Ano 2023. Escrito por Ayrton Junior Psicólogo
CRP 06/147208
O
presente artigo tem a intenção de desvelar ao leitor o tema medo do sucesso. Uma
das possíveis definições encontradas é de que o sucesso é o êxito ou o
resultado gratificante obtido com algo. Logo, varia de indivíduo para
indivíduo, pois cada um possui um modo de enxergar a vida e suas expectativas,
seja em âmbito profissional ou pessoal.
Enquanto
que para um sujeito sucesso é ter um bom emprego, uma casa e um carro, para
outra pode ser conseguir cursar uma universidade no exterior ou obter o cargo
mais elevado em uma empresa. Ou ainda ser psicólogo de sucesso com excelente
remuneração.
O
que na verdade todos nós buscamos é a recompensa e que podem mudar, à medida
que as circunstâncias de vida mudam. Um bom exemplo disso é o jovem recém
formado e solteiro que dá pouco valor à recompensa conhecida como fundo de aposentadoria.
Dez anos mais tarde, se esse jovem se casou, tem uma casa e é pai de vários
filhos, espera-se que essa recompensa seja mais valorizada.
Alcançar
o sucesso, esse sem dúvida é o objetivo de vida de muitos indivíduos, mas,
mesmo não sendo algo impossível de ser feito, muitas vezes ele não é alcançado
por causa de incômodos que nós mesmos colocamos ou permitimos que apareçam no
decorrer do caminho.
Sucesso
e fracasso andam juntos, por que certas pessoas de grande sucesso nas suas
carreiras cometem determinados atos que muitas vezes as levam ao fracasso? A
resposta é que elas não se permitem desfrutarem dos benefícios que o sucesso
pode trazer-lhes. Talvez inconsciente por pensar que vai humilhar as pessoas
desfavorecidas e para não agir deste modo fracassa nos empreendimentos ou agir
perversamente dizendo não aqueles que lhe pedir dinheiro.
Há
um sentimento de culpa porque outras pessoas que lhe são caras não tiveram e
não têm o que elas têm agora; a ex-mulher, os parentes, os amigos, mais
chegados ficaram no início ou no meio do caminho.
Os
projetos pessoais são afetados pelas emoções humanas e pensamentos. O medo se
mostra como uma emoção bastante evidente em alguns indivíduos. A incapacidade
de realizar projetos e alcançar metas projetadas produz desconforto desprazer emocional.
Um
processo [deformado] que gera muita dor e decepção nas pessoas. Acarretando uma
descrença na vida e na possibilidade de satisfação. Esta deformação pode despertar
disfunções mentais [ansiedade, depressão, pânico, síndromes]. Mostra-se como
uma vida que se esvai pelo ralo das deformidades mentais. Sonhos desperdiçados
e muita desilusão são as consequências observadas. Uma cascata de sucessivas
tentativas e fracassos.
Por
que é difícil detectar o medo do sucesso? Porque este mecanismo se processa ao
nível do inconsciente [sistema de crenças disfuncionais]. É automático e se
aciona como resposta imediata a algum estímulo percebido como negativo. Neste
caso o estímulo é percebido de modo deformado; uma disfunção mental. É animador
recordar que está disfunção pode ser descoberta e tratada com ajuda de algum
profissional ou através de um processo profundo de autoconhecimento.
Entretanto,
saber da existência deste medo do sucesso não é suficiente para sanar a
disfunção. O trabalho seguinte a cura da disfunção mental é a parte mais
difícil. De fato, exige uma mudança ou transformação de comportamentos e da
cognição do ser. Cumpre alertar que uma disfunção arraigada na mente [desenvolvida
e usada há décadas] não desaparecerá pelo simples fato de ser desvelada. Seria
extraordinário se assim fosse. O desvelar do medo do sucesso [no caso abordado
neste artigo] resultará na percepção de que o sucesso nas relações, na
profissão e na vida foi prejudicado, de modo cabal, por uma crença disfuncional.
As
crenças subjazem na psiquê inconsciente. Por esta razão, enquanto as pessoas
negligenciarem a saúde mental [emoções e pensamentos], o fracasso estará logo
pronto para atuar através da autossabotagem. Um fracasso acaba por reforçar uma
crença [medo do sucesso] aumentando o poder da crença [crença arraigada];
concorrendo para a derrocada da possibilidade de sucesso de uma pessoa. A
incapacidade de realizar projetos e alcançar metas projetadas produz
desconforto emocional. Um processo [deformado] que gera muita ansiedade e
decepção nas pessoas. Acarretando uma descrença na vida e na possibilidade de satisfação.
Esta
deformação é capaz de fazer surgir disfunções mentais [ansiedade, depressão,
pânico, síndromes]. Mostra-se como uma vida que se esvai pelas deformidades. Sonhos
desperdiçados e muita desilusão são as consequências observadas. Uma cascata de
sucessivas tentativas e fracassos é o resultado muito óbvio. De acordo com a
bíblia no livro de I Timóteo 6:10 - Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda
a espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram
a si mesmos com muitas dores. Esses cristãos são expostos a uma pregação
deformada.
Pelo qual elas sentem uma forte necessidade de
alcançar sucesso; contudo, evidenciam um medo igualmente forte de que seu
sucesso terá consequências adversas graves como, por exemplo, a perda de afeto
de Deus se obtiverem o sucesso. Evidencia-se nestes casos a emoção da culpa.
Tratando
alguns de seus pacientes, ele observou que o sucesso profissional lhes trazia
uma grande ansiedade. No processo ele descobriu que havia um medo de humilhar
os pais, conseguindo coisas maiores do que os pais haviam conseguido,
trazendo-lhes grande angustia. [...] Em sua obra “Além do Princípio do
Prazer” (1920, p.34), Freud afirma: a compulsão a repetição também rememora do
passado experiências que não incluem possibilidade alguma de prazer e que
nunca, mesmo há longo tempo, trouxeram.
Em
1915, Freud observou, tratando as neuroses, um fenômeno inesperado em alguns de
seus pacientes. O sucesso profissional provocava neles uma grande ansiedade.
“Para algumas pessoas, o sucesso equivale a uma morte simbólica do genitor do
mesmo sexo”.
O
medo do sucesso consiste em um processo mental que atua ao nível do
inconsciente. A sua operação se dá em que o indivíduo ao se deparar com boas
notícias, ou expectativas de realização de um grande projeto, experimenta um
pavor intenso. O medo de fracassar está relacionado à insegurança que, quando
excessiva, pode causar muitos prejuízos.
A
insegurança geralmente aparece quando estamos diante de um grande projeto, ao
receber uma promoção, antes de uma apresentação em público, entre diversas
outras situações que nos fazem sair da zona de conforto. O sucesso geralmente depende da superação dos
nossos medos: medo de correr riscos, medo de afirmar-se, medo de expor o seu ego
mais profundo a outras pessoas e, por fim, medo do fracasso. O medo do fracasso
pode ser incapacitante, mas o medo do sucesso pode paralisar seus esforços com
a mesma severidade. [...] Esse medo marcará nossa memória, de forma
desprazerosa, e será experimentado como desamparo, “portanto uma situação de
perigo é uma situação reconhecida, lembrada e esperada de desamparo” (Freud,
2006, p.162).
No
entanto, muitas vezes, quando estamos próximos daquilo que tanto desejamos,
inconscientemente, damos um jeito de anular nossos objetivos por acreditar que
não somos capazes de alcança-los. Isso se chama autossabotagem ou punição. É a
dificuldade que uma pessoa tem de suportar o próprio êxito, levando-a a
boicotar a si mesmo. É o medo de sentir prazer.
Há
várias formas de punição inconsciente e, certamente, você conhece algumas delas
como adiar tarefas, se propor a uma dieta e ao final do dia quebra-la comendo
em excesso, fugir de relacionamentos saudáveis por considerar que não é
merecedor daquela pessoa ou ainda não aceitar determinada função no trabalho
por acreditar que não tem competência para o mesmo, apesar de todos a sua volta
afirmarem o contrário.
Parece
estranho, mas ocorre com frequência. Freud, o pai da psicanálise, em 1916
escreveu um artigo intitulado “Os que fracassam ao triunfar” que, basicamente,
descreve as pessoas que se sentem aliviadas quando algo que tanto desejam não
dá certo. Uma das razões para este padrão de conduta tem suas raízes na
infância e nas crenças que a criança construiu ao longo da vida sobre si, tendo
os pais, e ambiente, como influência.
Estas
crenças disfuncionais determinam sua maneira de perceber a si e o mundo a sua
volta, interferindo negativamente seus pensamentos. Imagine, por exemplo, uma
criança que cresce ouvindo dos pais que ela não é boa o suficiente para
realizar algo. Já adulta, mesmo que tenha vontade de ter sucesso, há uma voz
interior que sussurra que ela não irá conseguir. Então, num momento que ela
está psicologicamente frágil, a tendência é acreditar neste pensamento automático
destrutivo prejudicando sua autoconfiança.
A
punição acontece porque a sua identidade está atrelada a crenças limitantes
sobre si, subestimando sua capacidade de lidar com o sucesso. Uma pessoa, por
exemplo, que sofreu várias perdas ao longo da vida, seja de entes queridos, de
possibilidades ou de relacionamentos, quando estão diante de uma nova
conquista, inconscientemente diz a si mesmo, não vou conseguir. Daí cria
empecilhos e desiste. A baixa autoestima aqui dificulta o reconhecimento de suas
qualidades e potencialidades, criando resistências a tudo que é novo para
manter-se como está, mesmo que traga sofrimento. O ciclo se repete.
Situações
que nos fazem sair da zona de conforto. Esse sentimento pode estar relacionado
ao medo do fracasso, uma vez que o desconhecido costuma incomodar e preferimos
sempre estar no controle. Na medida certa, a insegurança pode ser positiva.
Isso porque essa sensação estimula o indivíduo a se preparar e se
autodesenvolver.
Porém,
quando ela limita a capacidade de realização, de gerar movimento e de
transformação, passa a ser um aspecto que precisa ser observado com atenção
para que não cause prejuízos. Por ser formado em teologia, me permito citar a
passagem bíblica no livro de I Reis 18:19-40; I Reis 19:1-9, para intitular o
medo do Profeta Elias.
Elias
derrotou 450 profetas de Ball, pois confiava em Deus, digo tinha fé no Divino e
por isso obteve sucesso, Mas, teve um esgotamento emocional que lhe trouxe
insegurança ficando com medo de Jezabel mulher perversa do rei Acabe, que lhe
avisou que iria mata-lo por ter matado os seus 450 profetas.
Elias
por meio do mecanismo defesa, fugiu escapando com medo de ser morto pelas mãos
de Jezabel e escondeu-se numa caverna. O medo de ser bem sucedido novamente e
ser reconhecido novamente como um profeta de Deus o fizera fugir e isolar-se
por medo de ser castigado. Elias esqueceu-se que havia obtido o sucesso sob os
450 profetas de Baal e foi consumido pelo medo de fracassar.
Freud
relacionou o medo do êxito e do sucesso ao sentimento de culpa de sermos
melhores do que nossos pais puderam ser. Alguns autores mais recentes, associam
o medo do sucesso com indivíduos que tiveram pais abusivos e que possuem,
enquanto adultos, um sentimento extremo de não serem merecedores de coisas
boas.
Pode
ocorrer também com algum indivíduo que tenha se casado e a mulher tinha
comportamentos abusivos e atitudes de furtar o papel moeda do esposo,
associando-se a agiotas lhe causando sérios prejuízos. Esse homem depois do
divórcio é capaz de desenvolver um trauma referente ao sucesso financeiro na
sua vida.
E,
neste sentido, o sucesso seria um equívoco. Outro mecanismo é a auto sabotagem,
que pode ocorrer de infinitas maneiras, o pensamento negativo predominante, a
percepção de que não tenho nada que aprender com as pessoas ou ocasiões
desfavoráveis privação de dinheiro, restrição ao conforto e bem-estar, por
exemplo. Ou, quando o sucesso se torna eminente, a tarefa a ser concluída é
abandonada de repente.
O
isolamento, a preguiça, o orgulho, ações sem planejamento ou caóticas e a busca
de soluções ideais ou mágicas. Agradar em demasia os outros e esquecer das suas
prioridades e desejos, cometer pequenos erros que parecem inocentes, mas não
permitem que a tarefa reflita o seu verdadeiro potencial, estabelecer uma
rotina que dificilmente você conseguirá dar conta.
Quer
dizer, a auto sabotagem ou punição inconsciente é um conjunto de comportamentos
autodestrutivos que repetimos constantemente e que nos impedem de rompermos com
crenças que possuímos, bloqueando o nosso crescimento ou sucesso, não consigo
fazer isso; não sou boa o bastante; preciso das condições ideias para realizar
o que sou capaz; não consigo fazer isso porque nunca tenho a colaboração das
pessoas; sei que não vão gostar do meu produto; este lugar e estas pessoas não
estão a minha altura. E o indivíduo não se dá conta que está na compulsão a
repetição de pensamentos automáticos disfuncionais. [...] Freud no seu
texto “Recordar repetir e elaborar” (1914), texto esse em que começa a pensar a
questão da compulsão à repetição, fala do repetir enquanto transferência do
passado esquecido dentro de nós. Agimos o que não pudemos recordar, e agimos
tanto mais, quanto maior for a resistência a recordar, quanto maior for a
angústia ou o desprazer que esse passado recalcado desperta em nós.
Freud
entendeu que quando triunfamos sobre nossos pais ou acreditamos tê-lo feito
seja porque nos tornamos mais ricos, mais férteis ou mais bem-sucedidos do que
eles, experimentamos uma sensação de culpa por tê-los ferido ou envergonhado. E
que, por outro lado, tememos ser atacados por nossos pais, como forma de
enfrentar sua própria inveja.
Claro
que ficaremos infelizes se não formos promovidos, se nosso parceiro ou nossa
parceira nos deixar ou se os filhos de alguma forma no decepcionarem ou ainda
se não conseguimos cliente o suficiente para aplicarmos a psicologia e pagar
nossas contas.
Mas
Freud introduziu uma nova ideia na psicologia, a saber, que todos temos sérias
possibilidades de ficar perturbados quando nossos desejos de fato se realizam,
não porque não saibamos muito bem o que fazer com nosso novo status ou riqueza,
e sim por temermos ter feito algum mal a nossos pais. Em 1915, Freud observou,
tratando as neuroses, um fenômeno inesperado em alguns de seus pacientes. O
sucesso profissional provocava neles uma grande ansiedade. Para algumas
pessoas, o sucesso equivale a uma morte simbólica do genitor do mesmo sexo.
Um
fato provável é se o adulto tentou em algum momento da sua vida empreender em
algum cargo esperando ser bem sucedido economicamente e como resposta obteve o
fracasso. Inconscientemente no aqui-agora esse sujeito é capaz de entre o
mecanismo defesa regressão, regredir a atitudes anterior relembrando o fracasso
como meio de aliviar a ansiedade. E neste sentido acaba entrando em conflito
consigo, por ansiar o sucesso e deparar-se com o fracasso no presente. [...]Mecanismo
defeso regressão é um retorno a um nível de desenvolvimento anterior ou a um
modo de expressão mais simples ou mais infantil. É um modo de aliviar a ansiedade
escapando do pensamento realístico para comportamentos que, em anos anteriores,
reduziram a ansiedade.
À
primeira vista este título parece surpreender, pois como poderia alguém se
angustiar diante do sucesso? Comumente, o sucesso é entendido como algo que
encontra êxito, o que seria uma situação, ao menos a princípio, oposta a
angústia, em que não haveria êxito. Diferentemente disso, a experiência clínica
nos traz alguns casos em que o sujeito porta uma queixa não sobre um sintoma
específico, mas sobre uma sensação de fracasso.
Há,
nesses casos, uma reclamação de um fracasso reiterativo quer no trabalho, nos
estudos, no sexo, no empreendedorismo, na vida. Dessa forma, o sujeito chega à
análise falando de um fracasso, que as coisas não dão certo na sua vida e diz
que gostaria de obter sucesso; ter êxito no trabalho e no casamento, por
exemplo.
Esse
discurso parece apontar para um aspecto imaginário do registro psíquico, não
evidenciando a faceta simbólica e real implicada; e tão logo se instale aí uma
análise irrompe uma angústia que desestrutura esse discurso das lamúrias.
De
início parece que o sujeito se angustia com a possibilidade de fracassar, ele
diz, por exemplo, que começa a ficar angustiado ao abordar uma garota, pois
começa a sentir que ela vai lhe dar um fora e ele então fala dessa angústia
como a possibilidade de novamente fracassar frente à tentativa de conquista da
garota. Ou menciona a contingência de naufragar frente ao projeto que não exibe
resultados positivos, porque no passado fraquejou ao empreender em consultoria
técnica e não sabe elaborar suportando a angustia de falhar.
Mas,
no transcorrer da análise, esse cenário toma outra dimensão, pois a angústia
não é exatamente frente à possibilidade de fracassar, mas frente à
possibilidade de êxito. No exemplo, a angústia não é o fora que ele pode levar
da garota, mas a possibilidade de ela desejá-lo, dela tomá-lo como objeto de
seu desejo.
Ou
ainda a angustia não é o malogro do projeto e sim a promessa de o projeto
ansiá-lo e submetê-lo como objeto de seu desejo. Então o sujeito por meio do
mecanismo negação, nega inconsciente se sujeitar ao projeto e ser objeto de seu
desejo com medo de perder o controle sobre si e pensa equivocadamente que o
projeto o controlará.
Exemplo,
um indivíduo com formação em teologia e psicologia é capaz de inconscientemente
fracassar nos empreendimentos relacionados a psicologia por medo de ser bem
sucedido e de que a psicologia o eleja como objeto de desejo, pensando
equivocado ao fazer leitura mental e interpretação errônea sobre o versículo
João 15:16 que a teologia não o elegerá mais como sendo seu objeto de desejo
principal. Pois foi o objeto Cristo quem escolheu e elegeu o teólogo como
objeto de seu desejo.
E
inconsciente deseja falhar no empreender em psicologia e como resposta ao
masoquismo moral por entre a culpa inconsciente se castiga ao pensar desacertado
que se for bem sucedido em psicologia estará em transgressão e com isto se priva
de conforto, de ser sucedido economicamente, é atormentado por humilhação e
agressão verbal com ameaças de morte de um ente querido, por estar apegado ao
passado de rejeição e desamparo, recebe rejeição profissional por parte de
clientes, para manter-se subordinado a teologia e não ser rejeitado por Jesus
Cristo por medo de não herdar a vida eterna.
Deste
modo anseia inconsciente não ser elegido pelos clientes que desejam e tem poder
aquisito para pagar seus honorários, mas sim transitar por entre clientes que
podem no máximo pagar o valor social e aqueles que não pagam para conservar-se
no altruísmo do masoquismo econômico.
E
segundo o livro de João 15:16 - Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos
escolhi a vós, e vos nomeei, para que vades e deis fruto, e o vosso fruto
permaneça; a fim de que tudo quanto em meu nome pedirdes ao Pai ele vo-lo
conceda. Pois foi o objeto Cristo quem escolheu e elegeu o teólogo como objeto
de seu desejo.
Vejamos
melhor isso. A questão pode ser abordada de diferentes formas, pois
inevitavelmente tem aí a questão da repetição do fracasso, o quanto esse traço
se repete e pode permear e determinar a vida do sujeito.
Evidentemente
que isso aponta para a ação ilógica inconsciente, de se fazer fracassar, de
buscar nas diversas coisas da vida a repetição da ilusão. Freud (1920) irá
marcar em Além do princípio do prazer o quanto há de uma compulsão a repetição,
o quanto esse fracasso marca um gozo fantasmático que se repete incessantemente
e com diferenças.
Esse
fracasso também pode ser um traço de caráter, isso que não é um sintoma e que
não gera um conflito como um derivado inconsciente. Esse traço de caráter pode
seguir na vida do sujeito sem que ele busque uma análise e sem que ele possa
ser analisado. Mas, o ponto que pretendemos trabalhar é um recorte que aponta
tão somente para a relação desse binômio fracasso/sucesso com a angústia.
Eis
que o sujeito não quer perder a psicologia com a qual ele se encontra extremamente
ligado, por vezes até identificado a própria abordagem. Estar ligado a psicologia
ou tentar possuí-la denota um apagamento da posição de sujeito, ao menos de um
sujeito em falta, assujeitado às insígnias do inconsciente que procede a sua
divisão, como não inteiro, em que nessa divisão, algo se perde; não é possível
reter a psicologia.
O
sujeito teme a perda da psicologia, com isso, fica fixado a ela, por entre o
mecanismo defesa fixação obscurecido em sua sombra como que eclipsado a
abordagem psicológica para não se defrontar com a suposta angústia da perda. O
que aparece, nesse momento, não é o sujeito castrado, dividido, que de algum
modo se depara com sua falta, mas a tentativa de nada faltar, a tentativa de
estar tão próximo a psicologia ao ponto de incorporá-la como se ela fizesse
parte do sujeito.
Com
isso, o sujeito passa a se identificar, por meio do mecanismo defesa
identificação fortemente a psicologia de modo a tentar ser a psicologia que irá
completar a falta nele mesmo. Colocar-se no lugar da psicologia é a tentativa,
todavia mal sucedida, de não se deparar com a falta que a castração lhe imputa
na posição de sujeito.
A
psicologia, nesse caso, não opera como uma psicologia, quer dizer, ela não
funciona como uma psicologia causa de desejo, que é a psicologia em falta.
Disso, denota-se que se a psicologia não está perdida, não há um sujeito em
falta, logo não há uma castração propriamente dita, mas a tentativa angustiante
de completude na psicologia.
A
falta [castração], de algum modo, opera, contudo na angústia, é como se o
sujeito mobilizasse forças para evitar se defrontar com a castração, e esse
movimento provoca angústia. Nada pode faltar, e dessa forma, se coloca como uma
psicologia para si mesmo.
Uma
vez que o Outro descarta a psicologia só resta ao sujeito cumprir esse destino,
ser dejetado, ser abandonado, deixar-se cair. Isso tudo ocorre sob forte
angústia, pois ela é um afeto que não se deixa enganar, ou melhor dizendo, essa
certeza do ato denota que há igualmente uma certeza subjacente em que o sujeito
acredita ser efetivamente essa psicologia para o Outro e se coloca dessa forma.
A
angústia não se deixa enganar na medida em que ela é sentida no corpo, é a
força desse afeto que afeta o sujeito ao ponto de ele ser certeiramente afetado
em seu ato suicida, ou em outras passagens ao ato. Voltando a questão do
sucesso/e ou fracasso, o sucesso que o sujeito almeja é uma tentativa de satisfação
garantida, de conquista ilimitada, de ausência de castração e de um gozo
infinito.
Se
o suicida busca essa saída totalizadora de uma forma extrema e angustiada, o
sucesso também é para o neurótico uma saída totalizadora e extrema, que pode de
igual forma provocar uma angústia insuportável. Para o neurótico, o sucesso
seria alguma espécie de realização em que nada pode faltar. Aí se pode
visualizar suas analogias com o suicida, pois este também busca uma completude,
em que nada pode faltar.
Por
isso mesmo ele se mata, não no sentido de pôr fim a própria vida, o narcisismo
o impede disso, mas como uma tentativa de encontrar uma saída para um conflito
psíquico, uma tentativa de encontrar um paraíso ou um outro plano da vida onde
não haja angústia. Pois bem, este imperativo de nada pode faltar o conduz a
angústia. Uma angústia frente à possibilidade de uma ostentação de um sucesso
pleno.
O
sucesso, para esses sujeitos, teria que ser sem falta; como isso é impossível,
é melhor recuar e, de algum modo, fracassar. No fracasso o sujeito encontra
alento para se regozijar de sua condição de rejeitado, de fracassado, de mal
amado, de sofrido, enfim, encontra uma brecha para gozar com seu sintoma e
supor que um gozo pleno e absoluto só é possível para o Outro, não para ele.
No
fracasso encontra uma recompensa narcísica para ocupar um lugar de destaque, se
colocando como o pior dos piores, um ser abominável e, com isso, gozar dessa
condição. A iminência do sucesso desperta a angústia, pois ela remete a algo
que não pode faltar, e o desejo fica sufocado nesse sucesso que tem que ser
pleno.
Ora,
o sucesso pleno já é sinônimo de angústia, pois não há plenitude, há tão
somente o desejo, constituído pela falta, que pode sustentar o sujeito do
inconsciente. O sucesso, neste caso, pode muito bem representar a demanda
satisfeita, pode ser uma demanda de amor, uma vez que o sucesso não é a
colocação do desejo em ato, mas a sua asfixia.
Se
o sucesso pode ser demande de amor, o fracasso, é um instrumento da angústia,
na medida em que necessariamente o sujeito precisa fracassar [e aí está o
instrumento] para que o desejo não seja abafado. Nesse artigo, o que está em
destaque é o sentimento de culpa, pois ele torna insuportável qualquer condição
de sucesso.
O
sentimento de culpa agiria como um castigo, que priva a fruição, em que não lhe
é devido tamanha realização. Essa necessidade de castigo que impõe o imperativo
superegóico em que o sujeito deve fracassar como forma de evitar o sucesso que
lhe é indevido e que sua iminência lhe causaria uma angústia terrível. De modo
que deve fracassar e isso é um instrumento da angústia para cumprir um
sentimento inconsciente de culpa.
Surge
aí nesse imperativo categórico do supereu o objeto a [voz] está voz do Outro,
do pai que lhe imputa esse castigo, do qual o sujeito segue construindo as
condições para tornar efetivo seu próprio fracasso. Essa forma de operar
torna-se um recurso para preservar seu desejo, na medida em que não se defronta
com a falta. Dessa forma, o sujeito também se enxerga impelido, no êxito, a
ultrapassar o pai; algo que pode gerar angústia, pois ele precisa fracassar,
como se não pudesse ir além do pai.
Essa
postura fica sendo insuportável, seja pelo sentimento de culpa, seja pela
própria angústia. O gozo em querer ser maior que o pai é angustiante, não há
possibilidade de se instaurar um desejo, uma vez que o desejo não anula o pai,
mas enquanto o sujeito tenta anula-lo, o fracasso lhe espera.
Dessa
forma, fazer com que o sucesso não cause angústia é mobilizar um percurso de
análise que aponta para uma direção da cura em que no horizonte descortina-se a
relação do sujeito com o grande outro paterno, uma relação que vai desde a queda
da suposta consistência desse grande outro até o seu reconhecimento como pai e
de poder se servir dele para também pode prescindir-lhe.
Não
deixe que o medo de errar te impeça de lutar por seus objetivos. Nada na vida é
garantido, e a única certeza que existe é a de que parados não conseguimos
nenhum resultado. Portanto, se arrisque e ouse fazer diferente. Claro,
considerando alguns pontos que merecem cuidado, mas nunca se mantendo inerte.
O
medo transita lado a lado com a insegurança, então, se a ideia é vencê-lo é
preciso fortalecer a autoconfiança. A adaptabilidade é uma característica
bastante importante no mundo atual, em que as coisas mudam rapidamente. Pessoas
que são mais flexíveis e conseguem lidar bem com mudanças vivem com mais leveza
e evitam se abalar demais com perdas.
Claro
que perder algo ou alguém que se goste é sofrido, porém, quanto mais flexível
for, mais facilmente irá se acostumar à nova realidade. Acredite, saber se
adaptar é uma forma de se proteger e evitar uma série de sofrimentos.
O
sucesso traz consigo muitas coisas, nem todas são agradáveis. O leque de
síndromes que podem ser vividas ao lidar-se com o sucesso; pode ir desde o que
Freud abordou, até o medo de se provocar inveja dos que não alcançaram o mesmo
sucesso. Na cultura grega havia um ditado popular que falava do ciúme dos
“deuses” do sucesso dos homens. Estes processos internos precisam ser
descobertos, observados, analisados e reconfigurados.
Ou
ficaremos refém de motivações internas que não entendemos, e que em momentos
chaves de nossa história conspiram contra nós. Abortando sucessivamente o êxito,
sem qualquer justificativa.
Tal
ideia vai criar, junto à ansiedade, um sentimento de culpa, produzindo um
estado de melancolia que podem durar vários anos. Essas pessoas eram descritas
como aquelas a quem o sucesso destrói. Pelo medo de não conseguir para sempre
obter sucesso em tudo.
Enquanto
o sucesso fica ao nível do sonho, do desejo, a neurose do sucesso não
necessariamente se manifesta, mas desde que este sucesso se torna uma
realidade, por exemplo, após uma promoção, pode ser que aquele que foi
beneficiado não o suporte. Talvez vocês conheçam pessoas com este tipo de
problema que obtiveram uma promoção e, curiosamente, em vez de se alegrarem,
adoeceram.
Freud
dirá que as pessoas adoecem, porque um de seus sonhos, o mais profundo e
duradouro, se realiza. Não é raro que o Ego tolere um sonho como inofensivo,
enquanto sua existência for apenas uma projeção e que pareça nunca se realizar.
É como quando sonhamos ter um homem ou uma mulher e, quando ele ou ela estão
lá, nós achamos nosso sonho improvável e o ignoramos.
Este
estudo é muito interessante porque existem entre nós muitas pessoas que sonham,
que idealizam o sucesso, a plenitude. No entanto, por que estes sonhos jamais
se realizam? Conhecemos homens e mulheres muito inteligentes que se organizam
sempre e de tal maneira que fracassam em seus exames quando têm capacidade de
vencê-los. Por quê? É o que nós chamamos de neurose do fracasso.
No
momento em que vamos vencer, no momento em que nosso sonho vai se realizar,
inconscientemente nos arranjamos para falharmos. Podemos observar este
mecanismo em algumas pessoas como um processo muito doloroso e incompreensível.
O sucesso pode significar a realização de alguma coisa imerecida, que acentua a
inferioridade e a culpa.
Um
sucesso pode implicar não somente em castigo imediato, mas também em aumento de
ambição, levando ao medo de futuros fracassos e de sua punição. O complexo não
é, apenas, um medo do sucesso, um sentimento de culpa diante do sucesso, um
medo de suscitar inveja nos outros, sequestros, roubos.
O
complexo é, também, o medo de ser diferente, de ser rejeitado por aqueles que
são diferentes. Muitos de nossos contemporâneos passam por uma castração
voluntária, isto é, renunciam ao seu poder, à sua originalidade, à sua
independência, pelo medo da rejeição, do exílio. O desejo de segurança é muito
pronunciado nos psicóticos. Em sua infância lhes foi ensinado que toda mudança
é uma ameaça.
A
separação da mãe ou do ambiente familiar foi-lhes apresentado como o
equivalente da morte e do caos. Esta noção vai criar, nestas pessoas, um medo
de toda e qualquer mudança. Muita segurança impede a evolução da pessoa, mas
muita liberdade vai causar também muita angústia. A criança não sabe mais quais
são seus limites. Portanto, o medo de não ser como os outros vai gerar um outro
medo, o medo de conhecer-se a si mesmo.
Expectativas
elevadas, muitas pessoas alcançam o sucesso e nem se dão conta pelo simples
fato de que esperavam muito mais, o que as impede de enxergar o resultado
incrível que já alcançaram. Para que isso não aconteça com você, evite criar e
alimentar expectativas elevadas. Tenha sempre em mente o que de fato você quer
e a noção de que muita coisa no final pode não ser como o esperado, isso ajuda
a te manter com os pés no chão e assim evita frustrações.
Na
sociedade um homem só é percebido como indivíduo bem sucedido se estiver completo
de bens materiais. Caso ele não revele ser guarnecido de dinheiro ou posses
será visto como fracassado. Pois a percepção de sucesso está associada ao papel
moeda e o que for enxergado fora da percepção aprendida não é considerado
sucesso. O sujeito por entre o mecanismo defesa negação, consuma negando os
outros êxitos por preconceito como não sendo sucesso se não envolve a bufunfa.
Os
bem materiais se deterioram, dinheiro se perde e acaba, porém este artigo
ficará na internet até o fim da internet. Ele serve como fonte de conhecimento
para você leitor que acabou de adquirir informação essencial para lidar com
seus medos, por tanto isto pode ser percebido como sucesso. Um exemplo, basta
olhar para um vendedor de balas no sinaleiro para classifica-lo como
fracassado, por vender balas. Não é!
Referência
Bibliográfica
BÍBLIA,
A.T. I Reis N. T. João. In BÍBLIA. Português. Bíblia Evangélica: Antigo e Novo
Testamentos. Tradução Versão de João Ferreira de Almeida Corrigida 1948 (JFAC).
São Paulo.
FREUD,
A. O ego e os mecanismos de defesa. Rio de Janeiro: Biblioteca Universal
Popular, 1968
FREUD,
S. (1920), "Além do princípio do prazer” In: FREUD. S. Obras completas de
S. Freud. Rio de Janeiro: Imago, 1996, v. XVIII.
FREUD,
S. (1996). Obras completas de S. Freud. Rio de Janeiro: Imago. (1914).
"Recordar, repetir e elaborar ", v. XII
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