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Psicologia Das Máquinas, Inteligência Artificial

Ano 2023. Escrito por Ayrton Junior Psicólogo CRP 06/147208

O presente artigo chama a atenção do para um excelente tópico. A Inteligência Artificial pode ser definida como sendo a faculdade de aprender, compreender e adaptar-se e apresenta pelo menos três acepções distintas, exemplo, a teológica Dom divino que torna o homem semelhante ao Criador. A filosófica, principio abstrato que é a fonte de toda intelectualidade e psicológica. E a psicológica, capacidade de resolução de problemas novos com rapidez e eficiência.

Será o homem subjugado pela Inteligência Artificial, digo, a Inteligência Artificial Superará o Homem. Os robôs nunca irão superar os humanos, porém é possível que o as pessoas criem dependência das máquinas se tornando alienadas a elas. E também é capaz que empregos serão transformados, onde exista por traz de um atendimento uma pessoa, surja a possibilidade de um robô como a Ura usada no setor de teleatendimento no seguimento de telefonia. É provável que o setor varejista sofra transformações no que se refere ao cargo de operador de caixa ao longo de 15 anos, onde está ocupação pode ser capaz de desaparecer. [...] Esse medo marcará nossa memória, de forma desprazerosa, e será experimentado como desamparo, “portanto uma situação de perigo é uma situação reconhecida, lembrada e esperada de desamparo” (Freud, 2006, p.162).

A "psicologia das máquinas" refere-se ao estudo da relação entre humanos e máquinas, incluindo como os seres humanos interagem com os robôs, como as máquinas afetam a cognição e o comportamento humano e como os robôs podem ser projetados para melhor atender às necessidades humanas.

Existem várias áreas da psicologia que se aplicam à relação entre humanos e máquinas, incluindo a psicologia cognitiva, que se concentra na percepção, atenção, memória e tomada de decisão; a psicologia do desenvolvimento, que explora como as crianças aprendem a interagir com tecnologia; e a psicologia social, que estuda como as interações sociais e as normas culturais influenciam a adoção e uso de tecnologia.

Além disso, a psicologia também é usada para projetar máquinas mais eficazes e amigáveis aos seres humanos. Por exemplo, a ergonomia é uma área que se concentra na adaptação do ambiente de trabalho e das ferramentas às capacidades humanas, a fim de melhorar o desempenho e prevenir lesões. A usabilidade também é uma área importante que se concentra em projetar produtos e interfaces que são fáceis de usar e entender.

O homem por meio do mecanismo defesa projeção encerra suas vontades, emoções que não consegue lidar projetando sobre os robôs, atribuindo a eles a perfeição, precisão para realizar trabalhos sem o menor esforço e cansaço físico e mental. Permanecendo inconsciente e autômato na compulsão a repetição da AI que virou parte de sua vida no cotidiano. [...] Freud no seu texto “Recordar repetir e elaborar” (1914), texto esse em que começa a pensar a questão da compulsão à repetição, fala do repetir enquanto transferência do passado esquecido dentro de nós. Agimos o que não pudemos recordar, e agimos tanto mais, quanto maior for a resistência a recordar, quanto maior for a angústia ou o desprazer que esse passado recalcado desperta em nós.

O homem tem a capacidade única de raciocínio e durante milhares de anos, ele procurou entender como o pensamos: isto é, como um mero punhado de matéria pôde compreender, perceber, prever e manipular um mundo muito maior e muito mais complexo que ele próprio. O campo da inteligência artificial vai ainda mais além: ele tenta não apenas compreender, mas também construir entidades inteligentes.

A inteligência artificial é uma das ciências mais recentes, teve início após a Segunda Guerra Mundial e, atualmente, abrange uma enorme variedade de subcampos, desde áreas de uso geral, como aprendizado e percepção, até tarefas específicas como jogos de xadrez, demonstração de teoremas matemáticos, criação de poesia e diagnóstico de doenças. A inteligência artificial sistematiza e automatiza tarefas intelectuais e, portanto, é potencialmente relevante para qualquer esfera da atividade intelectual humana. Nesse sentido, ela é um campo universal (RUSSELL; NORVIG, 2004).

Sistemas que pesam como seres humanos: “O novo e interessante esforço para fazer os computadores pensarem... máquinas com mentes, no sentido total e literal”. (HAUGELAND, 1985). Os robôs móveis se deslocam pelo ambiente usando rodas, pernas ou mecanismos parecidos. Eles foram projetados para entrega alimentos em hospitais, mover contêineres em docas de carga e tarefas semelhantes (Ide,2004).

A inteligência artificial é um campo que está sendo pesquisado e aprimorado em grande escala nos últimos anos, além das áreas citadas acima, a IA faz parte de muitas outras áreas. Hoje têm-se as Redes Neurais e os conceitos de Aprendizagem, além das grandes inovações no mundo tecnológico aplicados em áreas que não se achava possível sua utilização. Na medicina, por exemplo, existem robôs que auxiliam nas cirurgias e em alguns casos o médico apenas precisa controlá-los e sua presença na sala nem se faz necessária. [...] Em sua obra “Além do Princípio do Prazer” (1920, p.34), Freud afirma: a compulsão a repetição também rememora do passado experiências que não incluem possibilidade alguma de prazer e que nunca, mesmo há longo tempo, trouxeram satisfação, mesmo para impulsos instintuais que foram reprimidos.

Segundo STAIRS, a IA ainda é tabu dependendo do assunto abordado, ainda não se sabe se o homem vai ser capaz de criar a real inteligência artificial, ou ao menos desvendar os princípios do cérebro humano que é a base sua criação. Hoje, o que se sabe é que seus conceitos desenvolvidos ao longo de anos têm trazido grandes benefícios para humanidade e que de um modo geral ela sempre vai inovar e evoluir gradativamente (STAIRS; REYNOLDS, 2006).

O Chat GPT é uma ferramenta baseada em inteligência artificial capaz de redigir textos, emular diálogos, resumir livros e uma variedade de outras funcionalidades. Observo que a Inteligência Artificial pode ajudar corporações a aumentar a velocidade de seus negócios, também pode prejudicar sobremaneira a cognição humana. Muito daquilo que mantém nosso sistema cognitivo em alerta e saudável tem a ver com a forma como nós o exercitamos através do pensamento.

É necessário ler, escrever, interagir, ser criativo, ser proficiente em algo durante o dia para que não viva em um perpétuo tédio de automação e alienação. Na contramão desse processo, a Inteligência Artificial que cria para o sujeito é capaz de gerar uma atrofia cognitiva no processo de criação do ser humano. Praticamente como se não fosse mais necessário pensar para que os textos sejam produzidos.

A grande questão que se avizinha é, como lidaremos com a Inteligência Artificial nas escolas, nas universidades, no meio corporativo, esportivo, televisivo? O que será da produção científica? Artigos, teses, dissertações? Uma gama de escrita automática e irrefletida? O aluno do ensino médio ainda será obrigado a escrever uma redação? Essa habilidade ainda será algo necessário, uma vez que há ferramentas que já automatizam a escrita? A reflexão é dura e exige energia cognitiva, o que não é a praia de quem usa o Chat GPT.

Em resumo, a psicologia das máquinas é um campo em expansão que estuda a relação entre humanos e máquinas e como projetar tecnologia para melhor atender às necessidades e capacidades humanas.

 

 

 

 

 

Referência Bibliográfica

FREUD, A. O ego e os mecanismos de defesa. Rio de Janeiro: Biblioteca Universal Popular, 1968

FREUD, S. (1920), "Além do princípio do prazer” In: FREUD. S. Obras completas de S. Freud. Rio de Janeiro: Imago, 1996, v. XVIII.

FREUD, S. (1996). Obras completas de S. Freud. Rio de Janeiro: Imago. (1914). "Recordar, repetir e elaborar ", v. XII

HAUGELAND, JOHN. Artificial Intelligence: The Very Idea. Massachusetts: The MIT Press, 1985.

RUSSEL, STUART; NORVIG, Peter. Inteligência Artificial. 2. Ed. Rio de Janeiro: Campos, 2004.

STAIR, RALPH M.; REYNOLDS, George W. Princípios de Sistemas de Informação. São Paulo: Thomson, 2006


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