Ano 2024. Escrito por Ayrton Junior Psicólogo CRP 06/147208
O
presente artigo chama a atenção do para um excelente tópico. Na abordagem
psicanalítica, podemos analisar esse comportamento da operadora de caixa
através do conceito de transferência e resistência. A transferência ocorre
quando sentimentos e expectativas inconscientes são direcionados para outra
pessoa, como o fiscal de caixa. A resistência, por sua vez, refere-se à
tendência de uma pessoa em resistir à mudança ou em se opor a determinados
desejos ou impulsos inconscientes.
No
exemplo dado, a operadora de caixa está transferindo para o fiscal a
responsabilidade de iniciar a venda da escova dental em promoção. Ela pode
estar agindo assim devido a uma resistência inconsciente em assumir essa
responsabilidade ou por receio de enfrentar possíveis objeções dos clientes. O
fiscal, por sua vez, pode ser visto como um agente que tem o poder de autorizar
ou legitimar a venda da escova dental em promoção, o que pode influenciar o
comportamento da operadora.
Um
exemplo prático seria se a operadora de caixa estiver inconscientemente
resistindo à ideia de oferecer a escova dental para todos os clientes, talvez
por receio de ser rejeitada ou de enfrentar objeções. Nesse caso, ela transfere
a responsabilidade para o fiscal, esperando que ele tome a iniciativa primeiro,
o que alivia sua ansiedade e a sensação de ser rejeitada. Por outro lado, se o
fiscal também estiver resistindo à ideia de promover a escova dental, essa
dinâmica pode resultar em nenhum cliente recebendo a oferta, pois ambos estão
transferindo a responsabilidade um para o outro.
Essa
dinâmica pode se repetir continuamente, criando um ciclo de resistência e
transferência entre a operadora de caixa e o fiscal. Para romper esse ciclo, é
importante que ambos reconheçam suas resistências e assumam a responsabilidade
por suas ações. Isso pode envolver uma reflexão sobre os motivos por trás
dessas resistências e a busca por maneiras de lidar com elas de forma mais
consciente e assertiva.
Por
exemplo, a operadora de caixa pode trabalhar sua autoconfiança e habilidades de
comunicação para se sentir mais confortável ao oferecer a escova dental para os
clientes, independentemente da iniciativa do fiscal. Da mesma forma, o fiscal
pode examinar suas próprias resistências e encontrar maneiras de apoiar a
operadora e incentivar a venda da escova dental, criando um ambiente de
colaboração e apoio mútuo.
Ao
reconhecer e enfrentar essas dinâmicas inconscientes, tanto a operadora de
caixa quanto o fiscal podem trabalhar juntos para criar uma abordagem mais
eficaz e satisfatória para a promoção da escova dental, promovendo não apenas o
produto, mas também o crescimento pessoal e profissional de ambos.
À
medida que ambos se tornam mais conscientes de suas resistências e padrões de
comportamento, podem desenvolver estratégias para lidar com essas questões de
maneira mais produtiva. Por exemplo, a operadora de caixa pode praticar
técnicas de enfrentamento da ansiedade, como a respiração profunda, para lidar
com o desconforto de oferecer o produto aos clientes. Enquanto isso, o fiscal
pode oferecer apoio e encorajamento à operadora, ajudando-a a se sentir mais
confiante em sua abordagem.
Além
disso, ambos podem se beneficiar de uma comunicação aberta e honesta,
discutindo suas preocupações e desafios em relação à promoção da escova dental.
Isso pode ajudar a construir um relacionamento de confiança e colaboração, onde
ambos se sentem confortáveis em compartilhar seus pensamentos e sentimentos
sobre o trabalho.
Ao
enfrentar suas resistências e trabalhar juntos para superá-las, a operadora de
caixa e o fiscal podem transformar essa dinâmica de transferência e resistência
em uma oportunidade de crescimento pessoal e profissional, criando um ambiente
de trabalho mais saudável e produtivo para todos os envolvidos.
A
operadora pode estar desafiando o fiscal de caixa por estar desmotivada e
precisa buscar uma motivação no fiscal de caixa para validar seu comportando
desmotivado. Sim, isso faz sentido dentro de uma perspectiva psicanalítica. A
operadora de caixa pode estar desmotivada e buscando validar seu próprio
comportamento desmotivado ao desafiar o fiscal de caixa. Nesse caso, ela pode
estar transferindo sua falta de motivação para o fiscal, esperando que ele tome
a iniciativa para compensar sua própria falta de vontade.
Essa
dinâmica pode refletir uma série de questões subjacentes, como baixa
autoestima, falta de reconhecimento ou insatisfação no trabalho. Ao desafiar o
fiscal de caixa, a operadora pode estar procurando validação para sua própria
falta de motivação, esperando que ele assuma a liderança e a motive.
É
importante abordar essa situação com sensibilidade e compreensão. O fiscal de
caixa pode tentar entender as razões por trás da falta de motivação da
operadora e oferecer apoio e incentivo para ajudá-la a superar esses desafios.
Isso pode envolver o estabelecimento de metas alcançáveis, fornecimento de
feedback construtivo e reconhecimento pelo trabalho bem feito.
Ao
reconhecer e abordar as questões subjacentes à falta de motivação da operadora,
tanto ela quanto o fiscal de caixa podem trabalhar juntos para criar um
ambiente de trabalho mais positivo e motivador para todos os envolvidos.
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