabela que contém o nome dos produtos e consecutivos
códigos para serem digitados no teclado, exemplo, a batata tem o código de 117,
a beringela o código 120, a cenoura o código 239, o chuchu o código 130 e por
aí vai.
É exigido do operador de caixa que o mesmo se apresentar
com boa aparência física diante do cliente com rosto barbeado, cabelo curtos,
unhas com boa aparência para mulheres. Quase que todos os dias surge tumulto
com os seguranças da loja, onde são pegos adolescentes roubando mercadorias,
exemplo, bolachas, balas, chocolates e outros.
Outro dia foi pego um adulto tentando furtar uma
peça de carne picanha, onde o mesmo escondeu dentro da calça, mas como tem
câmeras o indivíduo foi atuado e levado para a cabine do segurança. O operador
é obrigado de forma discreta fazer a checagem das notas de $ 50, 100 e 200 com
a intenção de encontrar alguma falha na nota que identifique que a mesma é
falsa ou não e esta ação pode encorajar o consumidor a agressividade, por achar
que está sendo desrespeitado por conferir a nota em espécie.
Caso, seja falsa a nota o operador pagará pelo
recebimento da mesma. Leitor, consegue imaginar o estresse que provoca o
dinheiro no operador nos dias que sucederam as comemorações de natal e ano
novo, onde o índice de circulação de notas falsas é maior. Esse estresse
provocado pela moeda de papel se repete todos os dias de modo inconsciente nos
operadores de caixa gerando insegurança, ansiedade. [...] Em sua
obra “Além do Princípio do Prazer” (1920, p.34), Freud afirma: a compulsão a
repetição também rememora do passado experiências que não incluem possibilidade
alguma de prazer e que nunca, mesmo há longo tempo, trouxeram.
Como está a saúde mental, desses operadores em que
tem todos os dias a sua autoconfiança é afetada pela manipulação do dinheiro.
Ao olhar para um operador através de sua aparência física no rosto, quando o
mesmo expressa um sorriso aparenta estar tudo normal, mas é um engano, pois
emocionalmente está abalado na sua estrutura emocional que é imperceptível aos
olhos do senso comum. Por trás do sorriso está oculto a raiva, a fadiga, a
decepção, as preocupações familiares e conflitos na organização e o que você
conseguir pensar.
Clientes pedem desculpas, por inserirem as senhas
erradas nos cartões e bloqueiam o cartão na hora de efetuar o pagamento,
gerando transtorno, ansiedade, raiva nos demais clientes que esperam na fila
para serem atendidos. A pressa para demover-se do estabelecimento é tão grande
que por meio do ato falho esquecem, exemplos, celulares, chave de carro, chave
do apto, itens como papel higiênico, bolachas e o que você conseguir pensar
enquanto lê o artigo.
Alguns clientes depois de causarem algum
desconforto para o operador na hora de realizar o pagamento, acabam pedindo
desculpas e dizem que Deus te abençoe. Projetam por meio do mecanismo defesa
projeção, sobre o operador de caixa o desejo de que Deus abençoe o operador por
pensarem que fizeram algo de errado que encaminha ao sentimento de culpa ou querem
se redimir da falha no momento.
Eu contei com os saberes da psicologia cognitiva ao criar para mim frases
de enfrentamento, para lidar com o manuseio direito com o dinheiro que me
afetou na insegurança e registro de itens no leitor do código de barra, por não
ter registrados itens logo no início que assumi o posto de operador de caixa,
onde fui monitorado pelo setor de monitoria e tive que pagar ao empregador a
quantia de $ 200,00 reais por não registrar itens do cliente.
Exemplos de frases de enfrentamento elaboradas através da psicologia
cognitiva aplica e praticada diariamente para obter resolução de contrariedades
sobre mim. Cito exemplos, como [eu desejo e consigo adaptar-me a este ambiente
hostil e atender consumidores com comportamentos inadequados que geram em mim
emoções de estresse e insegurança por que sou autoconfiante, calmo, paciente e
controlo minhas emoções].
Primeira, [eu desejo e consigo fazer o fechamento do caixa mesmo com
minhas inseguranças porque sou autoconfiante. E terei tempo suficiente para
sair do supermercado e pegar o ônibus]. Segunda, [não sei o quão bem eu farei o
fechamento do caixa até que eu faça.]. Terceira,
[eu desejo e consigo registrar os produtos com código de barras irregulares no
leitor sem duplicar mesmo com dificuldades porque sou autoconfiante e
habilidoso no manuseio do produto próximo ao leitor de barras].
Quarta, [eu desejo e consigo diante dos comportamentos
gestuais e palavras de ofensas do cliente que inspiram intimidação ansiedade
forçando-me a agilizar o atendimento comportar me adequadamente, expressando na
face do rosto calma e paciência com ausência de contrariedades por que sou
autoconfiante].
Quinta, [eu desejo e consigo mesmo me sentindo envergonhado
na presença de clientes, colaboradores e fiscal de caixa do supermercado
controlar a ansiedade por que sou autoconfiante calmo paciente e ajo com
naturalidade.]. Sexta, [não sei o quão bem eu controlo a ansiedade na
frente dos clientes, colaboradores e fiscal de caixa no supermercado até
que eu esteja na presença deles por que sou calmo paciente].
Observo por meio da psicologia do cotidiano, e fico
com raiva dos comportamentos reproduzidos por colaboradores que não aspiram
permanecer mais na organização vendendo a mão de obra e causam sobrecarga em
outros colegas de trabalho, inclusive em mim. Exemplo, começam a conversar com
o cliente depois de efetuado o pagamento na intenção de descansar dos
atendimentos e não registrar os itens do próximo consumidor.
Param descaradamente e conversam com os
empacotadores com a intenção de causar constrangimento no cliente levando o a
procurar outro caixa. Detecto a formação de grupos de colaboradoras por meio do
processo grupal, na dinâmica psicossocial, que se refere a uma rede de relações
equilibradas de poder entre os participantes de um determinado grupo em relação
a outro grupo.
E observo os microgrupos humanos, entendendo-se por
todos aqueles nos quais os indivíduos podem reconhecer-se em sua singularidade
[ou perceberem uns aos outros como seres distintos e com suas respectivas
identidades psicológicas], mantendo ações interativas na busca de coesão que é
a pressão resultante das forças que agem sobre o sujeito para que este
permaneça ligado ao grupo.
Esses grupos agem no horário de refeição, no
horário próximo ao fechamento de caixa, em outras palavras, na troca de turno
dos operadores, onde criam fofocas, gargalhadas, bullying e tumulto. Resolvo
fazer minha própria avaliação sobre o comportamento da empresa e acabo
descortinando que existem várias razões pelas quais as empresas podem não
demitir funcionários que desejam sair, mesmo se estiverem causando problemas.
Aqui estão algumas dessas razões, exemplos,
processo legal complicado como demitir um funcionário, pode ser um processo
complexo e dispendioso, especialmente se houver questões legais envolvidas.
Algumas empresas podem evitar a demissão para evitar ações judiciais ou
acusações de discriminação. O impacto sobre a equipe, uma vez que a demissão de
um funcionário pode ter um impacto negativo na moral e no desempenho da equipe
restante. As empresas podem considerar o custo disso ao decidir se vale a pena
demitir alguém.
A falta de alternativas, as vezes, as empresas não
conseguem encontrar facilmente outro funcionário para ocupar o cargo vago, o
que pode tornar difícil demitir alguém. É difícil de provar, pois, demitir um
funcionário por comportamento inadequado pode ser difícil se as provas forem
insuficientes ou inconclusivas.
Algumas empresas podem decidir tolerar
comportamento problemático para evitar a possibilidade de ser processada por
demissão injusta. Em resumo, há vários fatores que podem influenciar a decisão
de uma empresa de demitir ou não um funcionário que deseja sair, mesmo se
estiver causando problemas. Cabe à empresa avaliar esses fatores e tomar a
decisão que considerar mais adequada para a situação.
Enfrento o problema chamado de quebra de caixa no
final do expediente, onde estou sofrendo com prejuízos monetários e não tenho
como provar que as falhas não procedem das minhas ações, porém incitam em mim a
incerteza, quanto ao meu proceder. Ou ainda, é provável que eu seja capaz de causar
atitude inconsciente tomada no sentido de se vir a cometer um ato de perda, por
avaliar-me com ausência de aptidão que outros operadores tem quanto ao realizar
o fechamento do caixa sem trazer para si prejuízos financeiros, a esta ação
chamo de inveja.
Entretanto hoje, ocorreu o fato em que, certo
cliente ao efetuar o pagamento depois de eu ter registrados seus itens
comprados, me deu a quantia em dinheiro de $ 50,00 reais. E como eu não tinha
troco na gaveta, fui obrigado a acionar a fiscal de caixa para realizar a troca
da nota de $ 50, 00 por notas menores, exemplo, 20, 10, 5 e 2.
Exemplo, uma nota de 20,00; uma nota de 10,00; duas
notas de 5,00 e cinco notas de 2,00 totalizando o valor de $50,00. A fiscal
dirigiu-se até meu caixa e fez a troca, e quando iniciei a contagem das notas
descubro que nas notas de dois reais estava faltando uma nota de dois, porque a
soma de cinco notas de dois totaliza 10,00 reais. Então imediatamente acenei
para a mesma que retornou ao caixa e me depositou mais dois reais.
Conclusão, entendi que a fiscal de caixa é capaz de
induzir o operador de caixa a ter a quebra no final do fechamento, todas as
vezes em que realizar trocas de notas de 50 e 100 e o operador será o
responsável pela quebra no caixa, se o mesmo não realizar a contagem das mesmas
antes de depositar o dinheiro na gaveta.
Entretanto essa contagem as vezes é feita de
maneira muito rápida que é possível passar despercebido a falta de algum valor,
por causa do movimento no caixa de consumidores, no qual se deposita na fiscal
de caixa uma confiança de que está fazendo a troca das notas sem que esteja
faltando alguma.
E mediante este evento, o sentimento de confiança
que eu depositava na fiscal foi imediatamente rompido e agora passo a enxergar
a mesma com desconfiança no quesito troca de notas de 50 e 100, sabendo que foi
provável que a mesma possa ter me encaminhado a quebra no caixa algumas vezes,
no momento em que se formou filas grandes no caixa para atender os
consumidores.
Mediante este fato concluo que esse espaço físico
organizacional, não favorece nem estimula a troca de confiança entre os
colaboradores e isto é muito prejudicial a saúde mental, porque incita a
desconfiança. E trabalhar em local, onde não há o cuidado com a confiança, redireciona
de modo inconsciente o sujeito a agir em todos os meios que estiver inserido
com desconfiança do próximo quando se tratar da manipulação do dinheiro. Até
certo ponto é bom ser um pouco desconfiado, pois indica prudência e compreensão de que na realidade o ser
humano falha e não é perfeito.
Trabalhei em empresas, na qual priorizava a
confiança entre os funcionários, até no sentido de não causar prejuízos a
produção de produtos e agora me encontro inserido num espaço restrito, no qual sou
afetado pela ausência de confiança alheia. Não posso confiar em ninguém dentro
desta organização quando se lida com o manuseio moeda papel, todos são falho e
sou obrigado a voltar o olhar para mim e perceber que também posso falhar, mas
estou fazendo o impossível evitando esta falha, por que já substitui outros
colaboradores no horário de refeição e nenhum deles teve quebra de caixa no
final do fechamento.
Ao mesmo tempo em que a empresa aceita certos
padrões, atitudes e assuntos, tende a ser hipócrita quando são mencionadas as
malignidades comuns aos seus colaboradores. Os colaboradores, de modo geral têm
grande resistência quanto a psicologia e afirma que o mal está no consumidor e
que a hostilidade, a vingança, tortura e inveja pertencem ao outro, na intenção
de generalizar por meio do mecanismo de defesa.
E sempre se inveja o que é bom, já que se trata de
uma imitação do primeiro modelo mãe-bebê. Como dito a cima, não existe inveja
boa já que esse termo está sempre relacionado à destruição, tentar esvaziar as
capacidades do outro, esgotar suas conquistas. Suportar o sucesso de alguém é
estar em constante encontro com os próprios sentimentos invejosos.
A grande maioria dos bebês enfrenta esse conflito,
suporta a inveja e continua o seu desenvolvimento. No entanto lidar com a
inveja não é algo tão simples. Esse sentimento dispara a ansiedade e se para um
adulto conte-la é sabido a dificuldade, imaginem então para um bebê que ainda
não tem completa noção da realidade e se depara com um meio assustador e
desconhecido.
Existem mecanismos de defesa internos, que defendem
o sujeito dessa ansiedade e uma das formas encontradas pelo aparelho psíquico é
expulsar esse mal angustiante de dentro e depositá-lo no meio ambiente. Quando
isso ocorre, o meio externo passa a ser sentido como perseguidor, exemplo posso
estar fantasiando por meio do mecanismo defesa fantasia que outros
colaboradores anseiam por prejudicar-me monetariamente.
Pois, observo, por exemplo, comportamentos de
operadores com segurança na contagem das notas e moedas e ao dar o troco para o
cliente e penso que não tenho essa destreza. Porém, compreendo que essa
segurança se faz presente quando a fiscal de caixa realiza a troca em dinheiro
sem cometer falhas. Essa sensação de insegurança é proveniente da inveja, mas
passa a ser depositada em caráter defensivo na realidade.
Em verdade o colaborador adquiriu essa confiança
com o tempo, mas o sentimento interno de que o meio ambiente oferece
perseguição é intenso a ponto de se acreditar nessa fantasia. Ou ainda, será
legítimo que eu encontre na quebra de caixa uma queixa aplausível para a
pratica da demissão silenciosa, ao descortinar que as fiscais de caixa também falham
e comprometem o fechamento do operador de caixa lhe atribuindo o ônus da
reponsabilidade pelos seus atos de falha.
Eu na posição de operador de caixa sou capaz de
sentir culpa, por ser inferior e fantasio com aquilo que penso fazer-me falta,
seja, bens materiais, pós graduação, desembaraço no fechamento de caixa,
autoconfiança e o que você pensar a respeito do que é a inveja.
Acredito ser merecedor daquilo que fantasio, e
quando a realidade não me proporciona o que eu sinto ser merecedor, o ódio e a
humilhação são projetados para um ou mais colaboradores de caixa / e ou fiscal
de caixa, ao qual eu possa não considerar estar ao meu nível, técnico/ e ou acadêmico,
não tendo por isso direito a ter aquilo que aquele colaborador de caixa tem. [..]
Klein (1974) afirma que a inveja primária, mais antiga que o ciúme, é uma
phantasia sádica de impulsos orais e anais dirigidos a um objeto parcial – o
seio – que não só fica despojado do que possui de bom, como também recebe toda
a maldade. Entende ela que isso se deve ao ego, que a serviço da pulsão de vida
desvia a pulsão de morte para o seio externo para livrar-se dessa ameaça
interna.
Por isso, a inveja é assim um estado em que o operador
pode ou não ter noção, porém despoleta neste o sentimento de cobiça, de
vingança, sentimentos estes que são causados pelo sentimento de inferioridade
em relação aos outros que o atormentam.
A inveja, por sua vez, é a sensação de desconforto,
raiva e angústia perante a constatação de que outra colaboradora possui objetos,
qualidades, habilidades para executar um fechamento ausente de dolo financeiro,
mesmo com ausência de uma formação acadêmica/ e ou técnica e expressa boas relações
com o papel moeda que o operador gostaria de ter, mas não tem por enxergar o
dinheiro ao qual está manuseando velho, amassado, rasgado pela falta de cuidado
das próprias pessoas com as notas que lhe aviva o nojo/e ou desleixo ou ainda por
outros motivos recalcados e reprimidos não latentes, digo, que ainda não se
manifesta exteriormente, mas pode vir a estar.
Os clientes realizam o pagamento com dinheiro que
está todo amarrotado, o vulgo dinheiro de bêbado e isso passa uma imagem
péssima para o operador que está recebendo a quantia, e precisa deixa-lo de
modo aceitável para entrar em circulação novamente nas transações. O descuido
com o dinheiro é percebido as vezes no modo de vestir do consumidor, na forma
como guarda o dinheiro amassando-o com medo de perder por falta de bolsa, bolso
na calça.
E neste cenário a inveja em senso comum também se
designa como o ato de não querer partilhar os seus bens, do seu conhecimento
técnico, do seu saber acadêmico com ninguém. E por sentir-me faltoso desta
confiança, é possível que inconscientemente estou punindo-me ao causar prejuízo
monetário no fechamento do caixa esporadicamente ao dar troco a mais para os
consumidores.
Reconheço que, posso falhar neste ambiente por não
ter as particularidades que os colaboradores conquistaram através da pratica e exercício
diário no manuseio, com o dinheiro que é fonte para gerar o estresse,
desconfiança e a inveja por ter uma má relação com a bufunfa devido a
ociosidade involuntária a qual fui submetido por longo período [o desemprego].
Entretanto diferencio a contingência no sentido de
o operador falhar no caixa do outro por diversas razões, exemplo, cansaço
mental, fadiga física, estresse, indisposição, má vontade, antipatia com o
outro e outros. Finalizo novamente diante do inevitável, arcando com os prejuízos,
mesmo depois de outro colaborador operar no meu caixa enquanto estou no horário
de refeição, indicando que neste sistema organizado pela empresa um operador
pode atuar no lugar de outro se isentando de assumir responsabilidades perante
as falhas no cuidado com o dinheiro ao dar troco errado.
E não tem como evitar essa situação pontual que se
repete no cotidiano. Isto gera estresse, insegurança e desconfiança
encaminhando o operador a desconfiar dos seus próprios colegas de trabalho,
inclusive de si mesmo. O próprio ambiente inseguro oportuniza e fornece as
contingências para a reprodução de pensamentos de insegurança, desconfiança e
isso afeta a autoestima do sujeito. Um sujeito trabalhando em ambiente que
promove a desconfiança, é redirecionado de modo inconsciente a reproduzir essas
ações com outras pessoas na sua vida, dentro da família, nas amizades, no
casamento dentre outros.
Analiso de forma detalhada o comportamento do
consumidor que vai efetuar o pagamento em dinheiro com notas de $50 e $100
reais. E no interim que a gaveta do caixa é aberta e o consumidor enxerga que o
operador não tem o troco ansiado e tem que mobilizar a fiscal de caixa com a
finalidade de trocas as notas por menor valor. O cliente encerra a sua atitude
expressando inquietação, nervosismo por meio de expressão no rosto e gestos
corporais, onde coça a cabeça, passa a mão no rosto, cruza os braços e chega
até se posicionar com atitude de super homem na intenção de gerar intimidação.
Está transmitindo a mensagem para o operador de
caixa por meio de gestos, que não está gostando da demora para recuperar o seu
troco e a ansiedade para locomover-se imediatamente do estabelecimento é nítida,
e neste momento o operador de caixa pode ser afetado pela pressa do mesmo e dar
lhe troco a mais ou menos e não realizar a contagem das notas recebida das mãos
da fiscal e sofrer uma quebra de caixa no final do expediente.
Esses mesmos consumidores, alguns deles entram no
supermercado tranquilos e passeiam pela loja contemplando os itens como se
estivem passeando dentro de um shopping e depois anseiam desesperados sair do
local, pensando que o operador é uma máquina, entretanto de modo inconsciente é
este o pensamento que alguns clientes tem em relação aos operadores, são
máquinas registradoras, por exemplo. No passado o termo, caixa registradora, é
um dispositivo mecânico ou eletrônico que serve para calcular e registrar
transações de venda, e possui uma gaveta para armazenar o dinheiro.
Os maiores problemas encontrados na frente de
caixa, onde frente de caixa é tudo que está diretamente ligado à venda final ao
consumidor, é onde temos os operadores de caixa que registram as vendas. Exemplos,
falta de meios de pagamento; atendimento lento e não ágil; processos arcaicos;
falta de previsão de demanda; não usar software e equipamentos certo. Eu
convivo com essas contrariedades todos os dias, isto significa, que estou
dentro de uma zona de insatisfações, ou por outra, convivo na compulsão a
repetição destes problemas diários que mais uma vez chamo de o inevitável.
Apercebo-me, exemplo, sendo uma espécie de banco
depositário das mazelas e prazeres que representam o dinheiro para o consumidor
que vem ao supermercado. Uma caixa, onde são depositadas as emoções de raiva,
as frustrações, angustias, ansiedades, medo no interim que o cliente não
alcança seu objeto inconsciente/ e ou consciente e não se pode argumentar para
não sofrer com as consequências. É sofrer calado todos os dias, engolindo sapo.
O mecanismo de defesa medo que serve para ser auto
protetivo é acionado constantemente com a finalidade de não levar o operador a
perda do controle e ser demitido por justa causa, porque infelizmente no
ambiente supermercado a prioridade é o cliente, ou seja, ele sempre tem razão
por mais errado que esteja.
Certa cliente “me relata na boca do caixa que
gastou duas horas para realizar a sua compra e queria sair dali imediatamente
porque estava com pressa” (SIC). Ouvi calado e não lhe dei resposta alguma, mas
pensei comigo: o que eu tenho a ver com a sua ansiedade e naquele momento me
dispus a passar a compra com calma a fim de não ser afetado pela sua angustia e
causar prejuízo financeiro a mim mesmo. Mas, percebi que a cliente não estava
satisfeita com a minha atitude e expressava o desconforto através do corpo, movendo
de lugar os itens na esteira ao qual já estavam posicionados. Existem muitas
outras situações que seu for descrever o artigo ficará imenso.
Outro exemplo real, foi a consumidora chegou a
frente de caixa para registrar seus produtos no horário de fechamento, e “disse
para mim em voz alta. Esses clientes que chegam ao supermercado no horário de
fechamento e falou eu sei como é, porque sou operadora também.
Então lhe respondi: não vou nem responder, mas
pensei calado; se a mesma sabe que não é legal ter esse tipo de comportamento,
porque reproduz o comportamento com outros operadores, se não gosta que façam
com ela o mesmo” (SIC). Enxergo que diante do inevitável não adianta argumentar
com a consumidora; porque todos os dias se repete a compulsão a repetição do
consumidor atrasado que não respeita o horário de fechamento do
estabelecimento, muito menos está interessado em praticar a empatia com o
operador de caixa. A grande maioria não saber sequer o que é, e muito menos se
tem essa competência comportamental em si.
São clientes faltos de empatia, que olham para o
operador de caixa e pensam que não passam de um serviçal, que estão alí para
serem servidos e que o operador de caixa tem a obrigação de recebe-los, com a
máxima educação e cortesia sem reclamar ou murmurar., porque são eles quem
pagam o salário do operador através do empregador.
Outro fato no mesmo dia ocorre em que a cliente
chega a frente de caixa com seus itens e começa a depositar os mesmo sobre a
esteira dizendo “ah, como estou pressa, pois tenho compromisso” (SIC). Começo a
registrar os itens e finalizo a compra e no momento de efetuar o pagamento no Pinpad,
a mesma procura o cartão dentro da sua bolsa e não encontra. E me diz; moço
esqueci meu cartão no carro, eu vou busca-lo. Respondi: ok” (SIC).
Logo em seguida aproxima-se outro cliente com a
intenção de depositar a compra na esteira e lhe respondo. Estou aguardando a
outra cliente efetuar o pagamento e vai demorar. Então o cliente me pergunta:
“porque vai demorar; lhe respondo: a cliente esqueceu o cartão no carro e foi
buscar” (SIC). O cliente sai dali indignado e me responsabiliza por passar as
compras da cliente que está sem o cartão no momento, causando o maior alvoroço
em outro caixa.
Por meio do mecanismo de defesa ato falho, é
possível interpretar que a cliente tinha o desejo inconsciente de fazer a
compra no supermercado, mas dissimuladamente não tinha desejo de efetuar o
pagamento, a intenção encoberta era levar a compra para sua residência de modo
gratuito, sem pagar. Ou ainda, desejava causar um tumulto no caixa com a
intenção disfarçada de ser penalizada por outro consumidor por algum ato de
infração cometido antes da chegada ao supermercado. E no final pela atitude
escondida da cliente eu amargurei-me, porque o outro consumidor tentou me
responsabilizar pelo ato da cliente.
Descrevo agora como funciona a quebra de caixa,
onde existem vários motivos que podem levar à quebra de caixa no fechamento
pelo operador de caixa, incluindo, erros de contagem, na qual o operador de
caixa pode contar o dinheiro incorretamente ao fechar o caixa, resultando em
uma diferença entre o saldo esperado e o real.
A falta de dinheiro, pois o operador de caixa pode
ter perdido ou roubado dinheiro ao longo do dia, o que resultaria em uma quebra
de caixa no fechamento. Transações não registradas, se o operador de caixa não
registrar corretamente as transações durante o dia, isso pode levar a uma
quebra de caixa no fechamento.
Desvios financeiros, onde o operador de caixa pode
estar desviando dinheiro para sua própria conta, o que resultaria em uma quebra
de caixa no fechamento/ e ou outro operador ou fiscal de caixa pode subtrair
dinheiro de modo indevido do caixa deixando a responsabilidade para o operador.
Problemas técnicos, são problemas com os sistemas de pagamento ou computadores
podem resultar em transações não registradas ou erros de contagem, levando a
uma quebra de caixa no fechamento.
Reparo nos vícios de
Linguagem que são alterações defeituosas das normas da língua padrão, provocadas
por ignorância, descuido ou descaso por parte do falante, dentro do
supermercado. Vícios de linguagem no mundo corporativo, onde de maneira menos
ou mais intensa, todos os profissionais em uma empresa/ e ou instituição
precisam lidar com a linguagem para exercerem suas funções.
Para cargos de chefia,
fiscal de caixa/e ou coordenador, expressar-se bem é essencial, pois para
coordenar pessoas é preciso passar as mensagens de maneira clara e direta. Porém,
neste ambiente não é prioritário expressar-se bem por meio da linguagem, pois a
linguagem que predomina é a da gíria, né, de malandro.
Como atualmente grande
parte da comunicação é feita pela linguagem verbal, os profissionais devem
sempre estar atentos ao seu português. Incorreções podem criar uma imagem
negativa, além de causar ambiguidades na interpretação.
Os erros recorrentes,
também conhecidos por vícios de linguagem são responsáveis por muitos desses
problemas. Toda esta forma de funcionar, o controle, o medo, o controle do medo
implícitos nesta relação do colaborador com cliente, liderança e com a
linguagem no espaço de trabalho, traz uma série de consequências, por exemplo,
uma espécie de contaminação no operador de caixa por este sistema de ideias,
pensamentos e sentimentos, ideologia.
CONCLUSÃO
A organização pode ser
complexa, como as empresas, ou mais simples, como um pequeno estabelecimento,
uma entidade não governamental. De todas as maneiras, é onde vão se manter e
reproduzir as instituições sociais, isto significa, é na organização que vamos
dar vida ao conjunto de regras que estabelecemos para a convivência em grupo.
Assim, tanto as instituições quanto as organizações somente existem em função
de um conjunto de pessoas que reproduzem e, às vezes, reformulam as regras e os
valores do grupo. [...] A instituição é, pois, “um valor ou regra social
reproduzida no cotidiano com estatuto de verdade, que serve como guia básico de
comportamento e padrão ético para as pessoas em geral [...] é o que mais se
reproduz e o que menos se percebe nas relações sociais” (BOCK, 1999, p. 217).
Os operadores de caixa
são tomados por sentimentos e emoções contraditórias quando em situações de
tumulto, agressões ou de frustrações. Pensando em termos da teoria do estresse,
verifica-se claramente o estado de alerta que é disparado a partir de um
estímulo de perigo e as reações de fugir ou de lutar o que leva ao esquecimento
até de apertar uma simples tecla do teclado do computador.
Evoco na teoria de
Piaget que é equilibração, assimilação e acomodação e ao recordar os conhecimentos
que estão na memória que julgo serem apropriados para serem descrito no texto
porque já foram contextualizados antes na pratica do cotidiano. Piaget defende
que o indivíduo se desenvolve a partir da ação sobre o meio em que está
inserido, priorizando, a princípio, os fatores biológicos que podem influenciar
seu desenvolvimento mental. Dando ênfase em seus estudos ao caráter construtivo.
A Psicologia de Piaget
está fundamentada na ideia de equilibração e desequilibração. Quando uma pessoa
entra em contato com um novo conhecimento, há naquele momento um desequilíbrio
e surge a necessidade, de voltar ao equilíbrio. E constato na realidade que
entrei em contato neste tipo de trabalho exercido através da função de
operador, com um novo conhecimento que gerou desconforto, insatisfação que me
movimenta a carência de regressar ao equilíbrio de novo.
Deste modo estou
sempre procurando me valorizar e reconhecendo que sou um ser humano em
constante evolução até o final dos tempos, na tentativa de subtrair o máximo de
aprendizado através das contingências do ambiente e das minhas qualidades e
imperfeições.
E interpreto o
esquecimento de itens pessoais no balcão do caixa pode ser analisado pelo
mecanismo de defesa ato falho e pelo processo básico, onde constata-se que a
ansiedade causa na memória e na atenção seletiva priorizando outros estímulos
capazes de desencadear no cliente o esquecimento de itens importantes comprados
ou particulares.
Passei por esse
esquecimento, no primeiro dia do meu trabalho ao não registrar alguns itens do
cliente. Fui monitorado e sofri, com a punição o pagamento por não registrar
alguns itens de alimentos. Onde me dispus a elaborar frases de enfrentamento
para defrontar-me diariamente com a ansiedade, insegurança oriundas dos agentes
estressores no ambiente supermercado.
O operador de caixa fica
chateado também quando, o cliente desloca sobre ele suas frustrações, ansiedade
por encontrar preços altos. O operador sente medo vivendo impasses no ambiente
que promove a insegurança psicológica. Desta forma, o operador convive com a
ideia da ansiedade, do tumulto, da agressão desvelada ocasionada pelo cliente durante
todo o tempo em que está no seu caixa e mesmo quando está fora dele reproduz
inconsciente esses comportamentos na sua folga, na sua casa e outros lugares.
Este sentimento de
violência, de defesa, de briga e de insatisfação está presente em várias
situações e ultrapassa os muros do supermercado interferindo diretamente na
vida pessoal, familiar e, mais ainda, introduzindo um elemento novo que é um
processo de desumanização do colaborador, uma espécie de embrutecimento, de
afastamento dos sentimentos como solidariedade, confiança no outro, amizade e
respeito.
A necessidade de se
adequar ao grupo de trabalho, de manter o vínculo empregatício, fazendo com que
o operador de caixa se adeque, rompe barreiras internas para se adaptar ao que
pedem dele, leva a mudanças bruscas e rompimentos, seja com posturas, valores
morais e outros.
O supermercado é dotado de força coerciva. Em certa
medida, a qualidade está implícita no poder essencial que a empresa exerce
sobre o colaborador, na qual consiste justamente no fato de que a mesma tem
existência objetiva e não pode ser afastada por ele. No entanto, se acontecer
que este não note o fato, esquecendo-o mesmo ou, o que é pior queira modificar
o estado de coisas existentes, é nesta oportunidade que muito provavelmente a
força coerciva da organização se apresenta de forma agressiva.
E assim podemos aferir que, os supermercados não
são unicamente formas ou estruturas de organização social, elas são também
representações coletivas sempre mais ou menos valorizadas, constituindo esta
valorização um elemento essencial da sua eficácia.
Em se tratando da
hierarquia paternalista, que estrutura elementos que a compõem e se organizam
de maneira que todos dependem de um só em particular dirigente. Assim, em uma
hierarquia, o que se consegue é que todos os elementos sejam organizados de
forma vertical, onde um prevalece sobre os demais, alguns subordinados sobre os
outros e assim respectivamente.
Este tipo de estrutura
é utilizado em muitas redes de supermercado, mas com o passar do tempo vão
deixando de lado em pró de outras mais eficientes. Ou melhor dizendo, atina-se
a ineficácia no sistema hierárquico. No entanto, a hierarquia não serve apenas
para explicar uma determinada estrutura social. Algumas descrições de certos
fenômenos podem ter uma estrutura hierárquica tirânica como rebelião/ e ou
tumulto, crises no governo, conflitos familiares e outros.
Gostaria de poder
realizar algum tipo de intervenção na organização, a fim de causar motivação
intrínseca e extrínseca nos colaboradores, porém sei que se for descortinado
que sou psicólogo para gerência serei afetado até com perda do trabalho. Por
isso sigo em frente no anonimato como forma de, preservar meu trabalho para que
eu possa alcançar meus objetivos e construir meu caminho da forma que se
apresenta e exige que eu esteja fora da zona de conforto do consultório, mas
contextualizando as extensões da psicologia na prática e no campo.
A empresa é regida
pela cultura da diversidade, onde emprega pessoas portadores de alguma
necessidade especial e convivo com empacotadores com autismo. E esta ação é
maravilhosa, o que vossa mercê acha? A diversidade nas organizações significa
ter uma equipe de colaboradores composta por pessoas de diferentes grupos
culturais.
Nesse sentido,
trata-se de partir do princípio de que a condição social, orientação sexual,
raça, religião, meia-idade, portadoras de alguma necessidade especial, dedica-se
a inclusão de funcionários de diferentes origens, raças, orientações sexuais e
visões políticas. O termo diversidade cultural estimula um ambiente de
inclusão, com representantes de diversas origens que se reúnem para trabalhar
em equipe.
A princípio a
diversidade nas empresas promove um ambiente de trabalho saudável, bem como
incentiva a troca de experiências entre diferentes perfis profissionais. Contudo
constato a presença do bulliyng entre os colaboradores, sendo que o bullying é
a prática de atos violentos, intencionais e repetidos contra uma pessoa
indefesa, que podem causar danos físicos e psicológicos às vítimas. O bullying
é traduzido como o ato de bulir, tocar, bater, socar, zombar, tripudiar,
ridicularizar, colocar apelidos humilhantes e outros.
A violência é
praticada por um ou mais indivíduos, com o objetivo de intimidar, humilhar ou
agredir fisicamente a vítima. O bullying geralmente é feito contra alguém que
não consegue se defender ou entender os motivos que levam a tal agressão.
Normalmente, a vítima teme os agressores, seja por causa da sua aparente
superioridade física ou pela intimidação e influência que exercem sobre o meio
social em que está inserido.
O bullying pode ser
praticado em qualquer ambiente, como na rua, na escola, na igreja, em clubes, na
família, no trabalho e por aí vai. Muitas vezes é praticado por pessoas dentro
da própria casa da vítima, ou seja, pelos seus próprios familiares.
Então como um ambiente
pode ser considerado saudável na cultura da diversidade se existe a presença do
Bulliyng, a falta de manutenção nos equipamentos, a ausência de ergonometria
adequadas, a falta de profissionais dotados de competências comportamentais, isto
não passa de uma utopia, uma ideologia.
O intuito da cultura
da diversidade é garantir a motivação e o aumento da produtividade dos
colaboradores, fatores que podem aumentar a competitividade da empresa no
mercado em que atua. Porém, reconheço que no ambiente o olhar é voltado para o
reforço da produtividade e ausente da motivação dos colaboradores.
Os principais tipos de
cultura organizacional são a cultura de poder, cultura de pessoas, cultura de
tarefas e cultura de papéis. Cada uma delas apresenta um foco específico,
vantagens e desvantagens. E mediante o
inexorável aprendo a me questionar, o que eu quero com o meu trabalho, e o que
eu quero com a minha vida. Pensar na vida fora do trabalho e trazer ferramentas
para que a profissão não seja protagonista é evitar o esgotamento. Além disso,
cuidar de si mesmo.
O simples fato de você melhorar sua qualidade de vida já é um
autocuidado. Neste momento o que eu quero com meu trabalho? É ter a capacidade
de distanciar-me psicologicamente dele, enquanto escrevo esse relato de
experiência. E não quero com o meu trabalho é ser alienado da técnica de
apertar botões.
E agora procuro descortinar através do autoconhecimento olhando para o
que me angustia, e pensar na situação de como cheguei nesse lugar. E o que faço
a partir dessa compreensão sobre a ansiedade e quais caminhos para demover-me
da situação. Então repensei na situação e cheguei a conclusão de que [Cheguei
até aqui como operador de caixa por causa do desemprego e da pandemia que gerou
a perda de clientes, e por não ter oportunidades para exercer a psicologia
social, hospitalar em instituições por estar na meia-idade e também por não ter
experiência exigida.
E por tanto não adianta brigar com o irrevogável, que é o preconceito
desvelado pelas organizações nos processos seletivos quando se está na
meia-idade]. E neste período de desemprego fui amparado por uma prima e seu
esposo que me custearam com certa quantia mensalmente.
E o que faço a partir desse entendimento
sobre a angústia? não desejo regressar a
compulsão a repetição do desemprego. E quais são os caminhos para permanecer
fora da linha do desemprego? Entender de que não adianta, demitir-se deste
ofício e empregar-se em outro igual noutro ambiente organizacional, por que as
dificuldades serão as mesmas apenas o que muda são os atores estressores.
Buscar aprender a elaboração, de estratégias que possam amenizar o
estresse no cotidiano. Aprimorar nas minhas interpretações de sonho com a
intenção de ser capaz de redirecionar o cliente no consultório, seja online/ e
ou presencial a sua própria interpretação de seus sonhos e resoluções de
queixas. Aperfeiçoar no autoconhecimento e regressar a trajetória da psicologia
novamente e seguir avançando na evolução pessoal.
Continuar trabalhando como operador de caixa até que surja uma
oportunidade para atuar como psicólogo em alguma posição, prospectar clientes
nas redes sociais, atuar em trabalhos voluntários como tenho feito no CREAS
LGBTQI+ e na Rede Mario Gatti. E principalmente permanecer aplicando e
aprimorando as minhas soft skills que me auxiliam na jornada diária do
trabalho.
E conservar-me fazendo uma atividade, que me faça bem em qualquer
momento. Eu faço exercício físico e sei que ele tem o potencial de fazer eu me
sentir melhor, seja em um dia difícil ou em um dia comum. Entretanto, quando o
estresse bate, eu penso, vou me equilibrar fazendo o meu exercício e
controlando as minhas emoções.
Posso aplicar a técnica da respiração enquanto estou registrando os itens
dos consumidores com a intenção de aliviar o estresse. Criei o hábito de antes
de entrar em trabalho, enquanto estou no trajeto sentado no ônibus, de ouvir
músicas no sentido de trazer relaxamento mental, exemplo, a playlist do artista
The Beloved no álbum Conscience no Spotify, Yotube sinfonias clássicas orquestradas;
Regeton em espanhol e outras a fim de encarar o estresse do ambiente.
E compreendo que a música tem um papel importante em nossas vidas, pois a
música também está relacionada ao processo educativo, pois contribui para a
ativação da memória e do raciocínio lógico. Ela desenvolve algumas áreas do
cérebro de formas que nenhuma outra linguagem é capaz, tornando-as mais
poderosas. Além disso, também auxilia no aprendizado matemático e na percepção
espacial.
A ansiedade no ambiente organizacional supermercado origina sintomas de
insegurança psicológica, exaustão, estresse e esgotamento físico emocional que
pode iniciar a síndrome de Burnout. Por tanto, se faz necessário retirar o
crachá no final do expediente, abandonar os conceitos sociais de alta
performance, produtividade e multitarefa para dividir o horário do trabalho e o
horário fora do trabalho.
Concluo que a importância do setor supermercadista para o Brasil já era
enorme antes mesmo do surgimento da Covid-19. São cerca de 3 milhões de
empregos diretos e indiretos gerados, mais de 91 mil lojas espalhadas pelo País
e um faturamento de 554 bilhões, só ano de 2020, o que representa 7,5% do PIB
brasileiro.
Vejo também que um bom gerenciamento de supermercado consiste em ser
capaz de oferecer aos seus clientes o que eles procuram. Portanto, é importante
ter uma boa diversidade de produtos, bons preços, bom atendimento e um bom
ambiente de compra. Mas, o Ativo ou capital humano deveria ser o bem mais
valioso que uma companhia pode ter.
O termo capital humano representa o valor agregado aos colaboradores por
meio de suas experiências, conhecimentos técnicos, comportamentos, habilidades
e competências pessoais, entretanto os supermercados não enxergam deste modo,
pois a grande maioria de redes não se preocupa muito com o capital humano que
deveria ser o seu maior bem. Pelo simples fato de não existir a psicologia
organizacional.
Uma rede de supermercado composta com mais de 100 colaboradores é
suficiente no quadro de funcionários para se ter no RH um profissional da
psicologia organizacional, mas infelizmente isto não acontece. Diante deste
cenário, fico entristecido porque sou formado em psicologia e não posso simplesmente
fazer nada para mudar o panorama contribuindo para melhorar a qualidade de vida
e saúde mental dos envolvidos na loja, se o empregador não desejar mostrando
interesse em ter no RH um profissional da psicologia.
O aprendizado das soft skills pode ser adquirido e treinado também. Elas
são habilidades subjetivas e dependem de um processo interno para que elas despertem
na pessoa. A busca do autoconhecimento, aprimorando sua inteligência emocional,
pode levar ao aperfeiçoamento de suas soft skills. Considero que colaboradores
com soft skills aprimoradas seriam de grande valia no atendimento ao cliente na
função de operador de caixa. Penso no futuro em montar um grupo com a
finalidade de desenvolver e aprimorar as competências comportamentais, já
existentes nos indivíduos por meio das dificuldades que os sujeitos encontram
no ambiente de trabalho.
Um sujeito repleto de soft skills é capaz de reproduzir ações de acordo
com a contingência do ambiente ao qual está inserido, seja familiar,
organizacional, esportivo, lazer, entre os amigos e o que você pensar agora que
lê o artigo. No ambiente supermercado a prioridade é dada no aspecto do
sorriso, como se um bom sorriso fosse a garantia para suportar a agressividade
do cliente insatisfeito e que o profissional estaria imune ao adoecimento
psicossomático.
É logico que o “bom dia” ou “boa tarde” ou “boa noite” é importante no
atendimento ao cliente, mas percebo como um aspecto vazio usado apenas como
reprodução mecânica. Muitos nem sequer recordam do significado desta palavra.
Bom dia é uma expressão usada para saudar as pessoas durante toda a
manhã, até o horário de meio dia. A saudação de "bom dia" além de ser
um cumprimento significa o desejo de que o outro tenha um dia tranquilo. Após o
horário de meio dia, a saudação passa a ser "boa tarde", que é
utilizada até o cair da tarde.
Sou grato também a professora e supervisora de psicanálise Regina Cirian,
a qual no final do estágio me orienta dizendo: “Ayrton leia tudo que puder
sobre diversos assuntos” (SIC). E a partir deste momento me dispus a ler vários
artigos nas plataformas da Unicamp, Scielo. E as vezes no interim que estou caminhando
em alguma rua, avenida ou até praça e vejo algum folheto jogado no chão pego o
folheto e leio, no sentido de extrair desta leitura algum tópico para aprimorar
meu repertório de conhecimentos.
Apendemos tanto em psicologia social sobre o preconceito, estereótipo e discriminação
que presenciei de modo desvelado nas instituições o preconceito contra a
meia-idade nos processos seletivos. E não adiante brigar, revoltar-se contra as
organizações, com os empregadores que instituíram as mesmas e constituíram as
regras e normas através da hierarquia.
Nem ao menos tentar responsabilizar, o psicólogo que está empregado na
instituição na posição de recrutador, porque está ali seguindo normas e
preceitos do regime hierárquico ao qual escolheu se submeter.
Só resta diante do inevitável é procurar por meio do mecanismo de defesa
substitutivo, substituir temporariamente o cargo de formação acadêmica por um
ofício de menor valor para conseguir sobreviver na sociedade capitalista.
Compreendo que para sobreviver, somos capazes de fazer qualquer coisa até nos
adaptarmos ao desconforto para permanecer vivo.
E não vejo nada de humilhante um acadêmico trabalhar em uma ocupação abaixo,
mas os olhares do senso comum de outros repletos de estigmas que não romperam ainda
seus tabus enxergam como fracassado aquele profissional.
Apercebo que um profissional com formação acadêmica exercendo uma
ocupação simples, deve sim ter uma boa autoestima e bom autoconceito de si
mesmo a fim de escapar das avaliações maldosas feitas sobre sua pessoa por
outras. Por isso trabalhar no sentido de desenvolver a autoestima, usando a
contingência que o próprio ambiente oportuniza é um meio de crescimento, seja
qual for o ambiente organizacional que um profissional estiver inserido.
Aquilo que não se pode evitar/e ou escapar serve para ressignificar a
situação repensando meios para mudar ações, serve para crescimento, evolução
pessoal e encontrar outra saída através daquilo que não se pode mudar ou ser
capaz de aceitar e permanecer no local enxergando como oportunidade temporária.
Já o mercado de trabalho é bastante diversificado quanto aos tipos de
emprego. As oportunidades variam em relação à autonomia, segurança no cargo,
oportunidade de crescimento, período de contratação e flexibilidade de
horários, entre outras características. Saber as diferenças entre as
oportunidades é muito importante para planejar a carreira e, até mesmo, para
direcionar a qualificação profissional.
Aliás, também pode ajudar bastante na hora de escrever o currículo
profissional ou participar de uma entrevista de emprego, quando é preciso se
mostrar alinhado com a oportunidades oferecidas. Imagine uma fábrica de pneus,
para produzir e fazer funcionar precisa de pessoas para atuar em vários setores
e principalmente, vender o produto.
Então, o mercado de trabalho é formado por empresas de diversos segmentos
que oferecem oportunidades de emprego para profissionais exercerem as suas
habilidades, conhecimentos e experiências. Existem muitas vagas de emprego,
assim como muitas pessoas à procura de trabalho.
É um mercado bastante competitivo e vence aquele que for diferenciado,
mas para isso não basta ter qualificação e experiência, as empresas buscam
pessoas que sejam criativas, dedicadas, voltadas para resolução de problemas,
com capacidade para tomada de decisão. Ou em outras palavras, candidatos que
além de habilidades técnicas possuam competências comportamentais ou Soft Skill
e Hard Skills.
Depois de ter passado por muitos processos seletivos apreendi a enxergar
claramente, o preconceito descortinado nas organizações contra a faixa de idade
50+ por diversas razões, exemplo, capacidades
físicas dos idosos, pois, muitos profissionais jovens ainda acreditam que
idosos não têm plena capacidade física e cognitiva para exercer determinadas atividades
profissionais, falta de familiarização com tecnologia, falta de vigor físico,
frequência no trabalho irregular, adoecimento com facilidade e o que você
pensar enquanto lê o artigo.
A principal diferença é que essa faixa etária tem dificuldade em
memorizar o passo a passo para acessar os softwares e aplicativos, por isso
precisam de uma sequência bem determinada para aprender. Não podemos sair do
padrão é o pensamento dos empregadores. Hoje vive-se mais, entretanto, mesmo
sob essa revolução da longevidade, as empresas geralmente optam pela
contratação de jovens e rejeitam os mais velhos.
O preconceito faz com que os 50+ tenham dificuldade em se manter ou se
recolocar no mercado. Entretanto, os idosos usualmente precisam competir com os
trabalhadores jovens, mais qualificados, além de enfrentarem a estigmatização
social, o que dificulta a sua permanência no mercado de trabalho. As políticas
vigentes ainda são insuficientes para incorporar a população mais idosa no
processo produtivo.
E diante deste panorama caótico carregado de estigmatização me avalio
dentro do sistema e atino que não existe no mercado de trabalho a fatia do bolo
que desejo. Em outras palavras, o mercado de trabalho é um conceito de trocas
entre pessoas que buscam emprego e as empresas que oferecem vínculo
empregatício.
Melhor dizendo, quem quer trabalhar oferece a sua força de trabalho e
quem precisa de mão-de-obra oferece uma remuneração em troca desta
especialidade, que chamo de fatia de bolo. A fatia tão esperada para os
candidatos com 50+ que são formados em alguma universidade ou com formação
técnica parece não existir.
Nem ao menos existe a fatia de bolo, os clientes para todos os psicólogos
formados no Brasil, isto é uma realidade por que há clientes que precisam de
terapia, mas se recusam a fazer parte do bolo. Perante isto a Gestalt a soma
das partes que é o todo fica incompleta neste evento psicólogo-cliente. O
objetivo principal do mercado de trabalho, é a interação entre quem oferece um
trabalho [empregadores] e quem busca trabalho [profissional].
Por tanto o objetivo é atender a demanda dos profissionais e necessidades
das empresas e, assim, movimentar a economia do país e dos empregadores, porém
como é que o profissional com 50+ movimenta sua própria economia estando fora
do mercado de trabalho. No mercado de trabalho, ser protagonista significa
tomar as próprias decisões e assumir a responsabilidade pela sua vida
profissional. Quando uma pessoa tem esse valor, ela não permite que o seu
destino fique nas mãos da empresa, logo tem comprometimento com entregas e
autoconfiança.
O mercado de ofertas de trabalho é dividido em 3 setores, são eles, setor
primário, que envolve a produção de matéria-prima, exemplo, agropecuária. Porém
no setor secundário, este envolve a transformação de matéria-prima em novos
produtos, exemplo, a indústria multinacional. E no setor terciário, envolve a
prestação de serviços, exemplo, venda de consultorias empresarias, telefonia e
internet, supermercados, lojas comerciais, hospitais, clinicas e consultórios. Eu
estou no terceiro setor de prestação de serviços é onde atuam os supermercados
e você está onde?
Só resta ao psicólogo, buscar uma fatia do seu bolo no mercado de
trabalho em ofícios que não exigem conhecimento acadêmico e construir seu
caminho do modo como as situações se apresentam sem fugir da realidade. Este é
um horizonte desmotivador e real que acontece na vida de alguns psicólogos, que
são obrigados a vestir a máscara social apagando a verdadeira identidade
profissional ao ocupar vestindo-se com um serviço simples de apertar botão e
tornar se invisível no meio ao qual está inserido, pois, não se pode mudar nem
evitar o inelutável que se manifesta, porque na vida real não existe super homem.
Ocultando e reprimindo a verdadeira identidade profissional que foi
construída ao longo de 05 anos a qual escolheu apresentar e praticar na
sociedade a fim de contribuir para que a população melhore a qualidade de vida
mental. E observando o fenômeno preconceito, por meio do epochê que se mostra
como é realmente no mercado de trabalho, fui capaz de perceber que o mercado de
trabalho cria uma espécie de gerontocidio que é a morte dos ofícios dos
cidadãos acima de 40+, digo, matam a motivação de um idoso ao pretender se
recolocar no mercado.
E me enxergo dentro da
compulsão a repetição do acionar botão e diante daquilo, que não se pode mudar
que é a chegada do cliente hostil para comprar itens de alimentos todos os dias,
gerando estresse no operador de caixa. Apreendi neste percurso a desviar-me do
desemprego na direção da empregabilidade, que procurar emprego no mercado de
trabalho, exige motivação intrínseca e extrínseca, pesquisa em sites de
emprego, horas reservadas para fazer todo esse processo como se estivesse
trabalhando. [...] Freud no seu texto “Recordar
repetir e elaborar” (1914), texto esse em que começa a pensar a questão da
compulsão à repetição, fala do repetir enquanto transferência do passado
esquecido dentro de nós. Agimos o que não pudemos recordar, e agimos tanto
mais, quanto maior for a resistência a recordar, quanto maior for a angústia ou
o desprazer que esse passado recalcado desperta em nós.
Embora a pessoa esteja trabalhando para si mesma sem remuneração, na elaboração
de currículo para cada cargo referente aos setores do mercado de trabalho, pois
não adianta apenas elaborar um único currículo e enviar para todos os setores.
É preciso saber em que setor do mercado de trabalho se encontra a instituição,
empresa que você deseja se candidatar. Exige levantar cedo e gastar até 08
horas de pesquisa na frente de um computador.
E hoje trabalhando em supermercado, compreendo que meu esmero não foi em
vão, mas também não aconteceu na hora que eu desejava, porém no momento em que
o empregador ansiou em me contratar, isto é, ofertou vaga para contratação disponibilizando
a, a fim de que eu a visualizasse no site emprega campinas na rede de internet.
Atento aos clientes bens vestidos que aparentam ter poder aquisitivo alto,
mas faltoso no trato com o ser humano expressam se hostis, preconceituosos, desrespeitosos
e firmam se sobre seus status e poder aquisitivo. E outros de classe baixa
vestidos de forma desleixada que tratam melhor o operador de caixa. Mas, é
claro que os da classe menos favorecida também são hostis.
Em fim o operador se vê inserido todos os dias dentro desta compulsão a
repetição, na qual, repete acionando os botões na falsa esperança de que o
desenlace seja descoincidente todos os dias. E esse desfecho só será dessemelhante,
no dia que se decidir sair fora desta compulsão em direção a outro emprego.
Considero-me um profissional que, com responsabilidade e bons argumentos, me
recuso a desistir diante de uma falha ou dificuldade. E, depois de uma série de
tentativas, erros e acertos, ainda me enxergo sendo obrigado a ouvir que sou
fracassado pela posição ou situação que me encontro hoje.
E se a resiliência é uma habilidade que traz ganhos para a vida e pode
ser treinada ou adquirida, interpreto que algumas pessoas desistem de seus
sonhos de carreira, muitas vezes, sem terem de fato tentado o suficiente ou
ainda por motivos pessoais ou afadigados. Eu reconheço que uma jornada de
sucesso é permeada por muitos desafios individuais, que são totalmente
legítimos.
Contudo, a intenção é chamar a atenção para a importância de acreditar
mais em si mesmo e dedicar-se mais ao protagonismo da sua vida profissional
rumo aos seus objetivos, a fim de não desistir da carreira, mas sendo
consciente de que está entrando em outra compulsão a repetição. Trabalhar em
ocupação simples exige, auto sacrifício voluntário do indivíduo e até mesmo do sofrimento
se subtrai algum proveito para evolução do sujeito, desde que o indivíduo
esteja consciente do que está acontecendo na sua vida na questão profissional.
E através do mecanismo de sublimação que se faz presente desde o início
do texto até o final. Onde desloco a raiva e a angustia transformada em
motivação através dos símbolos alfabéticos, no qual me disponho a escrever de
modo que possa ser aceitável para o leitor que pertence a sociedade. A
disciplina interpretação e produção de textos do curso de psicologia me é muito
útil nos momentos que decido escrever algo.
Escrever um relato para o leitor que está lendo, atribuo a isso sucesso e
hoje vejo que alguns não sabem definir o que é sucesso em suas vidas seguem
apenas pensando como senso comum, que olha os aspectos de bens materiais. É
lógico que bens materiais fazem parte do sucesso, mas abrir se para outras
possibilidades de sucesso é imprescindível também.
A leitura encaminha o leitor na ação de uma reflexão até mesmo a fazer
uma crítica sobre o autor e o texto, e percebo isto como sucesso, pois, significa
que o texto atingiu o objetivo, provocou um pensamento crítico no leitor, que
se dispôs a ceder um tempo a leitura.
A intencionalidade por trás da escrita de modo não desvelado é capaz de
desadormecer pensamentos, sentimentos e encaminhar o leitor a alterar a crença
da Tríade cognitiva por meio de comportamentos, olhar para seus preconceitos, tabus,
resistências, culpas, estereótipos e discriminação, a isto atribuo sucesso para
o escritor, mesmo que não receba o feedback, seja positivo ou negativo. Porém
lá no fundo o autor sabe que atingiu o seu objetivo como um psicólogo que é
provocador nas sessões de terapia.
Em
outras palavras, um psicólogo é capaz de construir um esquema bastante razoável
da psique de uma pessoa e, a partir disso, discutir com ela as causas de seus males,
suas possibilidades de mudanças e coisas assim. Se o profissional for bom e o
paciente estiver mesmo disposto a se permitir ser provocado, repensar e mudar,
penso que a terapia pode mesmo funcionar, pois as perguntas incitadoras são
articuladas com a intencionalidade de provocar a intelecção.
E hoje depois de muito exercitar pelo trajeto da escrita, almejo que meu artigo
tenha a capacidade de provocar no leitor reflexões e concluo que a soft skill
do passado a criatividade e resolução de problemas que fora empregada na
construção de maquinas e equipamentos inanimados para melhorar o desempenho de
produção nas empresas foi alterada para a insight psicológicos e resolução de
dificuldades ao escrever artigos.
E considero a escrita uma potente ferramenta que vai além do estímulo da
criatividade. E capto que, ainda tenho muito que apreender e aprimorar na produção
de textos, pois tenho convicção que estou na direção certa. Colocar no papel ideias,
pensamentos, sentimentos e desejos permite que emoções sejam compreendidas,
além de trazer clarificação e possibilitar o autoconhecimento.
Quando nos encontramos em situações desfavoráveis/ e ou diante do
inevitável a nossa percepção se mistura em meio a angustias, decepções,
frustrações, raiva, ressentimento e por isso se faz necessário encontrar meios
para remover-se, digo, se fazer renunciar a uma ideia, um projeto, uma crença
disfuncional, um pensamento ou até mesmo deslocar-se do seu lugar, em outras
palavras, sair da zona de conforto afastando-se psicologicamente a fim de
resolver as dificuldades.
Por isso encontro na escrita de artigos muitos benefícios, pois, além de
ajudar no autoconhecimento, é um instrumento em direção do alívio do estresse e
da ansiedade. Ela ajuda a estimular o insight intelectual, a compreender e
enfrentar situações difíceis como o luto, o desemprego, conflitos internos,
conflitos familiares, a transição de carreira ou questões de relacionamento,
divórcio e o que você conseguir pensar agora que está prestes de terminar a
leitura.
No consultório recomendo para o cliente a escrita terapêutica, como forma
de colocar os sentimentos no papel de forma menos racional e sem preocupação
estética que possibilita menos bloqueios e mais liberdade para expressar as
emoções. Oriento que na escrita terapêutica não existem regras. Por isso, não é
necessário se preocupar com ortografia, gramática, construção do texto ou
conclusões.
A ideia é registrar os sentimentos, pensamento através da associação
livre de ideias que se baseia no livre fluxo do pensamento, quando o paciente
deve escrever tudo o que lhe venha à mente, com ou sem um sentido aparente;
registrando no seu caderno tudo o que lhe ocorrer, sem censura ou seleção
prévia.
Para quem não tem o hábito de escrever, o começo pode parecer difícil,
por isso a dica é começar aos poucos, escrevendo pequenos textos e respeitando
o limite da mente. O importante é não desistir. Mas, nem por isso deixe de
procurar um profissional da saúde, seja, psiquiatra ou psicólogo.
Espero ter contribuído de alguma forma, para vassuncê que dedicou um
tempo para ler este artigo. Muito obrigado!!
Referência
Bibliográfica
BOCK, A.
M. B. Psicologias: uma introdução ao estudo de Psicologia. São Paulo: Saraiva,
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