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Vetado Em Ser Bem Sucedido

 Ano 2023. Escrito por Ayrton Junior Psicólogo CRP 06/147208

O presente artigo informa o leitor a elucubrar no que se refere uma pessoa desautorizada na consecução de sucesso na sua história de vida. O adulto pode ter sofrido influências na infância do meio ambiente e pessoas ao seu redor que contribuíram por instalar-se apenas em ambientes faltosos de condições indispensáveis de organização, economia, sistemas de serviços públicos, suporte emocional, transporte coletivo, moradias adequadas, renda salarial baixa que prejudica frustrando o acesso da educação particular, seja cursos profissionalizantes ou universidades.

Um fato provável é se o adulto tentou em algum momento da sua vida empreender em algum cargo esperando ser bem sucedido economicamente e como resposta obteve o fracasso. Ou ainda se em algum momento sofreu furto nas economias praticado por pessoas próximas. Esse medo de progredir economicamente é capaz de inconscientemente paralisar suas ações conscientes, levando-o a permanecer na compulsão a repetição do medo de ser roubado por figuras próximas.

Assim, essa condição relacionada ao sentimento de não merecimento [independente da causa] é o que hoje conhecemos como o medo do sucesso. Isso mesmo, o medo do sucesso é a convicção que o psicólogo tem de que seu êxito é um engano e que, se obter sucesso, corre o risco de ser desmascarado, humilhado e furtado por outras pessoas.

Agindo por meio do mecanismo defesa regressão, regredindo a atitudes infantis de desprotegido. Ou ainda medo de ser punido se for bem sucedido monetariamente, ocasionando a reação de aproximação, onde o psicólogo deseja ser sucedido em todos os seus empreendimentos, mas o medo de ser roubado por parentes próximos e ainda ter a crença teológica de que o dinheiro é a raiz de todos os males em sua história de vida, porque no passado aquistou sucesso, causa o afastamento ocorrendo a punição que contraria as ações de sucesso.

Talvez o sucesso do psicólogo se acha bloqueado devido a ansiedade e o medo de causar humilhação a Deus e ser punido, por conseguir coisas maiores que traz grande angustia. Freud entendeu que quando triunfamos sobre nossos pais ou acreditamos tê-lo feito - seja porque nos tornamos mais ricos, mais férteis ou mais bem-sucedidos do que eles -, experimentamos uma sensação de culpa por tê-los ferido ou envergonhado. E que, por outro lado, tememos ser atacados por nossos pais, como forma de enfrentar sua própria inveja.

O mesmo pode acontecer se o psicólogo triunfar sobre alguém próximo que lhe trouxe prejuízos financeiros no passado e se tornar bem sucedido financeiramente novamente acerca da pessoa, experimentará a sensação de culpa por tê-la envergonhado e por outro lado teme ser atacada pela pessoa como forma de enfrentar a sua raiva. Exemplo, essa pessoa pode ser a ex-mulher, o ex-sócio e o que você pensar enquanto lê o artigo.

Surge no psicólogo a ansiedade realística que é o medo de ser psicólogo de sucesso no mundo externo [e por exemplo, sofrer punição dos pais, de Deus e dos demais pelo sucesso]. A ansiedade moral é aquela que decorre do medo de ser punido por meio de furto [sentirei culpa se fizer o que estou querendo fazer, que é empregar meus esforços para ser psicólogo de sucesso economicamente].

Freud, o pai da psicanálise, em 1916 escreveu um artigo intitulado “Os que fracassam ao triunfar” que, basicamente, descreve as pessoas que se sentem aliviadas quando algo que tanto desejam não dá certo. Uma das razões para este padrão de conduta tem suas raízes na infância e nas crenças que a criança construiu ao longo da vida sobre si, tendo os pais, e ambiente, como influência.

Inconscientemente no aqui-agora esse sujeito é capaz de entre o mecanismo defesa regressão, regredir a atitudes anterior relembrando o fracasso como meio de aliviar a ansiedade. E neste sentido acaba entrando em conflito consigo, por ansiar o sucesso e deparar-se com o eu malsucedido no aqui-agora. [...]Mecanismo defeso regressão é um retorno a um nível de desenvolvimento anterior ou a um modo de expressão mais simples ou mais infantil. É um modo de aliviar a ansiedade escapando do pensamento realístico para comportamentos que, em anos anteriores, reduziram a ansiedade.

O indivíduo extrai do Id a energia libidinal sexual e a redireciona em pulsão de morte com a finalidade de aniquilar, destruir qualquer objeto no princípio de realidade que lhe manifesta ameaça ou medo por meio da agressividade. Esse objeto pode estar representado pelo desemprego, psicólogo de sucesso ou fracassado, uma figura de autoridade, partidos políticos, time de futebol, manifestações contra órgãos públicos, manifestações contra crise econômicas, contra pessoas que possa avaliar como sendo opositor ao sucesso e outros. Porque um psicólogo é impedido de construir uma história de sucesso?

A partir de então, a pulsão de morte deverá ser tomada na relação particular, sempre singular, que o psicólogo mantém com o gozo destruição e raiva, com o psicólogo ausente de sucesso que causa sua angustia, vergonha e humilhação ao se aperceber alienado.  

Como consequência o ego odeia, abomina e persegue inconsciente/ e ou consciente, com intenção de destruir, todos os objetos representativos do psicólogo falido, seja  retaliação contra alguém na psique, cursos de psicólogos que exigem pagamento, aplicação do marketing, prática de prospecção de clientes, impulsionamento pago na rede social e perceber clientes com pouco poder aquisitivo que constituam uma fonte de sensação desagradável de angustia, vergonha, medo, rejeição, raiva para ele, sem levar em conta que significam uma frustração quer da satisfação sexual de transar, quer da satisfação das necessidades auto preservativas como alimentar-se, ter cuidados com o corpo, higiene.

O ódio, os desejos de retaliação e a vingança do ego psicólogo podem servir ao eu do psicólogo arruinado que gerou a frustração como auxiliares no processo de elaboração do luto pela perda do sucesso, pois, ao denegrir, desvalorizar e rebaixar o psicólogo fraquejado, o ego psicólogo enternece, isto é, se autoestima na ligação com este, e tal processo de ataque inconsciente pode chegar ao fim, pois quando a agressividade se esgotar ou quando o psicólogo malogrado perder por completo seu valor surge o sentimento de triunfo, vitória sobre o psicólogo malsucedido com a intenção de valorizar-se exibindo a imagem de psicólogo de sucesso para os demais na comunidade.

Exemplo, Fulano estava casado por nove anos com Ciclana e divorciaram-se. Então o ego sofre o luto da perda da imagem de Ciclana e inicia o redirecionamento da raiva para a figura de Ciclana com a intenção de aniquilá-la dentro da consciência para se auto estimar, se auto valorar com a intenção de fazer a raiva esgotar e a imagem da Ciclana perder o valor por completo, aceitando a perda da figura surgindo o sentimento de triunfo sobre a figura de Ciclana, valorizando novamente o amor e autoestima

A meta da pulsão de agressão é a destruição do psicólogo fracassado. Pulsão de morte designa uma categoria fundamental de pulsões que se contrapõe às pulsões de vida e que tendem para a redução completa das tensões, isto é, tendem a reconduzir o ser vivo ao estado anorgânico.

Voltadas inicialmente para o interior e tendendo à autodestruição, a pulsão de morte seria secundariamente dirigida para o exterior, manifestando-se então sob a forma da pulsão de agressão ou de destruição [morte física, violência verbal, violência física, exibição de fracassos profissionais].

O psicólogo gorado é tal como se dá à sua experiência, enquanto que a coisa-em-si, é o que se encontra para além do fenômeno e, portanto, para além de qualquer experiência possível. A coisa em si não pode ser conhecida, mas pode ser pensada, idealizada, fantasiada, imaginada.

Analisando a pulsão de morte me possibilita fazer a interpretação. O que fazer para que o Ego pare de extrair a pulsão de morte do Id que causa desprazer e ao mesmo tempo não sofra o masoquismo moral da culpa causada pelo Superego? O que o Ego deve fazer para assumir controle sobre o Id e Superego?

O Ego psicólogo necessita tomar consciência de que está alienado ao [psicólogo abortado] que lhe causa desprazer investindo energia pulsão de morte direcionada pelo Id com a permissão para destruir, desvalorizar o [psicólogo naufragado] e na intenção de sentir-se valorizado, vitorioso, amado por conseguir derrotar, destruir a imagem de [psicólogo falhado] que lhe causa tanta dor na psique por causar-lhe vergonha, humilhação por não conseguir o sucesso econômico que se deseja.

Assim dizendo, ego está alienado, isto é, se distanciou da realidade circundante ou no estado que não é senhor de si, que é tratado como uma coisa e se torna escravo das atividades repetitivas manuseadas nas redes sociais para prospecção de clientes, das pessoas, das instituições humanas, de ordem econômica, social ou ideológica.

E não pensa de maneira consciente em relação ao [psicólogo arrasado] e não percebe sua autonomia para pensar livremente, percebendo as consequências que traz para a própria imagem que se apresenta para as pessoas na sociedade ao permitir-se a agressividade dirigida internamente para si mesmo.

E quanto ao conflito com o superego que o faz sentir-se culpado por ter desiludido como psicólogo resultando a perda da própria imagem de psicólogo de sucesso, deverá entender que ao se sentir culpado e querer destruí o psicólogo baldado que lhe causou a vergonha na própria psique, está destruindo a própria imagem ou o próprio psicólogo [Ego], permitindo-se perceber que não pode ser culpado ou responsabilizar-se por não ter preenchido a falta no psicólogo falhado que causou a vergonha no Ego psicólogo, ou até mesmo buscando no psicólogo desapontado o preenchimento da falta que existe em si mesmo no [Ego psicólogo] faltante de sucesso.

Neste caso o Ego necessita renunciar [exercer o livre desejo, à vontade, perceber as consequências destruidoras de permanecer alienado] a alienação imposta pelo psicólogo infrutífero causador de desprazer na psique e compreender que a o sentimento de culpa traz consigo a aplicação do mecanismo de defesa de autopunição e entender que o psicólogo ineficaz não faz mais parte de sua relação no mundo externo/ e ou interno.

Pois o psicólogo desalentado, já foi perdido na sua relação no mundo externo, ou por outra, o psicólogo infrutuoso está para sempre perdido servindo apenas para marcar uma falta, um vazio de abandono na psique não podendo mais causar desprazer por meio do mundo externo, mas está apenas na psique causando o desprazer.

E compreendendo que não tem como saber antecipadamente prevendo os comportamentos, ações, pensamentos do psicólogo deficiente de modo a se sentir seguro amparado ou até querendo adivinhar se será abandonado pelo psicólogo estéril para aplicar os mecanismos de fuga, esquiva, medo evitando o desprazer de abandono, vergonha, humilhação, rejeição, culpa causado pelo psicólogo desconcertado. [...] Esse medo marcará nossa memória, de forma desprazerosa, e será experimentado como desamparo, “portanto uma situação de perigo é uma situação reconhecida, lembrada e esperada de desamparo” (Freud, 2006, p.162).

No projeto de 1895, Freud nos fala da experiência de satisfação e a partir da primeira experiência, estabelece-se uma facilitação ou um diferencial na trama dos neurônios, de tal modo que ao se repetir o estado de necessidade surgirá um impulso psíquico que procurará reinvestir a imagem mnêmica [memória, recordações dolorosas, lembranças dolorosas, pensamentos e sentimentos de raiva, ódio, vingança, retaliação] do objeto com a finalidade de reproduzir a satisfação original [prazer].

Esse impulso é o que Freud chama de desejo. Nenhum psicólogo empobrecido satisfará a pulsão. O psicólogo malsucedido serve para marcar uma falta, um vazio irredutível, o fato de que para a pulsão o psicólogo abortado está para sempre perdido. O psicólogo malogrado é tal como se dá à sua experiência, enquanto que a coisa em si, é o que se encontra para além do fenômeno e, portanto, para além de qualquer experiência possível.

A coisa em si não pode ser conhecida, mas pode ser pensada. Um psicólogo falhado é, portanto, aquilo que se coloca diante de outras pessoas, como correlato de uma percepção de uma lembrança, de uma imaginação ou de um pensamento.

A coisa caracteriza-se pela sua posição autônoma e pode ou não se tornar um psicólogo falido na medida em que se coloca diante dos demais, seja numa percepção ou numa lembrança. O que caracteriza uma coisa é o fato dela manter-se em si mesma como autônoma. A coisa é o psicólogo arruinado perdido, embora nunca o tenha sido, e que deve ser reencontrado.

Ele é um vazio, que se encontra além da representação, podendo apenas ser pensado. O psicólogo inutilizado é um momento mítico [cheio de mistificação, algo fantástico, lendário cheio de lendas, imperfeito], no começo de tudo, quando teríamos a posse do psicólogo frustrado perfeito cheio de mistificação.

Daí por diante, será lançado numa busca infindável dessa coisa perdida mitificada por si mesmo [Ego psicólogo], embora nunca a tenha tido verdadeiramente. Nessa procura da coisa, forma-se a trama das representações do psicólogo deficiente através dos caminhos da memória, das recordações de sofrimento, lembranças de desprazer.

Essa busca é regida pelo princípio do prazer. O aparato psíquico, tendo como referência a experiência de satisfação, produz uma ação específica cujo objetivo é reproduzir essa experiência de prazer, satisfação.

É a demanda do desejo satisfeito que funda o inconsciente humano. Como desmistificar-se, descontruir-se em relação ao psicólogo inútil perdido que se mantem autônomo na psique ao qual nunca esteve de fato e que faz o Ego psicólogo continuar a procurar pelo psicólogo infeliz perdido?

O indivíduo entra no além do princípio do prazer passando a repetir, recordar elaborar pensamentos e ações nocivas de maneira inconsciente na busca de alcançar o prazer em detrimento do desprazer imposto à psique por manter pensamentos, sentimentos de raiva e ódio, a falta do psicólogo improfícuo e recordações do psicólogo inoperante perdido que ocasionou a vergonha na realidade perante os demais na sociedade.

O Ego psicólogo ao compreender, ter insight sobre desmistificar, desconstruir-se em relação ao psicólogo improdutível perdido, não percebê-lo mais cheio de mistificação, poder, alienação, mas percebe-lo como de fato existe cheio de imperfeições e que causa sofrimento ao psicólogo, da mesma forma como o Ego psicólogo pode causar desprazer ao psicólogo descabido por não ser perfeito ou com atribuições de mistificação, renunciará a compulsão á repetição pela compreensão, insight ou desconstrução do psicólogo defeituoso.

A compulsão a repetição a construção da identidade de psicólogo de sucesso se assenta na percepção de regularidades e atitudes que o psicólogo toma em relação a si mesmo [como ele se enxerga bem sucedido ou malsucedido, a sua imagem o seu retrato de psicólogo de sucesso ou fracasso] e em relação aos outros e ao papel moeda[como se relaciona com o Outro/ e ou cliente, como percebe o Outro/ e ou cliente se forte, frágil, perverso, gentil, bem sucedido ou malsucedido, como se enxerga em relação ao dinheiro, muito dinheiro, pouca economia ou escassez da bufunfa].

Esta constância é que nos permite dizer eu sou assim [forte, frágil, bondoso, bem sucedido, maldoso, perverso, malsucedido, gentil], eu faço isso [para ser vitorioso, bem sucedido e para destruir o Outro, para ser visto como celebridade, para ser visto como bondoso], me relaciono desta forma com pessoas X, Y, Z no mundo externo ou na psique por meio de representações. Igualmente podemos perceber que está constância não está isenta de conflitos.

Então, vez por outra nos pegamos repetindo padrões de interação que trazem sofrimentos e angústias, desprazer, ausência de prazer. Para aqueles que conseguem se acessar mais facilmente, é possível dizer [olha eu aí fazendo isso de novo] e [aqueles que fazem terapia ou procura autoconhecer-se, por meio da psicanálise ou psicologia].

Para outros, este acesso é ainda mais difícil, o que contribui para que vivam a vida às cegas, projetando tudo no outro e não reconhecendo seus padrões repetitivos. Uma questão que certamente ocupou Freud durante a elaboração de seu corpo teórico e que também nos acomete, seja em nossa própria vida ou de nossos pacientes, é a seguinte, por que repetimos padrões que sabemos que nos farão sofrer ou não nos trarão nenhum benefício?

Trata-se das contradições próprias do inconsciente. Na medida em que ele segue uma lógica própria [processo primário e princípio do prazer], a questão acima não faz o menor sentido dentro da lógica do inconsciente a qual lá tudo é possível, até mesmo repetir padrões conflitantes.

Podemos entender que a repetição está a serviço de uma esperança de sucesso de que o desfecho será diferente, ou seja, o Ego psicólogo tem esperança de recuperar o psicólogo avariado perdido, no mundo externo percebido pelos demais, mas na psique ainda não admitiu a perda [mecanismo defesa fantasia] o que o mantem alienado ao psicólogo descaracterizado pelo mecanismo de negação, no qual se recusa a abandonar o vínculo que existe apenas na psique do próprio sujeito entre o ego psicólogo e o eu psicólogo malcontente, embora no eu psicólogo inditoso também possa existir o desejo de não se desvincular do ego psicólogo. [...] Freud no seu texto “Recordar repetir e elaborar” (1914), texto esse em que começa a pensar a questão da compulsão à repetição, fala do repetir enquanto transferência do passado esquecido dentro de nós. Agimos o que não pudemos recordar, e agimos tanto mais, quanto maior for a resistência a recordar, quanto maior for a angústia ou o desprazer que esse passado recalcado desperta em nós.

Mas aqui falamos do sujeito psicólogo e não do eu psicólogo devastado, mas e quando o incomodo é que quando o desfecho é de fato diferente, e o psicólogo abandona o vínculo com o psicólogo danificado e depois por algum desprazer  inconsciente retoma novamente a busca pelo psicólogo escasso e irá reproduzir o padrão anterior de compulsão a repetição.

A prova dessa influência obscura da pulsão de morte, Freud a refere igualmente a certas manifestações clínicas nas quais o sujeito se emprega a repetir situações que são para ele um desprazer e que vão contra o seu bem e mesmo contra os interesses do vivo.

A repetição dessas manifestações clínicas que se apresentam como uma forma de autoagressão, das quais, no entanto, o sujeito psicólogo parece tirar uma satisfação paradoxal, isto é, que desafia a lógica e o senso comum e testemunha, para ele, a operação de um movimento que se dirige à morte e que afetaria o vivo como tal.

Ele enxerga nessa repetição a expressão de um fenômeno vital enraizado na biologia, caracterizado pela tendência a restabelecer um estado anterior, como um retorno do animado ao inanimado (FREUD, 1930/1974, p.141). Mas vejamos o que leva o sujeito psicólogo a repetir a situação que vai contra o seu bem.

Certamente, Freud considera que essa tendência mórbida se enraíza em um movimento vital, mas que não é suficiente dizê-lo assim. É preciso poder explicar por que todo o mundo não tem a mesma relação com a pulsão de morte.

O que leva o psicólogo a se opor à sua cura/ e ou demover-se de certas situações complicadas e mesmo a se autodestruírem, a se autoagredirem ou ainda se autossabotarem por não conseguirem alcançar o sucesso econômico? No interior do psicólogo, o que o leva a se autodestruir é o supereu. Não o supereu herdeiro do complexo de Édipo, resultado da interiorização dos interditos parentais e ligado à figura pacificadora do pai do Édipo; mas um supereu muito mais feroz, de uma severidade extrema, que manifestará contra o Eu “a mesma agressividade rude” que o Eu “teria gostado de satisfazer sobre outros indivíduos, a ele estranhos” (FREUD, 1930/1974, p.146). Freud o formula em 1929, em “O mal-estar na civilização”.

Para explicar as manifestações de autoagressão, Freud faz valer um retorno da agressividade sobre o próprio psicólogo por um supereu sádico, que maltrata, atormenta e angustia o ego psicólogo. O supereu que tiraniza o psicólogo, por suas exigências desmesuradas, aparece, assim, como um dos nomes dessa pulsão de morte. E é capaz de vetar o psicólogo em ser bem sucedido, seja em clientes e financeiramente.

A culpabilidade que resulta da tensão entre o ego psicólogo e o supereu é às vezes tal, assinala Freud, que acontece de alguns psicólogos cometerem importunação sexual, fracassos profissionais com o único objetivo de serem punidos, fazendo, assim, aliviar sua culpabilidade inconsciente. Porque, a partir de então, a pulsão de morte deverá ser tomada na relação particular, sempre singular, que o psicólogo mantém com o gozo, com o psicólogo degradado a que causa seu desejo.

A pulsão é uma representante do somático e do psíquico, pois ao lado das excitações externas a que o psicólogo pode fugir ou de que pode proteger-se, existem forças internas [pulsões] portadoras constantes de um afluxo de excitação a que o organismo não pode escapar e que é o fator propulsor do funcionamento do aparelho psíquico. A pulsão não tem meta e nem objeto fixo, ela é variável e parcial. [...] Em sua obra “Além do Princípio do Prazer” (1920, p.34), Freud afirma: a compulsão a repetição também rememora do passado experiências que não incluem possibilidade alguma de prazer e que nunca, mesmo há longo tempo, trouxeram.

Assim sendo, o id representa um reservatório de pulsões e a contraposição se dá entre pulsões de vida vs pulsões de morte. Voltadas inicialmente para o interior e tendendo à autodestruição, as pulsões de morte seriam secundariamente dirigidas para o exterior, manifestando-se então sob a forma da pulsão de agressão ou de destruição.

A pulsão de morte representa a tendência fundamental de todo ser vivo a retornar a um estado anorgânico. Freud elaborou o conceito de pulsões de morte ao observar os fenômenos de repetição, que o levou a ideia do caráter regressivo da pulsão.

Em tais fenômenos de repetição, o aparelho psíquico não apenas descarregava a libido, mas a libido estava relacionada a situações desagradáveis. O princípio de prazer é o campo das atividades psíquicas, entregue as fantasias inconscientes.

Entretanto o princípio de realidade corresponde a obtenção de satisfação no plano da realidade. Cabe ao ego mediar e garantir a supremacia do princípio de realidade sobre o princípio de prazer.

Nas palavras de Freud: “[o ego] consegue discernir se a tentativa de obter satisfação deve ser efetuada ou adiada, ou se a reivindicação da pulsão não deverá ser pura e simplesmente reprimida como perigosa.”

No psicólogo, no qual esse sentimento inconsciente de culpa é excessivamente forte, manifesta-se no tratamento analítico pela reação terapêutica negativa, que é tão desagradável do ponto de vista prognóstico. Quando se lhe proporciona a solução de um sintoma, que pelo menos deveria acompanhar-se do desaparecimento deste, o que esse psicólogo apresenta é, ao invés, uma exacerbação do sintoma e da doença.

Muitas vezes, basta elogiar o psicólogo por sua conduta de sucesso financeiro ou agenda lotada no tratamento, ou dizer-lhes umas palavras de esperança a respeito do progresso da análise, para causar uma inequívoca piora de sua condição. O sentimento inconsciente de culpa aqui se revela a luz de uma reação contraia a possibilidade de melhora no tratamento para demover-se do estado de maltratado. Em outras palavras, o trabalho analítico esbarra na necessidade de satisfação que o psicólogo doente estabelece com o sofrimento de psicólogo inóspito.

Sofrer, ou ainda, ser punido pelo superego passa a ser condição psíquica determinante ao ego psicólogo. É nesse jogo libidinal que se estabelece a força do masoquismo moral, e sobretudo da impossibilidade de melhora, logo a reatividade negativa. O masoquismo moral e fundamentalmente sua busca pela autodestruição, ganham expressividade nas tendências antissociais.

Esse tipo de comportamento antissocial, seria uma consequência de um sentimento de culpa e ao conflito entre o superego rígido e o ego psicólogo. Ao contrário do que se imagina, e aí Freud muda realmente a ordem da lógica comum, o sentimento moral de culpa é a causa e o fracasso ou a transgressão, seu representante simbólico.

O fato de o psicólogo necessitar da punição para satisfazer um desejo inconsciente produz a busca por um poder externo. Poder este que está acima do pai internalizado, ainda que rigoroso é um pai insuficiente, portanto se faz necessário outro representante da lei; agora supremo.

É correto então afirmar que a necessidade de punição interna é motivação para o ato falho. Assim, o fracasso aqui representado não significa necessariamente algo que tenha a ver com mundo de não obter o que se esperava, mas sobretudo a busca pela perfeição.

É fundamental essa distinção, pois não se trata de analisar se o psicólogo profissional está ou não procurando uma punição de origem inconsciente, mas sim de pensarmos no que significa um ato frustrado para psicólogos que possuem um juízo rigoroso consciente. O que Freud realmente salienta é a importância da procura compulsiva pela punição, seja ela por vias internas ou externas.

No caso do conflito entre o ego psicólogo e o superego tomar dimensões insuportáveis ao psicólogo, principalmente no tocante à satisfação de um desejo inconsciente oriundo do id, a busca pela punição antissocial é muitas vezes frequente. O ato falho acaba por ser um representante desse conflito, e quase que inesperadamente para o psicólogo se concretiza e dá um lugar ao massacre moral.

Com medo do Id, o psicólogo passa a enxergá-lo com um olhar moralista, desta forma é inevitável não o descrever como um assassino agressivo que deve ser repudiado ou temido. Assim, seguimos temendo o que há de mais essencial em nós. Quanto mais nos esforçamos moralmente por esconder estes impulsos, mais eles nos aparecem assustadores.

Para Freud, o significado de supereu ou superego é ser aquele responsável pelo julgamento de nossas ações e pensamentos. O supereu é um dos sistemas de personalidades presente em nossa mente. Origina no psicólogo a consciência e os sentimentos de vergonha e culpa, assim como armazena as exigências morais e culturais de nossa sociedade.

Outra característica do supereu na psicanálise é conter a voz interiorizada das figuras parentais do psicólogo, ou melhor dizendo, as proibições, os limites e a autoridade por eles impostas. É uma estrutura que está sempre mencionando ao psicólogo o que fazer baseado em preceitos morais e ideais. O superego age de forma independente dos outros sistemas de personalidade, pois ele está acima das pressões do id e do ego por satisfação.

Isso o coloca em uma posição de auto-observação, porque o superego está em constante vigilância a respeito dos desejos e atos do id e do ego psicólogo. O supereu do psicólogo é espelhado naquele de quem o criou, como o pai e mãe. Logo, é composto por julgamentos, valores e tradições transmitido ao longo das gerações familiares. Assim como está fundamentado em normas sociais e culturais que estão em volta do psicólogo.

O supereu ou superego também abarca os ideais do psicólogo, gerando sentimento de orgulho e amor-próprio. Contudo, o superego pode agir de forma a trazer à tona sentimento de culpa se o psicólogo agir contra a sua moral e os seus ideais. Sabermos as características do supereu ou superego é importante para desenvolver o nosso autoconhecimento.

O superego é capaz de intimidar o ego levando a sentir medo de ser bem sucedido, medo de ser roubado economicamente por parentes e familiares. Psicólogo, você já parou para pensar quanto a sua carreira poderia ser de sucesso e simplesmente ela não decola? E você tem aquele desgosto de sempre esperar a sua hora acontecer, e ela nunca acontece?

Talvez você possa estar com medo do sucesso/ e ou ser furtado por pessoas, medo de ser castigado pelos pais ou até Deus; medo de que os outros pensem e causem fofoca mencionando que seus honorários são injustos; medo de se enganado; medo dos oportunistas e outros.

Psicólogo permita-se experimentar o fracasso! Essa é uma possibilidade para qualquer pessoa que se arrisca. Mas é preciso ter coragem, e se der errado, siga em frente e não desista! Para estar em equilíbrio é necessário saber dosar as vontades do id, lidar com o ego e fazer uma auto-observação por meio do superego.

 

 

 

Referência Bibliográfica

FREUD, A. O ego e os mecanismos de defesa. Rio de Janeiro: Biblioteca Universal Popular, 1968

FREUD, S. (1920), "Além do princípio do prazer” In: FREUD. S. Obras completas de S. Freud. Rio de Janeiro: Imago, 1996, v. XVIII.

FREUD, S. (1996). Obras completas de S. Freud. Rio de Janeiro: Imago. (1914). "Recordar, repetir e elaborar ", v. XII

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Setembro/2020.Escrito por Ayrton Junior - Psicólogo CRP 06/147208 O presente artigo convida o leitor(a) a repensar sobre a crença do não merecimento na sua vida. Um adulto que foi submetido involuntariamente a uma infância com ausência de recursos onde a criança não teve as necessidades básicas plenamente satisfeitas, exemplo, alimentação, roupas, moradia digna, educação, lazer e etc. Pode ser também bastante prejudicial e de tanto ouvir, não pode isto; não temos; hoje não dá; não é pra você; não é para nós [e às vezes até, quem você pensa que é para querer isso ou aquilo, pensa que é melhor que os outros, pensa que é rico] a criança cresce e vai internalizando cada vez mais que ela não pode e não merece ter acesso a certas coisas, e na fase adulta irá reproduzir inconscientemente os pensamentos internalizados na infância.   Permita-se a avaliar a si próprio. Sente dificuldade em receber presentes? Pensa que não é digno de ter um bom trabalho? Ou se pergunta será que não mere...

Percepção, a impotência aprendida

Janeiro/2020. Escrito por Ayrton Junior - Psicólogo CRP 06/147208                        A intenção deste artigo é trazer reflexão ao leitor(a) sobre a percepção visual e a compreensão diante das circunstâncias adversas e o sentimento de impotência/ e ou incapacidade. A sensação é a capacidade de codificar certos aspectos da energia física e química que nos circunda, representando-os como impulsos nervosos capazes de serem compreendidos pelos neurônios, ou seja, é a recepção de estímulos do meio externo captado por algum dos nossos cinco sentidos: visual, auditiva, tátil, olfativa e gustativa. A sensação permite a existência desses sentidos. Já a percepção é a capacidade de interpretar essa sensação, associando informações sensoriais a nossa memória e cognição, de modo a formar conceitos sobre o mundo e sobre nós mesmos e orientar nosso comportamento. Por exemplo, um som é captado pela n...

Psicólogo Não É Super Herói

  Ano 2023. Escrito por Ayrton Junior Psicólogo CRP 06/147208 O presente artigo chama a atenção do para um excelente tópico. Psicólogo não é Super-herói, na visão da psicologia. Claro! Vou explicar como a visão da psicologia geralmente difere da ideia de um psicólogo ser um super-herói. Embora os psicólogos possam desempenhar um papel importante no apoio e na melhoria do bem-estar das pessoas, é essencial entender que eles não têm superpoderes ou habilidades extraordinárias. Humanos com habilidades profissionais: Os psicólogos são profissionais treinados em psicologia, que estudam o comportamento humano, os processos mentais e as interações sociais. Eles adquirem conhecimento, teorias e técnicas para entender os desafios emocionais, cognitivos e comportamentais enfrentados pelas pessoas. Abordagem científica: A psicologia é uma ciência que utiliza métodos de pesquisa e evidências empíricas para entender o comportamento humano. Os psicólogos baseiam sua prática em teorias com ...

Pensar, ou Agir antes de Pensar

Julho/2019. Escrito por Ayrton Junior - Psicólogo CRP 06/147208 Agir é atuar, comportar-se de que modo na presença de uma situação que provoque raiva ou apenas uma situação que o leve a consequências catastróficas, estando Ego subjugado ao Id. Assistindo ao Filme no Netflix Vis a vis que narra o sistema prisional feminino e numa fala de um ator no papel de psiquiatra e médico da prisão, onde ele fala para a diretora que é necessário pensar antes de agir, devido as consequências. No sistema prisional a pulsão de morte impera drasticamente. O Id é o componente nato dos indivíduos, ou seja, as pessoas nascem com ele. Consiste nos desejos, vontades e pulsões primitivas, formado principalmente pelos instintos e desejos orgânicos pelo prazer. As mulheres e todo o sistema prisional são regidos pela pulsão de morte, ou seja, o Id atuando através do impulso de agressividade é manifestado, antes do raciocínio lógico, prevalecendo o impulso agressivo verbal, físico ou de silêncio sobre o ...

Falta de percepção de si mesmo ou perda de identidade

Junho/2020.Escrito por Ayrton Junior - Psicólogo CRP 06/147208 O presente artigo convida o leitor(a) a repensar sobre a crise de identidade ou medo de perder o autorretrato. As vezes o indivíduo sonha que está perdendo documento como RG no sonho e tenta recuperá-lo. Atinamos que o indivíduo permanece incessantemente entrando e saindo de espaços abertos ou fechados, todos ajustados em meio a diversas leis, regras, normas e sistemas. Se o sujeito não está dentro de um contexto universitário, familiar, está dentro de um ambiente organizacional ou de desemprego e até em alguma outra situação sócio cultural que o requisite num estado padronizado de manifestação que o influencie a interagir e modificar a sua biografia pessoal. É deste modo que podemos observar o movimento que gera o aprisionamento do nosso ser essencial em uma teia que, ao atar, cega. O mais triste deste estado é que o cegar vale tanto para uma visão/ e ou percepção mais acurada sobre a realidade externa, como também pa...

Motivações Inconscientes: Psicologia Da Saúde

  Ano 2023. Escrito por Ayrton Junior Psicólogo CRP 06/147208 O presente artigo chama a atenção do para um excelente tópico. Na abordagem psicanalítica, as motivações inconscientes são consideradas determinantes do comportamento humano. Portanto, ao analisar as possíveis motivações inconscientes para um psicólogo escolher a psicologia da saúde para trabalhar em instituições, podemos explorar algumas teorias psicanalíticas que podem ser relevantes. Identificação com o sofrimento dos outros: O psicanalista pode ser motivado inconscientemente por uma identificação com o sofrimento alheio. Talvez ele próprio tenha experimentado dificuldades de saúde ou tenha tido experiências pessoais que o levaram a desenvolver empatia pelo sofrimento dos outros. Essa identificação pode ser um fator motivador para escolher trabalhar em instituições de saúde. Necessidade de cuidar dos outros: A necessidade de cuidar e proteger pode ser um impulso inconsciente para algumas pessoas. Na abordagem ps...