Ano 2023. Escrito por Ayrton Junior Psicólogo CRP 06/147208
O
presente artigo tem a intenção de dilucidar para o leitor que segundo Freud, a
frustração aparece como uma variação das satisfações parciais em torno de uma
proibição que é simbólica - a própria insígnia da castração - e se acha
regulamentada nas leis da cultura impeditivas do acesso à satisfação
irrestrita. Quando conseguir gerir a sua frustração, ganhará confiança na sua capacidade
de tolerar problemas através da calma e paciência.
O
ser humano por entre o mecanismo defesa substitutivo, é capaz de substituir o
sentimento de frustração por objetos, que darão a sensação de calma cigarro,
drogas, sexo, técnicas de respiração, músicas clássicas, por exemplo. E, assim,
com o tempo, poderá expor-se gradualmente a situações cada vez mais frustrante.
A
frustração é um sentimento associado a uma sensação de impotência e de
desânimo, que ocorre quando algo que era esperado falha ou não acontece. Desde
cedo, é-nos incutida a ideia de que se dermos o nosso melhor, se fizermos as
coisas bem-feitas, então tudo correrá bem e teremos a recompensa do nosso
esforço.
Em
outros parágrafos vou descrever construindo em análise e interpretando um
sonho, no qual a frustração está presente no ego e o mesmo é ausente de
paciência e calma. A momentos na vida que o sujeito é lançado dentro de
situações com a finalidade de aprimorar competências socioemocionais que o
indivíduo necessita desenvolver, mas o mesmo se atenta na atenção seletiva
apenas no aspecto do fracasso, esquecendo de praticar e exercitar a paciência e
a calma para alcançar as metas.
A
frustração impede a liberdade emocional. Expressar a frustração com intuito de
superá-la é saudável, mas somente numa posição não irritável, não hostil. A
decepção é uma forma de frustração que ocorre quando as expectativas não são
atendidas.
Frustração
é o sentimento de agitação e intolerância acionado quando nossas necessidades
não são atendidas. Está ligado a uma incapacidade de adiar a satisfação. Sempre
buscamos resultados imediatos, e com a era digital isso aumentou. Passamos a
ter baixa tolerância a frustração. Podemos observar isso nos relacionamentos,
onde as pessoas tratam seus cônjuges e amigos como disponíveis e dispensáveis,
em vez de dedicar o tempo necessário a lhes dar amor.
A
rejeição: de não ser aceito ou de ser descartado, pode ser a versão mais
dolorosa de não obter o que se quer. As vezes a rejeição pode ser uma proteção
divina, tenha paciência e utilize sua intuição para analisar se essa rejeição
foi uma perda ou uma benção. Mas caso sua intuição mesmo assim continuar a
dizer para tentar, não se deixe abater por uma rejeição.
O
exercício da paciência diante de decepções ajuda a alcançar esse estado. A
paciência é um estado ativo, uma escolha de se acalmar até que a intuição diga:
Vai! Significa esperar a sua vez, sabendo que vai chegar. A intuição,
inteligentemente comunica a paciência, transmite o momento de ter paciência e
quando vale a pena esperar ou trabalhar para conseguir alguma coisa evita que o
indivíduo redirecione a raiva para outras pessoas, quebre objetos ou até mesmo
par si mesmo se castigando. [...] Deslocamento, este mecanismo está
relacionado à sublimação e consiste em desviar o impulso de sua expressão
direta. Nesse caso, o impulso não muda de forma, mas é deslocado de seu alvo
original para outro. Exemplo, ao ser despedido de uma empresa, um funcionário
leal sente raiva e hostilidade pela forma como foi tratado, mas usualmente tem
dificuldade de expressar seus sentimentos de forma direta.
Paciência
é um empurrar, uma prática emocionalmente libertadora de esperar, observar e
saber quando agir. A paciência criou má fama por motivos equivocados. Quando
alguém aconselha tenha paciência, muita gente entende como algo que inibe, não
razoável, um corte injusto de suas aspirações.
Observe
a paciência como uma forma de compaixão, de ressintonizar a intuição, um meio
de recuperar o equilíbrio emocional em um mundo cheio de frustrações. Com
paciência você é capaz de retroagir e se reorganizar em vez de reagir agressiva
ou apressadamente, mas com calma dispensando alguém que lhe causou uma
frustração.
O
exercício e prática da paciência, exige que o indivíduo volte o olhar para
dentro de si e se aperceba dotado de autoconfiança, fé em si mesmo, e com calma
e esperança deposite a confiança num objeto que pode ser [projeto/pessoa/Deus]
que o ajudará a superar a frustração por algo que se demora para acontecer. A
ausência de paciência aponta para inquietação, ansiedade, medos, esse
sentimento só tem a nos prejudicar, principalmente ao nos afastar de nossos objetivos
encaminhando a desistir. [...] Esse medo marcará nossa memória, de forma
desprazerosa, e será experimentado como desamparo, “portanto uma situação de
perigo é uma situação reconhecida, lembrada e esperada de desamparo” (Freud,
2006, p.162).
Entretanto
ter paciência significa esperar, suportar incômodos sem alterar o próprio
humor. Em muitas situações, é a capacidade ideal para se fazer trabalhos
minuciosos e demorados. Também pode ser encarada como uma forma de vida na qual
a serenidade e o autocontrole das emoções têm primazia. Uma pessoa paciente,
isto é, que apresenta a paciência, a serenidade e a tranquilidade como
virtudes, é caracterizada por ser calma, saber esperar e perseverar em suas
atitudes.
A
impaciência é capaz de prejudicar você no caminho para atingir os seus
objetivos. É o caso da incapacidade de sofrer sem que haja um desespero
demasiado. Também um estado de preocupação permanente, que impede o sossego e o
relaxamento. Ou um aborrecimento constante, que beira à irritabilidade. E, por
fim, aquela pressa para atingir determinada meta, custe o que custar.
No
entanto, na grande maioria das vezes, o fim não depende apenas de nós mesmos,
mas sim de inúmeras variáveis e pessoas. Quando situações como essa acontecem,
precisamos escolher ser pacientes. Ou melhor, controlar as próprias emoções e
ser o verdadeiro gestor das suas atitudes.
Alguns
sintomas da impaciência, observe se você se enquadra numa destas condições
irritado, impulsivo, com as pernas inquietas, respirando de forma ofegante,
raivoso e com alterações frequentes, com dores e tensões musculares, ansioso,
por exemplo.
A
frustração impede a liberdade emocional. Expressar a frustração com intuito de
superá-la é saudável, mas somente numa posição não irritável, não hostil. No
período em que o sujeito está frustrado, ele tem a sensação de impotência e de
desânimo, que ocorre o sentimento quando algo que era esperado falha ou não
acontece. Desde cedo, é-nos incutida a ideia de que se dermos o nosso melhor,
se fizermos as coisas bem-feitas, então tudo correrá bem e teremos a recompensa
do nosso esforço. Mas, não é bem assim!
No entanto, às vezes, não é exatamente assim que acontece e é
nessas situações que sofremos decepção. Pensamos que invadidos pelo desânimo e
todo o esforço não valeu a pena, que foi tempo desperdiçado. Ficamos
desmotivados e sem energia para nos envolvermos novamente na mesma atividade.
Revoltamo-nos porque sentimos que o nosso empenho e trabalho
árduo não deram frutos. Não nos levaram aos lugares que gostaríamos, que
estávamos à espera e dos quais consideramos ser merecedores.
Este sentimento, a frustração vem mostrar que mesmo quando
fazemos de tudo o que está ao nosso alcance, as situações podem não acontecer
como esperamos. E isso deve-se ao fato de que nem tudo depende exclusivamente
de nós.
Imagine um trader que escolheu a estratégia para aplicar no
mercado financeiro e perdeu seu investimento. O trader aplicou tudo que estava
ao seu alcance de conhecimento, mas algo em relação ao mercado financeiro fugiu
ao seu controle passando despercebido pela sua compreensão e visão que
encaminhou a perda de capital. Isto mostra que não temos o controlo de muitas coisas.
A frustração acompanha-nos logo desde a infância.
E dada a imaturidade do bebé e da criança, este pode ser um
sentimento muito difícil de conter e controlar, desencadeando-se, por vezes, condutas
agressivas [como empurrar, bater ou morder]. Quando estes comportamentos
acontecem, é importante que os pais estejam atentos e tentem o possível, no
sentido de responder à situação da melhor maneira e dar significado ao seu
comportamento e, assim, há possibilidade de a criança compreender o que sente.
Crianças que são protegidas constantemente de situações
frustrantes têm uma maior dificuldade em como desenvolver a sua autonomia e a capacidade
para lidar com dificuldades e contrariedades quando se deparam e,
consequentemente, superar momentos que não acontecem como o esperado.
Este aspeto tem impacto não só no desenvolvimento da criança,
como na sua constituição psicológica e flexibilidade mental. Um adolescente ou
adulto é capaz de lidar com a frustração, mais facilmente se adotar a postura
de flexível e adaptação face às adversidades, sendo este um indicador de saúde
mental.
O desaponto tem, ainda assim, um efeito positivo no
desenvolvimento, pois promove a autonomia e a resiliência, uma vez que se
tivermos a oportunidade de experimentar algo e fracassarmos, poderemos aprender
com os erros e fazer melhor numa próxima tentativa.
Algumas das respostas típicas à frustração incluem raiva, resistência,
perda de autoestima e autoconfiança, estresse, depressão e muitos problemas
graves que podem trazer grandes prejuízos à vida do indivíduo. A raiva direta e
a agressividade normalmente são focadas no objeto percebido como a causa da
frustração.
Por exemplo, quando um aparelho eletrônico não funciona, as
vezes damos uma pancada nele de raiva e também na esperança de que vote a
funcionar, não é mesmo? Se você se decepciona com alguém, pode sentir muita
raiva e agredi-lo verbalmente. Normalmente, agressão é redirecionada para um
objeto menos ameaçador e mais acessível. Ou ainda, se o trader perder seu
capital irá gerar a raiva que pode ser deslocada com a atitude de um soco no
monitor do computador como se estivesse atingindo realmente o mercado
financeiro com sua revolta.
A desistência de uma meta pode ser produtiva se a meta
estiver realmente fora de alcance ou ainda não for algo positivo para a vida de
uma pessoa. Mas quando se trata de uma frustação, a desistência pode ser uma
forma de se entregar a esse sentimento negativo.
Quando repetidamente frustrados, as pessoas podem abandonar
inclusive o seu cotidiano e rotinas importantes, como estudo, emprego e as
pessoas de quem gosta. E assim fica mais vulnerável a transtornos graves e que
põem em risco toda a sua qualidade de vida.
A perda de autoconfiança, é um efeito colateral terrível que
a frustração pode gerar. E o estresse é o desgaste de nossas experiências
corporais e mentais à medida que nos ajustamos às frustrações de nosso ambiente
em constante mudança. Frequentemente, a frustração e o estresse extremos ou
prolongados nos sobrecarregam.
Nosso corpo começa a emitir sinais de socorro de diversas
maneiras, geralmente sob a forma de: irritabilidade, raiva, fadiga, ansiedade,
dores de cabeça, depressão, dores de estômago, hipertensão, enxaquecas,
úlceras, ataques cardíacos ou colite.
Abuso de drogas e outras reações: o abuso de drogas ou álcool
é uma tentativa autodestrutiva de lidar com a frustração. Distúrbios
alimentares, comportamentos compulsivos e de dependência também são outras
consequências da frustração.
Quando
as necessidades são ignoradas, não satisfeitas ou até mesmo bloqueadas,
sentimos desconforto e frustração. Tais sentimentos podem nos levar à
agressividade e à raiva. A maneira como lidamos com as necessidades não
satisfeitas pode afetar na forma em que lidamos com a frustração. [...] Freud
no seu texto “Recordar repetir e elaborar” (1914), texto esse em que começa a
pensar a questão da compulsão à repetição, fala do repetir enquanto
transferência do passado esquecido dentro de nós. Agimos o que não pudemos
recordar, e agimos tanto mais, quanto maior for a resistência a recordar,
quanto maior for a angústia ou o desprazer que esse passado recalcado desperta
em nós.
Como no mundo atual estamos acostumados sempre a focar no
nosso próprio prazer e satisfação, somos incapazes de enfrentar a frustração de
uma forma saudável. Portanto, para evitar o embate com a realidade, somos
capazes de criar falsos prazeres só para não dizer que estamos frustrados ou
acionar mecanismos de defesa a fim de proteger o ego das ansiedades.
A insatisfação também pode ser resultado da forma que fomos
criados na infância. É comum os pais sempre satisfazerem as vontades dos
filhos, evitando ao máximo a frustração. No entanto, quando a criança se
frustra, a maneira como os pais explicam e ensinam esse sentimento para ela.
Percorrendo este sonho para compreendermos a frustração,
fulano está numa casa junto com uma mulher e um homem, e está excitado pela
mulher. Então fulano vai procurar pela mulher e entra num quarto e enxerga que
ela e o homem transaram. Fulano fica nervoso, contudo, não fala nada nem a
mulher e nem ao homem, porém pede ao homem um cigarro e ele dá o cigarro e fulano
vai acender para fumar.
Esquadrinhando o sonho assimilamos que o ego está excitado
pelo Id, porém o Id dá prazer ao Superego. Ego extrai do Id raiva a fim de
vencer o medo para perceber o Superego como rival e procura deslocar a raiva no
cigarro se acalmando.
Digo, a satisfação que o ego sente gerada pelo cigarro produz
uma sensação de libertação desta tensão raiva entre desejo e insatisfação. Essa
sensação é similar ao relaxamento gerado pelo orgasmo.
Ego faz uso do mecanismo defesa regressão, regredindo a
atitudes infantis do passado para aliviar-se da ansiedade, rejeição, medo e
raiva, buscando acalmar-se fumando. Ego por meio do mecanismo defesa
substitutivo, substitui a frustração de ser rejeitado pelo Id por um cigarro
que produz a sensação de libertação da raiva redirecionando a acalmar-se.
Concluindo ego tem desejo de aliviar a tensão com id obtendo
a calma ao chegar no orgasmo, mas tem que adiar, e esperar com paciência o
momento adequado e realista para aliviar a tensão. Pois, o superego controla o
Id e ambos resolvem aliviar a tensão obtendo o prazer e por isso ego ficou
impossibilitado de acalmar-se, e isto gera raiva, culpa, medo, rejeição e
frustração no ego que procura se acalmar por meio do mecanismo regressão,
regredindo a atitudes infantis do passado quando usava o cigarro como
substituto para acalmar-se das frustrações e medo. O cigarro é acionado para
controlar as emoções de raiva, medo e a ausência de paciência e pouquidade de
calma que o ego não manipula no momento.
Para a psicanálise, toda a energia tem origem na libido, ou
seja, todo ato e desejo possui um caráter sexual – mesmo que inconsciente e/ ou
sublimado. Ressalta-se, que, para a psicanálise, sexual não está diretamente
ligado com sexo, A libido busca o prazer, seja ele sexual, profissional, ou
qualquer tipo de reconhecimento, esporte, entre outros – afinal, cada indivíduo
é único, assim como seus desejos. Castração pode se traduzir como 'capacidade
para o prazer'. Você só supera o medo da castração se a vontade de buscar o que
te dá prazer for maior.
Freud dizia que o cigarro é apenas o substituto da
masturbação. A satisfação gerada pelo cigarro produz uma sensação de libertação
desta tensão entre desejo de acalmar-se e insatisfação. E no que se refere ao
sonho o cigarro é a fonte para acalmar-se, ter paciência é o substituto da
frustração que traz junto o nervosismo. Essa sensação é similar ao relaxamento
gerado pelo orgasmo. Se pensarmos em termos freudianos, o cigarro, como a
prostituta, tem uma função social bem positiva.
Se a prostituição fosse proibida, com certeza o número de estupros
aumentaria substancialmente. Com a proibição ao cigarro o nervosismo vai subir,
pois está se criando uma espécie de proibição moral ao se demonizar o fumante.
A culpa gerada pelo fato de se ser usuário do pequeno cilindro de fumo e fumaça
vai levar muitas pessoas a abandonarem o vício e o grau de stress vai explodir
em vários lugares como consequência disso.
Quantos casamentos, quantas amizades, quantas relações
empregado-empregador continuam a existir apenas porque se pode acender um
cigarro e pensar dez vezes antes de se explodir com alguém? O cigarro serve
como função social acionado nos momentos em que o indivíduo deseja controlar as
emoções de raiva, medo e os sentimentos de nervosismo e ausência de paciência,
baixa autoconfiança e pouquidade de calma.
O ex-fumante é um chato, mas não deixa de ser também um
sujeito que teve uma melhoria significativa da saúde. Segundo pesquisas
médicas, ao se largar o cigarro em poucos dias nota-se uma melhora do paladar,
da tosse, da capacidade física, do olfato, da potência sexual e da autoestima.
O ego ex-fumante consciente compreende que é preciso
controlar as emoções raiva, medo e sentimento de insegurança, nervosismo, falta
de paciência e portar-se com calma, e consuma percebendo através da
autoconfiança, que não tem mais o desejo e nem a vontade de manipular o cigarro
como substituto para encontrar a calma. Então por meio do mecanismo defesa
substitutivo, o ego substitui o cigarro aplicando e praticando as competências
socioemocionais nas mais diversas circunstâncias.
Em seis meses melhora-se a circulação sanguínea e o risco de
infecções respiratórias. Em um ano cai 50% o risco de morte por problemas
vasculares. Em dez anos reduz-se o risco de morte por câncer pulmonar.
A
frustração tem sempre na sua base uma expetativa. Esperamos que algo aconteça e
quando não acontece ou somos apanhados de surpresa por uma situação de que não
estávamos à espera presenciamos alguns tipos de frustração. [...] Em sua
obra “Além do Princípio do Prazer” (1920, p.34), Freud afirma: a compulsão a
repetição também rememora do passado experiências que não incluem possibilidade
alguma de prazer e que nunca, mesmo há longo tempo, trouxeram.
O insucesso por necessidade não satisfeita: Pode dizer-se que
este é um dos tipos de frustração de base. O comportamento humano é explicado
pelas suas necessidades e motivações, sejam elas de ordem fisiológica, social
ou de estima e autorrealização.
O que dá origem à frustração não significando, no entanto,
que a não realização de uma ou várias necessidades se ficará eternamente
frustrado visto que é possível compensar uma necessidade não satisfeita por
outra. Podemos encontrar isso na pirâmide de Maslow.
O desgosto pela não concretização de um objetivo: Ao longo da
nossa vida, estabelecemos objetivos e metas a alcançar. No entanto,
deparamo-nos frequentemente com obstáculos que podem e gerar impedir a
concretização de tais objetivos surgindo a frustração.
O malogro pelo não recebimento de uma gratificação esperada:
Na continuidade do ponto anterior, na mesma medida em que estabelecemos
objetivos e lutamos para os alcançar, quando os atingimos esperamos algum tipo
de gratificação [por exemplo, uma promoção no trabalho depois de uma grande
dedicação a um projeto; um cliente que procura o psicólogo depois de longo
período de anúncios de marketing nas redes sociais].
A frustração pode aqui surgir quando aquilo que acreditamos
que seria lógico e razoável acontecer, por algum motivo não ocorre e sentimos
que o esforço não foi recompensado.
A revés pelo término de uma relação amorosa: Quando uma
relação amorosa mais ou menos longa termina, é comum uma sensação de vazio pela
pessoa. A frustração também aqui pode ter lugar, na medida em que numa relação
perda da outra pessoa há um investimento pessoal, um projetar de expetativas e
uma partilha daqueles que são os nossos sentimentos e pensamentos mais íntimos.
Esta desilusão é sentida como que um sonho que desaba.
Simultaneamente, podemos também sentir medo, seja pelo fato de não sabermos se
haverá oportunidade de nos apaixonarmos e termos uma nova relação, seja porque
temos medo de não ser bem sucedidos e falhar novamente.
Frustração por conflito: Este tipo de frustração ocorre
quando temos de tomar uma decisão e escolher uma opção entre aquela que
significa ter de abdicar de alguns benefícios. O ser humano tem reações comuns
a frustração, pois, cada pessoa reage de uma forma a frustração.
Conseguimos observar reações comuns a frustração e algumas
delas são a fuga, onde algumas pessoas quando se frustram, querem se afastar ao
máximo da situação, por isso fogem dela. A evitação é quando um sujeito se frustra com
uma situação, ele tende a evitar outros momentos similares, com medo de uma
nova frustração.
O compensatório é o comportamento compensatório quando a
pessoa supre outras necessidades para lidar com a frustração, como por exemplo,
comer em excesso, digerir álcool, substâncias psicoativas, prostituição. E o desamparo
aprendido surge quando a pessoa começa a desistir de novas oportunidades, pois
acredita que não irá ter sucesso.
A
frustração pode parecer um sentimento horrível, mas ela é de suma importância
para o nosso crescimento como seres humanos. Ademais, alguns autores acreditam
que a frustração tem um papel importante no desenvolvimento infantil. Quando
não temos algo que nos ponha limites, possivelmente o mundo seria um caos.
A
decepção vem com o intuito de nos mostrar que não somos donos do mundo, que
tudo tem limite. É importante que tenhamos estratégias e maneiras de lidar, de
forma saudável, com as nossas frustrações.
Isso
porque, tal sentimento é importante para a construção psicológica do ser humano,
nos tornando mais flexíveis, adaptáveis e empáticos. Porém, é preciso lembrar
que é normal e natural tentarmos ao máximo evitar frustrações. Só precisamos
nos lembrar que, quando esse sentimento vem, podemos lidar com ele.
Ainda,
é saudável encarar a frustração como uma forma de potencializar o nosso
crescimento psicológico. Primeiro de tudo, precisamos entender que existem
coisas que fogem do nosso controle. Muitas vezes, a pessoa frustrada se culpa,
como uma maneira de justificar o que aconteceu. É a maneira mais fácil e
prática. Ou até se comportar com posturas infantis do passado na tentativa de
aliviar a ansiedade. [...]Mecanismo defeso regressão é um retorno a um
nível de desenvolvimento anterior ou a um modo de expressão mais simples ou
mais infantil. É um modo de aliviar a ansiedade escapando do pensamento
realístico para comportamentos que, em anos anteriores, reduziram a ansiedade.
Entretanto,
a culpa pode te levar a sentir outras coisas, como tristeza, amargura e até
mesmo raiva. Dessa forma, tenha consciência que você fez tudo que podia. Mesmo
que o resultado de toda situação não tenha sido o esperado, você fez o que
estava ao seu alcance. O que aconteceu não pode ser revertido, já que ainda não
descobrimos como voltar no tempo.
Apesar
de ser uma reação praticamente natural, a lamentação excessiva é ruim. Se
lamentar pelo o ocorrido só vai aumentar o sentimento de culpa, e prendendo em
sentimentos desnecessários, uma espécie de loop improdutivo. Mude o foco da
situação, encontre novas maneiras de enfrentar o momento.
As
emoções estão aí para serem sentidas. Então quando a frustração aparecer,
permita-se sentir e viver tal sentimento. Todos precisam de seu momento com a
emoção. Não evite ou ignore os seus sentimentos. No entanto, não prolongue esse
processo. Assim como tudo tem hora para começar e acabar, os sentimentos
precisam ir embora em algum momento.
Deixar
a frustração ir lhe impede de ficar estagnado em momento ou situação. Se livrar
de tal sentimento lhe faz crescer. Atribua novos significados para aquele
momento ou situação. Não olhar como uma perda, um fracasso. Comece a perceber o
que você viveu como um aprendizado, uma lição, talvez até como um mal
necessário. Entendemos com clareza o que diz no livro de Salmos sobre a ira.
Salmos 37: 5, 8 - Deixa a ira, e abandona o furor; não te indignes de forma
alguma para fazer o mal. Salmos 37:5 - Entrega o teu caminho ao SENHOR; confia
nele, e ele o fará.
A
forma como vemos a vida muda como enfrentamos os nossos problemas. Portanto, a
ressignificação é importante para que não fiquemos frustrados eternamente. Para
estar em equilíbrio é necessário saber dosar as vontades do id, lidar com o ego
e fazer uma auto-observação por meio do superego.
Referência
Bibliográfica
BÍBLIA, A.
T. Samos. In BÍBLIA. Português. Bíblia Evangélica: Antigo e Novo Testamentos.
Tradução Versão de João Ferreira de Almeida Corrigida 1948 (JFAC). São Paulo.
FREUD,
A. O ego e os mecanismos de defesa. Rio de Janeiro: Biblioteca Universal
Popular, 1968
FREUD,
S. (1920), "Além do princípio do prazer” In: FREUD. S. Obras completas de
S. Freud. Rio de Janeiro: Imago, 1996, v. XVIII.
FREUD,
S. (1996). Obras completas de S. Freud. Rio de Janeiro: Imago. (1914).
"Recordar, repetir e elaborar ", v. XII
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