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Recusa Oportunidade De Empregar-se Como Psicólogo

 Ano 2023. Escrito por Ayrton Junior Psicólogo CRP 06/147208

O presente artigo chama a atenção do para um excelente tópico. Um psicólogo de 60 anos trabalha como operador de caixa em supermercado contratado CLT. De repente surgiu uma oportunidade de demover-se da função de operador para ser psicólogo num centro terapêutico de dependentes químicos sendo contratado por 90 dias não CLT. É desejo do psicólogo atuar na área da psicologia.

Mas, recusou o trabalho como psicólogo por se tratar de contrato não-CLT. Usando o distanciamento psicológico é possível analisar este caso clinico e compreender e interpretar as motivações inconscientes e conscientes que encaminharam o psicólogo a recusar o exercício da psicologia que é algo esperado por ele.

Parece que a recusa é capaz de encaminhar o sujeito a sentir ansiedade e culpa. Exemplo, A ansiedade realística seria o medo de alguma coisa do mundo externo [por exemplo: punição dos pais, dos parentes por meio de críticas ao tomar conhecimento da recusa do cargo de psicólogo].

A ansiedade moral seria aquela que decorre do medo de ser punido [sentirei culpa se fizer o que estou querendo fazer que, é desistir de assumir o cargo de psicólogo por causa do regime Não-CLT, pois posso não ser mais contratado depois de 90 dias e correr o risco de regressar ao desemprego novamente.].

Na abordagem psicanalítica, podemos interpretar a atitude do psicólogo através da análise do seu inconsciente, motivações e desejos. Vale ressaltar que essa é apenas uma das várias perspectivas possíveis para interpretar o comportamento humano, e outras abordagens da psicologia podem oferecer interpretações diferentes.

A recusa trata-se de eliminar uma representação incômoda sobre o contrato Não-CLT, não o apagando [anulação] ou recusando [denegação], mas negando a própria realidade da percepção ligada a essa representação que é o desejo de ser psicólogo contratado CLT. Não há necessidade de recalcamento, a recusa incide sobre a própria realidade, que se tornou consciente e não é levada em conta como tal.

A recusa do trabalho como psicólogo em um centro terapêutico de dependentes químicos, mesmo sendo o desejo do profissional atuar nessa área, pode ser analisada levando em consideração algumas noções da psicanálise. O psicólogo, ao tomar essa decisão, pode estar sendo influenciado por conflitos internos, ansiedades, medos ou motivações inconscientes e motivações conscientes.

Motivações conscientes, exemplo, tempo gasto para locomover-se até o centro terapêutico através de transporte coletivo/ e ou automóvel; gasto com papel moeda sobre o transporte coletivo ou combustível para automóvel, impostos a serem cobrados sobre o salário. Contrato regido pela CLT [Consolidação das Leis do Trabalho]:Vantagens: Proteção legal: A CLT estabelece direitos e garantias mínimas para os trabalhadores, como jornada de trabalho, salário mínimo, férias remuneradas, 13º salário, entre outros. Essa proteção legal busca equilibrar a relação entre empregador e empregado, assegurando condições dignas de trabalho.

Estabilidade: Em geral, os contratos regidos pela CLT oferecem maior estabilidade no emprego. Isso significa que o empregado tem mais segurança em relação à continuidade do trabalho e pode ser protegido de demissões arbitrárias. Benefícios: A CLT também prevê benefícios obrigatórios, como seguro-desemprego, auxílio-doença, aposentadoria, licença maternidade, entre outros, que contribuem para a proteção social do trabalhador.

Contrato Não-CLT: Desvantagens: Menor proteção legal: Contratos fora da CLT podem não garantir os mesmos direitos e benefícios estabelecidos pela legislação trabalhista. Isso pode deixar o trabalhador mais vulnerável a abusos, horas extras não remuneradas, falta de seguro-desemprego, entre outras situações desfavoráveis. Falta de estabilidade: Contratos não regidos pela CLT podem ser mais voláteis, com menor garantia de continuidade no emprego. Isso significa que o empregador pode rescindir o contrato mais facilmente, o que pode gerar insegurança e instabilidade para o trabalhador.

Um ponto a se considerar é o fato de que o trabalho oferecido como psicólogo tinha um contrato não-CLT, o que pode ter gerado insegurança e incerteza na mente do profissional. A estabilidade financeira e a segurança proporcionada por um contrato de trabalho CLT podem ser importantes para o indivíduo, pois representam uma forma de proteção contra possíveis riscos e incertezas.

Além disso, o trabalho em um centro terapêutico de dependentes químicos envolve desafios e demandas emocionais intensas. Lidar com pessoas em situação de vulnerabilidade, sofrimento e dependência pode ser emocionalmente desgastante e desafiador. O psicólogo pode ter receios inconscientes em relação a essa carga emocional e às dificuldades que poderia encontrar no novo ambiente de trabalho.

Outro fator que pode ser considerado é a identidade profissional do psicólogo. Ele já está atuando como operador de caixa em um supermercado, o que pode ter se tornado uma parte importante da sua identidade. Mudar para uma área completamente diferente e se tornar psicólogo pode gerar uma crise de identidade e um confronto com aspectos desconhecidos de si mesmo. Essa transição pode ser acompanhada de ansiedades e resistências inconscientes.

Em suma, a recusa do trabalho como psicólogo em um centro terapêutico de dependentes químicos, mesmo sendo o desejo do profissional atuar nessa área, pode ser interpretada na perspectiva psicanalítica como resultado de conflitos inconscientes relacionados à insegurança financeira, ansiedade emocional, medo de lidar com a carga emocional do trabalho/ e ou medo de lidar com a instabilidade empregatícia e uma possível crise de identidade profissional. Essas motivações inconscientes podem influenciar o comportamento e as decisões do indivíduo, mesmo que ele não esteja ciente delas conscientemente. [...] Esse medo marcará nossa memória, de forma desprazerosa, e será experimentado como desamparo, “portanto uma situação de perigo é uma situação reconhecida, lembrada e esperada de desamparo” (Freud, 2006, p.162).

Continuando a análise psicanalítica, é importante considerar também a possibilidade de existirem resistências inconscientes relacionadas ao trabalho como psicólogo em um centro terapêutico de dependentes químicos. Na psicanálise, a resistência é entendida como um mecanismo de defesa que busca proteger o indivíduo de emoções dolorosas, conflitos internos ou lembranças traumáticas.

O trabalho em um centro terapêutico pode desencadear questões pessoais não resolvidas do próprio psicólogo. Ele pode estar inconscientemente resistente a entrar em contato com as dificuldades e os desafios emocionais presentes nessa área de atuação, pois isso poderia trazer à tona conteúdos dolorosos em seu próprio mundo interno.

Além disso, é importante considerar o papel do contrato de trabalho não-CLT nessa recusa. A segurança e a estabilidade oferecidas por um contrato CLT podem ser vistas como uma forma de garantir a continuidade e a previsibilidade em relação ao aspecto financeiro. Essa segurança pode ser um importante fator de equilíbrio psicológico para o indivíduo, especialmente se ele tiver vivenciado experiências de instabilidade anteriormente ou se estiver no etarismo.

A decisão do psicólogo de recusar o trabalho como psicólogo em um centro terapêutico de dependentes químicos pode ser vista como uma manifestação das suas necessidades de segurança e estabilidade, assim como das suas resistências inconscientes relacionadas aos desafios emocionais e pessoais que essa área de atuação pode envolver.

É importante destacar que a análise psicanalítica busca compreender o comportamento humano a partir de um viés inconsciente, considerando as motivações, desejos, conflitos e resistências que podem influenciar as escolhas e as decisões de uma pessoa. No entanto, cada indivíduo é único, e múltiplos fatores podem estar envolvidos em suas decisões, incluindo aspectos conscientes, sociais, econômicos e pessoais.

Conduzindo-se por entre a análise, podemos explorar o conceito psicanalítico da pulsão de vida e da pulsão de morte para compreender a atitude do psicólogo. A pulsão de vida é responsável pela busca de prazer, satisfação e realização, enquanto a pulsão de morte está relacionada à autodestruição, à negação e à agressividade.

No contexto da recusa do trabalho como psicólogo, é possível considerar que o psicólogo pode estar sendo influenciado por uma predominância da pulsão de morte em sua decisão. A pulsão de morte pode se manifestar como um impulso inconsciente de se afastar de oportunidades ou situações que possam trazer mudanças, prejuízos financeiros, crescimento ou desconforto. Nesse caso, a recusa pode representar uma resistência à evolução e ao desenvolvimento profissional.

Além disso, a recusa do trabalho como psicólogo pode estar relacionada a conflitos inconscientes em relação à identificação profissional. O psicólogo, ao trabalhar como operador de caixa, pode ter construído uma identidade e uma rotina confortável nessa função. A mudança para a área da psicologia pode implicar em desafios emocionais, desconstrução de crenças e reavaliação de sua identidade profissional, o que pode gerar resistências inconscientes.

Outro aspecto importante a ser considerado é a possibilidade de o psicólogo estar vivenciando uma transferência negativa em relação à área da psicologia ou ao trabalho em um centro terapêutico de dependentes químicos. A transferência é um fenômeno psicológico no qual as emoções, expectativas e experiências passadas são transferidas para o terapeuta ou para a situação terapêutica. No caso do psicólogo, ele pode ter vivido experiências negativas, traumáticas ou desafiadoras relacionadas à área da psicologia, o que pode influenciar sua decisão de recusar a oportunidade.

É importante ressaltar que a análise psicanalítica busca acessar aspectos inconscientes da mente, considerando os conflitos, desejos, resistências e transferências que podem influenciar as escolhas de um indivíduo. No entanto, cada caso é único, e múltiplos fatores conscientes e inconscientes podem estar envolvidos. A interpretação psicanalítica é apenas uma das várias perspectivas possíveis para compreender o comportamento humano.

Percorrendo na análise psicanalítica, podemos explorar também o conceito de defesa psíquica para compreender a atitude do psicólogo. As defesas psíquicas são mecanismos mentais que protegem o indivíduo contra ameaças, ansiedades e conflitos internos. Elas funcionam de maneira inconsciente e podem influenciar as escolhas e decisões de uma pessoa.

No caso do psicólogo que recusa a oportunidade de trabalhar como psicólogo em um centro terapêutico de dependentes químicos, é possível que esteja ocorrendo a ativação de defesas psíquicas que buscam evitar o enfrentamento de emoções difíceis ou traumáticas. Essas defesas podem ser uma forma de proteção contra as demandas emocionais intensas e o sofrimento que acompanham o trabalho com dependentes químicos.

Entre as defesas psíquicas que podem estar em jogo, destacam-se a negação e a evitação. A negação é um mecanismo que busca recusar ou rejeitar a realidade ou aspectos desconfortáveis dela. Nesse caso, o psicólogo pode negar ou minimizar as dificuldades e desafios emocionais da área de atuação. A evitação, por sua vez, consiste em evitar conscientemente ou inconscientemente situações que geram desconforto ou ansiedade. O psicólogo pode estar evitando a experiência de lidar com questões complexas e traumáticas dos dependentes químicos.

Além das defesas psíquicas, é importante considerar o contexto pessoal do psicólogo, incluindo sua história de vida, experiências passadas e padrões de relacionamento. Traumas, experiências negativas ou dinâmicas familiares complexas podem influenciar a forma como ele lida com desafios e oportunidades de mudança.

Também é válido mencionar que a atitude do psicólogo pode ser influenciada por fatores externos, como a falta de suporte emocional ou profissional para lidar com as demandas do trabalho em um centro terapêutico de dependentes químicos. A ausência de uma rede de apoio pode tornar a decisão de recusar a oferta mais atrativa, uma vez que ele não se sente preparado ou capaz de enfrentar as dificuldades sozinho.

A final de contas, a recusa do trabalho como psicólogo em um centro terapêutico de dependentes químicos pode ser compreendida pela ativação de defesas psíquicas, como negação e evitação, que buscam proteger o psicólogo de emoções dolorosas e desafios emocionais. Além disso, fatores externos, como falta de suporte e contexto pessoal do profissional, também podem influenciar sua decisão.

Dirigindo a análise psicanalítica, podemos explorar também o conceito de resistência à mudança. A resistência à mudança é um fenômeno comum na psicologia, que envolve a relutância ou a recusa em aceitar transformações ou novas situações. Essa resistência pode estar associada a uma série de fatores psicológicos, incluindo medo do desconhecido, medo do regresso ao desemprego, apego a padrões conhecidos e segurança na zona de conforto.

No caso do psicólogo que recusa a oportunidade de trabalhar como psicólogo em um centro terapêutico de dependentes químicos, a resistência à mudança pode estar desempenhando um papel significativo. Mesmo que o desejo de atuar na área da psicologia exista, o medo e a insegurança em relação à mudança podem ser mais fortes. Essa resistência pode estar enraizada em experiências passadas, traumas, esforços mal sucedidos, crenças limitantes ou padrões estabelecidos ao longo do tempo.

Aliás, a transição para uma nova área de atuação pode representar um desafio para a identidade do psicólogo. Identificar-se como um operador de caixa em um supermercado pode ter se tornado uma parte significativa de sua autoimagem e, portanto, assumir o papel de psicólogo pode ameaçar essa identidade estabelecida. A resistência à mudança pode estar relacionada à proteção dessa identidade e ao medo de perder o senso de familiaridade e segurança associados à função anterior.

Também é importante considerar o impacto do contrato não-CLT na decisão do psicólogo. A incerteza e a falta de estabilidade proporcionadas por esse tipo de contrato podem gerar ansiedade e insegurança financeira. Esses fatores podem fortalecer a resistência à mudança e levar o psicólogo a optar por permanecer em uma situação mais estável, mesmo que isso signifique abrir mão do seu desejo de atuar na área da psicologia.

Como resultado, a recusa do trabalho como psicólogo em um centro terapêutico de dependentes químicos pode ser compreendida como uma expressão da resistência à mudança, que pode estar associada a medo do desconhecido, desemprego, apego a padrões estabelecidos e segurança na zona de conforto. Além disso, fatores como a identidade profissional e a insegurança financeira também podem influenciar essa decisão. A análise psicanalítica nos permite explorar as dinâmicas inconscientes que podem estar subjacentes a essas resistências e auxiliar na compreensão do comportamento do indivíduo.

Prosseguindo com a análise psicanalítica, podemos considerar também o conceito de ambivalência emocional. A ambivalência ocorre quando uma pessoa experimenta sentimentos contraditórios em relação a determinada situação ou escolha. No contexto do psicólogo que recusa a oportunidade de trabalhar como psicólogo em um centro terapêutico de dependentes químicos, é possível que ele esteja lidando com sentimentos ambivalentes em relação à área da psicologia e às demandas emocionais do trabalho.

O homem sempre está em busca de estímulos, ele prefere ficar doente e cansado a ficar sem nenhum tipo de estímulo. A falta de estímulos pode trazer desânimo e até depressão ao ser humano, a tensão estimula-o a atuar mais efetivamente. Um excesso de tensão pode debilitar e deixar vulnerável o indivíduo, podendo até gerar um colapso diante da crescente complexidade da sociedade moderna. A falta de oportunidades que representam os estímulos externos e perdas que se apresentam diante de recusa de oportunidades na vida do psicólogo é capaz de encaminhar a renuncia da profissão.

Em realidade, alguns indivíduos têm maior probabilidade de se desestruturar e outros de gerar mudanças em suas vidas. Em verdade não são as mudanças que trazem tensão, mas a atitude tomada em relação a elas e o modo como reagem. As mudanças geram tensão por causarem conflitos, ou seja, pela presença de dois ou mais impulsos incompatíveis.

A tensão relacionada à mudança é agravada pelos conflitos e dilemas que devemos enfrentar como resultado da mesma. Então, pode analisar a tensão na vida do psicólogo que recusou o trabalho no centro terapêutico, se dá em dois estímulos de reação.

Reação de Aproximação-afastamento: Quando sentimos atração e repulsa pelo mesmo objeto temos uma situação de aproximação-afastamento. Exemplo, o psicólogo está procurando demover-se do ofício de operador de caixa que é CLT. Então surge uma vaga de psicólogo [aproximação], mas ao mesmo tempo o psicólogo tem medo de assumir a vaga no centro terapêutico por ser Não-CLT [afastamento]. Segundo Winnicott medo e desejo estão associados. Isto simboliza que o psicólogo teve desejo em assumir o contrato Não-CLT, mas o medo da instabilidade venceu encaminhando-o renunciar voluntariamente o cargo. Por tanto, onde há o medo também existe o desejo que é o outro lado da moeda.

Por um lado, o psicólogo pode sentir-se atraído pela área da psicologia e pelo potencial de ajudar outras pessoas em um contexto terapêutico. Pode haver um desejo genuíno de atuar nesse campo e contribuir para a saúde mental dos indivíduos. No entanto, por outro lado, ele pode experimentar sentimentos de apreensão, ansiedade ou até mesmo medo em relação às complexidades emocionais e aos desafios que o trabalho com dependentes químicos pode envolver.

Essa ambivalência emocional pode levar a uma indecisão sobre qual caminho seguir. O psicólogo pode sentir-se dividido entre seu desejo de atuar como psicólogo e suas preocupações em relação aos aspectos financeiros/ e ou emocionais e desafiadores do trabalho. Essa ambivalência pode gerar um conflito interno que o impede de tomar uma decisão clara e se comprometer totalmente com a oportunidade oferecida.

Além disso, é importante considerar que a psicanálise também valoriza o papel do inconsciente na formação das escolhas e decisões. Dessa forma, é possível que existam aspectos inconscientes que estão influenciando a atitude do psicólogo, como desejos ocultos, medos profundos ou conflitos internos não resolvidos. Esses aspectos podem estar dificultando a tomada de decisão e contribuindo para a recusa do trabalho como psicólogo. [...] Freud no seu texto “Recordar repetir e elaborar” (1914), texto esse em que começa a pensar a questão da compulsão à repetição, fala do repetir enquanto transferência do passado esquecido dentro de nós. Agimos o que não pudemos recordar, e agimos tanto mais, quanto maior for a resistência a recordar, quanto maior for a angústia ou o desprazer que esse passado recalcado desperta em nós.

É fundamental ressaltar que essa análise psicanalítica oferece uma perspectiva teórica para compreender o comportamento do psicólogo, e que outros fatores conscientes e externos também podem estar influenciando sua decisão. A psicanálise é apenas uma das muitas abordagens e teorias psicológicas disponíveis, e diferentes perspectivas podem fornecer interpretações alternativas.

Sucedendo na análise psicanalítica, podemos explorar também o conceito de conflito intrapsíquico. A psicanálise postula que o indivíduo é composto por diferentes partes da personalidade que podem ter desejos, necessidades e motivações conflitantes. Esses conflitos podem ocorrer entre impulsos conscientes e inconscientes, entre diferentes instâncias da mente [como o id, ego e superego] ou entre aspectos contraditórios do self.

No caso do psicólogo que recusa a oportunidade de trabalhar como psicólogo em um centro terapêutico de dependentes químicos, pode haver um conflito intrapsíquico ocorrendo. Por um lado, existe o desejo de atuar na área da psicologia, que está alinhado com a identificação profissional e o objetivo de ajudar os outros. Por outro lado, podem existir preocupações, inseguranças ou resistências inconscientes em relação ao trabalho em um contexto terapêutico, especialmente quando se trata de lidar com dependentes químicos. Ou ainda renunciar ao trabalho ínfero de operador de caixa.

Esse conflito intrapsíquico pode levar a uma ambivalência emocional, como mencionado anteriormente, e dificultar a tomada de decisão. O psicólogo pode sentir-se dividido entre seguir seu desejo de atuar na área da psicologia e lidar com as emoções contraditórias ou conflitos internos que surgem ao considerar essa oportunidade específica.

Ademais, a psicanálise considera que conflitos não resolvidos ou não conscientizados podem se manifestar em sintomas psicológicos ou comportamentais. No caso do psicólogo, sua recusa em assumir o trabalho como psicólogo pode ser uma forma de evitar o confronto com esses conflitos internos. Ele pode estar se protegendo de questões não resolvidas ou traumas passados relacionados à psicologia ou ao trabalho com dependentes químicos, ao desemprego, a escassez de dinheiro a sua vida e por ai vai.

É importante destacar que a psicanálise não busca estabelecer juízos de valor sobre as escolhas ou comportamentos das pessoas, mas sim compreender os processos psicológicos subjacentes que podem influenciá-los. Cada indivíduo é único, e múltiplos fatores podem estar envolvidos em suas decisões, incluindo aspectos conscientes, sociais, econômicos e pessoais. A análise psicanalítica nos ajuda a explorar as dinâmicas internas e inconscientes que podem estar influenciando a atitude do psicólogo em relação à oportunidade oferecida.

Conservando- se na análise psicanalítica, podemos explorar também o conceito de defesas narcísicas. Na psicanálise, o narcisismo refere-se a uma preocupação excessiva consigo mesmo, ao amor-próprio e à valorização do eu. As defesas narcísicas são mecanismos mentais que protegem o indivíduo contra ameaças à sua autoestima e imagem idealizada de si mesmo.

No caso do psicólogo que recusa a oportunidade de trabalhar como psicólogo em um centro terapêutico de dependentes químicos, as defesas narcísicas podem estar em jogo. Ele pode ter uma imagem idealizada de si mesmo como psicólogo e desejar uma carreira na área, mas a ideia de trabalhar em um contexto terapêutico com dependentes químicos pode desafiar essa imagem idealizada. Não desvelada associada a outros campos de atuação desconhecido a ele.

Ele pode temer que a experiência não corresponda às suas expectativas ou que possa falhar em ajudar os outros de acordo com o seu padrão narcísico.

As defesas narcísicas podem manifestar-se como uma forma de autoproteção, evitando situações que possam ameaçar a autoestima e o ideal de si mesmo. A recusa em assumir o trabalho como psicólogo pode ser uma tentativa de manter a imagem idealizada do self intacta, evitando qualquer situação que possa colocá-la em risco. Isso pode ocorrer mesmo que, conscientemente, o psicólogo reconheça o valor e a importância do trabalho em um centro terapêutico.

Outra forma a considerar é a dinâmica entre o psicólogo e os dependentes químicos. O trabalho com dependentes químicos pode exigir a habilidade de estabelecer um vínculo terapêutico forte, lidar com a resistência e a ambivalência dos pacientes, e enfrentar situações emocionalmente desafiadoras. Essas demandas podem desencadear inseguranças ou receios no psicólogo em relação às suas próprias habilidades terapêuticas ou capacidade de lidar com essas situações complexas.

A psicanálise nos permite explorar esses aspectos inconscientes e a complexidade das motivações humanas. É importante ressaltar que a análise psicanalítica é apenas uma abordagem teórica e que existem outras perspectivas psicológicas que também podem fornecer uma compreensão do comportamento humano. Cada indivíduo é único e complexo, e múltiplos fatores conscientes e inconscientes podem influenciar suas escolhas e atitudes.

De outro modo, a análise psicanalítica, podemos explorar também o conceito de resistência à mudança. A resistência à mudança é um fenômeno comum na psicologia, que envolve a relutância ou a recusa em aceitar transformações ou novas situações. Essa resistência pode estar associada a uma série de fatores psicológicos, incluindo medo do desconhecido, do desemprego, apego a padrões conhecidos e segurança na zona de conforto.

No caso do psicólogo que recusa a oportunidade de trabalhar como psicólogo em um centro terapêutico de dependentes químicos, a resistência à mudança pode estar desempenhando um papel significativo. Mesmo que o desejo de atuar na área da psicologia exista, o medo e a insegurança em relação à mudança podem ser mais fortes. Essa resistência pode estar enraizada em experiências passadas, traumas, crenças limitantes ou padrões estabelecidos ao longo do tempo.

Além do que, a transição para uma nova área de atuação pode representar um desafio para a identidade do psicólogo. Identificar-se como um operador de caixa em um supermercado pode ter se tornado uma parte significativa de sua autoimagem e, portanto, assumir o papel de psicólogo pode ameaçar essa identidade estabelecida. A resistência à mudança pode estar relacionada à proteção dessa identidade e ao medo de perder o senso de familiaridade e segurança associados à função anterior.

Também é importante considerar o impacto do contrato não-CLT na decisão do psicólogo. A incerteza e a falta de estabilidade proporcionadas por esse tipo de contrato podem gerar ansiedade e insegurança financeira. Esses fatores podem fortalecer a resistência à mudança e levar o psicólogo a optar por permanecer em uma situação mais estável, mesmo que isso signifique abrir mão do seu desejo de atuar na área da psicologia.

Pensando bem, a recusa do trabalho como psicólogo em um centro terapêutico de dependentes químicos pode ser compreendida como uma expressão da resistência à mudança, que pode estar associada a medo do desconhecido, apego a padrões estabelecidos e segurança na zona de conforto. Além disso, fatores como a identidade profissional e a insegurança financeira também podem influenciar essa decisão. A análise psicanalítica nos permite explorar as dinâmicas inconscientes que podem estar subjacentes a essas resistências e auxiliar na compreensão do comportamento do indivíduo.

Mantendo a atenção seletiva na análise psicanalítica, podemos explorar também o conceito de defesa do ego. O ego, na teoria psicanalítica, é a parte da personalidade responsável por mediar entre os impulsos do id (instintos primários) e as demandas da realidade. O ego utiliza diferentes mecanismos de defesa para lidar com conflitos internos, ansiedades e ameaças emocionais.

No caso do psicólogo que recusa a oportunidade de trabalhar como psicólogo em um centro terapêutico de dependentes químicos, pode haver a presença de defesas do ego que estão influenciando sua decisão. Algumas das defesas mais comuns incluem a negação, a racionalização, a projeção e a regressão, entre outras.

A negação pode estar presente se o psicólogo se recusa a enfrentar os desafios e demandas emocionais que o trabalho em um centro terapêutico pode envolver. Ele pode estar negando ou minimizando as dificuldades que encontrará nesse ambiente, protegendo-se assim de sentimentos desconfortáveis.

A racionalização pode ocorrer se o psicólogo buscar justificativas lógicas e plausíveis para sua recusa. Ele pode argumentar que o contrato não-CLT é um fator válido e razoável para não assumir a posição, quando, na realidade, pode haver outras motivações inconscientes envolvidas, exemplo, o etarismo no mercado de trabalho dificulta empregar-se na CLT.

A projeção pode estar presente se o psicólogo projetar suas próprias inseguranças, ansiedades ou medos no trabalho com dependentes químicos. Ele pode atribuir a responsabilidade de lidar com essas questões aos pacientes, ao invés de confrontá-las em si mesmo.

A regressão pode ocorrer se o psicólogo, diante do conflito interno e da ansiedade associada à nova posição, recuar para um comportamento ou identificação passados mais familiar e confortável, como continuar no trabalho de operador de caixa.

Essas defesas do ego podem ser mecanismos inconscientes que protegem o indivíduo contra ameaças percebidas à sua integridade psicológica ou emocional. O trabalho como psicólogo em um centro terapêutico de dependentes químicos pode desencadear essas defesas, representando uma mudança significativa e desafiadora em sua vida.

É importante ressaltar que a análise psicanalítica não busca estabelecer juízos de valor sobre as escolhas ou comportamentos das pessoas, mas sim compreender os processos psicológicos subjacentes que podem influenciá-los. Cada indivíduo é único, e múltiplos fatores podem estar envolvidos em suas decisões, incluindo aspectos conscientes, sociais, econômicos e pessoais. A psicanálise oferece uma lente teórica para explorar as dinâmicas internas e inconscientes que podem estar influenciando a atitude do psicólogo em relação à oportunidade oferecida.

Seguindo a análise psicanalítica, podemos também explorar o conceito de conflito entre o princípio do prazer e o princípio da realidade. Na teoria psicanalítica, o princípio do prazer refere-se à busca do prazer imediato e à satisfação dos desejos e impulsos, enquanto o princípio da realidade envolve a consideração das restrições e demandas do mundo externo.

No caso do psicólogo que recusa a oportunidade de trabalhar como psicólogo em um centro terapêutico de dependentes químicos, pode haver um conflito entre esses dois princípios. Por um lado, existe o desejo de atuar na área da psicologia, que pode ser uma fonte de satisfação pessoal e realização profissional. Esse é o princípio do prazer em ação.

Por outro lado, a realidade do contrato não-CLT pode representar uma restrição e uma demanda externa. O contrato não-CLT pode trazer incertezas financeiras, falta de estabilidade e outros desafios práticos. Essa é a influência do princípio da realidade que talvez o psicólogo não esteja disposto a defrontar-se por causa do desemprego e o etarismo. [...] Em sua obra “Além do Princípio do Prazer” (1920, p.34), Freud afirma: a compulsão a repetição também rememora do passado experiências que não incluem possibilidade alguma de prazer e que nunca, mesmo há longo tempo, trouxeram satisfação, mesmo para impulsos instintuais que foram reprimidos.

 conflito entre esses dois princípios pode levar a uma ambivalência na decisão do psicólogo. Ele pode estar dividido entre seguir seu desejo de atuar na área da psicologia e lidar com as preocupações práticas e as restrições do contrato não-CLT. A busca pelo prazer pessoal e profissional pode ser contraposta pelas preocupações com a segurança financeira e as necessidades práticas.

Para mais, o conflito entre o princípio do prazer e o princípio da realidade pode ser agravado por fatores como medo do fracasso, insegurança, falta de confiança nas próprias habilidades ou receio de sair da zona de conforto. Esses fatores emocionais podem influenciar a decisão do psicólogo e levá-lo a recusar a oportunidade mesmo que ele deseje atuar na área da psicologia.

A análise psicanalítica nos ajuda a compreender os conflitos internos e os fatores emocionais que podem estar envolvidos nas escolhas e atitudes das pessoas. Ela nos permite explorar as motivações inconscientes, os mecanismos de defesa e as dinâmicas psicológicas que moldam as decisões individuais. No caso do psicólogo, a análise psicanalítica pode ajudar a desvendar os conflitos internos e as resistências que estão influenciando sua atitude em relação à oportunidade oferecida.

 

 

Referência Bibliográfica

FREUD, A. O ego e os mecanismos de defesa. Rio de Janeiro: Biblioteca Universal Popular, 1968

FREUD, S. (1920), "Além do princípio do prazer” In: FREUD. S. Obras completas de S. Freud. Rio de Janeiro: Imago, 1996, v. XVIII.

FREUD, S. (1996). Obras completas de S. Freud. Rio de Janeiro: Imago. (1914). "Recordar, repetir e elaborar ", v. XII

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Desistir Não-Desistir Da Psicologia

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Cultura Da Substituição E Silenciamento: O Custo Invisível Da Não Implementação Da NR1 Nos Supermercados

  Ano 2025. Escrito por Ayrton Junior Psicólogo CRP 06/147208 O presente artigo chama a atenção do leitor para um excelente tópico. Durante sua atuação como fiscal de caixa em um supermercado, o profissional que também é psicólogo encontrou uma oportunidade singular: transformar o ambiente de trabalho em um verdadeiro laboratório de observação comportamental. Em meio à rotina operacional, ele utilizou seu olhar clínico e sensibilidade psicológica para analisar, de forma ética e consciente, os comportamentos, interações e dinâmicas sociais presentes no cotidiano da loja. Esse espaço, por sua diversidade de pessoas, tornou-se um campo fértil para compreender as relações humanas em múltiplos níveis: desde as expressões sutis de emoções nos rostos dos clientes, passando pelas reações impulsivas diante de situações de estresse, até os vínculos interpessoais estabelecidos entre os colaboradores. A convivência com pessoas de diferentes classes sociais, idades e culturas proporcionou a...

Meu Nome Era Eileen – Espelho Do Psicólogo

  Ano 2025. Escrito por Ayrton Junior Psicólogo CRP 06/147208 O presente artigo chama a atenção do leitor bpara um excelente tópico. Vamos analisar o filme "Meu Nome Era Eileen" (título original: Eileen ), disponível na Netflix, sob a ótica da psicologia social , com uma linguagem própria para narração em um podcast como o "Ainda Sou Podcast por Ayrton Júnior, psicólogo". Aqui vai uma proposta de roteiro com descrição do enredo e interpretação psicossocial : 🎙️ Título do episódio: “Meu Nome Era Eileen”: um retrato sombrio da identidade e influência social 🎧 Narrado por Ayrton Júnior, psicólogo “Meu nome era Eileen.” Assim começa a jornada silenciosa de uma jovem presa entre o tédio de sua rotina e a força invisível da repressão social. Vivendo numa pequena cidade americana da década de 1960, Eileen trabalha em um reformatório masculino. Sua vida é solitária, marcada por uma convivência disfuncional com o pai alcoólatra e pela rigidez mora...

O Ato Falho Do Óculos – A Resposta Já Está Em Mim

  Ano 2025. Escrito por Ayrton Junior Psicólogo CRP 06/147208 O Ato Falho do Óculos: A Resposta Já Está em Mim O fiscal está em casa, preparando-se para mais um dia de trabalho. Antes de sair, faz um gesto automático: troca os óculos de perto pelos de longe. Guarda os de perto na mochila, coloca os de longe no rosto, fecha o portão e segue seu caminho até o ponto de ônibus. Mas, no meio do trajeto, é interrompido por um pensamento repentino: "Será que esqueci os óculos de longe em cima da mesa?" A dúvida inquieta o ego. Ele para, abre a mochila, procura, mas não os encontra. Então, como se despertasse de um leve transe, percebe: os óculos estão em seu próprio rosto. Esse momento simples, quase banal, revela algo profundo. O fiscal não esqueceu os óculos — ele esqueceu que já os havia colocado . O objeto da dúvida já estava com ele o tempo todo. O que faltava não era o objeto em si, mas a consciência de sua presença. Esse pequeno ato falho é uma metáfora viva de ...

Trajetória Profissional e vocacional Articulada

  Ano 2025. Escrito por Ayrton Junior Psicólogo CRP 06/147208 O presente artigo chama a atenção do leitor para um excelente tópico. O sujeito iniciou sua formação técnica em mecânica, adquirindo base teórica e prática sólida na área. No entanto, ao ingressar no mercado de trabalho, assumiu inicialmente funções operacionais como ajudante de torno revolver e, posteriormente, ajudante em uma empresa de bebidas, o que evidencia sua flexibilidade diante das exigências do contexto econômico e a disposição para aprender diferentes atividades. Em seguida, ampliou sua atuação como mecânico de manutenção de bombas e técnico em mecânica especializada em instrumentos cirúrgicos, demonstrando capacidade de adaptação e aprofundamento técnico. Evoluiu para instrumentista pneumático, técnico de injetora e mecânico geral, o que evidencia seu domínio prático em diferentes segmentos da mecânica e sua habilidade em lidar com sistemas complexos. A atuação como retificador plano completa esse ciclo ...

Supervisão Causa Conflitos Desnecessários

  Ano 2023. Escrito por Ayrton Junior Psicólogo CRP 06/147208 O presente artigo chama a atenção do para um excelente tópico. O que motiva uma coordenadora ao elaborar o cronograma de horário dos colaboradores a cometer o erro de trocar colaboradores em determinado horário e gerando descontentamento nos demais. Existem várias razões pelas quais uma coordenadora pode cometer o erro de trocar colaboradores em um horário específico, gerando descontentamento nos demais. Algumas dessas razões podem incluir: Falta de atenção: A coordenadora pode estar distraída ou sobrecarregada e não prestar atenção suficiente ao elaborar o cronograma. Isso pode resultar em erros ao atribuir tarefas ou horários aos colaboradores. Falta de comunicação: A coordenadora pode não ter comunicado adequadamente aos colaboradores sobre o cronograma de horários ou as mudanças que ocorreram nele. Isso pode resultar em confusão e descontentamento quando os colaboradores são atribuídos a tarefas ou horários dif...