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Fiscal De Caixa E O Dinheiro Que Não É Seu

 Ano 2024. Escrito por Ayrton Junior Psicólogo CRP 06/147208

O presente artigo chama a atenção do leitor para um excelente tópico. O fiscal de caixa pode experimentar uma série de emoções complexas ao lidar com a responsabilidade de trocar o dinheiro no supermercado. A partir de uma perspectiva psicanalítica, essa situação pode gerar ansiedade e pressão, pois o fiscal é confrontado com a expectativa de proteger o dinheiro da empresa e, ao mesmo tempo, enfrentar a possibilidade de ser responsabilizado por notas falsas.

Essa responsabilidade pode evocar sentimentos de vulnerabilidade, já que ele não tem controle total sobre quem pode tentar passar uma nota falsa. Além disso, a pressão para manter a integridade financeira da empresa pode criar um senso de culpa ou medo de falhar. O fiscal pode sentir uma tensão constante entre o desejo de cumprir suas responsabilidades e o medo de cometer um erro que resulte em perda financeira pessoal.

Essa situação pode impactar sua autoestima e autoconfiança, pois ele pode se perguntar se é capaz de lidar com a pressão e as consequências de um possível erro. Em suma, o fiscal de caixa pode experimentar um conflito interno entre seu papel profissional e seu bem-estar emocional, resultando em um estado de ansiedade e preocupação.

Quais os possíveis mecanismos de defesa o ego deste fiscal de caixa aciona neste ambiente inseguro ao lidar com as responsabilidades de um dinheiro que não é seu. Nesse ambiente inseguro, o ego do fiscal de caixa pode recorrer a vários mecanismos de defesa para lidar com as responsabilidades e o estresse associados ao trabalho. Alguns possíveis mecanismos de defesa incluem:

Racionalização: O fiscal pode racionalizar sua situação, convencendo-se de que é capaz de lidar com a pressão e as responsabilidades sem problemas. Ele pode justificar eventuais erros ou falhas como sendo inevitáveis dadas as circunstâncias desafiadoras.

Negação: O fiscal pode negar a gravidade da situação, minimizando a possibilidade de lidar com notas falsas ou falhas em seu desempenho. Isso pode ajudá-lo a evitar sentimentos de ansiedade e medo associados à sua responsabilidade.

Deslocamento: Ele pode deslocar sua ansiedade e medo de cometer erros para outros aspectos de sua vida ou trabalho, concentrando-se em questões menos relacionadas à sua responsabilidade financeira no caixa.

Sublimação: O fiscal pode canalizar sua ansiedade e medo, raiva para atividades ou hobbies construtivos e produtivos fora do trabalho, buscando um alívio temporário do estresse por meio de meios mais saudáveis, exemplo, treino em academia, atuar como  streamer em plataformas de entretenimento produzindo lives com conteúdos de psicologia, produzir vídeos criativos dentre outros.

Identificação: Ele pode procurar identificar-se com colegas de trabalho ou superiores que demonstram confiança e competência em lidar com situações semelhantes, buscando orientação e apoio emocional.

Esses mecanismos de defesa ajudam o ego a lidar com o estresse e a ansiedade associados à responsabilidade financeira no ambiente de trabalho, permitindo ao fiscal enfrentar os desafios diários de forma mais adaptativa. No entanto, é importante notar que o uso excessivo ou inadequado desses mecanismos pode levar a uma evitação dos problemas subjacentes e a uma dificuldade em lidar efetivamente com as demandas do trabalho.

Certamente, aqui estão mais alguns mecanismos de defesa que o ego do fiscal de caixa pode acionar:

Compensação: Ele pode compensar quaisquer sentimentos de inadequação ou insegurança com um desempenho excepcional em outras áreas de sua vida ou trabalho. Por exemplo, ele pode se esforçar para ser especialmente eficiente no atendimento ao cliente ou em outras tarefas relacionadas ao seu trabalho para compensar o estresse financeiro.

Humor: O uso do humor pode servir como uma forma de aliviar o estresse e a tensão associados às responsabilidades do trabalho. O fiscal pode recorrer ao humor para criar um ambiente mais leve e tolerável, ajudando-o a enfrentar o dia-a-dia com uma atitude mais positiva.

Projeção: Em vez de lidar diretamente com seus próprios medos e ansiedades, o fiscal pode projetar esses sentimentos em outras pessoas ou situações. Por exemplo, ele pode suspeitar injustamente dos clientes que pagam em dinheiro, atribuindo a eles intenções maliciosas de passar notas falsas.

Formação de reação: Ele pode desenvolver uma reação emocional oposta aos seus verdadeiros sentimentos. Por exemplo, ele pode exibir uma atitude excessivamente confiante ou até mesmo arrogante em relação às suas habilidades para mascarar suas inseguranças subjacentes.

Isolamento emocional: Para proteger sua própria saúde emocional, o fiscal pode se distanciar emocionalmente das responsabilidades do trabalho, tentando não se deixar afetar muito pelos possíveis resultados negativos. Isso pode ajudá-lo a manter um senso de equilíbrio e estabilidade emocional.

Esses mecanismos de defesa, embora possam oferecer alívio temporário do estresse e da ansiedade, também podem criar barreiras para o enfrentamento eficaz dos desafios no trabalho. É importante que o fiscal esteja ciente de seus padrões de defesa e busque formas saudáveis de lidar com suas emoções e responsabilidades no ambiente de trabalho.

Idealização: O fiscal pode idealizar a empresa para a qual trabalha ou seus superiores, atribuindo-lhes qualidades superiores e confiando excessivamente neles para resolver qualquer problema que surja, incluindo possíveis perdas financeiras decorrentes de notas falsas. Essa idealização pode ajudar a manter sua sensação de segurança e confiança no ambiente de trabalho.

Compensação passiva-agressiva: Em vez de enfrentar diretamente suas preocupações ou confrontar os desafios, o fiscal pode expressar sua frustração ou ressentimento de forma indireta, por exemplo, sendo menos cooperativo com os colegas de trabalho ou adotando uma atitude de resistência passiva em relação às tarefas atribuídas a ele.

 

Escapismo: Para fugir temporariamente das pressões do trabalho, o fiscal pode se envolver em atividades distrativas ou comportamentos de evitação, como passar longos períodos no celular ou prolongar suas pausas para o café. Esses comportamentos podem servir como uma forma de alívio temporário do estresse, mas não abordam as questões subjacentes. Observa-se esse comportamento em operadores de caixa, que pedem uma pausa para se deslocarem ao banheiro com a intenção de aliviar o estresse e a ansiedade deslocando no aparelho celular e se esquecem de retornar as atividades.

Autoengano: Ele pode se enganar sobre a gravidade da situação ou sobre sua própria capacidade de lidar com ela, ignorando sinais de alerta ou minimizando riscos potenciais. Isso pode proporcionar uma falsa sensação de segurança, mas não resolve os desafios reais que enfrenta no trabalho.

Esses mecanismos de defesa, embora possam fornecer uma maneira de lidar com o estresse e a ansiedade no curto prazo, podem interferir na capacidade do fiscal de enfrentar os desafios de forma eficaz e adaptativa. É importante estar ciente desses padrões de comportamento e, se necessário, buscar apoio profissional para lidar com as emoções e pressões associadas ao trabalho.

 

 

 

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