Ano 2022. Escrito por Ayrton Junior Psicólogo CRP 06/147208
O
presente artigo chama a atenção do leit@r a compreender o fenômeno escassez no
consultório, pois sinaliza que o profissional está iniciando o processo de
prospecção de clientes, portanto é natural e esperado que o psicólogo se
aperceba na escassez. Este fenômeno pode permanecer na vida do profissional por
um período longo. Todo e qualquer negócio sofre com a escassez, pois ela é
importante e ajudará o indivíduo a definir parâmetros, mudar atitudes, aplicar
estratégias. Em fim pelo aspecto negativo se analisar a escassez com certeza se
pode tirar algo de valor para aprender com a situação.
A
pandemia trouxe consigo a possibilidade de as pessoas enxergarem, onde está
ocorrendo a escassez em suas vidas. O que será que ocorre com alguns
profissionais que tem agenda cheia de clientes, enquanto que outros
profissionais se veem na escassez de clientes. Esta situação faz com que o
psicólogo entre na comparação social, ou seja, acaba se comparando socialmente com
o colega que está tendo êxito.
A
comparação social, ocorre quando as pessoas sentem que foram vítimas de ações
injustas, como a pandemia Corona Vírus, elas podem defender o ego comparando-se
com aquelas em pior situação. Da mesma forma, podemos ver semelhanças entre nós
e os outros em uma posição melhor para melhorar nossa autoimagem. Esses
mecanismos de defesa são conhecidos como download ou comparações sociais
ascendentes. Por exemplo, um psicólogo que vivência a escassez no consultório
pode fazer uma comparação social descendente com outro colega que está com
ausência de clientes no consultório para tornar sua própria situação menos
problemática.
Alternativamente,
um psicólogo pode procurar se identificar com algum colega que se encontra em
posição social mais alta quanto a consultório lotado de clientes, como quando
ele descobre que esse colega está palestrando nas redes sociais em que ele
participa. A escassez de recursos naturais remete para uma situação ou condição
em que há pouca disponibilidade de um determinado recurso, no caso do psicólogo
é o cliente a pouca disponibilidade. Algumas vezes, a palavra escassez é usada
para indicar uma situação de pobreza.
Lei
da Escassez implica que nem todos os objetivos e necessidades da sociedade
podem ser atingidos ao mesmo tempo; escolhas e decisões são necessárias em prol
de um bem em detrimento de outros. A economia é então essa escolha que se faz
quando se tem recursos escassos. Especificamente, a escassez ocorre quando há
excesso de demanda e, portanto, é o oposto de um excedente. Porém no
consultório a escassez indica que há demanda é insuficiente.
Escassez
econômica está fortemente relacionada ao preço de um produto ou item, pois,
quando este está abaixo do preço corrente determinado pela oferta e demanda,
haverá uma escassez do item subvalorizado. O princípio da escassez: nem tudo
está disponível para todos. Em economia, escassez significa dizer que não há
quantidade suficiente de um recurso para atender a todas as pessoas que o
desejam ou o demandam, se ele não for cobrado [tiver preço zero]. Pense nos
carros, por exemplo. Agora pense em termos de psicologia, significa que o preço
cobrado deste recurso não é para atender todas as pessoas que desejam ou
demandam.
Isto
demostra que a psicologia não é para todos. Um exemplo tipo é quando um
indivíduo está com dor de dentão, o mesmo procura um dentista particular, uma
vez que se for buscar um dentista no Centro de Saúde SUS, corre o risco de
demorar pelo atendimento. Uma vez atendido pelo dentista particular, que
aliviou a sua dor o mesmo segue em frente com sua vida até a próxima dor
dentária. Isto mostra que o sujeito paga o valor justo ao dentista para aliviar
a sua dor, mesmo reclamando do preço. No caso do psicólogo, o sujeito fica com
a dor emocional, mas não investe dinheiro para aliviar sua dor, por preconceito
e pensar que está jogando dinheiro fora, então sofre com o sintoma que se
desenvolve. É nítido que a psicologia não está acessível a todos, mas somente
para aqueles que desejam realmente terem o alivio de suas aflições e estão
dispostos a pagar o preço justo sem reclamar. Mas nem todos precisam de
psicólogos, existem aqueles que conseguem lidar com as contrariedades do
cotidiano de modo natural. O mesmo acontece com a psiquiatria que não é para
todos, contudo somente para aqueles que desenvolveram algum tipo de transtorno
mental.
Compreendemos
que a pandemia possibilitou a escassez nos consultórios, entretanto
possibilitou a migração dos clientes para o consultório Online, onde muitos
clientes romperam a aliança terapêutica em detrimento da condição financeira,
outros por medo de contrair a covid-19. A pandemia possibilitou ao indivíduo o
risco de desenvolver um sintoma psicológico em detrimento do isolamento social
e com isto surgiu a possibilidade de a psicologia crescer. Houve aumento da
procura por psicólogos voluntários em projetos de acolhimento. [...] Esse
medo marcará nossa memória, de forma desprazerosa, e será experimentado como
desamparo, “portanto uma situação de perigo é uma situação reconhecida,
lembrada e esperada de desamparo” (Freud, 2006, p.162).
Todavia
a procura por profissionais particulares cresceu, pois aquelas pessoas que
disponham de recurso financeiros decidiram-se por cuidar da saúde mental, mas
aqueles de baixa renda tentavam procurar acolhimentos gratuitos. Porém a
escassez de clientes se apresentou neste cenário, pois aqueles que perderam o
emprego, não dispunham de recurso financeiro para manter as sessões mensais no
consultório. Junto com os distúrbios psicológicos e a redução nos recursos
financeiros de quase todos os indivíduos no país, alguns foram lançados de modo
involuntário na pobreza e outros na escassez.
Mas,
qualquer pessoa privada de dinheiro, de amigos, de tempo ou de calorias
sucumbe, de forma similar, a uma mentalidade de escassez. Esta pode ser
debilitante, pois reduz os horizontes, cria uma perigosa visão de túnel, para
além de minar a vontade e os recursos intelectuais, reduzindo a banda larga
mental. Quando as pessoas lutam com a escassez, as suas mentes estão
intensamente ocupadas, ou mesmo obcecadas, com aquilo que não têm.
Por
um lado, coloca as pessoas numa espécie de túnel cognitivo, limitando a sua
capacidade de visão e discernimento, por outro, a escassez gera mais escassez,
o que representa uma armadilha da qual é extremamente difícil sair. A escassez
remodela os padrões de pensamento. As mentes das pessoas trabalham de forma
diferente quando sentem que lhes falta algo, exemplo, emprego, dinheiro,
clientes, roupas, alimentos, saneamento básico e por aí o que você pensar
enquanto lê o artigo. E, na verdade, não importa o que esse algo represente.
Quando
um indivíduo, qualquer indivíduo é obrigado a pensar continuamente nos seus
problemas de dinheiro, a sua capacidade para realizar testes e tarefas é mensurável
reduzida. Sempre que lhes é recordado que são pobres, ou estão em condições de
escassez os indivíduos demonstram uma inteligência menos flexível e menor
controlo executivo. Com a escassez a ocupar a mente, existe, simplesmente,
menos atenção seletiva para tudo o resto ou observar outros estímulos externos.
A
situação de pobreza decorre de fatores externos aos indivíduos e, portanto,
fora de seu controle. Tanto a escassez como a pobreza modificam o comportamento
do indivíduo, seja ele indivíduo comum, ateu, cristão. Nesse caso, uma pessoa
de baixa renda pode agir de maneira incompatível com o objetivo de superar a
pobreza, e tal comportamento seria uma consequência da própria situação em que
se encontra. Portanto, a pobreza/ e ou escassez pode se tornar uma armadilha, ser
pobre faz com que o indivíduo tome más decisões [financeiras, de saúde, de carreira
profissional, de escolha de um cônjuge, de aquisição de um automóvel, de aquisição
de um convênio de saúde, de compra da casa própria dentre outros.] que o fazem
permanecer na mesma situação. [...] Freud no seu texto “Recordar repetir
e elaborar” (1914), texto esse em que começa a pensar a questão da compulsão à
repetição, fala do repetir enquanto transferência do passado esquecido dentro
de nós. Agimos o que não pudemos recordar, e agimos tanto mais, quanto maior
for a resistência a recordar, quanto maior for a angústia ou o desprazer que
esse passado recalcado desperta em nós.
Como
a pobreza pode afetar o comportamento? Uma das hipóteses é a de que os pobres
usam grande parte de sua capacidade mental para se adaptar às suas
circunstâncias, e dado que nossa capacidade mental é limitada, sobra pouca
energia para outras atividades. Isto pode acontecer com o psicólogo que se
encontra na posição de escassez, pois está se adaptando a situação restringida
para sobreviver o que gera uma redução da sua percepção, limitando sua
capacidade mental de perceber além das circunstâncias, reduzindo sua energia
libidinal.
Por
exemplo, um trabalhador de baixa renda se preocupa muito mais com questões
básicas, como alimentação e moradia, do que um trabalhador de renda média.
Nesse caso, o trabalhador de renda média tem mais recursos mentais disponíveis
para outras atividades, como se concentrar no trabalho e nos estudos. O mesmo
acontece com o psicólogo que está com a agenda satisfatória de clientes,
entretanto com o psicólogo em situação de escassez atenção seletiva e sua
preocupação está voltada com questões básicas, exemplo, impulsionamento de post
pagos para prospecção de clientes, recarga de celular, operadora de internet
Wifi, passagem de transporte coletivo e outros itens de necessidades básica.
Essa hipótese é conhecida como mental
bandwidth. A mentalidade de escassez tem a ver com os pensamentos e os
sentimentos onde você acredita que temos apenas um pedaço de bolo no mundo e
você vai ficar sem. Esse tipo de sentimento, pensamento e mentalidade traz
alguns impactos na sua vida e trabalho. Primeiro, o sujeito vai começar a lidar
com inveja da vida do outro, do carro do outro, da viagem do outro, das
dinâmicas, da agenda lotada de clientes do outro e das redes sociais do outro.
Você pode começar a lidar com inúmeros sentimentos de frustração, pois afinal
de contas você acredita que alguém já tomou o sorvete e você do lado de cá
ficou apenas olhando. Ou seja, o psicólogo acredita que seus colegas
prospectaram todos os clientes na rede social que se encontra e por isso não
existem mais clientes a prospectar. Fora a tríade cognitiva da crença que o
psicólogo está envolto e ainda não percebeu.
Além
da inveja, o ressentimento pode crescer, pois você tem o senso de que alguém
chegou primeiro e assim você se sente discriminado e preterido. Um outro
desdobramento da mentalidade de escassez é você começar a perceber apenas o
copo meio vazio com relação aos seus recursos, suas competências, suas
habilidades e atitudes o chamado de [CHA] em psicologia organizacional, por
isso é preciso reter e esconder. Quero pensar com você em algumas dicas para
que você saia da mentalidade da falta para a mentalidade de abundância.
Cuidado
com a percepção que está tendo das situações. Entenda o custo de oportunidade.
Sua percepção é tudo. Se percebe falta, vai ver falta, se percebe oportunidade,
vai ver oportunidade. Nem tudo que você interpreta como escassez, é falta.
Existe o custo de oportunidade. Entenda que você está pagando para ter uma
oportunidade para colocar em prática o que não colocaria em outra situação. Por
exemplo, ao você perder um cliente sobra um tempo mais livre, com esse tempo
mais livre, você tem a oportunidade de colocar em prática aquilo que não
colocaria em outra situação. Está lhe custando algo, mas é uma oportunidade. Ou
seja, pode-se aprender com a condição de escassez.
Pode
ser o tempo de iniciar aquele projeto de muito tempo, aquele negócio que você não
tinha coragem, ou ainda percebeu que o desenho que tinha feito para esse
empreendimento não funciona no cenário atual e precisa remodelar. Pode ser o
momento de enfrentar um medo e dar um passo adiante. Pode ser o momento de
fazer transição de abordagem ou dominar mais de uma abordagem psicológica. Momento
de florescer ao invés de murchar e secar. O paradigma da escassez afirma que
não existe o suficiente para todo mundo. Esse pensamento dá origem ao medo e a
disputa por dinheiro e bens materiais, clientes. Muitos conflitos e guerras
surgem por conta dessa crença de que não há o suficiente. A preocupação com a escassez é a versão da
nossa cultura para o estresse pós traumático.
Ela
surge depois que estivermos no limite por muito tempo e, em vez de nos unirmos
para resolver o problema [o que requer vulnerabilidade], ficamos zangados e
assustados. Uma solução seria, primeiramente, tornar-se consciente desse padrão
e buscar ajuda profissional terapêutica para ressignificar as crenças causadas
por um possível trauma. Além disso, compreender que o problema não está no ato
de comprar, de prospectar clientes, mas sim no sentimento de escassez que
desencadeia esse desejo.
Exemplo,
eu não consigo clientes nas redes sociais, a mente condicionada para escassez
está sempre buscando satisfazer um déficit imaginário, que faz com que a pessoa
busque a satisfação dessa necessidade através do investimento em prospecção de
clientes e aquisições. Ele está sempre buscando algo para adquirir, como se
precisasse completar algo que está faltando em sua vida. Às vezes são pequenos
objetos, post de conteúdo, pós graduação, especializações, mas também podem ser
grandes aquisições dependendo do grau de rendimentos de cada pessoa. Não tem a
ver com classe social, pois existem pessoas ricas que não conseguem ser felizes
pela sensação de incompletude. [...] Em sua obra “Além do Princípio do
Prazer” (1920, p.34), Freud afirma: a compulsão a repetição também rememora do
passado experiências que não incluem possibilidade alguma de prazer e que
nunca, mesmo há longo tempo, trouxeram satisfação, mesmo para impulsos
instintuais que foram reprimidos.
Em
economia, escassez significa dizer que não há quantidade suficiente de um
recurso para atender a todas as pessoas que o desejam ou o demandam, se ele não
for cobrado [tiver preço zero]. Pense nos carros, nas roupas, nos smartphones por
exemplo. Para muita gente, ter um carro é um sonho de consumo. Mas, se os
automóveis fossem distribuídos a preço zero, faltaria carro pra cobrir a
demanda, certo? Uma das soluções encontradas pela humanidade para lidar com a
escassez de recursos é o sistema de preços. Ao se cobrar algo de valor [dinheiro,
ouro, entre outros] em troca de recursos, saberes/conhecimento, bens ou
serviços escassos, conseguimos adequar a demanda à oferta existente. Apenas
aqueles dispostos a pagar o preço pelo bem em questão têm acesso a ele. O mesmo
ocorre com a psicologia.
Por
outro lado, existem recursos que não são escassos. São produtos que não
precisam ser cobrados, porque estão disponíveis em quantidade suficiente para
atender à demanda de todos. É o caso do ar respirável. Já parou para pensar por
que ninguém precisa pagar para respirar? Simples, porque existe ar à vontade
para todo mundo. Portanto, podemos concluir que cobramos preços para que os
recursos escassos sejam distribuídos de acordo com um critério [por quem está
disposto a pagar, a oferecer algo de valor em troca deles]. Em outras palavras,
os preços existem para equilibrar a oferta de um recurso, bem ou serviço à sua
demanda. O sistema de preços é de suma importância para a economia atual.
Vivemos
em uma economia de mercado e, sem os preços, os mercados não podem funcionar.
Sem o sistema de preços, seria muito improvável que o capitalismo existisse
como o conhecemos hoje. É uma forma simples e prática de se lidar com o
problema fundamental da economia, de utilização dos recursos escassos para
atender a desejos ilimitados. Se existem fatores que limitam a oferta de um
bem, o preço aumenta e assim a demanda tende a diminuir. E vice-versa. Além do
problema da distribuição desigual, uma economia de mercado baseada no sistema
de preços também apresenta um conjunto de imperfeições, que foram constatadas
por economistas ao longo do tempo. Essas imperfeições são as falhas de mercado.
Um
exemplo de falha de mercado é quando uma pessoa, empresa ou grupo de empresas é
poderosa o suficiente para afetar os preços de certo recurso. É o famoso
monopólio, chamado de concorrência imperfeita. Nesse caso, o preço não responde
apenas às flutuações da demanda e da oferta, e sim à influência que esse agente
possui. Escassez de produto é igual a venda. A escassez de um serviço funciona
do mesmo modo, então você liga para um psicólogo e descobre que ele tem apenas
um único horário para daqui a 15 dias. Escassez de serviço é igual a venda do
serviço.
Neste
caso, como podemos ver facilmente, a escassez do serviço também está aliada à
aprovação social [muitas pessoas estão marcando com este psicólogo]. Em
economia, escassez é um termo que descreve uma disparidade entre a quantidade
demandada de um produto ou serviço e o montante fornecido no mercado.
Especificamente, a escassez ocorre quando há excesso de demanda e, portanto, é
o oposto de um excedente. Entretanto escassez no consultório denota o oposto
descrevendo a falta de demanda, por tanto não há disparidade entre a quantidade
demandada de clientes e o psicólogo.
Sendo
assim, as pessoas acreditam que precisam lutar contra os outros para ter um
pouco de conforto. Ou ainda psicólogos travam batalha inconsciente com ouros
colegas nas redes sociais, através de posts para prospectar clientes. Esse é um
medo que habita o inconsciente coletivo e leva as pessoas a agirem de forma
negativa. É um medo sutil, a maioria provavelmente nem tem consciência de que
age baseado nele. Apesar de sutil, o seu efeito é muito poderoso. Outra
consequência do paradigma da escassez é a culpa em ter dinheiro ou a falta pelo
dinheiro ou até mesmo a falta de clientes no consultório. A culpa leva a
processos de autossabotagem. A pessoa dá um jeito de não ser bem sucedido. Pode
também dar um jeito de perder o que ganhou pra se livrar da culpa. Pode ainda
conquistar o sucesso, mas se sentir profundamente infeliz por que a culpa fica
sempre rodando a consciência.
Em
um contexto de escassez de tempo, podemos entrar em um estado que é conhecido
em psicologia como inibição de objetivo ou atreves do processo básico
psicológico, onde está a atenção seletiva, quando um objetivo forte/estimulo
inibe que outros objetivos menores sejam levados em consideração. Para ilustrar
como isso acontece, em escassez de clientes. No artigo "O Fenômeno Escassez
No Consultório".
Onde,
um psicólogo não consegue ter agenda de clientes satisfatória. Neste exemplo, a
atenção seletiva de objetivo serve para manter o psicólogo fortemente focado na
escassez que enfrenta. Isso pode ter um efeito negativo, tendo em vista que ele
ficaria livre da influência de outros estímulos, pensamentos, estratégias e
distrações no curto período que teria para aplicar a atenção concentração na
prospecção de clientes ou ter desvelado se está deixando de aplicar algum
estimulo já descortinado anteriormente.
Porém,
o foco excessivo na escassez fez com ele deixasse de lado de observar outros estímulos,
um detalhe importante que está lhe custando energias. A crença na abundância
não está sendo considerado como estimulo importante neste momento porque está
fora da atenção seletiva do psicólogo. Podemos compreender que a psicologia não
é para todas as classes sociais. Isto é passível de compreensão e ponto final. Talvez
o psicólogo esteja dentro de uma bolha nas redes sociais, onde impera a classe
social baixa renda [salário mínimo ou pouco acima do valor], o que sinaliza que
os usuários não dispõem de recursos financeiros para investir em saúde mental, e
com isto não é aprimorado o senso de urgência no trato de cuidar da saúde
mental.
O
medo inconsciente de não conseguir prospectar clientes leva o psicólogo a
reproduzir ações negativas. Compreender
que as práticas de preços de psicologia são abusivas para a classe baixa renda
e classe média baixa, mas para a classe média alta e rica os preços são
considerados normais. O preço é de suma importância para a saúde financeira do
consultório e também do psicólogo. O psicólogo precisa compreender e perceber
que está se, portanto, de modo diferente a normalidade. Na ação normal, ele
entende que não está com falta de cliente e por isso não existe preocupação com
a prospecção, porque ele se sente preenchido de tudo que representa o cliente,
exemplo, cheio de recurso financeiro, capacidade de dar saber em troca do
recurso financeiro pago pelo cliente e outros. Já na escassez reproduz
comportamento faltante. Aproveitar o tempo para investir em outra abordagem
psicológica.
Compreender
que a escassez possibilita que o sujeito faça más escolhas em relação as áreas
financeiras, não cuide da saúde mental quando surge acolhimento gratuito, por
pensar que vai dispender dinheiro em passagem de ônibus coletivo, manter-se
isolado de amigos, não cuide da carreira profissional dentre outros que o faz
permanecer na mesma situação. Depreender que a escassez afeta o comportamento,
investindo uma parte considerável de energia libidinal e parte da capacidade
emocional para se adaptar á circunstância, sobrando pouca energia para ser
investida e percebida em outros objetos no mundo externo.
Com
isto o psicólogo faz economia das necessidades básicas e essa escolha é feita
quando se tem recursos escassos como financeiro. Estes podem ser os estímulos
aos quais o psicólogo não estava prestando a atenção, pois sua atenção seletiva
estava focada apenas na escassez, com isso podemos entender que a escassez no
consultório seja presencial ou online não é culpa do psicólogo. Mas sim um
fenômeno ligado a escassez econômica fortemente relacionada ao preço de
serviços psicológicos.
Referência
Bibliográfica
FREUD,
A. O ego e os mecanismos de defesa. Rio de Janeiro: Biblioteca Universal
Popular, 1968
FREUD,
S. (1920), "Além do princípio do prazer” In: FREUD. S. Obras completas de
S. Freud. Rio de Janeiro: Imago, 1996, v. XVIII.
FREUD,
S. (1996). Obras completas de S. Freud. Rio de Janeiro: Imago. (1914).
"Recordar, repetir e elaborar ", v. XII
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