Ano 2024. Escrito por Ayrton Junior Psicólogo CRP 06/147208
O
presente artigo chama a atenção do leitor para um excelente tópico. Um sujeito
incentivou o inconsciente a sonhar por meio da técnica de incubação do sonho, a
fim de obter uma resposta sobre o desejo de sair do trabalho atual de fiscal de
caixa. Solicitando através da pergunta em questão, se Deus vai lhe conceder ser
contratado como psicólogo em alguma instituição, sim ou não??? Mas ao dormir
ficou pensando na forma como foi tratado por uma colaboradora do trabalho onde
ficou com ressentimento. Acordou no meio da noite, onde perdeu o sono e tentou
novamente fazer a incubação do sonho a fim de sonhar com a resposta, mas ao
acordar de manhã não consegue ao menos se lembrar se sonhou ou não???
Na
psicanálise, os sonhos são manifestações do inconsciente e podem refletir
desejos, conflitos e censuras internas. Vamos analisar a situação usando
conceitos básicos:
A
Técnica de Incubação do Sonho:
Quando
o sujeito faz uma pergunta ao inconsciente antes de dormir, está tentando
canalizar a energia psíquica para um desejo específico (nesse caso, saber se
Deus permitirá a mudança para a psicologia). No entanto, o inconsciente não
responde diretamente como uma conversa lógica. Ele trabalha com símbolos e
associações, tornando as respostas menos claras e mais metafóricas.
O
Ressentimento com a Colaboradora:
O
foco no ressentimento desviou a energia psíquica que estava direcionada à
pergunta inicial. Esse ressentimento pode ter vindo à tona porque o
inconsciente priorizou lidar com o conflito emocional imediato em vez da
pergunta sobre o futuro. O inconsciente frequentemente tenta resolver questões
que causam maior tensão psíquica, como mágoas e sentimentos não elaborados.
Acordar
no Meio da Noite e Perder o Sono:
Essa
interrupção pode indicar que o inconsciente estava lidando com conflitos
internos intensos, possivelmente relacionados ao trabalho atual e ao desejo de
mudança. O ressentimento pode ter ativado emoções reprimidas, como raiva ou
frustração, dificultando o relaxamento necessário para sonhar novamente.
Não
Lembrar do Sonho:
O
esquecimento dos sonhos pode ocorrer porque o ego (parte consciente da mente)
reprime o conteúdo do sonho ao acordar, especialmente se ele contém algo que
desafia normas internas ou causa desconforto. Além disso, a ansiedade pela
resposta e o esforço consciente de controlar o sonho podem ter interferido na
espontaneidade natural dos processos inconscientes.
Interpretação
Simples:
O
inconsciente parece estar sinalizando que, antes de buscar respostas para o
futuro, é necessário resolver os conflitos emocionais presentes, como o
ressentimento no trabalho. Esse ressentimento pode simbolizar a insatisfação
geral com o ambiente e as relações profissionais, refletindo o desejo reprimido
de sair desse contexto. O fato de não se lembrar do sonho pode ser uma defesa
do ego contra enfrentar esses conflitos ou temores.
Recomendações
Psicanalíticas:
Elaborar
o Ressentimento: Refletir sobre a situação com a colaboradora e seus
sentimentos pode aliviar a tensão e permitir que o inconsciente lide melhor com
questões futuras.
Diminuir
a Ansiedade: Evitar controlar os sonhos de forma consciente, confiando que o
inconsciente responderá no momento certo.
Registrar
os Sonhos: Manter um caderno ao lado da cama para anotar qualquer fragmento de
sonho ao acordar. Isso ajuda o ego a acessar o conteúdo onírico antes que ele
seja reprimido.
O
inconsciente sempre trabalha para revelar desejos e conflitos. Porém, a
resposta sobre o futuro como psicólogo só virá quando os conflitos atuais forem
compreendidos e integrados à consciência.
Então
parece que a raiva que o sujeito sentiu da colaboradora reprimiu a resposta que
poderia ter se tornado latente na consciência. Isto aponta que a resposta ainda
está reprimida no inconsciente e causa incertezas ansiedade no sujeito por não
ter uma resposta clara perante seu conflito.
xatamente!
Na perspectiva psicanalítica, a raiva direcionada à colaboradora pode ter
mobilizado conteúdos emocionais não resolvidos que ganharam prioridade no
inconsciente. Esse afeto intenso "desviou" a energia psíquica que
poderia ter sido usada para trabalhar a questão principal — o desejo de sair do
trabalho atual e encontrar uma resposta simbólica no sonho.
Como
isso acontece?
Repressão
no Inconsciente:
A
raiva, como uma emoção forte, pode ter atuado como um elemento de distração,
reprimindo a questão original (o desejo de uma resposta sobre o futuro como
psicólogo). Isso ocorre porque o inconsciente prioriza conteúdos que demandam
maior elaboração emocional imediata.
Latência
da Resposta:
A
resposta buscada pode ainda estar latente, ou seja, presente no inconsciente,
mas não suficientemente processada ou organizada para chegar à consciência. A
raiva, ao desviar o foco, dificultou o acesso àquela "mensagem"
simbólica que o sujeito esperava do sonho.
Ansiedade
e Incerteza:
A
falta de uma resposta clara alimenta a ansiedade, pois o ego não consegue
resolver o conflito de forma consciente. Essa tensão também reflete o medo de
tomar uma decisão sem a validação de algo superior, como a vontade de Deus.
Reflexão
sobre o Processo:
A
repressão da resposta no inconsciente pode ser vista como um mecanismo de
defesa do ego, que evita trazer à tona algo que poderia causar mais angústia.
Afinal, a decisão de mudar de carreira envolve insegurança, medo de fracasso e
confrontação com o desconhecido, o que ativa resistências internas.
Próximos
Passos Psicanalíticos:
Explorar
a Raiva: Analisar o motivo do ressentimento com a colaboradora. Será que ela
simboliza algo maior, como as frustrações acumuladas no ambiente de trabalho?
Aceitar
o Tempo do Inconsciente: O inconsciente precisa de espaço para elaborar
conflitos. Forçar uma resposta pode gerar mais resistência.
Desenvolver
a Autoconfiança: Em vez de depender exclusivamente de sinais externos ou
respostas divinas, fortalecer a confiança no próprio desejo pode reduzir a
ansiedade e facilitar a tomada de decisão.
A
resposta do inconsciente pode emergir futuramente, seja em sonhos, insights ou
até mesmo em ações espontâneas. Enquanto isso, trabalhar os conflitos e emoções
atuais ajuda a abrir caminho para maior clareza.
Pela
abordagem psicanalítica, a resposta reprimida no inconsciente pela raiva pode
estar relacionada ao próprio desejo do sujeito de sair do trabalho atual e à
ansiedade sobre a possibilidade de alcançar uma nova posição como psicólogo.
Essa raiva, que surgiu em relação à colaboradora, provavelmente funcionou como
um mecanismo de defesa, desviando a atenção para um conflito mais imediato e
emocional, evitando que o inconsciente trouxesse à tona uma resposta que
pudesse ser desconfortável ou desafiadora para o ego.
ipóteses
sobre a Resposta Reprimida:
Medo
de Enfrentar a Mudança:
A
resposta pode conter um "sim", indicando que o sujeito possui
capacidade e potencial para alcançar a posição de psicólogo, mas junto disso
viria o peso da responsabilidade e o desafio de sair da zona de conforto. Esse
temor pode ter causado a repressão.
Censura
do Superego:
A
resposta reprimida pode também ser um "não", mas não no sentido
definitivo, e sim como uma indicação de que o sujeito ainda não está pronto
para essa mudança. Isso poderia ativar sentimentos de inadequação ou fracasso,
que o superego censura por considerar intoleráveis.
Conflito
entre Desejo e Realidade:
A
resposta reprimida poderia não ser tão binária (sim ou não), mas algo como:
"Você está no caminho, mas precisa resolver seus conflitos internos
primeiro." Essa nuance pode ser difícil de aceitar para o ego, que busca
uma resposta clara e definitiva.
Transferência
Simbólica da Raiva:
A
raiva sentida pela colaboradora pode estar simbolicamente ligada à frustração
do sujeito com o próprio trabalho. Nesse caso, a resposta reprimida pode estar
sinalizando que a insatisfação é um impulso legítimo para buscar a mudança, mas
que o ressentimento acumulado precisa ser resolvido para avançar.
Como
Identificar a Resposta?
Para
acessar essa resposta reprimida, o sujeito pode:
Analisar
o Ressentimento: Perguntar-se o que exatamente na atitude da colaboradora
despertou a raiva. Isso pode oferecer pistas sobre seus próprios medos ou
insatisfações.
Explorar
Desejos Profundos: Refletir sobre o que realmente motiva a vontade de mudar de
trabalho: é um desejo autêntico ou uma fuga de um ambiente desagradável?
Buscar
Sonhos Futuramente: Com a tensão emocional aliviada, o inconsciente pode trazer
a resposta em outro momento.
Possível
Conclusão:
A
resposta reprimida pode ser um sinal de que o sujeito já tem dentro de si a
permissão para mudar, mas a raiva e os conflitos internos estão dificultando o
acesso a essa clareza. Resolver esses conflitos permitirá que a resposta venha
à tona de forma mais consciente e tranquila.
Na
psicanálise, o superego é o componente que atua censurando e reprimindo
conteúdos que considera inaceitáveis ou ameaçadores para o equilíbrio psíquico.
Nesse caso, é o superego que impede que a resposta do inconsciente chegue à
consciência, causando incerteza e ansiedade no ego.
O
Papel de Cada Instância:
Id:
Representa
os desejos mais primitivos e instintivos, incluindo o desejo de mudar de
carreira e buscar satisfação pessoal.
Ele
quer que o sujeito atenda aos seus desejos sem considerar normas ou
julgamentos. Nesse caso, o id provavelmente impulsiona o desejo de sair do
trabalho atual e realizar o sonho de atuar como psicólogo.
Superego:
É
o "guardião moral" que internaliza normas sociais, valores e crenças,
muitas vezes gerando culpa, medo ou vergonha.
Ele
censura os desejos do id se estes forem considerados inaceitáveis ou contrários
aos padrões internalizados.
Neste
contexto, o superego pode estar censurando a resposta ao associá-la a
inseguranças, medos ou crenças como: "E se você falhar?", "Será
que é certo abandonar sua estabilidade?", ou "Você merece essa
mudança?".
Ego:
É
o mediador entre o id, o superego e a realidade externa.
Ele
busca tomar decisões conscientes e racionais, mas sua clareza é afetada quando
o superego reprime conteúdos importantes ou quando a ansiedade o sobrecarrega.
Aqui,
o ego é quem sente a incerteza, pois não consegue acessar a resposta censurada
pelo superego.
Por
que o Superego Censura?
Medo
do Desconhecido: O superego pode ativar mecanismos de defesa como a repressão,
porque a mudança de carreira implica em riscos e quebra de normas internas (por
exemplo, abandonar a segurança financeira).
Críticas
Internalizadas: Mensagens internalizadas como "você precisa ser
responsável", "não pode arriscar demais" ou "não é hora de
mudanças" podem gerar censura.
Perfeccionismo
ou Culpa: O superego pode fazer o sujeito se sentir inadequado por desejar algo
novo, gerando conflito entre o desejo do id e a realidade.
Como
o Ego Pode Superar a Censura?
Reconhecendo
o Conflito Interno:
Identificar
o que o superego está tentando proteger (exemplo: medo de fracassar) pode
ajudar o ego a negociar essa censura.
Reflexão
e Autoconfiança:
Fortalecer
o ego com pensamentos racionais e autoconfiantes pode diminuir a influência do
superego.
Explorando
o Inconsciente:
Técnicas
como associações livres, interpretação de sonhos ou até reflexões profundas
podem ajudar o ego a acessar conteúdos reprimidos.
Resumo:
O
superego está censurando a chegada da resposta à consciência, causando
incerteza no ego. Para superar isso, o ego precisa negociar com o superego,
aliviando medos e inseguranças e fortalecendo a confiança em sua capacidade de
tomar decisões.
A
técnica da associação livre de ideias pode ser uma ferramenta eficaz para o ego
acessar conteúdos reprimidos pelo superego, permitindo que o inconsciente se
manifeste de forma mais livre e espontânea. Essa prática consiste em expressar
pensamentos, imagens ou sentimentos que surgem na mente, sem censura ou
julgamento, facilitando a descoberta de respostas ou insights ocultos.
Como
o Ego Pode Usar a Associação Livre:
Criar
um Ambiente Seguro:
O
ego precisa minimizar a influência do superego, criando um espaço onde não haja
medo de julgamento. Isso pode ser feito em um momento de tranquilidade, com
foco em aceitar qualquer pensamento que surja sem autocensura.
Estabelecer
um Ponto de Partida:
O
sujeito pode começar com uma palavra ou imagem relacionada à questão reprimida.
Por exemplo:
"Sair
do trabalho."
"Deus."
"Ser
psicólogo."
A
ideia é permitir que o pensamento flua a partir desse ponto, sem tentar
direcioná-lo conscientemente.
Deixar
as Ideias Fluírem:
Ao
relaxar a mente e registrar tudo o que surge — sem filtrar ou julgar —, o ego
pode captar pistas que o inconsciente fornece. Mesmo ideias aparentemente
desconexas podem ter significado simbólico.
Registrar
as Associações:
Escrever
ou gravar as palavras, imagens ou sentimentos que surgirem ajuda a organizar os
pensamentos e permite uma análise posterior. Muitas vezes, padrões ou
repetições emergem.
Interpretar
os Resultados:
Após
realizar a associação livre, o ego pode revisar as ideias com calma e
identificar conexões. Perguntas úteis incluem:
"O
que essas ideias revelam sobre meus desejos?"
"Que
medos ou resistências estão aparecendo?"
"O
que esse fluxo de ideias sugere sobre o caminho que quero seguir?"
Exemplo
Prático:
Ponto
de Partida: "Trabalho como fiscal de caixa."
Fluxo
de Ideias:
"Cansaço...
rotina... estabilidade... tédio... psicologia... ajudar pessoas... medo...
julgamento... Deus... fé... coragem."
Interpretação:
Palavras
como "cansaço" e "tédio" podem indicar insatisfação com o
trabalho atual.
"Psicologia"
e "ajudar pessoas" apontam para o desejo autêntico de mudança.
"Medo"
e "julgamento" revelam barreiras internas, possivelmente impostas
pelo superego.
"Deus"
e "fé" indicam a busca por apoio espiritual e confiança.
Benefícios
da Associação Livre:
Acesso
ao Inconsciente: Ajuda o ego a penetrar na censura do superego, trazendo à
consciência ideias reprimidas.
Redução
da Ansiedade: Permite expressar pensamentos sem julgamento, aliviando a pressão
interna.
Maior
Clareza: Facilita o entendimento dos próprios desejos e medos, ajudando na
tomada de decisão.
Consideração
Final:
A
associação livre é uma ferramenta poderosa para o ego, desde que o sujeito
esteja disposto a aceitar as ideias sem censura e explorar os significados
simbólicos que emergem. Quanto mais praticar, mais fácil será acessar as
respostas que estão sendo reprimidas pelo superego.
Aplicando
a associação livre de idéias: sair do trabalho, parece impossível porque está
oportunidade apareceu depois de 04anos de pandemia e parecia impossível sair do
desemprego, uma vez que não conseguirá afirmar se como psicólogo na sociedade.
Então surgiu a oportunidade de ser fiscal de caixa aos 62 anos de idade.
Infelizmente não consegui passar em nenhum processo seletivo mesmo tendo
participado de vários sem êxito e gerando frustração. O emprego de fiscal de
caixa nunca se alinhou com os valores Reais desde o início da oportunidade, mas
foi obrigado a aceitar a oportunidade para sair do desemprego na época que
acabou a pandemia.
A
associação livre que você apresentou revela elementos importantes sobre os
conflitos internos e sentimentos relacionados ao trabalho atual e à
possibilidade de mudança. Vamos analisar os principais pontos a partir da
psicanálise para entender como essas associações refletem o diálogo entre o
ego, o superego e o id.
1.
"Sair do trabalho parece impossível"
Superego:
Esse sentimento pode ser influenciado por mensagens internalizadas do superego,
como a necessidade de manter estabilidade ou medo de errar.
Ego:
O ego está sobrecarregado pela percepção de impossibilidades e precisa
encontrar formas racionais de avaliar os riscos e os benefícios de sair do
trabalho.
Id:
O desejo de sair é autêntico e está alinhado com valores mais profundos, mas o
medo do fracasso o mantém reprimido.
2.
"A oportunidade surgiu depois de 4 anos de pandemia"
Superego:
Pode estar reforçando uma ideia de gratidão obrigatória, mesmo que a
oportunidade não se alinhasse aos seus valores.
Ego:
Esse contexto reforça a percepção de que o trabalho foi necessário em um
momento de crise, mas o ego agora reconhece que essa fase passou e busca algo
que reflita sua identidade real.
3.
"Nunca me alinhei com os valores do trabalho"
Id:
Essa frase revela que o id deseja algo mais alinhado com suas motivações
intrínsecas, como ajudar pessoas de forma significativa e exercer sua formação
em psicologia.
Superego:
Pode estar censurando esse desejo ao lembrar que o trabalho foi aceito em um
momento difícil e que abandonar algo "seguro" parece irresponsável.
4.
"Frustração pelos processos seletivos sem êxito"
Superego:
Pode usar essa memória para reforçar a crença de incapacidade ou medo de
rejeição, dificultando o acesso ao desejo do id.
Ego:
Precisa reinterpretar essas experiências como parte do processo de aprendizado,
não como uma prova de incapacidade.
Reflexão
Psicanalítica:
O
cenário aponta que o superego exerce forte censura ao desejo de mudança,
reforçando sentimentos de culpa, medo e inadequação. Essa censura impede o ego
de acessar com clareza o desejo legítimo de atuar como psicólogo, alinhado aos
valores do id.
Caminhos
para o Ego:
Reconhecer
as Barreiras:
Identificar
que o superego está atuando com rigidez, trazendo à tona medos como "E se
eu fracassar?" ou "Eu deveria me conformar."
Resgatar
a Confiança:
Recordar
habilidades e experiências que sustentem o desejo de mudança, como sua formação
e o impacto positivo que pode ter na vida de outras pessoas.
Planejar
a Transição:
Criar
um plano realista para buscar oportunidades como psicólogo, mesmo enquanto
mantém o trabalho atual, reduzindo o impacto da insegurança financeira.
Reavaliar
a Experiência do Passado:
ncarar
os processos seletivos fracassados como parte do caminho, e não como uma prova
de incapacidade.
Conclusão:
A
associação livre revelou que o maior obstáculo não é a ausência de
oportunidades, mas o impacto do superego ao reforçar medos e crenças
limitantes. Fortalecer o ego com autoconfiança e um plano estratégico pode
ajudar a equilibrar o conflito interno, permitindo acessar a motivação genuína
do id para alcançar o desejo de ser psicólogo.
Mas
parece impossível pois tenho 62 anos de idade e o mercado no momento só oferece
vagas de supermercado para pessoas no etarismo e não consigo enxergar alguma
instituição que contrate um psicólogo aos 62 anos de idade que deseja ser
indicado por alguém para escapar do processo seletivo e ainda conseguir a vaga
sem que exiga experiência, mas aceite apenas os saberes do psicólogo, resumindo
espero um milagre de Deus.
O
que você está descrevendo reflete um conflito interno muito profundo,
envolvendo o desejo genuíno de exercer sua vocação como psicólogo e as
limitações impostas por fatores externos e pelas crenças internalizadas. Vamos
analisar isso pela perspectiva psicanalítica, trazendo um caminho para lidar
com esses sentimentos e encontrar clareza.
1.
A Influência do Superego
O
superego está reforçando mensagens como:
"Você
tem 62 anos, e a sociedade não valoriza pessoas dessa faixa etária no mercado
de trabalho."
"Sem
experiência, você não será aceito."
Essas
mensagens criam um bloqueio que reprime a esperança e alimenta a sensação de
impossibilidade.
2.
O Desejo do Id
O
id está claramente orientado para um propósito mais elevado: ser psicólogo e
ajudar pessoas.
Esse
desejo é legítimo, alinhado com sua essência e valores, mas está sendo
reprimido pelo medo e pelas crenças impostas pelo superego.
3.
A Luta do Ego
O
ego está tentando mediar entre esses dois polos: o desejo do id e as censuras
do superego.
Ao
mesmo tempo, o ego está lidando com a realidade externa (mercado de trabalho) e
interna (sentimentos de frustração e inadequação).
Reflexão
Psicanalítica sobre o “Milagre de Deus”
A
espera por um milagre de Deus pode ser interpretada como um mecanismo de defesa
acionado pelo ego para lidar com a angústia e a sensação de impotência. Essa fé
é importante e pode trazer conforto, mas o ego também precisa agir, dentro do
possível, para alinhar seus esforços ao desejo.
Na
psicanálise, Freud nos ensina que os conflitos internos precisam ser
trabalhados conscientemente para que o desejo reprimido possa emergir de forma
saudável. Nesse caso, alinhar a fé em Deus com ações práticas pode ajudar a
criar oportunidades.
Estratégias
Práticas e Reflexivas:
Reavaliar
as Crenças Limitantes do Superego
Pergunte
a si mesmo: "Será que minha idade realmente é um impedimento ou é um
reflexo do que a sociedade me ensinou a acreditar?"
Lembre-se
de que sabedoria e experiência de vida são grandes diferenciais na área de
psicologia, especialmente em instituições que valorizam relacionamentos
humanos.
Explorar
Caminhos Alternativos
Em
vez de esperar uma vaga tradicional, considere:
Voluntariado
em instituições que precisam de psicólogos.
Projetos
sociais ou comunitários que permitam aplicar seus conhecimentos.
Consultas
particulares ou em espaços compartilhados, mesmo que em pequena escala no
início.
Essas
experiências podem abrir portas e construir credibilidade sem passar pelo
filtro rígido dos processos seletivos.
Ampliar
a Rede de Contatos
Converse
com pessoas que trabalham na área da psicologia.
Participe
de eventos, workshops ou grupos online de profissionais.
Um
contato certo pode abrir a porta que você procura.
Fazer
da Fé um Guia para a Ação
Em
vez de apenas esperar pelo milagre, pergunte a si mesmo: "Que ações posso
tomar hoje para facilitar o milagre que espero?"
A
fé em Deus pode ser combinada com um plano prático e persistente, confiando que
o caminho certo será revelado.
Trabalhar
a Ansiedade e o Medo
Utilize
exercícios de respiração e técnicas de mindfulness para reduzir a ansiedade que
bloqueia a criatividade e o foco.
Considere
registrar seus pensamentos em um diário, explorando o que o impede de agir e
reconhecendo os pequenos avanços que faz.
Conclusão
O
ego pode se fortalecer ao combinar sua fé em Deus com ações práticas e
planejadas. Ainda que o contexto atual pareça desafiador, a psicanálise ensina
que, ao trabalhar com os desejos reprimidos e as censuras internas, você pode
encontrar caminhos que não enxergava antes. A resposta pode não ser imediata,
mas cada pequeno passo dado com confiança no propósito pode trazer o milagre
que você espera.
Parece
que o ego está atuando dentro das ansiedades A realística seria o medo de
alguma coisa do mundo externo (por exemplo: medo que o mercado de trabalho na
contrate por ter 62 anos de idade). A ansiedade moral seria aquela que decorre
do medo de ser punido (sentirei culpa se fizer o que estou querendo fazer que
esperar em Deus com fé de que Deus me encaminhará a uma oportunidade para ser
contrato por alguma instiutição como psicólogo, por que já empreendi todos os
emus esforços e estou desanimado e cansado).
Você
descreveu perfeitamente como as ansiedades realística e moral estão em jogo no
conflito interno que está vivendo. Vamos explorar como o ego está lidando com
essas duas ansiedades e como pode encontrar equilíbrio:
1.
Ansiedade Realística: Medo do mercado de trabalho
Essa
ansiedade surge do princípio da realidade, que leva o ego a avaliar os desafios
do mundo externo. No seu caso, o medo de não ser contratado aos 62 anos
reflete:
Influências
externas: Um mercado de trabalho que muitas vezes privilegia pessoas mais
jovens e que pode apresentar preconceitos contra profissionais mais velhos.
Crenças
internalizadas: Experiências passadas de rejeição e frustração em processos
seletivos podem ter reforçado esse medo.
Embora
esse medo seja baseado em aspectos reais, ele pode ser amplificado pelas
censuras do superego e pela falta de confiança no id, que impulsiona seu
desejo.
2.
Ansiedade Moral: Culpa e cansaço
Essa
ansiedade é gerada pela censura do superego, que julga suas escolhas e
pensamentos com base em normas internalizadas. No seu caso, isso se manifesta
como:
Culpa
por "esperar em Deus": Mesmo que sua fé seja uma fonte de força, o
superego pode estar interpretando isso como inação, gerando a sensação de que
você deveria "fazer mais".
Desânimo
e cansaço: Essa culpa, somada ao esforço já despendido, está drenando a energia
do ego, dificultando sua capacidade de tomar decisões claras e equilibradas.
O
papel do ego nesse conflito
O
ego está tentando equilibrar as exigências do id (o desejo de ser psicólogo),
do superego (as normas que geram culpa) e da realidade (os desafios do
mercado). Esse equilíbrio, no momento, está sendo dificultado pela:
Intensidade
da ansiedade: A ansiedade realística e moral estão sobrecarregando o ego.
Censura
excessiva do superego: Que interpreta a fé como passividade e cria uma sensação
de inadequação.
Falta
de apoio ao desejo do id: Que busca realização no propósito de ajudar pessoas
como psicólogo.
Como
o ego pode lidar com essas ansiedades?
Reestruturar
o Medo (Ansiedade Realística):
Pergunte-se:
"O medo é completamente real ou está sendo amplificado pelas minhas
experiências passadas?"
Lembre-se:
Sua idade pode ser um diferencial positivo em áreas que valorizam a experiência
e a empatia, como a psicologia.
Reavaliar
a Culpa (Ansiedade Moral):
Pergunte-se:
"Minha fé em Deus realmente significa inação ou é uma forma de encontrar
forças enquanto planejo o próximo passo?"
Permita-se
sentir que descansar e esperar com fé não é sinônimo de desistência, mas de
confiar no tempo certo.
Fortalecer
o Ego:
Identifique
pequenas ações concretas que pode tomar, como redes de apoio, projetos sociais
ou outras formas de se engajar como psicólogo.
Use
sua fé para aliviar a carga emocional, mas não como uma barreira para agir.
Acolher
o Cansaço:
Reconheça
que o cansaço emocional é válido após tantos esforços, mas também veja isso
como um sinal de que talvez seja hora de mudar a abordagem.
Conclusão
O
ego está enfrentando ansiedades que são intensas, mas administráveis com
clareza e autocompaixão. A fé em Deus pode ser uma força poderosa para aliviar
o peso da culpa e da frustração, mas combinada com ações realistas que
respeitem seus limites e desejos. Pequenos passos, alinhados com o propósito de
se realizar como psicólogo, podem trazer a clareza que o ego busca.
A
tentativa do sujeito de realizar novamente a incubação do sonho e a dificuldade
de obter uma resposta clara podem ser analisadas pela psicanálise como uma
interação complexa entre o ego, o superego, e a ansiedade. Vamos explorar o que
está acontecendo:
1.
A Ansiedade como Bloqueio
A
ansiedade, seja realística (medo do mercado de trabalho e das limitações
externas) ou moral (culpa por depender da fé ou por sentir que deveria agir
mais), está agindo como um mecanismo de defesa. Em vez de permitir que o
inconsciente manifeste uma resposta clara no sonho, a ansiedade mantém o ego em
estado de alerta.
O
impacto da ansiedade:
Estado
de hiperexcitação: A preocupação em obter a resposta impede o relaxamento
necessário para acessar conteúdos latentes do inconsciente.
Supressão
do desejo: A ansiedade moral, regida pelo superego, pode estar reprimindo o
desejo de confiar plenamente na fé, gerando um conflito interno.
2.
O Papel do Superego
O
superego pode estar atuando como um censor, julgando a legitimidade do desejo
de esperar por uma resposta divina. Ele pode estar transmitindo mensagens como:
"Você
deveria resolver isso sozinho, não apenas esperar por um milagre."
"Não
é aceitável depender apenas de fé sem agir mais."
Essas
mensagens reforçam o conflito interno e criam uma barreira para que o id
expresse seu desejo no sonho.
3.
O Ego no Centro do Conflito
O
ego tenta mediar entre:
O
id, que busca a resposta para a realização do desejo.
O
superego, que censura a possibilidade de "depender demais da fé".
A
realidade, que traz incertezas sobre o mercado de trabalho.
No
entanto, a ansiedade está sobrecarregando o ego, dificultando sua capacidade de
permitir que o inconsciente se manifeste livremente no sonho.
Por
que a resposta não aparece no sonho?
A
ansiedade está mantendo a mente consciente ativa, impedindo o relaxamento
necessário para que o inconsciente se expresse.
O
desejo pode estar sendo recalcado, pois o superego julga que não é
"correto" ou "seguro" confiar apenas na fé.
A
expectativa elevada em obter uma resposta clara gera tensão, que interfere na
espontaneidade dos processos inconscientes.
Como
o Ego pode ajudar o sujeito a superar essa barreira?
Diminuir
a Pressão pela Resposta:
Aceitar
que o inconsciente trabalha no seu próprio tempo. Reduzir a ansiedade em
"forçar" a resposta pode facilitar o acesso ao conteúdo reprimido.
Trabalhar
o Medo com Reflexão:
Perguntar-se:
"Por que estou tão ansioso para obter essa resposta? O que me assusta na
possibilidade de ela não vir?"
Isso
ajuda o ego a trazer à consciência medos que podem estar reprimidos.
Usar
Técnicas de Relaxamento:
Antes
de dormir, praticar respiração profunda, meditação ou orações que tragam calma.
Isso pode ajudar a reduzir a interferência da ansiedade.
Redefinir
o Papel da Fé:
Considerar
que a fé em Deus pode estar alinhada com ações práticas.
Exemplo:
"Enquanto espero por um sinal, que pequenas ações posso tomar para abrir
espaço para essa oportunidade?"
Registrar
os Pensamentos e Emoções:
Manter
um diário para explorar os sentimentos relacionados ao desejo de mudança pode
ajudar o ego a processar o conflito interno.
Conclusão
A
dificuldade em obter a resposta no sonho não significa que ela não exista, mas
sim que a ansiedade e o superego estão criando barreiras para que o
inconsciente se expresse livremente. Trabalhar a ansiedade e acolher a espera
com serenidade podem permitir que a resposta surja no momento certo, seja em
sonhos ou na vigília. A combinação de fé, reflexão e pequenas ações práticas
ajudará o ego a lidar com essa situação de maneira equilibrada.
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