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É um Processo De Autoconhecimento, De Olhar para O que Angustia E Pensar Junto, No Caso Com O Psicólogo, Como Você Chegou Neste Lugar. E O Que Você Faz Agora A Partir Desta Compreensão Sobre O Que Angustia E Quais Os Caminhos Para Demover-se Disso.

 Ano 2023. Escrito por Ayrton Junior Psicólogo CRP 06/147208

O presente artigo chama a atenção do leitor a compreender o espaço circunscrito por certos limites emocionais, ou o indivíduo que está impossibilitado de deslocar-se de certa situação ou até de ultrapassar dados limites pontuais que de repente pode ser um relacionamento, um casamento, um conflito organizacional, uma ansiedade, a perda de vaga de trabalho, não conseguir sair fora das redes sociais, permanecer na compulsão a repetição do vício e outros. [...] Freud no seu texto “Recordar repetir e elaborar” (1914), texto esse em que começa a pensar a questão da compulsão à repetição, fala do repetir enquanto transferência do passado esquecido dentro de nós. Agimos o que não pudemos recordar, e agimos tanto mais, quanto maior for a resistência a recordar, quanto maior for a angústia ou o desprazer que esse passado recalcado desperta em nós.

Geralmente o indivíduo não tem a intenção de parar e refletir sobre suas angustias e situações adversas no momento, espera apenas que a ansiedade vá embora do mesmo modo que surgiu, porém isto é impossível de acontecer ou até espera por um milagre projetando por meio do mecanismo de defesa projeção a ansiedade lançando sobre Deus para que o criador em tempo oportuno faça-a desaparecer num estalar de dedos.

Ou ainda por meio do mecanismo de defesa da fuga aqueles que não são cristãos, tendem a escapar da angustia através de álcool, drogas, cigarro, sexo, celular, jogos de vídeo game, brigas no trânsito, xingar os parentes/esposas dentre outros. Mas, o que se deve fazer de fato que é procurar uma ajuda de um profissional isto não é feito. Talvez não seja levado em consideração a importância de um profissional com a percepção dessemelhante do indivíduo pelo dispêndio da moeda a ser investida na resolução das queixas.

Agora se o indivíduo procura por ajuda de Deus, ele se isenta do pagamento moeda e vai investir o dinheiro em outras coisas que não trazem a solução esperada. Alguns sujeitos desejam que Deus seja o seu psicólogo, ou melhor dizendo, que os instrua e até solucione seus problemas sem que seja necessário alterar alguma atitude ou comportamento na circunstância. O mesmo vale para as pessoas que não seguem nenhuma religião, desejam um mentor em suas vidas que executem as orientações transmitidas a elas, sem que elas façam algum esforço físico ou emocional.

A castração, enquanto imagem, fantasia, pensamento, é a primeira e mais forte sensação de punição que o ser humano sente, e está aí a sua grande força. Agora há uma visão clara de uma agressão ao seu próprio corpo, o que com certeza, até mesmo em nós adultos, é capaz de gerar tamanha repressão que dói só de pensar.

Entenda o simbolismo da imagem da castração com o significado à que está ligada, significa separação, angustia, perda de amor, perda do trabalho, morte, situação de perigo. A imagem da castração é apenas a fantasia pela qual a criança/adulto personifica seu medo.

A psicoterapia é um processo de autoconhecimento, a fim de observar a angustia e pensar junto, com o psicólogo, como você chegou neste lugar que é capaz de representar a angustia da castração, a condição de privação, o desemprego, o cargo de psicólogo social que não chegou a ocupar por ter sido desclassificado no processo seletivo, o conflito com alguém, perda de um objeto amado dentre outros. E o que você faz agora a partir desta compreensão sobre a angustia/ e ou ansiedade e quais os caminhos para demover-se desta angustia/situação.

Neste exemplo, um candidato a uma vaga de emprego que foi desclassificado no processo seletivo, inconscientemente por meio do mecanismo de defesa deslocamento da raiva encerra, deslocando a raiva em si mesmo para superar o medo da perda da vaga, pois não pode deslocar a sua agressividade em forma de violência física ou verbal sobre os recrutadores, sobre o candidato que conquistou a vaga, sobre seu criador Deus ao qual confiou exercendo fé e não conquistou a tão sonhada vaga porque se tiver tal atitude sofrerá consequências graves com direito a ser castigado. [...] Em sua obra “Além do Princípio do Prazer” (1920, p.34), Freud afirma: a compulsão a repetição também rememora do passado experiências que não incluem possibilidade alguma de prazer e que nunca, mesmo há longo tempo, trouxeram satisfação, mesmo para impulsos instintuais que foram reprimidos.

O sujeito é capaz de sonhar que está sendo atacado por um cachorro/ e ou que está brincando com um cachorro de porte físico grande que causa intimidação com as brincadeiras, o que representa que este adulto, desloca o medo de sofrer uma possível retaliação de figuras como, o seu Deus, seus pais, sua esposa, seu gestor/supervisor/recrutador [pela raiva que sente, contudo não pode expressar, mas deve reprimi-la], no medo de que o cachorro morda seu braço/mão caracteriza que pode perder o objeto ao qual investe energia libidinal no momento e com isto tenta se defender de ser mordido, se afastando do cachorro a fim de escapar do sofrimento físico que poderá sentir na pele se mordido pelo cão.

O indivíduo poderá se sentir como que castrado, quando for proibido por alguém de fazer determinada coisa, como exercer tal função em tal empresa, passar em um concurso público, namorar com fulana, comprar um caro novo ou apartamento e o que você pensar enquanto lê o texto. E o que muda? A forma como ele lidará com os efeitos da castração da perda, como ele vai superar esta angústia/ privação ou outras.

Continuando no exemplo, como este sujeito chegou a este lugar de angustia, que representa a perda da vaga no processo seletivo. Observando um sujeito desempregado, o que influencia o candidato a procurar por trabalho no mercado de trabalho, podemos citar algumas contrariedades como a ausência de manuseio em relação ao dinheiro, a preocupação com as contas e alimentação, pagar aluguel e vestir-se, a ociosidade involuntária que causa estresse, a não aplicação dos saberes em relação a profissão, a falta de interação com colaboradores dentro do ambiente organizacional, privação em desfrutar dos prazeres que o dinheiro proporciona e o que você pensar agora que lê o artigo. Ponto este é o lugar de angustia deste indivíduo, ou em outras palavras, foram essas contrariedades que encaminharam esse indivíduo a chegar a este lugar de angustia.

E o que este sujeito faz agora a partir desta compreensão sobre a angustia e quais os caminhos para demover-se desta angustia? Em geral, as pessoas medianamente saudáveis conseguem sublimar os efeitos deste complexo, significa que conseguem superar perdas com maior resiliência; quando não conseguem as coisas que desejam, são capazes de buscar por novos objetivos e desejos.

Todavia, o indivíduo é capaz de se colocar na posição de não saber mesmo como deslocar-se da situação pontual angustiante. Portanto deverá procurar por respostas/ e ou objetos mais realistas, que possa apontar a conquista de modo que este objetivo ao qual o candidato foi desclassificado indica que não era seu objeto [vaga de emprego] realista no momento. Deste modo somos capazes de compreender que nem todos os objetos desejados por nós será o objeto realista para desencostar-nos da atual condição pontual.

Os caminhos anteriormente seguidos pelo candidato a outras vagas no mercado de trabalho a qual em todas foi desclassificado expressa claramente que eram os seus desejos, embora não fosse os desejos realistas dos empregadores, talvez buscasse na vaga a intenção de obter um salário melhor, uma condição favorável melhor.

E para os empregadores esse candidato estava fora dos padrões exigidos de competências, habilidades, atitudes e saberes acadêmicos. E o que este sujeito faz agora a partir desta compreensão sobre a angustia e quais os caminhos para desprender-se desta compulsão a repetição sobre candidatar-se sempre as mesmas vagas ofertadas pelo empregador na cidade a qual reside, e cidades ao redor de sua região; uma vez que foi desprestigiado anteriormente?

Apreendemos que estas instituições a qual o candidato tentou se reinserir não pertence a realidade do candidato quanto ao seu campo de atuação profissional. Destarte o candidato esperar ter desvelado, onde está a instituição real que aceitará o candidato para o exercício de sua função.

Fica a dica, para haver reinserção é necessário que o candidato depreenda que a vaga ao qual se candidata, pertence ao primeiro, segundo ou terceiro setor do mercado de trabalho? Observar se existe alguma instituição na sua cidade/ e ou outra cidade da região a qual passou despercebido e não tenha se candidatado a função para a qual deseja desempenhar.

Com isto ainda permanece inconsciente por meio do mecanismo defesa recalque a fé e esperança de atuar na profissão a qual se dedicou investindo energia libidinal, tempo o que indigita acondicionar o pensamento, sentimento e comportamento na crença da tríade cognitiva esperando que irrompa um milagre/ e ou possibilidade para exercer a ocupação profissional.

Ou será, que o candidato carece ter um olhar realista e interpretar que todos os momentos favoráveis já se esgotaram, após ter participado nos processos seletivos com eliminação da sua cidade e cidades da região e aceitar a desistência e renuncia em manter-se na compulsão a repetição com a psuedo esperança de que o desfecho seja descoincidente dos anteriores. Esta decisão cabe ao candidato observar o quanto tem de energia libidinal, ou seja, motivação intrínseca para mover-se e não aceitar a derrota. Será que vale a pena demorar-se para despersuadir-se desta investida.

Este candidato precisará observar no seu currículo sua experiência e saberes, juntamente com o chamado na psicologia organizacional de [CHA] que indica as competências, habilidades e atitudes. Encontramos também o chamado de Soft Skills e competências socioemocionais evoluídas no candidato ao longo de sua profissão. Já as soft skills se referem a aspectos mais subjetivos, ligados ao nosso comportamento e ao relacionamento interpessoal.

É o jeito como lidamos com as questões no trabalho e com as pessoas. Muita gente não dá importância para isso, porém, cada vez mais, as soft skills passam a ser valorizadas pelas empresas. Exemplo de Soft Skills como, resiliência; visão estratégica; inovação; inteligência emocional; criatividade; proatividade; capacidade de adaptação; facilidade na comunicação escrita; resolução de problemas; senso crítico.

Mas, o medo continuará ali, por mais que não pensemos nele. Apenas deslocamos a angústia de sermos pegos e mutilados, para outras imagens, exemplo, sermos presos, maltratados, agredidos, processados, recebermos uma multa ou uma expulsão de campo, quebra no caixa ao manusear o dinheiro do cliente e empregador resultando para si mesmo prejuízo salarial, atravessar o sinal vermelho, não registrar itens do cliente e pagar a compra sendo punido monetariamente, insistir na reinserção em subempregos, por tanto a base desta angústia começou lá atrás, com o medo de ser castrado. [...] Esse medo marcará nossa memória, de forma desprazerosa, e será experimentado como desamparo, “portanto uma situação de perigo é uma situação reconhecida, lembrada e esperada de desamparo” (Freud, 2006, p.162).

A imagem da castração é tão forte, que é incomum que um adulto se lembre dela e irá ter fantasias com vários outros tipos de imagem. Um cão mordendo sua mão, no sonho, por exemplo... os dedos sendo cortados... a análise simbólica.

Ao compreender o medo de ser punido sendo castrado, é superado pela sublimação, enfrentando o medo, e para isto é necessário introjetar uma visão mais realista de si mesmo e do mundo voltando o olhar para dentro de si e enxergando ser autoconfiante e dotado de potencial, competências, habilidades e atitudes a serem exercidas em outros cargos.

E aceitar o que se perdeu como a vaga no processo seletivo e o que não se pode ter, como o cargo na instituição ao qual se candidatou; o carro que teve a intenção de adquirir ou apto, a moça que não deseja namorar com você ou se casar; o vestibular que não passou ou concurso público, a tão sonhada pós graduação que não pode realizar  dentre outros e a partir de agora dar início ao processo de deslocamento da energia raiva que antes era focada na angústia da perda para outros objetos.

Outro exemplo, dois indivíduos entram em um relacionamento, onde ambos são cristãos e tanto o homem quanto a mulher ambos estão divorciados, mas a parceira insiste que praticar o sexo antes do casamento é pecado encaminhando a se sentir culpada em todas as vezes que tem relação sexual com o seu suposto marido e pressiona o homem para se casarem o mais rápido possível.

No entanto o homem perde o emprego que é a sua fonte de renda e sustento e a partir deste momento a mulher perde o interesse pela relação sexual e por meio do sadomasoquismo impõe subjugando o parceiro que só fará sexo se ambos se casarem encaminhando a conflitos no relacionamento com termino da relação, isto significa, com perda, separação da relação.

Neste caso a parceira puniu o parceiro por meio do mecanismo de defesa recusa, se recusando-se a ter relação sexual antes do casamento por não considerar a importância da castração perda de emprego na vida do futuro esposo, mas considerar apenas importante para si com o objetivo de não desejar manter uma relação sexual com um que indivíduo que ficou desempregado.

Ou em outros termos, que está desprovido de sustento financeiro e não pode oferecer as mínimas condições para efetuar um matrimonio que a libertasse da culpa e suposta transgressão de praticar sexo antes do casamento na sua consciência, em outros termos, a mulher tem um superego moral inflexível que a levou a desistir do futuro marido por censurar suas ações de sexo, deslocando a sua raiva por meio do mecanismo de defesa deslocamento sobre o futuro esposo recusando-se a ter relação sexual e casar-se.

Como o sujeito chegou neste lugar que é capaz de representar a angustia da perda do sexo e consequentemente o casamento. A culpa da mulher por praticar sexo antes de casar-se precisa ser tratada em psicoterapia, mas a mesma se recusava a buscar ajuda de um profissional da saúde e apenas tem a percepção teológica de estar em transgressão perante seu criador Deus, embora a mesma não conseguia exercer controle sobre seus desejos sexuais por estar sendo dirigida pelo Id.

E o fato do parceiro ser castrado com a perda do emprego, redirecionou-a tomar ações disfuncionais e seus comportamentos geram conflitos na relação desencadeando o rompimento da aliança levando o parceiro ao lugar de angustia de castração das perdas de sexo e casamento, por causa da culpa da parceira e perda do seu trabalho. Portanto foi desta forma que o homem chegou a este lugar de angustia.

E o que este indivíduo faz agora a partir desta compreensão sobre a angustia da falta de sexo na sua vida, a privação do casamento e quais os caminhos para demover-se desta angustia/situação. Este cristão tem duas opções ou reprimi o desejo sexual ou avança em busca de outra parceira cristã que não observe o sexo como uma transgressão e trabalhe a psicoterapia na relação sexual antes do casamento como não sendo pecado com sujeição a punição.

Ou exime-se de permanecer procurando por uma mulher madura, e permaneça sozinho se masturbando nos momentos que tiver desejo sexual ou ainda que acione o mecanismo de defesa sublimação, onde a energia libido é sublimada e este sujeito tenha a ejaculação involuntária a noite enquanto dorme, nos momentos que o organismo desejar liberar o desprazer acumulado ou sobrecarregado de tensão por não ter contato físico com uma vagina.

Neste exemplo, um candidato se candidata a tal vaga de operador de caixa, mas não tem experiência na área e o recrutador oferece uma oportunidade de trabalho ao candidato por expressar na entrevista a situação precária em que está inserido. A organização tem a cultura da diversidade, onde contrata pessoas lgbt, meia-idade, sem experiência, pcd e outros.

Entretanto o candidato não observa que a necessidade de ter um trabalho, logo lhe causará insatisfação com a função, uma vez que o candidato tem uma formação acadêmica técnica e outras duas formações acadêmicas universitárias. O que não descortinou na entrevista a fim de não ser desclassificado pelos saberes, pois o trabalho exige o mínimo de conhecimento.

Este candidato com 4 meses de empesa percebe que se sua missão valores e visão não se encaixa com a cultura da organização que aplica constantemente punições para manter seus colaboradores dentro das normas, devido aos comportamentos infantis dos colaboradores que atuam dentro do mecanismo de regressão, regredindo a atitudes infantis no momento que seus objetivos não alcançados, porém bloqueados pela liderança.

O candidato no ofício de operador de caixa compreende que a psicologia comportamental é aplicada neste ambiente organizacional introduzindo reforço e punição nos colaboradores em detrimento de seus comportamentos no ambiente. Isto gera conflitos entre as figuras de autoridade a supervisão que o operador percebe como figuras paternas rígidas/ e ou superegos paternos/maternos inflexíveis. Mas também o ambiente proporciona proteção empregatícia, com isenção de demissão se posicionar forçadamente para cumprir as regras escapando de receber como recompensa a punição.

Os colaboradores recebem punições no momento em que tentam usufruir de produtos comestíveis que pertence ao estabelecimento sem autorização; deixam de registrar itens comestíveis no leitor de barra para serem pagos pelo cliente.

Como o candidato chegou novamente neste lugar que é capaz de reproduzir a insatisfação por trabalhar em subempregos novamente. E o que é capaz de fazer agora a partir desta compreensão sobre a percepção de que a missão, os valores e a visão que tem para si se encontra em discordante e quais os caminhos para remover-se desta angustia trabalhista.

O candidato agora é capaz de assimilar que a cultura organizacional mostra como as coisas são feitas dentro de uma empresa e envolve elementos visíveis e invisíveis como os comportamentos observáveis, propósito, valores e mentalidade. E cada pessoa, seja liderança ou não, acaba atuando como uma representação simbólica do que a empresa é e quer ser.

E a partir deste ponto apreender que as empresas as quais trabalhou tinham uma cultura organizacional a qual por um determinado período ajustou sua postura para se alinhar com a cultura da empresa, porém em determinado ponto inconsciente foi aplicando a demissão silenciosa se desalinhando o que trouxe como consequência a demissão por parte do empregador e também por parte do próprio candidato.

É o tipo de conta não palpável que chega no final do mês, mostrando um cenário interno desfavorável, com equipes desmotivadas, e cobrando uma nova atitude em busca de um desenvolvimento mais econômico e sustentável. É importante que as empresas pensem nas emoções, pois elas colocam a gente em movimento constante. Como você se conecta com o mundo? A cultura tem esse papel de criar pontes.

O candidato consegue atinar que apenas na empresa multinacional ao qual ficou por longo tempo havia da parte da psicologia organizacional, preocupação com as emoções dos colaboradores. E nas outras empresas que considera subemprego, pois exerceu função dessemelhante da sua formação interpreta que há uma máscara com sinal de preocupação com as emoções, mas é apenas uma ilusão momentânea, imperando sim a cultura do medo, da intimidação por parte das lideranças.

Qual a história que queremos contar para o futuro? O que você quer fazer? Quando você quer começar? As empresas podem começar com o que se chama tensão criativa, ou seja, a diferença entre o que é hoje [realidade] e o que pode ser no futuro. Uma boa forma de pensar no que precisamos evoluir, quais são os desejos, vontades e o que está pedindo para mudar e evoluir. É fazer um exercício de olhar para dentro para enxergar espaço para inovar ainda mais.

Ativando novos princípios e gerando amor pela confiança, e não pelo medo, engajamos pessoas no mesmo movimento que passa a ser um padrão, fazendo parte então da cultura da empresa, conclui. Entendendo que a cultura é formada, antes de mais nada, por pessoas, todas elas têm o poder da influência com um destaque para as lideranças e a responsabilidade fundamental deste papel é importante se conscientizar sobre a qualidade da influência que você exerce no seu papel e até onde isso pode levar o seu negócio a impactar positivamente a sociedade.

Entretanto sabemos que ao mesmo tempo que o colaborador tem poder de influenciar, este mesmo poder lhe é destituído sem que o mesmo compreende ou perceba pelas ações da liderança e hierarquia. E o que este sujeito faz agora a partir desta compreensão sobre a cultura da angustia trabalhista e quais os caminhos para mobilizar-se desta situação.

Trabalhou em organizações, onde a hierarquia é paternalista dotada de liderança autoritária simbolizando a figura paterna que adota o ditado o pai manda e o filho obedece. Na hierarquia democrática exige democracia na parte da liderança, mas é possível também acharmos um líder autoritário que veio de outra hierarquia e reproduz o comportamento inconsciente.

Já na hierarquia socialista impera o socialismo e também é possível encontrarmos a liderança autoritária sendo exercida neste meio por lideres que foram dispensados de outras hierarquias e reproduzem seus comportamentos inconsciente sem se aperceberem por não ter conhecimento da psicologia.

O mesmo se dá com o candidatou que atuou longo período em hierarquia paternalista, suas ações são reproduzidas de modo inconsciente ao se rebelar com figuras paternas ao entrar em desacordo com a cultura que envolve missão, valores e visão da organização.

Aponta que o candidato só acessa hierarquias paternalista, permanecendo na compulsão a repetição do paternalismo, onde a liderança atua de modo coercitivo de acordo com a psicologia comportamental aplicando o reforço e punição inconscientemente. Isto também sinaliza que existem apenas três tipos de hierarquia adotadas pelas organizações e instituições no mercado de trabalho. Porque será que o candidato é encaminhado sempre na compulsão a repetição do paternalismo organizacional eu sabe que gera desprazer, insatisfação, frustração, decepção, revolta, estresse, ansiedade e medo, masoquismo voluntário dentre outras.

Quando uma empresa se posiciona de forma paternalista, ela se apresenta como uma entidade superior aos seus funcionários e se prontifica a solucionar problemas, seja em questões de carreira ou não, e que não necessariamente sejam de sua responsabilidade. Mesmo, que seja um modelo autoritário de liderança, a abordagem paternalista é bastante eficiente no sentido de manter a motivação e o engajamento dos seus colaboradores.

Eles acabam se sentindo importantes e valorizados, e se apegando à organização de tal forma, que passam a se sentir parte de uma família. Uma das principais características do paternalismo, enquanto ideologia política, é a preocupação em justificar o domínio pela necessidade do dominado, cuja dependência, imaturidade e irresponsabilidade é associada à infância. A principal desvantagem da liderança paternalista é o fato que as decisões são tomadas pelo gestor e os colaboradores somente acatam, assim como ocorre na família tradicional, em que o pai é responsável pelas decisões e seus filhos apenas obedecem.

Um líder paternalista assume o papel de pai em relação aos seus liderados. Basicamente, em uma liderança paternalista, o gestor se preocupa em criar um ambiente, antes de tudo, acolhedor para seu time. Este é o líder “paizão” ou “mãezona”, que protege, dá segundas chances, cria laços de amizade e se preocupa em atender todas as necessidades da sua equipe.

A liderança paternalista tem algumas características, como, atenção voltada às necessidades dos colaboradores, isto deveria ser uma verdade, contudo é uma pseudo verdade na qual os colaboradores jamais tem suas necessidades concretizadas e nem ao menos suas emoções são levadas em conta no momento de trabalhar; centralização na tomada de decisão; o gestor é quem decide o que é melhor para seu time; o líder tem dificuldade em dar feedbacks construtivos; poupa a equipe de eventuais frustrações, isto também deveria ser uma verdade, mas é um engano, por os colaboradores são obrigados a conviver com as frustrações dos membros da equipe que contribuem para que a frustração não seja elaborada e eliminada.

Pode criar um clima organizacional muito bom, ou muito desagradável; por outro lado, o líder pode também adotar uma postura extremamente crítica e vigilante. E assim como em nossa casa, quem julga o que é melhor para a família e toma as devidas decisões são os pais.

E os filhos, aí deles se não obedecerem! Isso torna este estilo de liderança bem autocrático, podendo gerar ansiedade e conflitos entre a equipe, e aumenta o índice de rotatividade da empresa, mais conhecido como turnover e também essas ações contribuem para a demissão silenciosa do colaborador.

Talvez o que redireciona esse candidato de modo inconsciente a estar atuando em organizações com liderança paternalista é a compulsão a repetição da cultura do medo, onde é preciso ser castigado pela figura liderança paterna, que simboliza a figura do pai, por em algum momento da infância ter desrespeitado a figura paterna e com isto procura a expiação por meio do mecanismo de defesa expiação na intenção de libertar-se da culpa sendo punido ao estar trabalhando e se posicionando de modo a ser subjugado por este tipo de liderança.

 

  

Referência Bibliográfica

FREUD, A. O ego e os mecanismos de defesa. Rio de Janeiro: Biblioteca Universal Popular, 1968

FREUD, S. (1920), "Além do princípio do prazer” In: FREUD. S. Obras completas de S. Freud. Rio de Janeiro: Imago, 1996, v. XVIII.

FREUD, S. (1996). Obras completas de S. Freud. Rio de Janeiro: Imago. (1914). "Recordar, repetir e elaborar ", v. XII

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  Ano 2025. Escrito por Ayrton Junior Psicólogo CRP 06/147208 O presente artigo chama a atenção do leitor para um excelente tópico. Um indivíduo está utilizando um aplicativo de relacionamento e se vê preso a uma dinâmica repetitiva: deseja mulheres que não o desejam e rejeita aquelas que demonstram interesse por ele. Essa experiência, embora comum, revela aspectos profundos da estrutura psíquica do sujeito, especialmente sob a ótica da psicanálise. O desejo do sujeito não está apenas direcionado às mulheres, mas àquilo que elas representam para ele. Ele projeta sobre as mulheres mais bonitas e jovens um ideal de beleza, juventude e valor social. Desejá-las é, para ele, uma forma de se aproximar do seu próprio ideal do eu — uma imagem idealizada de quem gostaria de ser. Assim, não se trata apenas de querer o outro, mas de desejar ser desejado por esse outro idealizado. Isso é o que Lacan chama de “desejo do desejo do Outro”. Ao desejar ser objeto do desejo dessas mulheres, o ...