Pular para o conteúdo principal

Psicanalista Chama Paciente De Bosta

 Ano 2024. Escrito por Ayrton Junior Psicólogo CRP 06/147208

O presente artigo chama a atenção do leitor para um excelente tópico. Um sujeito está passando por sessões com um psicanalista. E lhe diz que vai encerrar as sessões e não dará mais continuidade. Então o analista lhe responde dizendo, você vai sair da sessão menos bosta do que quando iniciou a sessão. O analista atribui a decisão do paciente o termo bosta, uma frase carregada de estereótipo, discriminação e preconceito contra a decisão do paciente. Apontando uma falta de respeito e senso de moralidade e pudor.

Na psicanálise, a relação entre o paciente e o analista é fundamental. É chamada de aliança terapêutica, e é através dela que o paciente pode explorar suas questões e problemas. Quando um paciente decide encerrar as sessões, isso pode ser interpretado de diferentes maneiras.

A resposta do psicanalista "você vai sair da sessão menos bosta do que quando iniciou a sessão" é interessante. Vamos dividi-la em partes:

"Você vai sair da sessão": Isso indica que o paciente está se afastando do tratamento. Pode haver várias razões para isso, mas é importante que o psicanalista respeite a decisão do paciente.

"Menos bosta do que quando iniciou a sessão": Aqui, o psicanalista está sugerindo que, apesar de o paciente estar interrompendo o tratamento, ele ainda fez algum progresso. O termo "menos bosta" pode ser interpretado como uma forma direta de dizer que houve algum benefício, mesmo que o paciente não reconheça totalmente isso.

Em resumo, a resposta do psicanalista sugere que o paciente fez algum progresso durante as sessões, mesmo que ele decida parar o tratamento. O psicanalista está reconhecendo o trabalho que foi feito até agora, mesmo que o paciente não esteja ciente disso. Essa abordagem é uma forma de validar a experiência do paciente e incentivá-lo a continuar seu processo de autoconhecimento, mesmo fora do consultório.

A frase do psicanalista também pode ser interpretada como uma forma de encorajar o paciente a refletir sobre o que foi alcançado durante o tempo em que estiveram juntos. Mesmo que o paciente esteja optando por encerrar as sessões, o psicanalista está sugerindo que houve algum crescimento ou mudança positiva.

Além disso, ao usar uma linguagem franca e até um pouco irreverente, o psicanalista pode estar tentando quebrar a resistência do paciente em encerrar o tratamento. Essa abordagem pode provocar uma reação no paciente, levando-o a reconsiderar sua decisão ou pelo menos a refletir sobre o progresso que foi feito até o momento.

Em última análise, a resposta do psicanalista demonstra uma sensibilidade às emoções do paciente, reconhecendo sua autonomia na decisão de encerrar o tratamento, mas também incentivando uma reflexão sobre o que foi alcançado e como isso pode ser levado adiante, mesmo fora das sessões de terapia.

O paciente pode por acaso se sentir ofendido em ser chamado de bosta e deslocar a raiva inconsciente se mantendo afastado do psicanalista, por se sentir desrespeitado por avaliar o termo bosta usado carregado de preconceito.

Sim, absolutamente. É importante notar que a resposta do psicanalista pode ter diferentes efeitos em pacientes diferentes. Em alguns casos, como você apontou, o paciente pode se sentir ofendido ou desrespeitado pelo uso do termo "bosta" e pode interpretá-lo como preconceituoso ou depreciativo.

Se um paciente se sente insultado ou desrespeitado pelo psicanalista, isso pode resultar em sentimentos de raiva, frustração ou mágoa. Esses sentimentos podem levar o paciente a se distanciar ainda mais do tratamento e do psicanalista, prejudicando a possibilidade de progresso terapêutico.

Nesse caso, seria importante para o psicanalista estar ciente da sensibilidade do paciente e ser capaz de reconhecer e lidar com suas próprias escolhas de linguagem. O psicanalista pode precisar abordar o mal-entendido, esclarecer sua intenção por trás da escolha de palavras e reparar qualquer dano causado à relação terapêutica.

Em última análise, a comunicação na relação terapêutica é fundamental, e o psicanalista deve estar atento à maneira como suas palavras são recebidas pelo paciente, buscando sempre promover um ambiente de respeito, empatia e compreensão mútua.

 

O psicanalista pode ter sofrido uma contratransferência em relação ao paciente sentindo raiva com o desligamento do paciente e deslocou a sua raiva para o paciente através da linguagem carregada de emoção raiva, chamando o paciente de bosta.

Sim, é uma possibilidade. A contratransferência é a resposta emocional do terapeuta ao paciente, muitas vezes influenciada pelas próprias experiências, sentimentos e conflitos do terapeuta. Nesse caso, se o psicanalista estiver experimentando sentimentos de raiva ou frustração em relação ao desligamento do paciente, esses sentimentos podem ser deslocados para o paciente através da escolha de palavras carregadas de emoção, como chamar o paciente de "bosta".

É importante para os psicoterapeutas reconhecerem e trabalharem com suas próprias contratransferências para garantir que não interfiram negativamente na terapia. Se um psicanalista está consciente de sentir raiva em relação ao paciente ou à situação de encerramento do tratamento, é essencial que ele explore esses sentimentos em supervisão clínica ou em sua própria análise pessoal para entender melhor suas origens e evitar que eles influenciem negativamente a relação terapêutica.

Se a linguagem escolhida pelo psicanalista refletir uma contratransferência não processada, isso pode prejudicar a relação terapêutica e a eficácia do tratamento. Nesses casos, é fundamental para o psicanalista reconhecer o impacto de suas palavras no paciente, fazer reparos, se necessário, e trabalhar para compreender e resolver suas próprias questões emocionais.

 

 

 

Comentários

Postagens mais visitadas

Supervisão Causa Conflitos Desnecessários

  Ano 2023. Escrito por Ayrton Junior Psicólogo CRP 06/147208 O presente artigo chama a atenção do para um excelente tópico. O que motiva uma coordenadora ao elaborar o cronograma de horário dos colaboradores a cometer o erro de trocar colaboradores em determinado horário e gerando descontentamento nos demais. Existem várias razões pelas quais uma coordenadora pode cometer o erro de trocar colaboradores em um horário específico, gerando descontentamento nos demais. Algumas dessas razões podem incluir: Falta de atenção: A coordenadora pode estar distraída ou sobrecarregada e não prestar atenção suficiente ao elaborar o cronograma. Isso pode resultar em erros ao atribuir tarefas ou horários aos colaboradores. Falta de comunicação: A coordenadora pode não ter comunicado adequadamente aos colaboradores sobre o cronograma de horários ou as mudanças que ocorreram nele. Isso pode resultar em confusão e descontentamento quando os colaboradores são atribuídos a tarefas ou horários dif...

Psicólogo Fracassa Carreira Busca Academia Psicologia Social

  Ano 2023. Escrito por Ayrton Junior Psicólogo CRP 06/147208 O presente artigo chama a atenção do para um excelente tópico. Um psicólogo fracassa na carreira de psicologia, então se decidi ir para academia para alterar a imagem corporal. É possivel estar fazendo academia para compensar a perda da imagem idealizada de psicólogo. Me explique como se eu fosse um iniciante pela abordagem da psicologia Social. A psicologia social estuda como as pessoas pensam, sentem e se comportam em contextos sociais. Ela examina como as interações sociais e as normas culturais influenciam nossas percepções, atitudes e comportamentos. No caso específico de alguém que decide ir para a academia para alterar a imagem corporal após um fracasso na carreira de psicologia, podemos analisar isso sob a perspectiva da teoria da autopercepção e da teoria da compensação. A teoria da autopercepção sugere que as pessoas podem inferir seus próprios estados internos e traços de personalidade observando seu pró...

Onde, Está Meu Trabalho? Orientação Para Realidade

  Ano 2023. Escrito por Ayrton Junior Psicólogo CRP 06/147208 O presente artigo informa o leitor a levar em conta a desorientação que se trata da capacidade da pessoa em situar-se com relação a si mesma e ao ambiente, no tempo e no espaço. Orientação alo psíquica, diz respeito à capacidade de orientar-se em relação ao mundo, isto é, quanto ao espaço [orientação espacial] e quanto ao tempo [orientação temporal]. E se está acionando inconscientemente alguma estratégia de enfrentamento adaptativa ou desadaptativa. Quando estamos trabalhando manuseamos as estratégias de enfrentamento alicerçadas no saber da profissão, isto é, baseada em todos os conhecimentos adquiridos no curso e experiência. Mas, ao depararmos com situações que causam conflitos emocionais originados no ambiente organizacional por supervisores, colegas de trabalho, colaboradores a tendência é fugir por entre o mecanismo defesa fuga, por falta de recursos de enfrentamento de competências socioemocionais. As vezes...

Oportunidades De Emprego São Criadas Por [...]

  Ano 2023. Escrito por Ayrton Junior Psicólogo CRP 06/147208 O presente artigo chama a atenção do leitor para compreender. Cono são gerados os empregos no mercado de trabalho. As condições econômicas, como o crescimento ou recessão da economia, podem afetar a capacidade das empresas de contratar novos funcionários. E as políticas governamentais, como impostos e regulamentações, também podem afetar a criação de empregos em determinadas indústrias.   Por tanto, a criação de oportunidades de emprego é um processo complexo que é influenciado por muitos fatores diferentes, e a conjuntura do mercado de trabalho e a demanda por serviços específicos são apenas alguns deles. Além disso, é importante considerar que as oportunidades de emprego não são distribuídas igualmente em todas as regiões ou setores da economia. Algumas áreas podem ter uma demanda maior por determinados tipos de trabalhadores, enquanto outras podem ter um mercado de trabalho mais limitado. Por exemplo, uma cid...

Gênero E Relacionamento Amoroso

  Ano 2025. Escrito por Ayrton Junior Psicólogo CRP 06/147208 O presente artigo chama a atenção do para um excelente tópico. Um indivíduo acredita que, após o surgimento de uma amizade, não é possível desenvolver um relacionamento amoroso, pois entende que, se não houver atração física desde o início, não há base para um namoro. Em contraste, uma mulher defende que, por meio da convivência e do fortalecimento da amizade, pode surgir o amor romântico. Essa diferença de perspectiva revela contrastes importantes: enquanto o homem valoriza inicialmente o desejo sexual como condição para o envolvimento amoroso, a mulher prioriza o vínculo afetivo e a conexão emocional como alicerces de um possível relacionamento. Essa divergência ilustra duas formas distintas de interpretar o início de um vínculo amoroso. De um lado, está a visão imediatista e sensorial, centrada no erotismo como porta de entrada. Do outro, uma perspectiva mais relacional e subjetiva, que vê na amizade a possibili...

Fiscal De Caixa Controladora

  Ano 2025. Escrito por Ayrton Junior Psicólogo CRP 06/147208 O presente artigo chama a atenção do leitor para um excelente tópico. O fiscal do sexo masculino estáva auxiliando a operadora de caixa no fechamento. De repente chegou a fiscal de caixa do sexo feminino e falou bruptamente com o fiscal dizendo que ele não deve ajudar a operadora de caixa mas sim apagar às luzes quando solicitado na frente do Caixa. O fiscal não falou nada e deixou a operadora de caixa. Na psicanálise, podemos entender o comportamento da fiscal de caixa do sexo feminino analisando os possíveis desejos, medos e mecanismos de defesa envolvidos na situação. Vamos interpretar passo a passo, como se você fosse um iniciante. 1. O que aconteceu? O fiscal do sexo masculino estava ajudando a operadora de caixa a fechar o caixa. De repente, a fiscal do sexo feminino interveio de forma abrupta, dizendo que ele não deveria ajudar, mas sim apagar as luzes quando solicitado. O fiscal não reagiu verbalmente e s...

Ônibus Lotado – Comportamento Por Conformidade

  Ano 205. Escrito por Ayrton Junior Psicólogo CRP 06/147208 O presente artigo chama a atenção do leitor para um excelente tópico. Ônibus lotado, pessoas agasalhadas, janelas fechadas. O ambiente torna-se abafado, desconfortável e com odor desagradável, consequência da falta de ventilação e, em alguns casos, da ausência de cuidados básicos com a higiene pessoal, como banho e escovação dos dentes. Essa situação compromete o bem-estar coletivo e evidencia a necessidade de consciência social. Quando todos compartilham o mesmo espaço, é fundamental que cada um colabore para manter um ambiente minimamente saudável e respeitoso. Cuidar da própria higiene, usar roupas adequadas à temperatura e permitir a circulação de ar abrindo as janelas são atitudes simples que demonstram consideração com o outro. Em um transporte coletivo, o desconforto de um pode se transformar em sofrimento para todos. Portanto, é essencial que cada passageiro assuma sua parte na responsabilidade coletiva. ...

Reter Colaboradores – Administração – Gestão De Pessoas

  Ano 2025. Escrito por Ayrton Junior Psicólogo CRP 06/147208 O presente artigo chama a atenção do leitor para um excelente tópico. Para reter colaboradores na organização utilizando exclusivamente o conhecimento administrativo, é fundamental aplicar estratégias que promovam a valorização do capital humano, a eficiência dos processos internos e a construção de um ambiente organizacional coerente com os objetivos institucionais. A retenção não deve ser tratada como um evento isolado, mas como um processo contínuo de gestão estratégica de pessoas. O primeiro passo é estabelecer uma estrutura organizacional clara, com papéis e responsabilidades bem definidos. Quando o colaborador compreende sua função e a importância de seu trabalho no alcance das metas organizacionais, ele tende a se engajar e a permanecer mais tempo na empresa. A gestão eficiente da comunicação interna é outro ponto essencial. O colaborador precisa ser informado, escutado e reconhecido. Uma liderança assertiva...

Sexo, Afeto e Compromisso: O Que a Psicologia e a Teologia Têm a Dizer

  Ano 2025. Escrito por Ayrton Junior Psicólogo CRP 06/147208 O presente artigo chama a atenção do para um excelente tópico. Título: Sexo, Afeto e Compromisso: O Que a Psicologia e a Bíblia Têm a Dizer Introdução Em um mundo acelerado, onde as conexões nas redes sociais são instantâneas e muitas vezes superficiais, os relacionamentos também tendem a seguir esse ritmo. Porém, há um caminho mais profundo e significativo para se conectar com o outro: construir um vínculo afetivo verdadeiro. Neste artigo, vamos explorar, de forma simples e direta, como a psicologia social, a psicanálise e a visão bíblica nos ajudam a entender esse processo. O início da intimidade: escuta e troca toda construção emocional começa pela escuta verdadeira. Quando somos ouvidos com atenção e respeito, sem julgamentos, criamos um espaço seguro para nos expressar. A psicologia social mostra que a escuta empática é a base do vínculo interpessoal. Do ponto de vista psicanalítico, é nesse momento que o ego ...

Dinâmica De Poder Nas Instituições – Psicologia Organizacional

  Ano 2023. Escrito por Ayrton Junior Psicólogo CRP 06/147208 O presente artigo chama a atenção do para um excelente tópico. A dinâmica de poder em uma organização refere-se à distribuição e ao exercício do poder entre os membros e diferentes níveis hierárquicos dentro da empresa. O poder é uma influência que permite que um indivíduo ou grupo afete o comportamento ou as decisões dos outros. Existem diferentes teorias e abordagens para entender a dinâmica de poder em uma organização. Vou apresentar alguns dos principais através da psicologia organizacional. Teoria das bases de poder: Essa teoria, proposta por French e Raven, identifica cinco bases de poder que uma pessoa pode ter na organização. São elas: Poder coercitivo: baseia-se no medo de punição ou consequências negativas. Poder de recompensa: baseia-se na capacidade de recompensar ou oferecer incentivos. Poder legítimo: baseia-se na autoridade formal concedida pela posição hierárquica. Poder de especialista: bas...