Ano 2023. Escrito por Ayrton Junior Psicólogo CRP 06/147208
O
presente artigo chama a atenção do leitor para um excelente tópico. O leva um
gerente solicitar um colaborador de um setor para treinar em outro setor por 15
dias e depois dizer que a pessoa não foi aprovada para trabalhar no setor a
qual foi treinada por 15 dias. Mas quando falta alguém no setor o gerente pede
que a pessoa que foi treinada no setor e não foi aprovada venha substituir o
colaborador que faltou.
Na
perspectiva da psicanálise, o comportamento do gerente pode ser interpretado
através do conceito de defesa psicológica, onde ele pode estar lidando com
ansiedades inconscientes. Ao solicitar o treinamento, inicialmente, ele pode
estar tentando aliviar a pressão no setor original. No entanto, ao negar a
aprovação, ele pode estar protegendo seu próprio ego ou evitando confrontar
questões relacionadas ao desempenho do colaborador.
Quando
há necessidade urgente no setor, ele recorre à pessoa treinada, possivelmente
por conveniência, mas isso pode refletir a relutância em enfrentar as razões
originais para a não aprovação. A psicanálise exploraria as dinâmicas
inconscientes, como medo de confronto ou necessidade de preservar a autoimagem
do gerente, para entender esse padrão comportamental aparentemente
contraditório.
A
psicanálise também consideraria a possibilidade de o gerente estar lidando com
conflitos internos não resolvidos relacionados ao poder e controle. Ao treinar
um colaborador em um novo setor e, posteriormente, negar a aprovação, o gerente
pode estar exercendo uma forma de controle sobre a situação e as pessoas
envolvidas.
A
hesitação em formalizar a mudança permanente pode ser uma manifestação de
conflitos inconscientes sobre a redistribuição de responsabilidades ou temores
relacionados à perda de autoridade. A necessidade ocasional de recorrer à
pessoa treinada em situações de emergência pode indicar uma dependência tácita
dela, apesar da negação explícita de aprovação.
Em
última análise, a abordagem psicanalítica exploraria as motivações e conflitos
inconscientes do gerente, destacando como seus comportamentos aparentemente
contraditórios podem ser meios de lidar com ansiedades psicológicas não
resolvidas.
Além
disso, na análise psicanalítica, seria relevante considerar o papel das
relações interpessoais no ambiente de trabalho. O comportamento do gerente pode
refletir dinâmicas complexas de poder, rivalidade ou até mesmo projeção de suas
próprias inseguranças sobre os colaboradores.
A
recusa em aprovar o colaborador pode ser uma maneira de manter uma hierarquia
rígida ou de evitar a ascensão de outros. A posterior convocação da pessoa
treinada em situações de falta pode sugerir uma necessidade inconsciente de
manter o controle sobre a equipe, mesmo que isso ocorra de maneira não
explícita.
Em
resumo, pela perspectiva da psicanálise, o comportamento do gerente pode ser
uma expressão complexa de emoções e conflitos internos, relacionados ao poder,
controle e relacionamentos interpessoais no ambiente de trabalho. A análise
aprofundada desses aspectos pode proporcionar insights sobre as motivações
subjacentes e contribuir para compreender a dinâmica psicológica envolvida.
Adicionalmente,
na abordagem psicanalítica, poderíamos explorar a possibilidade de mecanismos
de defesa operando no comportamento do gerente. A recusa em aprovar o
colaborador para o novo setor pode ser uma forma de rejeitar aspectos
indesejados de si mesmo ou de evitar confrontar desafios internos.
Ao
convocar a pessoa treinada em situações de emergência, o gerente pode estar
recorrendo a um mecanismo de defesa conhecido como "projeção",
transferindo suas próprias ansiedades e responsabilidades para o colaborador.
Isso pode proporcionar ao gerente uma sensação temporária de alívio, mas não
resolve as questões subjacentes.
A
análise psicanalítica buscaria entender como esses mecanismos de defesa estão
contribuindo para a dinâmica no ambiente de trabalho, impactando as relações e
influenciando as decisões do gerente. Ao desvendar esses aspectos, seria
possível identificar caminhos para abordar os conflitos subjacentes de uma
maneira mais construtiva e consciente.
Além
disso, na perspectiva psicanalítica, poderíamos examinar o papel das relações
passadas do gerente, tanto no ambiente de trabalho quanto em sua vida pessoal.
Traumas ou experiências anteriores podem influenciar a forma como ele lida com
situações de liderança, colaboradores e mudanças organizacionais.
A
recusa em aprovar o colaborador pode estar ligada a experiências passadas de
desconfiança, decepção ou desafios no trabalho. A convocação da pessoa treinada
em momentos de necessidade urgente pode indicar uma tentativa de reparar ou
compensar essas experiências, criando uma dinâmica de dependência.
A
análise psicanalítica buscaria conectar os padrões comportamentais atuais do
gerente a eventos significativos em seu passado, proporcionando uma compreensão
mais profunda das raízes de suas ações. Isso poderia abrir caminho para
abordagens terapêuticas que promovam uma gestão mais saudável e relações
interpessoais mais construtivas no ambiente de trabalho.
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