Ano 2023. Escrito por Ayrton Junior Psicólogo CRP 06/147208
O
presente artigo tem o desígnio de retratar para o leitor o conhecido mecanismo
de defesa que nós seres humanos acionamos em momentos de angustias. Mobilizamos
os mecanismos até por entre substâncias psicoativas e através do álcool. O
leitor não percebe quando está manuseando inconsciente um mecanismo ao se
deparar com alguma situação desconfortável. E neste momento o mecanismo se faz
presente para proteger o ego. No sonho um sujeito é capaz de mostrar seus
desejos inconscientes.
Mais
à frente vou descrever um sonho em que um indivíduo se absteve da bebida
alcoólica há 20 anos, embora tenha sonhado com cerveja, o mesmo não tem se quer
desejo em recair no alcoolismo. O sonho traz outro significado, contudo o
álcool tem outra simbolização agora na vida do sujeito. O sonho caracteriza a
compulsão a repetição fa fuga da realidade por entre o alcoolismo. [...] Freud
no seu texto “Recordar repetir e elaborar” (1914), texto esse em que começa a
pensar a questão da compulsão à repetição, fala do repetir enquanto
transferência do passado esquecido dentro de nós. Agimos o que não pudemos
recordar, e agimos tanto mais, quanto maior for a resistência a recordar,
quanto maior for a angústia ou o desprazer que esse passado recalcado desperta
em nós.
O
ego não é uma instância que passa a existir repentinamente, é uma construção. O
mesmo se forma na sequência de identificações a objetos externos que são
incorporados a ele. É um mediador, podendo, por um lado, ser considerado como
uma diferenciação progressiva do id que leva a um contínuo aumento do controle
sobre o resto do aparelho psíquico. Portanto, o ego é o polo defensivo do
psiquismo.
Não
é equivalente ao consciente, não se superpõe ao consciente nem se confunde com
ele. O ego tem raízes no inconsciente, como é o caso dos mecanismos de defesa,
que são funções do ego, assim como o desenvolvimento da angústia. A função do
ego é mediadora, integradora e humanizadora entre as pulsões, as exigências e
ameaças do superego e as demandas da realidade exterior.
Ao
contrário do id que é fragmentado em tendências independentes entre si, o ego
surge como uma unidade e com instância psíquica que assegura a identidade da
pessoa. Os mecanismos de defesa do Ego são processos inconscientes
desenvolvidos pela personalidade, os quais possibilitam a mente desenvolver uma
solução para conflitos, ansiedades, hostilidades, impulsos agressivos,
ressentimentos e frustrações não solucionados ao nível da consciência.
Os
principais mecanismos descritos são a repressão, a negação, a racionalização, o
isolamento, a formação reativa, a projeção, a regressão e a sublimação, sendo
tais mecanismos encontrados em sujeitos saudáveis e sua presença excessiva é,
via de regra, indicação de possíveis sintomas neuróticos.
Identificamos
uma série de mecanismos comuns de defesa que muitas vezes usamos, mesmo sem perceber,
a fim de evitar a ansiedade causada por impulsos irracionais originados no id e
a culpa resultante que a consciência moral do superego aplica em reação a esses
sentimentos.
Um sonho é considerado o fenômeno da vida psíquica pelo qual
os processos do inconsciente são revelados de uma forma clara e acessível ao
estudo. Para Freud, o sonho é produto da atividade do inconsciente e sempre tem
sentido intencional, ou seja, a realização, ou não, de um desejo reprimido.
Assim eles vão revelando a natureza do homem e são meios os quais podemos ter
acesso ao conhecimento do interior oculto da mente.
Existem sonhos que têm como tema central a frustração de um
desejo ou algo claramente indesejado, esses sonhos podem ser elaborados quando
um paciente se encontra em um estado de resistência ao analista ou está
relacionado a um componente masoquista na constituição sexual de muitas
pessoas, pois os sonhos desprazeirosos são realizações de desejos, pois
satisfazem suas inclinações masoquistas.
Sem demora os sonhos de angústias se originam da vida sexual
e corresponde à libido que se desviou de sua finalidade e não encontrou
aplicação, ou seja, um desejo recalcado encontrou um meio de fugir à censura. Desde
já o sonho recorrente é quando o sujeito teve, pela primeira vez, o sonho na
infância e depois ele reaparece constantemente, de tempos em tempos, nos sonos
adultos.
Os que ocorrem com situações de morte, de parentes queridos
encontramos a situação extremamente incomum de um pensamento onírico formado
por um desejo recalcado, no caso da morte, que foge inteiramente à censura e
passa para o sonho sem modificações.
O fenômeno da distorção dos sonhos acontece quando temos um
sonho e não queremos interpretá-lo ou lembrá-lo, porque estamos tentando esconder
ou não queremos enfrentar algo que não está muito bem resolvido em nós, ou
seja, está recalcado em nosso inconsciente.
O conteúdo latente é a parte mais importante do sonho, pois
nele, está toda a significação de desejos, problemas, neuroses e até
predisposições psicóticas. Chamamos de elaboração do sonho essas operações
mentais inconscientes as quais o conteúdo latente se transforma em sonho
manifesto.
O sonho pode tornar-se um veículo de oposição à análise. O
analista não deve se sentir perdido quando o sonho for relatado tardiamente,
para que possa ser abordada na sessão, sua transferência positiva ou negativa,
pode converter-se em uma fonte de resistência obstinada. Quanto mais o paciente
aprende da prática da interpretação dos sonhos, mais obscuros seus sonhos
posteriores vão se tornando.
Considerado uma droga psicotrópica, o álcool é consumido em
bebidas vendidas comercialmente. O álcool não muda os pensamentos de uma
pessoa, mas sim a torna mais despreocupada com o que está falando. Resumindo,
no instante que você está bêbado você menciona tudo aquilo que normalmente não
teria coragem. O excesso de álcool no corpo afeta principalmente o cérebro: há
uma distorção da percepção, a capacidade de discernimento é perturbada, a
concentração diminui. Ao mesmo tempo, reduz a timidez. Talvez surja um
agradável sentimento de despreocupação
Mimoseando este sonho é possível dar a seguinte interpretação
logo abaixo da amostra, exemplo, fulano se encontra numa casa, onde
ocorre uma festa com bebidas alcoólicas. E se depara com os donos da casa que
são cicrana e beltrano. Fulano pega um copo para beber cerveja, mas vai até um
local e acabou a cerveja. Então pede ao beltrano para lhe conseguir uma garrafa
de cerveja, mas beltrano conduz fulano até a cozinha, onde cicrana está e
fulano pede uma cerveja a cicrana que lhe responde em tom áspero perguntando
porque vai beber. E abre a geladeira, mas neste momento fulano enxerga a
geladeira cheia de ovos e cicrana diz, vou lhe dar uma cerveja de criança. Aí fulano
fala para cicrana deixa pra lá e sai da cozinha.
Seguindo a interpretação do sonho, ego faz uso dos mecanismos de defesa e tem desejo de escapar
da timidez se sentindo despreocupado e falando tudo que não tem coragem de modo
consciente.
Então por meio do
mecanismo defesa regressão, regrediu a atitudes infantis quando se alcoolizava
no passado a 20 anos atras, e com a intenção de distorcer a percepção, a
capacidade de discernimento é perturbada e a concentração diminui, mas como não
consegue provocar isso em si mesmo, resolve procurar o Superego para ajudar a
aliviar-se da ansiedade.
Mas, Superego não sabe como ajudar o ego, a distorcer a
percepção e a ter o discernimento perturbado nem diminuir a concentração, então
o redireciona para o id que não está de acordo com a atitude do ego de infantilidade
para escapar da angustia e desloca a raiva para o ego, então ego enxerga que
está mantendo na fase oral a ansiedade e se senti culpado e resolve não fugir da
realidade por entre o mecanismo defesa fuga.
Os
mecanismos neuróticos - São os mais evoluídos e organizados, constituindo o
tipo do qual fazem parte o Deslocamento, que é o redirecionamento de um impulso
para um alvo substituto; o Recalcamento, manutenção ao nível do inconsciente do
que é incómodo ao sujeito; a Inibição, restrição das funções do Eu e das
atividades mentais e inibição da fantasia; a Regressão, retorno a formas de
gratificação de fases anteriores, devido aos conflitos que surgem em estágios
posteriores do desenvolvimento e, por último, a Sublimação, onde parte da
energia investida nos impulsos sexuais é direcionada à consecução de
realizações socialmente aceitáveis.
A
ansiedade realística seria o medo de alguma coisa do mundo externo [por exemplo
ser punido pelos pais/ ou outra figura de autoridade se beber cerveja]. A
ansiedade moral seria aquela que decorre do medo de ser punido [sentirei culpa
se fizer o que estou querendo fazer que é beber cerveja]
Mecanismo
defesa somatização, a pessoa não expressa os sentimentos negativos sobre o
outro de forma saudável o que causa ansiedade, dor no corpo físico, dor na
coluna, dor nos ombros, lesão por esforço repetitivo e outros.
Mecanismo
defesa fuga, fuga – Ocorre durante um período difícil, uma situação aversiva em
que a pessoa sente uma necessidade muito grande de remover, sair do incômodo
que causa a situação atual. Dormir, devaneios, drogas, hiperatividade, etc.
Nota:
Muito comum em situações ou fases difíceis, quando estamos insatisfeitos com a
vida ou quando acessamos o vazio deixado pela auto alienação de nosso self (Eu
verdadeiro), nessas três situações, é muito comum devanear ou fugir.
Fazemos
isso de diversas formas, dormindo excessivamente, sonhando acordado evitando
ação e construção da realidade, drogas, álcool, jogos, internet, trabalhando
comendo, comprando, praticando sexo e fazendo exercícios de uma forma
exagerada, tudo isso para não entrarmos em contato conosco mesmos e nossos
incômodos.
Mecanismo
defesa deslocamento, este mecanismo está relacionado à sublimação e consiste em
desviar o impulso de sua expressão direta. Nesse caso, o impulso não muda de
forma, mas é deslocado de seu alvo original para outro. Exemplo, ao ser
despedido de uma empresa, um funcionário leal sente raiva e hostilidade pela
forma como foi tratado, mas usualmente tem dificuldade de expressar seus
sentimentos de forma direta.
Mecanismo
defesa repressão, a repressão é o esquecimento ou a negação inconsciente de
detalhes significativos do comportamento, detalhe que são incompatíveis com o autorretrato
que estamos tentando manter. Na repressão há um bloqueio na consciência dos
conflitos geradores de ansiedade ou de distúrbios na motivação. Eles são
submersos no inconsciente.
Mecanismo
de defesa o medo, a origem o medo a realidade virtual. A origem de seus
problemas encontra-se no seu próprio interior, já que sua tendencia de mudus
viventi é completamente inaceitável para os padrões de comportamento que deseja
transparecer para a sociedade com a qual convive.
Em
certos casos essa tendencia é conhecida e a luta pela dissimulação é
consciente, mas em grande parte das situações essa pessoa considera a sua
verdade tão perigosa que consegue dissimula-la de si mesmo, e o medo de ser por
ela vencido determina a construção de uma imensa barreira psicológica na
tentativa de sua completa eliminação.
O
medo de não conseguir resistir à tentação do seu instinto determina o
esquecimento real da verdade. Para esse combate é montada uma realidade virtual
onde seus valores devem ser muito rígidos, de modo a não permitir nenhuma
espécie de desvio de seu próprio comportamento é a construção da barreira. O
medo é usado para a auto preservação da vida podendo ser real ou
imaginário/falso.
As
pessoas defendem-se inconscientemente da ansiedade que sentem numa situação
perturbadora. Podem fazê-lo distorcendo a realidade e enganando a si mesmo
esses são dois processos subjacentes que Freud denominou mecanismos de defesa.
Todos nós usamos desses mecanismos para proteger nossa autoimagem, o que é
bastante comum em nossa vida diária. [...] Em sua obra “Além do
Princípio do Prazer” (1920, p.34), Freud afirma: a compulsão a repetição também
rememora do passado experiências que não incluem possibilidade alguma de prazer
e que nunca, mesmo há longo tempo, trouxeram.
Temos
necessidade de uma autoimagem positiva, de aprovar nosso comportamento, e
justificá-lo quando necessário. Às vezes, a única maneira de conseguir isto é
através de processos inconscientes, iludindo-nos e alterando os fatos reais, de
modo a preservar a nossa autoimagem.
Quando
os mecanismos de defesa são levados a extremos, assumindo um papel
preponderante na vida das pessoas, a tendência dos psicólogos é considerar os
comportamentos resultantes como anormalmente perturbados.
Tensão,
conflito e ameaça, o homem sempre está em busca de estímulos, ele prefere ficar
doente e cansado a ficar sem nenhum tipo de estímulo. A falta de estímulos pode
trazer desânimo e até depressão ao ser humano, a tensão estimula-o a atuar mais
efetivamente. Um excesso de tensão pode debilitar e deixar vulnerável o
indivíduo, podendo até gerar um colapso diante da crescente complexidade da
sociedade moderna.
Na
verdade, alguns indivíduos têm maior probabilidade de se desestruturar e outros
de gerar mudanças em suas vidas. Na verdade, não são as mudanças que trazem
tensão, mas, a atitude tomada em relação a elas e o modo como reagem. As
mudanças geram tensão por causarem conflitos, ou melhor, pela presença de dois
ou mais impulsos incompatíveis.
A
tensão relacionada à mudança é agravada pelos conflitos e dilemas que devemos
enfrentar como resultado da mesma. Segundo os psicólogos Neal Miller e Kurt
Lewin, existem três maneiras pelas quais os motivos podem ocasionar conflitos
entre si que são, aproximação-afastamento; aproximação-aproximação e
afastamento-afastamento.
Aproximação-afastamento,
é quando sentimos atração e repulsa pelo mesmo objeto temos uma situação de
aproximação-afastamento. Um exemplo seria o de um gerente que tem um
funcionário que vem se destacando na empresa e que por isso aumenta o seu
salário para vê-lo render ainda mais [aproximação] e ao mesmo tempo ele tem
medo que o funcionário ocupe o seu lugar na empresa [afastamento].
Voltando
ao sonho, onde ego aproximou-se da cerveja com tinha a intenção de beber, mas
ao ser questionado pelo Id que deslocou a raiva, o medo o afastou da intenção
de beber. Ou melhor, ego aproxima-se do estímulo fugir da realidade
representado pela cerveja, mas o Id removeu afastando o estímulo encaminhando-o
a defrontar-se com a realidade.
Aproximação-aproximação,
será no momento que temos duas opções atraentes, temos o conflito
aproximação-aproximação. Um exemplo é o de um funcionário que gostaria de
comprar uma linha de telefone e que ao mesmo tempo está estressado precisando
tirar férias e não sabe se tira férias ou recebe o dinheiro equivalente para
comprar sua linha telefônica.
Afastamento-afastamento,
é no instante em que temos duas alternativas desagradáveis, temos o conflito
afastamento-afastamento. Um exemplo poderia ser o de um funcionário mudar do
setor que gosta de trabalhar, não receber nenhum aumento em troca e ainda ter
um aumento na carga horária de trabalho.
Compreendemos
que existem reações a situações ameaçadoras, uma vez que ameaça para alguns
teóricos, é situação e experiência que percebemos estar interferindo em nossa
capacidade de operar normalmente ou de alcançar as metas estabelecidas para nós
mesmos.
Revivendo
o sonho, ego tentou distorcer a percepção da situação real que causa medo e está
interferindo na sua capacidade de agir normalmente para atingir os objetivos
firmado por ele mesmo, por entre a simbolização do álcool que o redireciona a
fugir da realidade.
Como
o ego deve proceder para que o medo imaginário/ e ou falso não influencie
prejudicando a sua aptidão de manipular-se a fim de alçar os projetos
estabelecidos? Desenvolvendo a analise do sonho, aludido no início dos
parágrafos, sinalizo que o ego regrediu ao comportamento de alcoólico no
passado com a finalidade de expressar a tentativa de fuga da realidade perante
as angustias do cotidiano, sem ao menos desejar recair novamente no alcoolismo.
O sonho demonstra que o ego vivencia a compulsão a repetição das angustias e
busca uma pseudo esperança fuga por entre o álcool para que o desfecho seja
desigual.
Apresento que o álcool inibi as emoções
deixando o sujeito mais despreocupado e com a sensação de autoconfiança para
mencionar suas contrariedades e em alguns casos, e é capaz de expressar a raiva
se tornando violento, brigão e agressivo para com algumas pessoas em certas
situações.
Inferindo
sobre algumas dificuldades que possa estar passando o ego, desemprego, escassez
de clientes, privação monetária, conflitos familiares, perda do sustento para
prover aluguel de uma moradia dentre outras, o sujeito ao ingerir a bebida
alcoólica se sentiu desinibido e despreocupado que relatou demais suas
angustias, alterando sua percepção na resolução dos incômodos.
A
personalidade praticamente não muda, o que acontece é uma perda de inibições e
aumento de extroversão, de acordo com psicólogos. Psicologicamente, o efeito
pode ser tanto uma sensação intensa de sonolência e relaxamento, quanto uma
sensação de euforia que desafia os limites da lógica e da regulação do
comportamento aprendido nas relações sociais.
É
de onde saem as percepções alteradas, interpretações equivocadas das
experiências, levando a conflitos relacionais. Um outro comportamento que
aciona a ressaca moral é o excesso na fala. Quem nunca falou demais quando
estava embriagado? A desinibição assemelha que liga o botão de ignição da
língua.
Das
ideias para o mundo, sem filtros. É isso que pode acontecer com aquelas ideias
que eram apenas um pensamento secreto. E no dia seguinte aparece aquela culpa
com letras maiúsculas e os efeitos nas relações interpessoais para gerenciar.
As pessoas alcoolizadas podem revelar seus amores secretos, mesmo que a
recíproca não seja verdadeira.
Assim
como podem expressar suas críticas indiscriminadamente, dando feedbacks sem
serem solicitados. Em pouco tempo imagina que confusão isso pode causar? Isto
que nem falamos nos segredos revelados sem consentimentos. Esse tipo de ressaca
moral costuma gerar um sofrimento solitário, geralmente associado à vergonha
por se sentir indigno. A desinibição pode levar a outros comportamentos
alterados, como os excessos sexuais.
Você
já sabe que a ingestão de álcool altera a libido, geralmente para mais, a não
ser que a sonolência tenha dominado seu organismo. Isso quer dizer que você se
sente mais desinibido tanto para flertar, quanto para explorar a relação sexual
com seu parceiro ou parceira.
Independentemente
do comportamento excessivo, o processo da ressaca moral passa por um ciclo que
pode ser caracterizado pelo conflito entre como a pessoa se percebe quando age
dentro e fora dos seus códigos morais. Uma sensação de prazer por ter vivido o
que não teria coragem sem a embriaguez, embrulhada com aquela sensação de que
você não deveria ter feito isso.
Todavia,
a primeira questão para aprender com essa angústia é, se você teve
comportamentos que não aprova, talvez precise se afastar por uns instantes dos
padrões de certo versus errado, pode versus não pode e se lançar para
compreender a si mesmo de uma forma mais sincera do que a versão que seus
valores morais permitem perceber.
Isso
nos leva a considerar que a ressaca moral não será destrutiva se você não tiver
uma imagem cristalizada, como se precisasse ser de um mesmo jeito por toda a
vida. Então, se você deseja se soltar da sua ressaca moral, reflita sobre esses
quatro pontos:
1.
Encare sua experiência como uma oportunidade de aprendizagem e superação.
2.
Reconheça quais os aspectos da sua imagem que não combinam mais com você e quais
precisam ser atualizados. Exerça a autoconfiança! Você não precisa se limitar a
nenhum conceito prévio se você já não cabe mais nele.
3.
Avalie se seus medos são verdadeiros e tem possibilidade de acontecer ou são falsos.
Exemplo, medo de não conseguir um emprego aos 59 anos de idade ou conseguir uma
renda fixa advinda de algum programa, seja políticas públicas ou outra fonte para
prover a própria moradia.
4.
Comunique-se com as pessoas envolvidas. Expresse seus sentimentos. As pessoas
costumam ser mais compreensivas do que você imagina. A final, estão em
transformação como você. E se não te compreenderem, talvez precisem de um tempo
a mais, assim como você já precisou.
Referência
Bibliográfica
FREUD,
A. O ego e os mecanismos de defesa. Rio de Janeiro: Biblioteca Universal
Popular, 1968
FREUD,
S. (1920), "Além do princípio do prazer” In: FREUD. S. Obras completas de
S. Freud. Rio de Janeiro: Imago, 1996, v. XVIII.
FREUD,
S. (1996). Obras completas de S. Freud. Rio de Janeiro: Imago. (1914).
"Recordar, repetir e elaborar ", v. XII
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