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Falta de percepção de si mesmo ou perda de identidade

Junho/2020.Escrito por Ayrton Junior - Psicólogo CRP 06/147208
O presente artigo convida o leitor(a) a repensar sobre a crise de identidade ou medo de perder o autorretrato. As vezes o indivíduo sonha que está perdendo documento como RG no sonho e tenta recuperá-lo. Atinamos que o indivíduo permanece incessantemente entrando e saindo de espaços abertos ou fechados, todos ajustados em meio a diversas leis, regras, normas e sistemas. Se o sujeito não está dentro de um contexto universitário, familiar, está dentro de um ambiente organizacional ou de desemprego e até em alguma outra situação sócio cultural que o requisite num estado padronizado de manifestação que o influencie a interagir e modificar a sua biografia pessoal. É deste modo que podemos observar o movimento que gera o aprisionamento do nosso ser essencial em uma teia que, ao atar, cega.
O mais triste deste estado é que o cegar vale tanto para uma visão/ e ou percepção mais acurada sobre a realidade externa, como também para uma visão interior. A crise, portanto, acontece quando o indivíduo passa a se dar conta de que não se compreende nos vários sentimentos e sensações a que está acometido. Sente uma ruptura no sentido da vida. Alguns se queixam de terem dificuldades para dizer um não ao mesmo tempo em que outros se observam extremamente impacientes e até violentos, agressivos em determinadas situações. O que todos estão falando é que algo acontece dentro de si mesmos que resulta em algum tipo de manifestação não satisfatória e sem controle do próprio Ego. [...] O ser humano é esse nada, livre para ser alguma coisa. “Suspendendo-se dentro do nada o ser aí sempre está além do ente em sua totalidade. Este estar além do ente designamos a transcendência. Se o ser-aí, nas raízes de sua essência, não exercesse o ato de transcender, e isto expressamos agora dizendo: se o ser-aí não estivesse suspenso previamente dentro do nada, ele jamais poderia entrar em relação com o ente e, portanto, também não consigo mesmo. Sem a originária revelação do nada não há ser-si-mesmo, nem liberdade. (HEIDEGGER, 1996, p. 41).
Outra queixa comum daqueles que se apercebem em estados mais tristes é a falta de ação, contudo mesmo neste estado de aparente não ação, exacerba-se mais uma amostra de um tipo de manifestação também sem controle. Repare que quando abordamos a palavra controle, não é referente ao controle que estamos acostumados a viver ou a ouvir por aí, estamos falando da presença do Eu lúcido em qualquer situação que estamos criando ou à qual podemos ir de encontro. Sabemos que processos vivenciados dentro de uma psicoterapia auxiliam o indivíduo a entrar em contato com os aspectos que o estruturaram e que, dentro deste processo, o indivíduo tem a oportunidade de se observar e de se transformar. Isto gera a possibilidade de um reconhecimento perceptivo a respeito de si mesmos e dos possíveis motivos que chegaram a nos distanciar de quem realmente somos.
Acontece que num processo gradativo a nossa percepção pouco a pouco acaba sendo minada. Passamos a achar normal uma vida medíocre sem grande entendimento sobre nós mesmos, exemplo a busca constante pelas mesmas vagas no mercado de trabalho e com feedback negativo, os mesmos tipos de namoradas(os), a compra de equipamentos de tecnologia e etc. Achamos que é normal corrermos atrás de uma ganância desenfreada alimentada por uma competição atroz ou por emprego participando sempre dos mesmos processos seletivos girando em torno da compulsão a repetição das mesmas vagas que o mercado de trabalho oferta através das instituições. Pouco a pouco perdemos a referência de quem somos e o pior é que passamos a achar que a baixa qualidade de prazer que temos na vida é normal. [...] Freud no seu texto “Recordar repetir e elaborar” (1914), texto esse em que começa a pensar a questão da compulsão à repetição, fala do repetir enquanto transferência do passado esquecido dentro de nós. Agimos o que não pudemos recordar, e agimos tanto mais, quanto maior for a resistência a recordar, quanto maior for a angústia ou o desprazer que esse passado recalcado desperta em nós.
Não nos apropriamos de nós mesmos e como consequência deixamos de existir como consciências pensantes que somos, passando a funcionar num limiar muitíssimo baixo alienado. De repente, porém, este nosso Si Mesmo passa a desconfiar de que algo não vai bem ou que talvez poderia estar melhor. Este é o precioso momento onde o indivíduo tem a chance de se resgatar, de se ganhar de volta sair do estado de alienação. Nesta hora percebemos que tudo poderia ser diferente do que está, começamos a entrar em contato com várias de nossas questões que são emergenciais para que nos atualizemos como existências completas. Então percebemo-nos em crise. Notamos que falta a percepção do por que estamos funcionando alienado de modo tão insatisfatório há tanto tempo.
Indivíduos buscando segurança em diversos níveis passaram a compactuar com vários tipos de crença desta matriz, acreditando ser a estrutura familiar como a conhecemos, a forma ideal para se viver. A formatação, o viver dentro de determinados conceitos, leva ilusoriamente o indivíduo a sentir que pode controlar tudo, todavia o que, como sabemos, é um paradoxo. Não dá para se controlar nada, enquanto formos frutos inconscientes de um controle. Temos nos trabalhos, exemplo telemarketing, técnico mecânica, engenharia, medicina, advocacia, enfermagem, coletor de lixo também determinados padrões de controle e assim por diante.
O próprio pensamento não advém das necessidades básicas e pessoais, entretanto da construção gerada pelo corpo que dá a ilusão de uma base que sempre será faltante, por isso a busca frenética do ter [emprego, automóvel, imóvel, dinheiro, mulher e outros]. Contudo isso tudo também é uma construção que não tem nada a ver com a realidade interna do indivíduo. Somos os atores de nós mesmos, por isso é que necessitamos saber com clareza de que modo estamos atuando e sendo a cada instante no ambiente que nos encontramos, podendo assim desenvolver as nossas habilidades, tornando-nos os senhores criadores das nossas realidades com maior consciência, deixando de sermos autômatos, ou seja, sem a percepção lúcida de nós mesmos. A proposta é o agir de modo simultâneo, porém extremamente consciente, ora como participantes ativos inseridos dentro de um suposto contexto, como observadores, porém sem jamais nos perdermos novamente daquilo que somos em essência. [...] O mal de tudo isso é que buscam as agitações da vida como se a posse das coisas que buscam devesse torná-los verdadeiramente felizes. O problema é que não os tornam, nunca estão satisfeitos com nada. A grande consequência disso é que abandonam seu projeto essencial. As preocupações da vida constantemente os distraem e o perturbam. “O ser-humano, em sua vida cotidiana, seria promiscuamente público e reduziria sua vida a vida com os outros e para os outros, alienando-se totalmente da principal tarefa que seria o tornar-se si mesmo” (CHAUÍ, 1996 p.8).
A insegurança é uma das expressões do medo. É muito importante que se tenha medo, pois a falta dele nos deixa desprotegidos em situações perigosas, exemplo ao atravessar a avenida movimentada de veículos em movimento. O medo nasce nas amigdalas corticais. Tal amigdala, ao menor sinal de perigo, envia mensagens às partes principais do cérebro, disparando a reação de lutar ou fugir, que mobiliza os centros de movimento e ativa o sistema cardiovascular, os músculos e os intestinos. Também envia sinais de noradrenalina, que torna os sentidos mais alertas. Tudo para preparar o organismo para defender-se do que foi compreendido como uma ameaça. Para sobreviver, temos que nos precaver contra situações adversas que nos ameaçam. Isto está inscrito nos circuitos neurais básicos, desde os primórdios da humanidade. Por causa do medo, chegamos até aos dias de hoje. [...] Esse medo marcará nossa memória, de forma desprazerosa, e será experimentado como desamparo, “portanto uma situação de perigo é uma situação reconhecida, lembrada e esperada de desamparo” (Freud, 2006, p.162)
E neste ponto a insegurança é o medo que a pessoa sente quando compreende que seu próprio ego está sendo ameaçado. Ou seja, o ego pode até ser ameaçado. Chama-se eu ao que você acredita que é e pensa ser por inteiro. Na verdade, o ego é apenas uma parcela do ser que cada um é. Existem vários complexos que nos compõem e o eu ou ego é apenas um deles, porém o mais importante. É o ego que permite passar de rei à bruxo [meus outros complexos] ou vice-versa, sem perder a identidade do Carlos.
Exemplo, Carlos é o nome dado ao ego, mas o ser que é bem mais que Carlos. Pois bem, mas se acredito que o ego é tudo que sou, senti-lo ameaçado é um risco de morte. E uma grande ameaça ao ego é a avaliação dos outros. O sujeito inseguro, embora não totalmente identificado com o ego [ele sabe ser mais do que aquilo que aparenta], teme a avaliação alheia como ameaçadora de seu bem-estar. Contudo a pessoa exageradamente insegura, que pensa ser o ego, vai além disso. Ela teme esta avaliação como ameaçadora de sua vida.
Se o que penso ser for rejeitado, o que me restará, exemplo, pergunta-se constantemente, temendo a rejeição, a exclusão e o isolamento. A insegurança saudável começa quando se tem consciência da possibilidade de errar e de o erro causar a reprovação dos demais, implicando em algumas perdas e sofrimentos. Seja em relação a uma escolha amorosa, profissional, ou até mesmo quando temos que optar entre o caminho da esquerda ou da direita, procuramos maneiras de evitar recriminações, castigos ou punições. Obviamente, ninguém sentiria insegurança se tivesse certeza da aprovação geral. Porém, se todos aprovassem tudo, quem se esforçaria em aprimorar suas qualidades? Enfim, buscar a aprovação dos outros é saudável e nos ajuda a desenvolver habilidades.
Por isso digo que é uma insegurança que impulsiona voos, como fazem os pássaros quando se mudam no inverno, em busca de melhor aproveitarem o mundo. Entretanto quando esta busca é freada pelo medo de desagradar, a ponto de nos paralisar, temos uma neurose. Neste caso, a pessoa não apenas reconhece que é humana e pode errar. Ela não se permite errar. Ela não quer se arriscar e, como viver é correr riscos, é possível afirmar que, de certa maneira, na sua estagnação, ela se recusa a viver. Vive numa gaiola construída pelo medo, que a protege dos felinos, mas a impede de voar. Enfim, não dá para elencar todas as possibilidades, embora pode-se afirmar que um trabalho interior, de autoconhecimento, que favoreça a aceitação das próprias limitações e, especialmente, o desenvolvimento da autoestima, é fundamental para o desenvolvimento da segurança perdida.
O importante é estar atento ao fato de que, sim, todos podemos errar e desagradar, mas também é possível, sempre, recomeçar e estabelecer novos vínculos. Onde há confiança no futuro, a insegurança não determina o presente. Os chamados de territórios existenciais, exemplo, desemprego, moradia, a organização. A situação estressante pode ser, por exemplo, uma crise conjugal, um medo de estar doente ou até mesmo uma viagem ou uma promoção no emprego algo aparentemente bom, mas que exige adaptações e mudanças internas e as vezes o indivíduo não se encontra pré-disposto a ajustar seus comportamentos. A situação torna-se excessiva, muito estressante, quando exige da pessoa mais do que ela está conseguindo agenciar dos seus recursos pessoais, quando internamente ela não está dando conta da situação.
É sempre com as afetações dos encontros que temos que lidar: encontro com as coisas, com as pessoas, com os próprios sentimentos, encontros do ego aquilo com que o eu, se identifica com o não eu que é aquilo que está fora dos limites de um território existencial. O não ego pode estar dentro de meu corpo, como um sentimento que eu não entendo e não aceito ter, um pensamento que eu rejeito, uma fantasia perigosa, uma sensação que eu temo, enfim todas essas partículas de experiência subjetiva que não fazem parte do território no qual o ego se reconhece.
Os territórios existenciais são campos compostos por um conjunto de formas somáticas, por alguns modos característicos de vinculação, por visões de mundo, modos de sentir, perceber, pensar, agir, por valores, preferências etc. São configurações de mundos, tantos quantos se possa imaginar. A questão é como algo nos afeta e como podemos dar conta de um certo rescindir de nossos territórios existenciais que os encontros e afetações provocam; como se compor com os acontecimentos a partir das mudanças necessárias no processo da vida ou como ativar modos de limitar os efeitos desorganizadores do excessivo.
Chamo a atenção ao continuum do susto, no plano comportamental, a resposta de estresse envolve a ativação de certas emoções e atitudes para dar conta desses encontros que nos desequilibram. Quando vivemos uma situação que mexe muito conosco e nos desestabiliza, é ativada uma reação automática chamada reação de luta ou fuga. Essa reação faz parte da resposta biológica do estresse e nos prepara para respondermos à situação nova. Há um continuum de formas somático-emocionais nessa resposta frente a qualquer situação desestabilizadora.
O continuum do susto é a reação automática ativada quando uma experiência ultrapassa o limite de uma forma somática, o limite de um território existencial exemplo, o desemprego, chamando novas respostas para lidar com a situação. Para desencadear o continuum do susto, é necessário um potencial de estranhamento, uma capacidade de tirar o organismo de sua estabilidade. O continuum do susto é a reação frente à falta de forma física ou recursos internos para lidar com uma situação. Nós somos desestabilizados muitas vezes nos encontros, e nossa capacidade de nos compormos ou não nesses encontros determina a experiência do assimilável ou do traumático. [...] O homem é projeto. A necessidade de viver é uma necessidade de preencher esse vazio, de projetar-se no futuro. É o anseio de ser o que não somos, é o anseio de continuar sendo. O homem só pode transcender se for capaz de projetar-se. Assim, ele sempre busca um sentido para sua vida. “A angústia contém na sua unidade emocional, sentimental, essas duas notas ontológicas características; de um lado, a afirmação do anseio de ser, e de outro lado, a radical temeridade diante do nada. O nada amedronta ao homem; e então a angústia de poder não ser o atenaza, e sobre ela se levanta a preocupação, e sobre a preocupação a ação para ser, para continuar sendo, para existir (MORENTE, 1980, p.316)
O ser suportável ou excessivo depende de quanto um organismo suporta de estranhamento em si, potencializando-se em movimentos de diferenciação e complexificação de formas e estratégias de vida ou paralisando-se em tentativas de reduzir os efeitos de desorganização, de perda de limites e referências. São graus de estranhamento inicialmente, com mais atenção; em seguida, com criação de barreira e isolamento; depois, até com tentativas de agressão.
Com o avanço da presença do outro em mim e a ameaça pelo aumento de potência do estrangeiro [desemprego, crise conjugal, perdas financeiras e outros], posso começar a entrar em estado de medo, no qual enfrentar a situação já não é uma solução eficaz; então me sinto ameaçado demais e começo a querer fugir da situação. Não dá para me compor com o outro, com a afetação, com aquilo que não é assimilável; preciso evitar para me salvar. Nesse momento, podem surgir experiências de ansiedade, confusão, pânico etc.
Os estados de ansiedade e confusão interna marcam o conflito entre ficar para enfrentar a situação e fugir [desemprego, alterar as atitudes para permanecer no convívio familiar]; expressam a coexistência de duas respostas simultâneas e contraditórias no comportamento de enfrentamento e fuga. A intensificação do efeito de estranhamento do outro sobre mim me agride, me desorganiza, ameaça minha identidade [ego], preciso recuar, para trás e para dentro de mim mesmo. E, finalmente, não posso dar conta, não posso mudar a situação, nada me resta a não ser a entrega, a derrota, o colapso. Entro em apatia, tristeza e depressão. A afetação foi demais para mim, me agrediu demais e nada posso fazer para mudar.
A perda de identidade na relação é quando você passa a viver mais a vida da pessoa do que a sua própria. Passa a frequentar apenas os lugares que seu companheiro gosta, fazer as coisas que ele gosta para agradá-lo, e começa a esquecer os seus próprios gostos e preferências. Geralmente o impacto durando a relação, principalmente nos primeiros meses é leve. Entretanto aos poucos você começa a perceber que sua rotina mudou completamente e essa percepção vai ficando ainda maior com o passar do tempo, quando você chega no ponto de se perguntar quem sou eu? [...] Em sua obra “Além do Princípio do Prazer” (1920, p.34), Freud afirma: a compulsão a repetição também rememora do passado experiências que não incluem possibilidade alguma de prazer e que nunca, mesmo há longo tempo, trouxeram satisfação, mesmo para impulsos instintuais que foram reprimidos.
O medo é uma projeção do futuro, é o poder de nossa imaginação em movimento, antecipando situações e experiências, provavelmente porque alguma vez, no passado, algo não saiu como esperávamos. O medo de perder é ambientado em um futuro que não existe, e quando nós o fortalecemos em nossa mente, isso torna os nossos objetivos impossíveis de serem alcançados. Assim, perdemos infinitas possibilidades.
O medo de perder conduz a uma vida cheia de perdas, e todos aqueles que não tentam perdem a própria vida, pois só existe o presente, o futuro continua a ser um mistério. Viver com medo é não se permitir viver, é viver desconectado com o que está acontecendo aqui e agora. A crise de identidade, exemplo, conceito de rua e apesar de não serem oficiais, esse tipo de termo serve para que o paciente possa comunicar crises vitais como, por exemplo, o desconhecimento do rumo de sua vida. Tratam-se de situações que produzem incerteza e ansiedade, mas também dão oportunidades, acrescenta. Normalmente, se relacionam a momentos importantes da vida, como relações de casal, filhos, trabalho ou saúde. [...] “A angústia é, dentre todos os sentimentos e modos da existência humana, aquele que pode reconduzir o homem ao encontro de sua totalidade como ser e juntar os pedaços a que é reduzido pela imersão na monotonia e na indiferenciação da vida cotidiana. A angústia faria o homem elevar-se da traição cometida contra si mesmo, quando se deixa dominar pelas mesquinharias do dia-a-dia, até o autoconhecimento em sua dimensão mais profunda” (CHAUÍ, 1996 p.8-9).
A identidade é dada pelo cenário em que se encontra a pessoa em diferentes planos, e se trata de um questionamento geral diante das mudanças. São episódios nos quais se pode perder o contato com o mundo externo ao afundar em pensamentos e sentimentos próprios que lembram o passado ou sentir ansiedade e angústia quando se olha para o futuro. Para superar a crise não vale recorrer a frases de autoajuda como a felicidade está em você ou se quiser, você consegue, pois pode ainda gerar mais raiva na pessoa que está em crise, influenciando a pensar que tudo que ela fez até o presente momento está errado e isto não funciona é apenas utopia, falácia.
Exemplo, um cidadão que já se utilizou de todo seu recurso interno para reinserir-se no mercado de trabalho, não adianta lhe dar uma frase de auto ajuda lhe dizendo não desista, não desanime, pois desistir e desanimar certamente já lhe passou pelo pensamento, o que talvez seja necessário é aquele ao qual lhe dá a frase de auto ajuda se importar com a necessidade do indivíduo e se pré-dispor a ajudá-lo na busca de emprego sendo aquele que vai indicar a uma vaga ou emprego. Não adianta apenas dizer ao indivíduo leia livros de autoajuda ou pense positivo, e não aprender a reconhecer a realidade e os aspectos negativos, como se tudo fosse resolver apenas num piscar de olhos ou pensamentos, pois os indivíduos tem sua fé em si mesmo.
Em alguns casos é necessário um processo de aceitação no qual a pessoa consiga assumir que não é capaz de conquistar seu objetivo [o emprego almejado, fazer uma especialização] ou meta de vida. O paciente sabe onde quer ir [exemplo, conseguir um emprego, saldar crédito estudantil], embora não sabe como, explica o psicólogo. Compreender o presente e o que sucede no momento é o que dará uma resposta à crise, e sinaliza também que em muitas ocasiões a resposta está fora do indivíduo e chega de forma natural, não com a obsessão de encontrá-la, conclui.




Referência Bibliográfica
CHAUÍ, MARILENA. HEIDEGGER, vida e obra. In: Prefácio. Os Pensadores. São Paulo: Nova Cultural, 1996.
FREUD, S. (1920), "Além do princípio do prazer” In: FREUD. S. Obras completas de S. Freud. Rio de Janeiro: Imago, 1996, v. XVIII.
FREUD, S. (1996). Obras completas de S. Freud. Rio de Janeiro: Imago. (1914). "Recordar, repetir e elaborar ", v. XII
FREUD, A. O ego e os mecanismos de defesa. Rio de Janeiro: Biblioteca Universal
Popular, 1968
HEIDEGGER, M. Que é Metafísica? Os pensadores. São Paulo: Nova Cultura, 1996

MORENTE, MANUEL G. Fundamentos da filosofia: lições preliminares. 8 edição. São Paulo: Mestre Jou, 1980.

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