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Fé Não É Uma Crença Vaga Ou Cega

 Ano 2023. Escrito por Ayrton Junior Psicólogo CRP 06/147208

O presente artigo chama a atenção do para um excelente tópico. Este tema surgiu do conflito de um indivíduo que é graduado em teologia e psicologia. O sujeito está na meia-idade e encontra uma série de contrariedades que o impede de exercer a psicologia no mercado de trabalho. A pessoa já usou de todos os seus recursos internos e esforços para empregar-se no mercado, mas todas as tentativas foram em vão. Apontando que se manteve na compulsão a repetição da empregabilidade por longo período sem êxito.

A dúvida pode gerar insegurança no ser humano e a fé nos leva para a esperança. A fé nos auxilia na vivência de uma vida mais plena, pois ela nos ensina a acreditar nos outros e a acreditar na vida. Acreditar faz parte da estrutura mais profunda da vida humana. A fé humana abre caminho para a fé religiosa. Daí a necessidade de compreendermos, em primeiro lugar, a estrutura antropológica de uma experiência de fé, isto é, quais os componentes próprios do ser humano que estão implicados no ato de fé. O sentimento de confiança é a base para uma experiência de fé.

Quanto mais confiança na vida, mais possibilidade de acreditar no outro, pois a confiança gera uma força em mim onde sou capaz de arriscar. Só arrisca aquele que tem confiança na vida a acredita no outro. Ter fé implica risco. O sentimento de confiança está na base da fé. Também podemos dizer que a fé nos abre para o outro. Dessa forma, cada ser humano vai viver tanto a fé humana como a fé religiosa a partir de sua estrutura pessoal, a partir do conjunto das experiências humanas que fazem parte de sua vida.

Outra experiência marcante para que a fé seja experimentada como algo fundamental é a experiência do dom da vida. A psicológica das ideias religiosas é explicada a partir do sentimento de desamparo infantil vivido pela criança e pela proteção encontrada na figura do pai. A figura de Deus vem ocupar o lugar que um dia esteve preenchido pelo pai.

Neste contexto, o teólogo e psicólogo se apercebe desamparado pelas instituições existentes no mercado de trabalho por estar na meia-idade que tem o simbolismo da figura paterna. É como se estivesse vivendo o desamparo infantil, digo, sente ausência de um cuidador na sua vida. A figura de um pai que lhe segure nas mãos e o ensine a caminhar novamente, mesmo tendo o saber científico e teológico. Um pai que lhe oriente, escancare possibilidades de arrumar emprego. O sujeito faz uso agora que escreve o artigo e se torna consciente do mecanismo de defesa regressão, onde regride a atitudes infantis ao se sentir desamparado, onde vai até o Criador buscar a proteção e o amparo para prosseguir na crença funcional.

O teólogo/psicólogo faz uso do mecanismo de defesa projeção, onde projeta seus sentimentos de raiva, medo e frustrações com o mercado de trabalho que não sabe defrontar-se sobre a figura de Deus, na esperança de que Deus lhe retire da compulsão a repetição do desamparo aprendido provocado pela ausência de empregabilidade. [...] Freud no seu texto “Recordar repetir e elaborar” (1914), texto esse em que começa a pensar a questão da compulsão à repetição, fala do repetir enquanto transferência do passado esquecido dentro de nós. Agimos o que não pudemos recordar, e agimos tanto mais, quanto maior for a resistência a recordar, quanto maior for a angústia ou o desprazer que esse passado recalcado desperta em nós.

A religião, nestes termos, seria uma reação de defesa contra o desamparo. Ocorre que essa é apenas uma parte da questão. Diante do desamparo, evocamos a proteção de um pai glorificado. Embora a religião exerça na vida da pessoa um papel importante, no que tange ao seu repertório comportamental e ao arremate de recursos que ela utiliza para estabelecer suas relações sociais e dar sentido à sua vida, o caráter psicológico da religião é, na maioria das vezes, negligenciado ou mesmo negado, não estabelecendo ligação entre a psicologia, enquanto ciência, e a religião.

A principal dificuldade que muitos psicólogos enfrentam ao relacionar a religião com a psicologia, é lidar com esse tema durante o atendimento, por não o compreenderem como uma manifestação humana, desta forma, as queixas trazidas pela pessoa, são avaliadas segundo o crivo teórico adotado pelo terapeuta e, muitas vezes, esta avaliação não contempla a religiosidade, isto é, o profissional não encontra referência científica para lidar com a questão e orienta o conteúdo trazido, por outros campos, muitas vezes da patologia, ou por sua própria experiência em detrimento da vivência pessoal do cliente.

Freud diz que religião nada mais é do que a projeção dos desejos humanos. A religião é uma ilusão não necessariamente porque seja errada. Freud reconhece que ela cumpre um propósito social muito nobre, no sentido de restringir instintos anti sociais, e que pode preservar o verdadeiro, crente de aflições neuróticas.

A psicanálise, concebendo o sujeito enquanto faltoso, nos convoca a pensar na religião enquanto aquilo que oferece o complemento desta falta constitutiva do sujeito. Concebendo o desejo como impossível de ser satisfeito completa e permanentemente, a religião, seria um convite à ilusão da consistência, da completude.

A psicanálise vem, então, para denunciar a retirada da responsabilidade e autonomia do sujeito religioso e sua alienação na figura do Outro, enquanto portador de um suposto saber do qual o próprio sujeito desconhece. A religião, portanto, é como uma das mais fortes sugestões de que posso ser salvo, de que posso ser completo, de que posso ser consistente comigo mesmo.

A ideia de Deus nos remete a um Outro que me protege da minha necessidade de amparo, da minha situação de impotência. É a figura da onipotência que trata de recobrir a angústia. Fica claro, neste caso, como o discurso psicanalítico encontra-se no pólo oposto ao do discurso do monoteísmo. [...] Esse medo marcará nossa memória, de forma desprazerosa, e será experimentado como desamparo, “portanto uma situação de perigo é uma situação reconhecida, lembrada e esperada de desamparo” (Freud, 2006, p.162).

Se Freud defende a ideia de que a crença em Deus é uma busca pela figura de um pai, figura esta que me garante segurança e proteção de doenças e da morte, do desemprego, por outro lado a queda na realidade nos livra de um Pai tirânico, distante, rigoroso e onipotente, que deseja sacrifícios a todo custo.

A religião seria explicitada pela necessidade inconsciente de uma proteção e balizamento das ações e procedimentos pessoais contra o destino que é desconhecido. O autor defende que as ideias religiosas seriam uma espécie de defesa para o eu diante dos perigos que o mundo externo pode oferecer.

Para tornar o desamparo tolerável, o sujeito criou um conjunto de ideias construídas com o auxílio das lembranças do desamparo da infância. Essas ideias o protegem em duas direções: contra os perigos da natureza e do Destino; e contra os danos que o ameaçam por parte da sociedade.

O indivíduo põe em pratica a arte da incubação do sonho ao dormir com a finalidade de obter respostas e certa noite teve como resposta audível na consciência a evocação do versículo de Hebreus 11:1, pois o mesmo já estava incerto quanto a persistir ou desistir da psicologia. Em outras palavras, o desamparo encaminha a perda da esperança e perda da fé.

A fé é acreditar em algo que não podemos ver ou comprovar diretamente com os nossos sentidos. É confiar em algo ou em alguém, mesmo sem ter evidências físicas imediatas. É como acreditar em algo no seu coração, mesmo que não possa ser explicado apenas pela razão ou pela lógica.

Quando falamos de fé no contexto religioso, é a confiança e a crença em Deus, em Sua existência e em Suas promessas. É acreditar que Deus está presente, que Ele é amoroso e que Ele tem um plano para cada um de nós. A fé também envolve confiar nas palavras de Deus reveladas nas escrituras sagradas, como a Bíblia, e obedecer aos Seus mandamentos.

É viver de acordo com esses princípios mesmo quando não entendemos completamente ou quando enfrentamos dificuldades. A fé não é baseada apenas em sentimentos momentâneos, mas é um compromisso contínuo de confiança e entrega a Deus. É uma escolha consciente de colocar nossa confiança nele, mesmo quando as circunstâncias são desafiadoras. A fé pode nos dar esperança, força e consolo, mesmo em momentos difíceis.

Ela nos ajuda a enfrentar os desafios da vida com coragem e perseverança, sabendo que Deus está conosco e que Ele cuida de nós.  Portanto, a fé é uma confiança profunda em Deus e em Suas promessas, mesmo quando não podemos ver ou compreender plenamente. É uma relação de confiança e entrega que nos guia em nossa jornada espiritual e nos permite experimentar a presença e o amor de Deus em nossas vidas.

Quantas vezes você já se pegou conversando com a "pequena voz" que atua dentro da sua cabeça? No fim das contas, é bastante comum criar longas conversas dentro de nossos pensamentos para esclarecer situações da vida, ajudar em um momento delicado no trabalho ou para criticar nossos próprios comportamentos. [...] Hebreus 11:1 - ORA, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não veem.

Este versículo fala sobre a importância da fé. Vamos dividi-lo em partes para entender melhor: "Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam": Aqui, a palavra "fé" significa acreditar em algo mesmo que não possamos vê-lo ou prová-lo [empregar-se como psicólogo em alguma instituição]. A fé nos ajuda a ter confiança nas coisas que esperamos que aconteçam no futuro [estar empregado em alguma organização como psicólogo]. É como uma base sólida em que podemos confiar.

"E a prova das coisas que se não vêem": A palavra "prova" significa evidência ou confirmação. A fé também serve como uma prova ou evidência das coisas que não podemos ver com nossos olhos físicos. Quer dizer, é possível alcançar com a inteligência e perceber entendendo a atitude de que Deus, tendo a noção clara ou a confirmação manifesta através da Bíblia.

Significa que a fé nos ajuda a acreditar em algo mesmo quando não temos evidências tangíveis ou visíveis. Melhor dizendo, o sujeito tem a crença funcional, mesmo não tendo a noção clara da sua empregabilidade no mercado de trabalho como psicólogo em alguma instituição.

Em resumo, o versículo está nos dizendo que a fé é alicerçada na confiança em algo que esperamos e não vemos, e é também uma confirmação ou evidência dessas coisas invisíveis. É acreditar mesmo quando não temos provas concretas ou visíveis. Digo, o indivíduo considera possível a realização do seu desejo na realidade

Essa passagem nos encoraja a confiar em Deus e nas promessas que Ele fez, mesmo que não possamos ver ou tocar nelas. A fé nos dá a segurança de que Deus cumprirá Suas promessas, mesmo quando as circunstâncias parecem diferentes.

No texto geral do livro de Hebreus, esse versículo está inserido em uma seção conhecida como "a fé dos antigos", que fala sobre pessoas do passado que demonstraram uma fé notável em Deus. O autor está incentivando os leitores a terem a mesma fé e confiança em Deus em suas próprias vidas.

A frase "a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam" significa que a fé é como uma base sólida em que podemos apoiar nossa confiança em Deus e nas promessas que Ele fez. Mesmo que ainda não tenhamos recebido ou experimentado essas promessas, a fé nos permite ter certeza de que elas se cumprirão. [...] Em 1988, a Organização Mundial de Saúde (OMS), incluiu a dimensão espiritual no conceito multidimensional de saúde, remetendo a questões como significado e sentido da vida, e não se limitando a qualquer tipo específico de crença ou prática religiosa. Para ela, a espiritualidade é o conjunto de todas as emoções e convicções de natureza não material, com a suposição de que há mais no viver do que pode ser percebido ou plenamente compreendido (Volcan, Sousa, Mari, & Lessa, 2003).

A segunda parte do versículo, "a prova das coisas que se não vêem", destaca que a fé nos permite ter convicção mesmo quando não temos evidências físicas ou visíveis. Por exemplo, acreditar em Deus, em Sua existência e em Sua obra na nossa vida requer fé, pois essas coisas não podem ser empiricamente comprovadas. Ou acreditar que está empregado como psicólogo em alguma instituição, embora já tenha sido desclassificado por diversas organizações.

Portanto, o versículo está nos encorajando a confiar em Deus e a acreditar em Suas promessas, mesmo quando não podemos ver ou provar diretamente. A fé nos dá a segurança e a certeza de que Deus está presente e fiel, mesmo em situações em que as circunstâncias podem parecer incertas.

Ter fé não significa ignorar a razão ou a lógica, mas é uma escolha consciente de confiar em Deus além do que podemos entender ou ver. É um ato de confiança e esperança nas coisas que Deus prometeu, mesmo que ainda não as tenhamos alcançado.

Uma maneira útil de compreender o significado desse versículo é pensar em exemplos práticos. Imagine que você está em um quarto escuro e precisa atravessar para o outro lado. Você não pode enxergar o caminho, mas alguém que você confia lhe diz para dar alguns passos em frente. Nesse momento, você precisa exercitar a fé. Mesmo sem ver o caminho, você acredita que essa pessoa está lhe dando uma orientação correta e age com confiança, esperando que você chegará ao outro lado em segurança. [...] Às vezes as pessoas se recriminam ou se sentem mal por terem certos pensamentos ou impulsos. Podem atribuí-los então a alguém, projetando nessa pessoa os seus próprios sentimentos. Isso fica muito claro com relação a impulsos poderosos, como o sexo e a agressão. Ex: Um gerente que sempre chega atrasado no trabalho reclama ao superintendente geral que seu funcionário nunca chega pontualmente

Da mesma forma, a fé em Deus funciona dessa maneira. Muitas vezes, não podemos ver ou compreender plenamente o plano de Deus para nossas vidas ou as circunstâncias que enfrentamos. No entanto, a fé nos permite confiar que Deus está no controle e que Seus propósitos são bons. Mesmo que não possamos ver o resultado final ou compreender totalmente o que está acontecendo, podemos ter a certeza de que Deus está trabalhando em nosso favor.

A fé também nos ajuda a lidar com as dificuldades da vida. Quando enfrentamos desafios, incertezas ou momentos de dor, a fé nos sustenta e nos dá esperança. Ela nos lembra de que Deus está presente mesmo quando não podemos ver Sua intervenção imediata. Através da fé, podemos encontrar força e consolo, sabendo que Deus está conosco em todas as circunstâncias.

Portanto, o versículo Hebreus 11:1 nos ensina que a fé é essencial em nossa jornada espiritual. Ela é o alicerce sólido para nossa confiança em Deus e nas Suas promessas. A fé nos permite acreditar no que ainda não vemos e nos sustenta durante os desafios da vida. Ao cultivarmos a fé, podemos experimentar uma conexão mais profunda com Deus e viver com esperança, mesmo diante do desconhecido.

Além de ser um firme fundamento e uma prova das coisas que se esperam e não se veem, a fé também desempenha um papel importante na nossa relação com Deus. Ela é um ato de confiança e entrega a Ele. Quando temos fé, estamos reconhecendo que Deus é soberano e capaz de cumprir Suas promessas.

A fé nos leva a buscar a Deus, a conhecê-Lo e a confiar em Seu caráter. É através da fé que podemos experimentar a presença e o poder de Deus em nossas vidas. É por meio da fé que somos transformados e nos aproximamos cada vez mais de Deus.

No restante do capítulo 11 de Hebreus, conhecido como o "rol dos heróis da fé", o autor lista vários exemplos de pessoas do passado que viveram pela fé. Esses indivíduos enfrentaram desafios e adversidades, mas perseveraram porque confiavam em Deus. Eles são um exemplo inspirador para nós, mostrando que a fé pode nos capacitar a superar obstáculos e a viver uma vida de propósito e significado.

Portanto, o versículo Hebreus 11:1 nos ensina que a fé é um elemento essencial da vida cristã. Ela é o fundamento sólido em que construímos nossa confiança em Deus e em Suas promessas. Através da fé, podemos experimentar a presença de Deus, encontrar força nas dificuldades e viver uma vida alinhada com Seus propósitos. É um convite para confiar em Deus de todo o coração, mesmo quando não podemos ver claramente o que está à nossa frente.

Outro aspecto importante a ser compreendido é que a fé não se baseia apenas em uma crença vaga ou cega, mas está enraizada na confiança em Deus e em Sua Palavra. A Bíblia é uma fonte de revelação divina que nos permite conhecer quem Deus é, Seus propósitos e Suas promessas. A fé se baseia nessa revelação e nos leva a confiar e agir de acordo com ela.

A fé também implica em tomar decisões e agir com base naquilo em que acreditamos. Ela nos motiva a viver de acordo com os princípios e mandamentos de Deus, mesmo que não possamos ver imediatamente os resultados. A fé é dinâmica e se manifesta em nossas atitudes e comportamentos.

Além disso, a fé não é algo que possamos gerar em nós mesmos por nossos próprios esforços. É um dom de Deus que Ele concede a todos aqueles que o buscam sinceramente. É pela graça de Deus que somos capacitados a crer e confiar Nele. [...] A espiritualidade manifesta-se como religiosa, quando essa transcendência repercute de tal forma na transformação da vida da pessoa que o experimentado não se explica apenas por forças contidas na interioridade da pessoa, mas é sentido como a presença de um absoluto, identificado como Deus. Essa forma de espiritualidade foi também chamada de mística (Vasconcelos, 2006)

No contexto do versículo Hebreus 11:1, o autor está encorajando os leitores a perseverarem na fé, mesmo quando enfrentam desafios e adversidades. Ele destaca que a fé é o alicerce seguro e a confirmação das coisas espirituais que não podemos ver com nossos olhos físicos.

Portanto, a fé nos capacita a ter uma relação genuína com Deus, a confiar em Suas promessas, a viver de acordo com Sua Palavra e a perseverar em momentos de dificuldade. Ela nos conduz a uma vida de esperança, propósito e intimidade com o nosso Criador.

Outro aspecto importante a ser compreendido é que a fé não se baseia apenas em uma crença vaga ou cega, mas está enraizada na confiança em Deus e em Sua Palavra. A Bíblia é uma fonte de revelação divina que nos permite conhecer quem Deus é, Seus propósitos e Suas promessas. A fé se baseia nessa revelação e nos leva a confiar e agir de acordo com ela.

A fé também implica em tomar decisões e agir com base naquilo em que acreditamos. Ela nos motiva a viver de acordo com os princípios e mandamentos de Deus, mesmo que não possamos ver imediatamente os resultados. A fé é dinâmica e se manifesta em nossas atitudes e comportamentos.

Além disso, a fé não é algo que possamos gerar em nós mesmos por nossos próprios esforços. É um dom de Deus que Ele concede a todos aqueles que o buscam sinceramente. É pela graça de Deus que somos capacitados a crer e confiar Nele.

Ao vivermos pela fé, somos convidados a confiar em Deus em todas as áreas de nossa vida, seja em situações pessoais, relacionamentos, finanças, saúde ou qualquer outra circunstância que enfrentamos. A fé nos capacita a depositar nossa confiança em Deus, reconhecendo que Ele é fiel e capaz de cumprir Suas promessas.

A fé também nos desafia a superar as limitações da visão puramente material e ter uma perspectiva espiritual mais ampla. Embora não possamos ver tudo o que está acontecendo nos bastidores, a fé nos permite confiar que Deus está agindo e trabalhando em nosso favor. Ela nos ajuda a enxergar além do que está evidente aos nossos olhos naturais e nos direciona para a realidade espiritual. [...] Em sua obra “Além do Princípio do Prazer” (1920, p.34), Freud afirma: a compulsão a repetição também rememora do passado experiências que não incluem possibilidade alguma de prazer e que nunca, mesmo há longo tempo, trouxeram satisfação, mesmo para impulsos instintuais que foram reprimidos.

No decorrer do capítulo 11 de Hebreus, conhecido como o "capítulo da fé", o autor descreve exemplos de homens e mulheres do passado que viveram pela fé e experimentaram a fidelidade de Deus. Eles enfrentaram desafios e provações, mas, pela fé, perseveraram e testemunharam o cumprimento das promessas divinas em suas vidas.

Portanto, Hebreus 11:1 nos convida a construir nossa vida sobre a fé em Deus, a confiar em Suas promessas mesmo quando não as vemos materializadas e a viver uma vida guiada por uma perspectiva espiritual. A fé é o alicerce sólido que nos permite experimentar a presença de Deus, receber Suas bênçãos e cumprir os propósitos que Ele tem para nós.

O versículo Hebreus 11:1 destaca que a fé é o "firme fundamento das coisas que se esperam" e a "prova das coisas que se não veem". Isso significa que a fé é a base sólida em que podemos construir nossas expectativas e confiança nas promessas de Deus, mesmo que essas promessas ainda não tenham se realizado.

Quando falamos em "coisas que se esperam", referimo-nos às promessas de Deus, às bênçãos e à esperança que temos como seguidores de Cristo. A fé nos permite acreditar nessas promessas, mesmo que ainda não as tenhamos vivenciado completamente. É como ter uma certeza interna de que Deus cumprirá o que Ele prometeu.

Além disso, a fé também é a "prova das coisas que se não veem". Isso significa que a fé nos dá a evidência, a convicção interna e a segurança sobre coisas espirituais que não podemos perceber com nossos sentidos físicos. É uma maneira de conhecer e experimentar a realidade espiritual mesmo quando não temos evidências tangíveis.

A fé nos permite ter uma perspectiva além do que é visível. Ela nos ajuda a enxergar o mundo com os olhos da esperança e da confiança em Deus. Podemos enfrentar desafios e incertezas com coragem e perseverança, sabendo que Deus está no controle, mesmo que não possamos ver Sua mão agindo diretamente.

No contexto geral do livro de Hebreus, essa passagem é parte de uma exortação aos crentes para permanecerem firmes na fé, mesmo diante de dificuldades e perseguições. O autor destaca exemplos de pessoas do Antigo Testamento que demonstraram uma fé inabalável em Deus. Esses exemplos nos inspiram a seguir o seu exemplo, confiando em Deus mesmo em tempos difíceis.

Em resumo, Hebreus 11:1 nos ensina que a fé é o alicerce sólido em que podemos construir nossa confiança nas promessas de Deus. Ela nos dá a convicção interna e a segurança sobre coisas espirituais que não podemos ver com nossos olhos físicos. Ao exercer a fé, podemos ter uma perspectiva além do que é visível e experimentar a fidelidade de Deus em nossas vidas.

 

 

 

Referência Bibliográfica

BÍBLIA, N. T. Hebreus. In BÍBLIA. Português. Bíblia Evangélica: Antigo e Novo Testamentos. Tradução Versão de João Ferreira de Almeida Corrigida 1948 (JFAC). São Paulo.

FREUD, A. O ego e os mecanismos de defesa. Rio de Janeiro: Biblioteca Universal Popular, 1968

FREUD, S. (1920), "Além do princípio do prazer” In: FREUD. S. Obras completas de S. Freud. Rio de Janeiro: Imago, 1996, v. XVIII.

FREUD, S. (1996). Obras completas de S. Freud. Rio de Janeiro: Imago. (1914). "Recordar, repetir e elaborar ", v. XII

VASCONCELOS, E. M. (2006). A espiritualidade no cuidado e na educação em saúde In E. M Vasconcelos (Org.), A espiritualidade no trabalho em Saúde (pp. 13-157). São Paulo: Hucitec.

VOLCAN, S. M. A., Sousa, P. L. R., Mari. J J., & Horta, B. L. (2003). Relação entre bem-estar espiritual e transtornos psiquiátricos menores: estudo transversal. Revista de Saúde Pública, 37(4), 440-445. Recuperado de http://www.scielosp.org/scielo.php?

script=sci_arttext&pid=S0034-89102003000400008&lng=en&nrm=iso

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