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Desemprego Exaustão Burnout

 Ano 2023. Escrito por Ayrton Junior Psicólogo CRP 06/147208

O presente artigo tem a intenção de expor para o leitor que existem situações que se colocam na vida de um profissional com a intenção evidenciada de provocar o silencio o esgotamento físico e emocional ou síndrome de Burnout. Um chefe de família é capaz de desenvolver silenciosamente a exaustão física e emocional dentro do meio familiar e ou organizacional sem se dar conta do ocorrido estando trabalhando ou desempregado.

Pois, no ambiente familiar exerce o papel de provedor e delega funções aos membros para que a família funcione de modo estável e harmonioso. O sujeito exerce o papel de liderança, esposo, pai e implicitamente o papel de uma profissão que se situa reprimida no inconsciente enquanto procura por emprego no mercado de trabalho.

Cito algumas causas do desemprego, onde o indivíduo precisa se avaliar se se enquadra em alguma causa, como primeiro a baixa qualificação do trabalhador: muitas vezes há emprego para a vaga que o trabalhador está procurando, porém, o mesmo não possui formação adequada para exercer aquela função.

Em segundo a substituição de mão de obra por máquinas: nas últimas décadas, muitas vagas de empregos foram fechadas, pois muitas indústrias passaram a usar máquinas na linha de produção. No setor bancário, por exemplo, o uso de caixas eletrônicos e desenvolvimento do sistema Bankline [serviços bancários pela Internet] também gerou o fechamento de milhares de vagas.

E terceiro a crise econômica, quando um país passa por uma crise econômica, o consumo de bens e serviços tende a diminuir. Muitas empresas demitem funcionários como forma de diminuir custos para enfrentar a crise. Quarta causa é o custo elevado [impostos e outros encargos] para as empresas contratarem com carteira assinada, este caso é típico do Brasil, pois os custos de contratação de empregados são muito elevados. Muitas empresas optam por aumentar as horas extras de seus colaboradores a contratar mais mão de obra.

Quinta causa é fatores climáticos, por exemplo, chuvas em excesso, secas prolongadas, geadas e outros fatores climáticos podem gerar grandes perdas financeiras no campo. Muitos empresários do setor agrícola costumam demitir trabalhadores rurais para enfrentarem situações deste tipo. E a sexta causa que não é citada como causa para um desempregado não conseguir inserir-se no mercado de trabalho e que tem um peso enorme é, se está na meia-idade ou acima dela.

Mas o que é o desemprego? Parece lugar comum a confusão entre emprego e trabalho. O trabalho é uma atividade social, necessária ao progresso material e moral da humanidade. O emprego é o elo de ligação formal entre o trabalhador e o modo de produção capitalista e não com uma organização especifica, porque o trabalhador livre é para escolher a organização por intermédio da qual sua ligação se efetivará.

Desta forma, o desemprego é caracterizado como sendo a não possibilidade do trabalho assalariado nas organizações de um modo geral. De acordo com Garraty, desemprego representa a condição da pessoa sem algum meio aceitável de ganhar a vida e os desempregados são pessoas capazes de trabalhar para satisfazer suas necessidades, mas ociosas, independentemente de sua boa vontade para trabalhar ou do que elas possam fazer para atender as necessidades da sociedade.

E o indivíduo lançado nesta condição forçosamente, no desemprego que contribui para o aparecimento silencioso da exaustão por meio da falta de clareza se está buscando um trabalho ou emprego. A diferença entre trabalho e emprego, é que trabalho está relacionado a aplicação dos conhecimentos técnicos ou acadêmicos para gerar produtos na sociedade, enquanto que o emprego está associado a recompensa salarial.

E quando se faz a pergunta ao desempregado o que você está procurando. De pronto a resposta é um trabalho. E na maioria das vezes esse trabalho não correspondente com seus conhecimentos e muito menos com a gratificação salarial, mas é o que ele tem pra hoje, pois o empregador está ofertando ao desempregado como meio de demover-se do desemprego.

E a busca por empregos parece não dar frutos. Mesmo na escassez de opções, receber uma resposta parece impossível. Com tão poucas vagas e um desemprego profundo, ser escolhido para a próxima fase da seleção é ainda mais difícil. Os poucos processos seletivos que se encontra e participa não têm respondido. É como se nunca tivesse mandado nada. Surge apenas oportunidades para subempregos por parte de trabalhadores sem qualificação técnica ou universitária.

Qualquer trabalhador, jovem ou não, que fique muito tempo afastado do mercado de trabalho, desempregado ou inativo, diminuirá sua chance de retornar em função da defasagem de conhecimento e da falta de experiência e aprendizado. O desemprego é a falta de emprego; situação em que parcela da força de trabalho não consegue obter ocupação deixando o indivíduo atuando dentro da compulsão a repetição da procura por trabalho. [...] Freud no seu texto “Recordar repetir e elaborar” (1914), texto esse em que começa a pensar a questão da compulsão à repetição, fala do repetir enquanto transferência do passado esquecido dentro de nós. Agimos o que não pudemos recordar, e agimos tanto mais, quanto maior for a resistência a recordar, quanto maior for a angústia ou o desprazer que esse passado recalcado desperta em nós.

O desemprego ocorre quando um trabalhador é demitido ou entra no mercado de trabalho [está à procura de emprego] e não consegue uma vaga de trabalho. É uma situação difícil para o trabalhador, pois gera problemas financeiros e, em muitos casos, problemas psicológicos [depressão, ansiedade, síndrome burnout, pânico.] no trabalhador e em sua família. Porque aumentou as exigências, as opressões e decepções caracterizada a partir da falta de resolução dos objetivos cotidianos que ele não conseguiu realizar.

Parece que o indivíduo não sabe mais como resolver o egresso da circunstância desconfortável, e nem como conseguir clientes providos de papel moeda, uma vez que reproduziu ações, aprendizados de pessoas que obtiverão resultados, embora na sua história profissional não surti efeito estes comportamentos replicados de outros profissionais. Essas ações causaram efeito no século passado, onde não exista internet e o índice de desemprego era baixo e o número de vagas era elevado nas indústrias.

O sujeito começa a dizer a si mesmo, não sei, mais o que fazer para conseguir um trabalho [eu realmente não sei e preciso pensar de novo ou nem quero saber e não estou interessado em procurar emprego]. Ou o segundo não sei, [mas isso faz-me lembrar de quando fiquei desempregado por 04 anos residindo forçosamente com meu primo e sinto raiva desta convivência desconfortável e penso que minha prima arrumou emprego para mim na empresa do seu filho o meu primo, então existe egresso sim desta situação, mas não na hora que eu desejo…].

Então emerge o esgotamento psicológico que é a sensação de exaustão mental e física. Muitas vezes, as pessoas acreditam ser capazes de ultrapassar o limite do corpo e da mente e governar as consequências de forma emocionalmente saudável ao mesmo tempo.

A síndrome de burnout caracteriza-se por um tipo de estresse laboral, isto é, relativo ao trabalho de origem crônica, ela basicamente trata-se de um processo gradativo de esgotamento físico e mental que unido, à carência de motivação intrínseca de empreender atividades cotidianas ou tarefas solicitadas.

É comum isso, levar desavenças e conflitos desnecessários com colegas de trabalho ou clientes para a residência e por meio do mecanismo defesa deslocamento, cessa a raiva redirecionado para os membros da família por meio de discussões, agressões verbais ou físicas. A pessoa parece estar sempre na defensiva, bem como possui o hábito de dar respostas sarcásticas. [...] Deslocamento, este mecanismo está relacionado à sublimação e consiste em desviar o impulso de sua expressão direta. Nesse caso, o impulso não muda de forma, mas é deslocado de seu alvo original para outro. Exemplo, ao ser despedido de uma empresa, um funcionário leal sente raiva e hostilidade pela forma como foi tratado, mas usualmente tem dificuldade de expressar seus sentimentos de forma direta.

Surge alguns sintomas como desinteresse e indiferença, no qual a pessoa perde a vontade de trabalhar ou de estar em algum ambiente social, deixando de cumprir metas. Uma carga de pensamentos automáticos disfuncionais invade suas relações [até familiares] o estresse é incessante por todo o dia. A falta de energia, onde o organismo passa a conduzir de forma descontrolada os recursos energéticos e assim, diminui a sua capacidade de produzir e render energia libidinal.

Dando oportunidades para as enfermidades no sistema locomotor como, causa dores musculares e nas articulações, geradas pela tensão e estresse na coluna com o aparecimento de hernia de disco, exemplo. Especialmente nos dias atuais, com tantas exigências e pressões, seja no trabalho ou na vida privada, o stress muitas vezes assume o controle e começa a desencadear uma forte sensação de mal-estar. A primeira a ser abalada é a motivação intrínseca.

Fica cada vez mais difícil encontrar energia para executar as tarefas rotineiras ou procurar no exterior estímulos motivadores extrínsecos. O sujeito vai perdendo o interesse por praticamente tudo que o cerca, e funciona como um autômato. A falta de momentos adequados para o relaxamento e o respeito às necessidades individuais é o que eleva esse quadro a seu ápice, o esgotamento emocional.

Esse tipo de exaustão está intimamente relacionado com a forma como o indivíduo se defronta com as frustrações do dia a dia, e do quão resiliente consegue ser na hora de enfrentar as diversidades, como excesso de responsabilidade; excesso de perfeccionismo; dificuldade para controlar as emoções; necessidade de agradar a todos; excesso de cobrança; necessidade de ter tudo controlado.

Reconheça que você tem limites, sendo assim, também os têm as responsabilidades e obrigações; não abra mão de passar um tempo com os familiares e amigos, fundamental para desconectar e relaxar; diminua o tempo que você dedica a revisar e pensar nas preocupações; ao invés de fazer várias coisas ao mesmo tempo e encarar a frustração de nunca as terminar, faça uma lista de prioridades e realize e conclua tarefas aos poucos; esforce-se para expressar suas emoções, positivas e negativas. É importante para o seu processo de autoconhecimento; faça as pazes com a sua autoestima.

Ambientes de trabalho onde não há harmonia entre as pessoas, a chefia não se mostra coerente e a pessoa não consegue se perceber como um profissional competente e realizador pode levar ao esgotamento mental chamando de síndrome de burnout também chamada de síndrome do esgotamento profissional.

O estresse continuo em ambientes de trabalho que não oferecem condições para o desempenho de um bom trabalho pode desgastar física, emocional e psicologicamente, principalmente em profissões que exigem o relacionamento continuo com outras pessoas. Todos estão sujeitos a sofrerem da Síndrome do Burnout, todavia aqueles que atuam em áreas onde lidam com as maiores angustias alheias são o que correm mais risco, como por exemplo, policiais, professores principalmente de escolas públicas, médicos, psicólogos, enfermeiros, profissionais do resgate e o que você pensar enquanto lê o artigo.

São indivíduos com maior dificuldade de sentir realização profissional  que podem apresentar o esgotamento e tem potencial para ser muito parecida com a depressão, apresentando sintomas típicos do esgotamento mental como pensamentos negativos, ausência de ânimo para ir ao trabalho, escassez de gosto por atividades que antes eram prazerosas, alteração de humor fazendo com que haja dias melhores, contudo em seguida e sem causa aparente a pessoa sente-se péssima, comportamentos agressivos ou vontade de agir rispidamente com todos, dificuldade de fixar-se em uma leitura ou Tv, fazer uma compreensão de um caso clinico e por aí vai.

Em consequência deste estado mental fortemente abalado pode surgir dor de cabeça, muito suor, dores de barriga ou dificuldade na digestão, dores pelo corpo, dificuldade de dormir ou acordar no meio da noite e outros. Os prejuízos começam a serem percebidos com as faltas ao trabalho, licenças médicas por depressão, e depreciação nos relacionamentos familiares e pessoais.

É possível que antigamente as pessoas tivessem vergonha de demonstrar fraquezas. Falamos de um tempo, onde era muito louvável passar toda uma vida em uma só empresa, hoje em dia isto pode ser até vergonhoso pois demonstra desprovimento de dinamismo. Talvez por supervalorizar o dinamismo é que as pessoas se sentem orgulhosas por estarem estressadas, talvez para elas o stress demonstre que são superprodutivas e dedicadas para os demais.

Entretanto, nada disso pode ser verdade, o stress também pode significar um desgaste por dificuldade de adaptação ao trabalho que realiza, pois quando uma pessoa gosta do que faz ela pode se sentir cansada, embora não se estressa com frequência.  Vejamos alguns exemplos, primeiro o estresse profissional, é quando as exigências estão acima da capacidade de realização. Segundo o estresse no relacionamento, surge quando as expectativas de harmonia são frustradas.

Terceiro o estresse pós traumático aparece a medida que uma pessoa passa por uma situação muito forte, como um assalto por exemplo, e fica com sequelas emocionais. Quarto o estresse social, manifesta-se quando, por excesso de timidez, a pessoa não consegue relaxar e ser espontânea em situações sociais.

Quinto o estresse de desempenho, irrompe quando é necessário provar competência, como por exemplo em provas e exames ou apresentação de trabalhos. Ou ainda participação em processos seletivos.

Algumas pessoas tem dificuldades no treinamento de assertividade para que esta pessoa consiga falar a palavra [não] quando for o caso, entretanto ela não tem coragem e acaba engolindo mais sapos do que suporta. É preciso identificar novas formas de lidar com todas as pessoas difíceis envolvidas em seu trabalho desde a chefia até os clientes de forma que este trabalho se torne mais leve e prazeroso.

É essencial identificar até mesmo a necessidade, ou não, de mudar de emprego ou atividade e conseguir meios para que esta transição ocorra com o mínimo de transtorno para sua vida, para isto pode ser fazer uso da orientação vocacional e profissional. Treino de relaxamento com respiração diafragmática. Treino de competências socioemocionais.  Mudança dos padrões de pensamento negativos.

A psicoterapia é um tratamento que se propõe a ajudar a pessoa neste sentido. Talvez este estressado esteja com dificuldades em dizer [não] as tarefas que lhe estão sendo delegadas e por isso ficou sobrecarregado e não adiantaria tirar férias, pois voltaria e tudo estaria lá novamente, é necessário aprender ser assertivo e conseguir dizer [não] de forma elegante. As exigências estão aumentando e antigamente as pessoas iam para suas casas depois do trabalho e se [desligavam].

Hoje em dia o celular não deixa ninguém desconectado. Há uma cultura atual de que devemos estar a par de tudo o que acontece no mundo enquanto as coisas estão acontecendo. Parece que diminuiu o número de pessoas que se sentam e leem um livro, pensando e elaborando cada parágrafo. Hoje em dia é comum ver pessoas que leem apenas um parágrafo de cada assunto e já passa para o próximo.

 O estresse é uma resposta natural do corpo humano que nos ajuda a evitar situações ameaçadoras. É normal um dia ser mais estressante que o outro. E as vezes o sujeito utiliza o aparelho como mecanismo de defesa regressão, regredindo a atitudes infantis para aliviar-se e da ansiedade, angustia oriunda do princípio de realidade. [...]Mecanismo defeso regressão é um retorno a um nível de desenvolvimento anterior ou a um modo de expressão mais simples ou mais infantil. É um modo de aliviar a ansiedade escapando do pensamento realístico para comportamentos que, em anos anteriores, reduziram a ansiedade.

Essa oscilação faz parte da vivência humana. O problema é quando vivenciamos altos níveis de estresse por um longo período e geralmente indeterminado. O estresse pode ser resultado de uma rotina com horários apertados ou de um expediente de trabalho desgastante, como também do ambiente familiar, amizades nocivas, preocupação excessiva e compromissos intermináveis.

O lazer e o descanso são igualmente importantes. A busca por uma recolocação no mercado de trabalho, é um trabalho estressante, onde o desempregado vivencia e experiencia situações desconfortáveis oriundas da internet. Pois o candidato está constantemente fixado a um meio de tecnologia, seja e-mail, WhatsApp, rede social.

E por não conseguir o esperado sofre cobranças quando se relaciona com pessoas inconvenientes ao seu redor, com a percepção distorcida pensando que o indivíduo não está locomovendo-se na procura de emprego com a intenção de demover-se. Os indivíduos que se posicionam fora do desemprego agem no sadomasoquismo e elevam o nível de estresse do candidato a procura de vaga.

Um desempregado no meio familiar sofre um estresse muito alto, pois alguns membros são desprovidos de compreensão e agem como agressores psicológicos, realizando maus tratos por meio de linguagem carregada de emoções desagradáveis. O próprio ambiente familiar se torna um ambiente hostil e abusivo para o desempregado conviver com isto traz sérios prejuízos a autoestima, com perda de energia libidinal propiciando o desenvolvimento de doenças psicossomáticas, dores na coluna, depressão, exaustão emocional.

O desempregado convive atrelado as tecnologias e ainda não se dá conta que está executando um trabalho que não lhe promove realização profissional, porque se trata de recolocação profissional e não aplicação e prática dos conhecimentos seja, técnicos ou acadêmicos que contribui com o desenvolvimento da sociedade.

E caso o desempregado que, se refere às pessoas com idade para trabalhar [acima de 14 anos] que não estão trabalhando, mas estão disponíveis e tentam encontrar trabalho. Assim, para alguém ser considerado desempregado, não basta não possuir um emprego, e esteja na ociosidade involuntária a longo tempo o seu nível de estresse é alto devido as preocupações, e cobranças dos atores do princípio de realidade.

Por tanto o desempregado está propenso a desenvolver inconscientemente a síndrome de burnout, porque exercer atividades no desemprego para recolocar-se no mercado de trabalho é um trabalho que o desempregado realiza e que não tem reconhecimento e nem valorização, da parte de quem aprecia com o olhar preconceituoso proferindo discurso inflamatório de que o desempregado não está trabalhando produzindo para a sociedade, sim é verdade ele é desprovido de renda fixa, mas ocultamente o indivíduo realiza o trabalho de recolocação profissional implícito para a percepção do demais.

Os finais de semana, férias, feriados e tempo livre também devem ser respeitados. De preferência, os momentos de descontração devem ser compostos por atividades divertidas, não somente de relaxamento. Por exemplo, uma partida de futebol ou de vídeo game, uma caminhada ao ar livre, uma saída para jogar boliche, entre outras atividades que exercitem o cérebro.

O indivíduo mante-se na atenção seletiva somente no negativo. Nós também podemos criar ou colaborar para o aumento do estresse, sabia? Pessoas que realçam somente nos aspectos negativos da vida [notícias, fofocas, fim de relacionamento, crise financeira, criminalidade, desemprego] vivem irritadas, cansadas e desesperançosas. É verdade que assuntos sérios e, por vezes, de caráter mais negativo não devem se gastar energia, mas sim ignora-los. [...] Em sua obra “Além do Princípio do Prazer” (1920, p.34), Freud afirma: a compulsão a repetição também rememora do passado experiências que não incluem possibilidade alguma de prazer e que nunca, mesmo há longo tempo, trouxeram.

Porém dar atenção seletiva com o que desperta emoções desagradáveis não ajuda a solucionar os problemas do mundo. Atentar-se para o convívio com pessoas abusivas, nas quais as amizades que cultivamos são importantes para a nossa saúde mental.

A influência em nosso bem-estar é tanta que podemos nos encontrar presos em um relacionamento abusivo sem perceber. Nem sempre é possível cortar laços com as pessoas próximas, como familiares e colegas, entretanto podemos encontrar formas de não permitir que nos façam mal e que, atitudes e palavras desagradáveis não nos perturbem.

A autoestima baixa é capaz de potencializar o esgotamento psicológico. Uma pessoa com autoestima baixa permite que os demais tirem proveito dela. Como não se valoriza da forma como deveria, tem dificuldade para dizer [não] e frequentemente se encontra em situações nas quais não gostaria de se envolver. Pode até mesmo se tornar vítima de abuso com mais facilidade dentro do meio familiar.

 A autoestima baixa também influencia os pensamentos que, por sua vez, se voltam para a negatividade. Em outras palavras, a ausência de amor-próprio pode aumentar [e muito] as vivências negativas. Com o passar do tempo, essa situação pode levar ao esgotamento psicológico.

A vivência em ambientes estressantes, onde idealmente, os ambientes que frequentamos deveriam despertar apenas emoções agradáveis. No mundo real, porém, é raro termos a oportunidade de transitar exclusivamente por lugares acolhedores. A vivência prolongada em ambientes estressantes impacta a saúde mental e física de forma severa.

Devemos nos afastar de ambientes desagradáveis, quando possível, ou evitar que um deslocar bacana se transforme em caos. É normal as pessoas ignorarem os sinais de mal-estar para seguirem com seus estilos de vida nocivos à saúde.

Na verdade, não é necessariamente preciso fazer uma transformação radical. Nem todo mundo consegue deixar um trabalho exaustivo ou cortar laços com familiares ou mudar a maneira como você enxerga o mundo. Nesses casos, como aprimorar a gestão do estresse diário, já é o bastante.

O excesso de preocupações, com pensamentos frequentes sobre questões a serem resolvidas ou pendências que envolvam a vida pessoal ou profissional; Se o seu trabalho exige muito de você mentalmente, você pode estar tendo dificuldades para assimilar as informações e lidar com tudo à sua volta; Dificuldade para se sentir à vontade ou de fazer coisas que possam gerar bem-estar por estar o tempo todo sentindo-se desgastado.

Estar vivendo em tempo integral o trabalho, e em geral, muitas pessoas vivem suas vidas conectadas em tempo integral com o trabalho. As tecnologias como WhatsApp, e-mails e demais redes nos aproximaram bastante, diminuindo distâncias, mas ampliaram também a ausência de limites em determinadas relações, por exemplo, profissionais.

Sem hesitação se percebeu respondendo mensagens via WhatsApp do trabalho em horários fora de seu turno oficial? Já se pegou respondendo e-mails do trabalho em pleno final de semana ou em horários bem atípicos para adiantar sua rotina? Já se sentiu pressionado a ficar interagindo em grupos de WhatsApp de trabalho, mesmo fora do seu horário convencional, para mostrar-se disponível?

Sem tardar tentou não fazer nada fora do seu horário, mas sentiu-se pressionado a fazer por que seus outros colegas fazem isso? Em geral, as pessoas acabam cedendo às pressões que o trabalho exerce, deixando de lado muitas vezes suas vidas pessoais para cumprir obrigações do trabalho. Porém, muitas vezes, essas pressões por mais que possam vir das organizações podem ser muito mais internas, ou seja, suas do que dos outros.

E quando descubro que o meu trabalho me faz mal? Bom, neste caso, temos outras questões a serem refletidas. Existem alguns fatores que podem intensificar a sensação de esgotamento psicológico no trabalho, tais como, o próprio trabalho em si, suas atribuições, não são aquilo que você realmente gostaria de estar fazendo, e com isso, sente-se frustrado e desmotivado quanto ao futuro.

O esgotamento psicológico não é reconhecido como doença, mas não é por isso que deixa de ser um fator preocupante, pode se tornar um sinal de alerta para alguns transtornos psicológicos, acionada pela ansiedade, nível de exigência, pressões e frustração, medo caracterizada a partir da falta de resolução dos objetivos cotidianos que nos propomos e que não conseguimos realizar. [...] Esse medo marcará nossa memória, de forma desprazerosa, e será experimentado como desamparo, “portanto uma situação de perigo é uma situação reconhecida, lembrada e esperada de desamparo” (Freud, 2006, p.162).

A perda de energia, geralmente se reflete primeiro fisicamente, perder energia é mais fácil que possa se imaginar, pois basta que haja atitudes de desordem emocional que poderá ocasionar várias outras indisposições. Fatos pontuais que podem ser causadoras dessa perda é viver em meio ao sentimento de pessimismo, reforçando hábitos nocivos o cercando de vibrações negativas. Anedonia.

É a perda da capacidade de sentir prazer, causando por vezes uma certa indiferença consigo mesmo, diminuindo ou até mesmo bloqueando o apego pelas pessoas e por si próprio, em outros momentos pode trazer uma resistência a mudanças, tornando incapaz de desfrutar dos sentimentos que antes gostava.

Indivíduos que sofrem de anedonia possuem um aspecto de congelamento tornando muitas das vezes desagradáveis socialmente, potencializando um quadro de isolamento. A falta de motivação, nesse período quando está esgotado psicologicamente, é muito comum que apareçam sentimentos de desencanto e apatia, possibilitando na motivação para que o sujeito queira sumir, uma forma de não ter que enfrentar seus próprios medos e angustias, ficando assim estático diante da sua própria vida.

O esgotamento psicológico pode nos gerar diversos incômodos na saúde, assim já citados, esses também podem vir afetar nossa saúde.  A maioria das vezes nosso corpo se manifesta através de sinais, que muitas vezes passam desapercebidos, pois o estresse é somatizado no corpo físico.

Provérbios 14:23 - Em todo trabalho há proveito, mas ficar só em palavras leva à pobreza. Então avalie suas ações e atitudes para não contrair a exaustão emocional. E observe os sinais como dores musculares no corpo e lombalgia, tonturas, dores de cabeça constantes, problemas digestivos, perda ou aumento da alimentação, podem surgir após uma situação de estresse excessivo, e nesse momento é aconselhável que se busque formas de relaxamento, psicoterapia ou resolver a contrariedade por meio da medicina.



Referência Bibliográfica

BÍBLIA, A.T. Provérbios. In BÍBLIA. Português. Bíblia Evangélica: Antigo e Novo Testamentos. Tradução Versão de João Ferreira de Almeida Corrigida 1948 (JFAC). São Paulo.

FREUD, A. O ego e os mecanismos de defesa. Rio de Janeiro: Biblioteca Universal Popular, 1968

FREUD, S. (1920), "Além do princípio do prazer” In: FREUD. S. Obras completas de S. Freud. Rio de Janeiro: Imago, 1996, v. XVIII.

FREUD, S. (1996). Obras completas de S. Freud. Rio de Janeiro: Imago. (1914). "Recordar, repetir e elaborar ", v. XII

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Junho/2019. Escrito por Ayrton Junior - Psicólogo CRP 06/147208        Por intermédio deste texto pretendo espelhar sobre a possibilidade de o homem enfrentar situações difíceis e ter a possibilidade de ressignificá-las, buscando um novo sentido para o desemprego. Existe um jargão muito bonito e comumente utilizado pelos profissionais da Psicologia chamado [ressignificar]. Ressignificar é atribuir um novo significado a um sucedido através da mudança de sua percepção sobre as coisas ou sobre o objeto. O conceito de Ressignificar realmente é dar um novo significado a alguma experiência, retirando o afeto. Ao ressignificar um episódio, você está retirando o afeto que ele tem sobre você, ou seja, ele não lhe afeta mais, não retira suas energias, ele não lhe angustia mais, nem lhe deixa nervoso, com medo, frustrado, decepcionado, desalentado e outros. Percebo que tais situações podem deixar marcas na consciência, que muitas vezes a expressão dessas dores é o isolamento, o fechar-