Ano 2021. Escrito por Ayrton Junior Psicólogo CRP 06/147208
O
presente artigo chama a atenção do leit@r a compreender, a importância da
autopunição inconsciente que todos os indivíduos nas mais diversas profissões
fazem sem ao menos ter consciência. A história deste profissional nos
descortina como as pessoas se autopunem de modo inconsciente. O Complexo de
Édipo faz parte da teoria montada por Sigmund Freud e fala de investimentos
afetivos que fazemos em nossos primeiros anos de vida ligados aos nossos
“cuidadores” [que cumprem a função de cuidados com a criança] e que nos ajudam
a estabelecer os vínculos afetivos e com os quais aprendemos o investimento no
outro [objeto externo].
O
complexo de Édipo caracteriza-se por sentimentos contraditórios de amor e
hostilidade e é vivido, geralmente, entre o terceiro e o quinto ano de vida.
Metaforicamente, este conceito é visto como amor à mãe e ódio ao pai, mas esta
ideia permanece, apenas, porque o mundo infantil resume-se a estas figuras
parentais ou aos representantes delas.
As
funções: paternal [proibição] e maternal [objeto de amor] podem ou não
coincidir com pai e mãe biológicos. A ideia central do conceito de complexo de
Édipo inicia-se na ilusão de que o bebê tem de possuir proteção e amor total, o
que é reforçado pelos cuidados intensivos que o recém-nascido recebe por sua
condição frágil. A criança começa a perceber que não é o centro do mundo e
precisa renunciar ao mundo organizado em que se encontra e também à sua ilusão
de proteção e amor total.
O
complexo de Édipo é muito importante porque caracteriza a diferenciação do sujeito
em relação aos pais. A figura do pai representa a inserção da criança na
cultura, é a ordem cultural. A criança também começa a perceber que o pai
pertence à mãe e por isso dirige sentimentos hostis a ele. Estes sentimentos
são contraditórios porque a criança também ama está figura que hostiliza. O
menino tem o desejo de ser forte como o pai e ao mesmo tempo tem “ódio” em
razão do ciúme da mãe.
O
superego mantém o caráter do pai, quanto mais poderoso o complexo de Édipo era
e quanto mais rapidamente ele sucumbiu à repressão [sob a influência de
autoridade, ensino religioso, educação e leitura], mais restrita será a
dominação do superego sobre o ego, mais tarde – na forma de consciência ou
talvez de um sentimento inconsciente de culpa. Há dois atos e dois sentimentos
em questão: o assassinato de um genitor [morte/ódio] e o desapossamento do
outro [vida/amor].
Isso
coloca um binarismo de atos e sentimentos, no sentido da construção e da
desconstrução. Freud utilizou a história de Édipo para falar da constituição da
identidade humana, que ele entende como identidade sexual, que não é uma
identidade em si, mas uma identificação. Complexo de Édipo influencia
diretamente na construção da estrutura psíquica do indivíduo [ego].
No
menino o complexo de Édipo se desenvolve através de um investimento objetal
para com a mãe, dirigido, primeiramente, para o seio materno, modelo anaclítico
de espelho objetal. A sua relação com o pai é de identificação. Esses dois
relacionamentos não têm longa duração, pois logo os desejos incestuosos do
menino pela mãe se tornam mais intensos, e o pai passa a ser visto como um
obstáculo a eles; disso se origina o complexo de Édipo. Logo, a identificação
com o pai carrega-se de hostilidade, e o desejo de livrar-se dele predomina,
bem como a ideia de ocupar seu lugar junto à mãe. A ambivalência inerente à
identificação, desde o início, se manifesta dominando a relação com o pai.
Portanto, o complexo de Édipo positivo do menino se caracteriza por uma atitude
ambivalente em relação ao pai e por uma relação objetal afetuosa com a mãe
(CARVALHO FILHO, 2010).
Entretanto,
com a criança também ama o genitor do mesmo sexo ela não irá aceitar esse
sentimento e recalcará para o inconsciente "até que ocorra o Complexo de
Castração". Portanto, o fim do complexo de Édipo é correlativo da
instauração da lei. É pelo medo da castração que o menino começa a desistir de
sua paixão incestuosa, iniciando o processo pelo qual acabará por
identificar-se com a Lei do Pai, assim para Freud a lei repousa na interdição
do incesto. “Os investimentos objetais são abandonados e substituídos por uma
identificação. A autoridade do pai introjetada no ego forma o núcleo do
superego, que assume a severidade do pai e perpetua a proibição deste contra o
incesto, defendendo o ego do retorno da libido” (FREUD, 1977, p. 221).
O
adolescente poderá se sentir como que 'castrado', quando for proibido por seus
pais [superego] de fazer determinada coisa. O Adulto sentirá angústia igual
quando não conseguir passar em um concurso público, não conseguir o emprego,
não consegue clientes nas redes sociais. E o que muda? A forma como ele lidará
com os efeitos da castração, como ele vai superar esta angústia.
Em
geral, as pessoas medianamente saudáveis conseguem sublimar os efeitos deste
complexo: significa que conseguem superar perdas com maior resiliência; quando
não conseguem as coisas que desejam, são capazes de buscar por novos objetivos
e desejos. Mas o medo continuará ali, por mais que não pensemos nele. Apenas
deslocamos a angústia de sermos pegos e mutilados, para outras imagens: sermos
presos, maltratados, agredidos, processados, recebermos uma multa ou uma
expulsão de campo... a base desta angústia começou lá atrás, com o medo de ser
castrado. A imagem da castração é tão forte, que é incomum que um adulto se
lembre dela, irá ter 'fantasias' com vários outros tipos de imagem.
Historicamente,
o ser humano sublima o complexo com resiliência e superação. A culpa do
complexo de Édipo, e depois o medo de ser punido sendo castrado, é superada pela
sublimação, enfrentando o medo, e para isto é necessário introjetar uma visão
mais realista de si mesmo e do mundo. Aceitar o que se perdeu e o que não se
pode ter, dá início ao processo de deslocamento da energia que antes era focada
na angústia da perda.
Castração
pode se traduzir como 'capacidade para o prazer'. Você só supera o medo da
castração se a vontade de buscar o que te dá prazer for maior. Já a
criatividade é uma forma mais evoluída de superá-lo: encontrar novos meios de
se conseguir o objeto desejado e proibido pelas vias que acreditávamos
anteriormente. Ao mesmo tempo em que se foca em outros objetos (diferentes do
inicialmente desejado, por ser proibido) ou novos caminhos para se atingir o
que se quer, gasta-se menos energia na angústia de ser punido, do medo de
sofrer represálias, medo de não se conseguir.
Sabemos
agora que o medo e desejo, tão frequente em fantasias, de ser espancado pelo
pai se situa muito próximo do outro desejo, o de ter uma relação sexual
passiva(feminina) com ele, e constitui apenas uma deformação regressiva deste
último. Se inserimos essa explicação no conteúdo do masoquismo moral, seu
conteúdo oculto se torna claro para nós.
Agressividade
direcionada para fora protege o sujeito de si mesmo, porque o direcionamento da
agressividade para fora causaria culpa. E é em função desta, que a
agressividade retorna para dentro, transformando-se em autodestruição e na
severidade do superego. Nesse caso, Freud lembra que quanto mais a
agressividade é controlada, mais intensa se torna a inclinação do superego a
ser agressivo com o ego. Quando desfusionada, a pulsão de morte encontraria no
superego um aliado e seria a responsável pela dureza e crueldade exibida dessa
instância, e também por uma ação exagerada e excessivamente punidora voltada ao
ego. A pulsão de morte é responsável ainda pelo sentimento de culpa instalado
no ego, que faz com que o sujeito se julgue merecedor de sofrimento.
O
supereu estará inseparavelmente ligado à pulsão de morte: o sentimento de culpa
e a busca de punição inconscientes, que são manifestações da tensão entre eu e
supereu, representarão a parte da força da pulsão de morte que é “psiquicamente
ligada pelo supereu e assim se torna reconhecível. A identificação com o adulto
que dá origem ao supereu é basicamente identificação com seu desejo em relação
à criança, embora saibamos que o ódio recalcado do próprio sujeito virá a
colorir em tons mais fortes a hostilidade do supereu, que, portanto, não será
forçosamente proporcional ao ódio de fato apreendido nos cuidadores.
O
sentimento inconsciente de culpa aqui se revela a luz de uma reação contraia a
possibilidade de melhora no tratamento. Ou seja, o trabalho analítico esbarra
na necessidade de satisfação que o doente estabelece com o sofrimento. Sofrer,
ou ainda, ser punido pelo superego passa a ser condição psíquica determinante
ao ego. É nesse jogo libidinal que se estabelece a força do masoquismo moral, e
sobretudo da impossibilidade de melhora, logo a reatividade negativa.
O
fato de o sujeito necessitar da punição para satisfazer um desejo inconsciente
produz a busca por um poder externo [desemprego, não aprovação por gerentes por
não conseguir pagar o FIES e ter nome restrito no SPC-SERASA, culpa por sentir
raiva de Deus e precisa ser punido por isso fica desempregado, atribui a
responsabilidade dos infortúnios ao diabo por estar passando por privação
financeira, culpa por ser psicólogo e ter que receber o auxílio emergencial].
Poder
este que está acima do pai internalizado, ainda que rigoroso é um pai
insuficiente, portanto se faz necessário outro representante da lei; agora
supremo. É correto então afirmar que a necessidade de punição interna é
motivação para o ato criminoso. Assim, o crime aqui representado não significa
necessariamente algo que tenha a ver com mundo da criminalidade, mas sobretudo
a busca pela ilegalidade.
Hoje
me parece mais claro o comportamento anti social desse paciente, sobretudo sua
necessidade compulsiva de autopunição. Seu superego rigoroso impedia que seus
desejos mais eróticos pudessem aparecer e serem satisfeitos, seu conflito
interno era massacrante, e sua reação ao exterior clamava por uma castração que
trouxesse alívio.
Freud
chamou de “compulsão à repetição” o processo de reviver interminavelmente determinada
neurose [autopunição] por [sentir raiva de Deus]; assim sendo, quando o cliente
era proibido nos desejos repetia um comportamento de autopunição por sentir
raiva de Deus e medo de desobedecer, seria uma tentativa de descarregar a
energia acumulada ou represada até conseguir o êxito de sua missão
[autopunir-se]. Ou seja, a compulsão a repetição da autopunição que é o
processo de reviver a neurose da raiva ao estar se sentindo culpado por achar
que está em alguma transgressão e por tanto Deus está punindo com o desemprego,
privação financeira, e outras coisas, e isto é uma tentativa de deslocar a
raiva reprimida no inconsciente até conseguir o êxito de sua missão que é não
permitir ser subjugado por Deus. E neste caso a compulsão à repetição era um
substituto para a punição por ter que reprimir os seus desejos de hostilidade e
realizar os desejos de Deus. [...] Freud no seu texto “Recordar repetir
e elaborar” (1914), texto esse em que começa a pensar a questão da compulsão à
repetição, fala do repetir enquanto transferência do passado esquecido dentro
de nós. Agimos o que não pudemos recordar, e agimos tanto mais, quanto maior
for a resistência a recordar, quanto maior for a angústia ou o desprazer que
esse passado recalcado desperta em nós.
O
sujeito as vezes deseja inconscientemente ficar um tempo desempregado, ser
demitido da corporação pela supervisão, estar em privação financeira, não
conseguir clientes na internet, ser rejeitado em processos seletivos, sofrer
humilhação sendo desclassificado de processos por ter restrições no
SERASA-SPC, se submetendo a supervisão
autoritária, liberando-se da culpa por meio destas penitências citadas e depois
de cumprir a punição estabelecida por uma figura de autoridade [Deus] fica
liberado e pode voltar a sociedade ao ter expiado a culpa, cumprindo plenamente
a pena ou autopunição, no caso de desemprego. Exemplo, suportou a punição do
desemprego por 4 anos para ser absolvido de uma culpa moral inconsciente por
ser castrado nas áreas do divórcio, profissional, moradia, financeira na
tentativa de fazer transição de carreira técnica para teológica.
A
autopunição ou masoquismo: Assim, um dos mecanismos da defesa do EGO mais comum
é baseado neste silogismo emocional de raízes psicológicas profunda: que o
sofrimento expia a culpa. Expiação: E o processo psíquico em que o indivíduo
quer pagar pelo seu erro imediatamente por associar culpa moral inconsciente a
falha cometida. E através do sofrimento, as pretensões do SUPER-EGO são
satisfeitas e sua vigilância contra as tendências recalcadas se relaxa, uma vez
que as debilidades culposas do EGO ficam punidas. Existe uma sequência de
acontecimentos derivados desse raciocínio disfuncional: mau comportamento —
ansiedade — necessidade de punição — expiação — perdão e esquecimento. Para
minorar a ansiedade nascida do sentimento de culpa, surge o desejo de ser
punido para não ser rejeitado e continuar sendo amado [pela figura de
autoridade]. A própria pessoa culposa pode chegar a punir a si mesma
[autolesão, aceitando subempregos] ou exigir que outros [figura de autoridade]
a castiguem com [desemprego, humilhação por ter nome restrito no SPS, ser
desaprovado em processos seletivos, supervisores autoritoritários].
Este
desejo de purificação, junto com um outro sentimento oculto de ser admirado e
ser amado por seus grandes sofrimentos [ser a mais sofredora] por [suportar o
desemprego, a humilhação de receber cesta básica ou dinheiro, morar em péssimas
condições, submeter-se a Deus], é o que leva muitos indivíduos ao masoquismo
[religioso]. Os indivíduos deste tipo castigam a si próprios, internamente
através de seus sintomas patológicos [doenças somáticas].
O
psicólogo não quer mais ser punido com desemprego e nem com subempregos, quer
apenas seu lugar de atuação acadêmica na sociedade. Todas as vezes em que o
sujeito confronta uma autoridade ou deixa de obedecer a figura paterna,
simplesmente por não concordar com a situação gera culpa e medo inconsciente de
confronto, por tanto o ego precisa ser autopunido pela escolha de confronto ou
rebeldia. A religião impõe o culpa moral inconsciente ao dizer teme ao senhor,
onde a interpretação é equivocada, pois teme tem conotação de medo e de
respeito. Complexo de édipo amor e ódio do pai.
Para
que isso possa ser feito de forma responsável, deverá refletir nas
circunstâncias que podem ter contribuído para chegar à situação que se encontra
e igualmente nas caraterísticas que possuí que possam ter promovido os maus
hábitos. O passo seguinte é aceitar o prejuízo, ou seja, aceitar a si mesmo sem
punições. Para isso deverá fazer as pazes consigo mesmo, enquadrando as razões
que a levaram a seguir o caminho que conduziu aos comportamentos
autodestrutivos e perdoando-se. No caso o que levou o cliente a
autopunição sobre si mesmo é o complexo de édipo, onde cliente sente amor e
ódio pela figura paterna, mas todas as vezes em que se apercebe submetido ao
superego sente medo e culpa inconsciente por discordar ou revoltar-se contra a
figura de autoridade.
Exemplo,
o cliente se perdoa por ter ser revoltado com a figura paterna e se autopunido
[com desemprego, com relacionamentos abusivos, com subempregos, se submetendo a
supervisão autoritária, com privação financeira e moradia, se privar de vida
sexual, com álcool e cigarro, com perda de autonomia] por medo de dizer não,
pois não é mais preciso se revoltar contra a figura paterna e nem ao menos se
sentir culpado por discordar das ações da figura paterna caso resolva não
obedecer, porque é importante entender que a autonomia é a capacidade de
decidir sobre aquilo que julgamos ser o melhor pra nós. Mas compreende que a
sua autonomia é a capacidade de se autogovernar, tendo livre arbítrio para agir
e defender seus valores. Assim, um ser autônomo não executa ações porque elas
foram imputadas a ele por meio da figura paterna, mas por compreender e se
sentir parte delas e não pelo receio a punição.
A
culpa é introjetada no sujeito desde a infância, pelo temor da autoridade
externa, e está presente na cultura de todos os tempos. A doença também traz
ganhos secundários, como a proteção e a atenção. Segundo Freud: “A doença pode
ser usada como uma proteção – para desculpar a incapacidade para o trabalho, ou
entre competidores ou na vida familiar, como um meio para forçar sacrifícios e
demonstrações de afeto de parte dos outros ou para impor a própria vontade
sobre eles” (1909 pg.198).
Desta
forma, podemos supor que a doença tem início no plano inconsciente, ela é
gerada como punição e é a expressão de um desejo do sujeito por afeto ou por
uma necessidade de fazer com que os outros façam suas vontades, assim como é
uma proteção que evita que o sujeito se exponha a situações indesejáveis como,
por exemplo, não quer trabalhar, não quer participar da competitividade em
processos seletivos ou concursos públicos é logico analisando cada caso. Ou
também a autopunição faz com o sujeito se insira em situações desagradáveis ao
ego, relacionamentos abusivos, conflitos familiares, uso de drogas,
prostituição, cargos inferiores e por aí vai.
Para
a psicanálise, toda a energia tem origem na libido, ou seja, todo ato e desejo
possui um caráter sexual mesmo que inconsciente e/ ou sublimado. Ressalta-se,
que, para a psicanálise, sexual não está diretamente ligado com sexo. A libido
busca o prazer, seja ele sexual, profissional, ou qualquer tipo de
reconhecimento, esporte, entre outros – afinal, cada indivíduo é único, assim
como seus desejos.
O
profissional da teologia pode se autopunir por não ter exercido o ministério
pastoral? Castração de pastor. E como pode ter acontecido essa punição. O ego
do teólogo rejeitado, desloca a raiva redirecionando para o arquétipo Deus, mas
como não consegue machucar o Divino, então a energia libidinal do Id é
redirecionada ao ego por meio do superego que causa a sensação de mal-estar,
censura no ego por cometer a falha contra Deus por sentir raiva, originando o
sentimento de culpa moral inconsciente. Há uma retirada da energia libidinal
ora investida no desejo pastoral que agora é recolhida para o ego levando o ego
teólogo a renunciar a todos os ministérios da igreja e afastar-se da igreja
física que representa Deus. E investe a energia libidinal do id num subemprego
com a finalidade inconsciente de autopunir-se estando submetido ao superego supervisão
autoritária.
O
teólogo também inconsciente pode ter se autopunido inconscientemente ao iniciar
relacionamento com relação sexual, mesmo tendo o mandato teológico que sexo
antes do casamento é transgressão. O teólogo se apercebe sendo rejeitado pela
namorada que não elaborou o término do relacionamento anterior, onde também se
relacionou sexualmente com o sujeito, contudo ainda acessa facebook do sujeito.
O teólogo em consequência do sentimento de rejeição, decepção, através do
mecanismo de deslocamento da raiva, redireciona a hostilidade verbal a namorada
para romper o namoro e se autopuni com pensamentos de raiva, decepção,
frustração contra os cristãos passando com a punição não buscar mais
relacionar-se com nenhuma mulher cristã devido ao trauma sexual por não
suportar a rejeição.
Portanto,
o fim do complexo de Édipo é correlativo da instauração da lei. É pelo medo,
raiva e culpa moral inconsciente de não ser chamado a pastorear igreja de tempo
integral que o teólogo começa a desistir de sua paixão pastoral, iniciando o
processo pelo qual acabará por identificar-se com a Lei do Pai, assim a lei
repousa na interdição do exercício pastoral. Os investimentos para pastorear
igreja de tempo integral são abandonados e substituídos por uma identificação
pela proibição do desejo. A autoridade do pai introjetada no ego forma o núcleo
do superego, que assume a severidade do pai e perpetua a proibição deste contra
o desejo de pastorear igreja, defendendo o ego do retorno da libido.
O
cristão poderá se sentir como que 'castrado', quando for proibido por Deus
[superego] de fazer determinada coisa, como depois de concluir o seminário de
teologia, não ser chamado a pastorear igreja. O teólogo sentirá angústia igual
quando não conseguir passar em um concurso público, não conseguir o emprego,
não sair da situação de vulnerável. E o que muda? A forma como ele lidará com
os efeitos da castração, como ele vai superar esta angústia. [...] “A
angústia é, dentre todos os sentimentos e modos da existência humana, aquele
que pode reconduzir o homem ao encontro de sua totalidade como ser e juntar os
pedaços a que é reduzido pela imersão na monotonia e na indiferenciação da vida
cotidiana. A angústia faria o homem elevar-se da traição cometida contra si
mesmo, quando se deixa dominar pelas mesquinharias do dia-a-dia, até o
autoconhecimento em sua dimensão mais profunda” (CHAUÍ, 1996 p.8-9).
Em
geral, as pessoas medianamente saudáveis conseguem sublimar os efeitos deste
complexo: significa que conseguem superar perdas com maior resiliência; quando
não conseguem as coisas que desejam, são capazes de buscar por novos objetivos
e desejos [psicologia]. Mas o medo, a raiva, a culpa continuarão ali, por mais
que não pensemos nele. Apenas deslocamos a angústia [medo, raiva, culpa] de
sermos privados de algo, pegos e mutilados, por não pastorear igreja para
outras imagens, como, sermos presos, maltratados, agredidos, processados,
entrar em relacionamento abusivo, afastar-se da igreja, entrar no desemprego,
trabalhar como telemarketing, trabalhar em subemprego, contrair doença
psicossomática, colocar-se inconsciente em situações trabalhista sem ter
conhecimento que o levará no futuro a receber notificação de demissão e despejo
da moradia, tornar-se um desalento por falta de emprego, se submeter a ser
sustentado por parentes e receber o auxílio emergencial, recebermos uma multa
ou uma expulsão de campo, voluntariar-se como psicólogo para tratar cristão na
igreja, se aperceber obrigado a prospecção de clientes na internet, ter
restrição no nome para levar a ser desclassificado de processo seletivo,
preconceito por estar na meia-idade, a base desta angústia começou lá atrás,
com o medo de ser castrado [ser privado de pastorear igreja].
A
imagem da castração é tão forte, que é incomum que um adulto se lembre dela.
Irá ter [fantasias] com vários outros tipos de imagem. Exemplo, o fato de o
teólogo ser proibido de tornar-se pastor de aconselhamento para os cristãos da
igreja, o levou a cursar psicologia e usar o mecanismo de defesa da
substituição, substituindo a teologia pela psicologia ao voluntariar-se como
psicólogo de cristão na igreja como meio de pagar a dívida e provar a si mesmo
que é útil para os cristãos como psicólogo uma vez que foi rejeitado como
pastor.
A
culpa do complexo de Édipo, e depois o medo e raiva de ser punido sendo
castrado, é superada pela sublimação, enfrentando o medo, e para isto é
necessário introjetar uma visão mais realista de si mesmo e do mundo. Aceitar o
que se perdeu [pastorado] e o que não se pode ter [sonhos que poderiam
acontecer com o exercício do pastorear], dá início ao processo de deslocamento
da energia que antes era focada na angústia da perda para a psicologia. O
profissional da psicologia pode se autopunir por ter consultório vazio ou com
apenas 01 cliente? Castração de clientes. E como pode estar acontecendo está
punição.
O
psicólogo por meio do mecanismo defesa deslocamento de raiva, desloca os
impulsos hostis contra si mesmo. Ou seja, o superego retira a energia libidinal
pulsão de morte do id e redireciona ao ego que sente culpa moral inconsciente,
porque não consegue clientes para suprir a liquidez financeira. Ego acaba
retirando a energia libidinal ora investida nos projetos de prospecção de
clientes nas redes sociais e desloca em si mesmo, por meio do masoquismo moral
que propicia o narcisismo intelectual. Ego e superego entram em conflito
causando desordem na consciência, indicando que ego se apercebe em autopunição,
executando todas as tarefas de prospecção, porém sem êxito. O fato de não ter
cliente é o sintoma e não o problema.
Então
como o psicólogo se autopuni? Ao se sentir culpado, ou seja, culpa moral
inconsciente ou masoquismo moral por pensar estar afastado de Deus.
Aproximação-afastamento, onde deseja se aproximar, mas tem medo de colocar-se
em submissão, por tanto se apercebe afastado. Ou ainda, se sente culpado por se
aperceber afastado do exercício da profissão. Quando se tem duas situações
desagradáveis, temos o conflito afastamento-afastamento, um exemplo poderia ser
o de um psicólogo que se vê obrigado a prospecção de clientes nas redes sociais
e não prospecta nenhum cliente e ainda busca empregar-se em subempregos sem
êxito. Isto sinaliza um conflito entre ego e superego que causa a sensação de
mal-estar, de angustia, de medo, raiva e culpa levando ao masoquismo ou autopunição.
O
conceito secular de que o sofrimento pode expiar a culpa é um dos sentimentos
básicos da vida individual, social e religiosa do psicólogo. Por tanto o seu
código penal e as práticas religiosas do ascetismo, flagelação e penitências,
baseiam-se nele. O psicólogo pecador libera se da culpa pela penitência e o
criminoso fica liberado e pode voltar à sociedade, depois de ter expiado sua
culpa, cumprindo plenamente sua pena.
Assim,
um dos mecanismos da defesa do ego mais comum é baseado neste silogismo
emocional de raízes psicológicas profundas: que o sofrimento expia a culpa.
Através do sofrimento, as pretensões do superego são satisfeitas e sua
vigilância contra as tendências recalcadas se relaxa, uma vez que as
debilidades culposas do ego ficam punidas.
Existe
uma sequência de acontecimentos derivados desse raciocínio: mau comportamento —
ansiedade — necessidade de punição — expiação — perdão e esquecimento. Para
minorar a ansiedade nascida do sentimento de culpa, surge o desejo de ser
punido [Deus repreende o filho que ama] para não ser rejeitado e continuar
sendo amado. O próprio psicólogo culposo pode chegar a punir a si mesma [com
doença psicossomática] ou exigir que outros o castiguem inconscientemente [por
meio da pandemia, do desemprego, por subempregos, exclusão de processos
seletivos e outros].
Mas,
como pode ser isto? Inconscientemente deseja que pessoas nas redes sociais não
solicitem seus serviços psicológicos, não seja contratado por instituições para
o exercício de outros cargos de psicólogo que não seja clinico ou ainda com o
desejo consciente de não se empregar em subempregos nunca mais ou ainda deseja
inconsciente que Deus o castigue por manter-se afastado da igreja no período de
cinco anos, onde se relacionou sexualmente com uma mulher enquanto concluía o
curso de psicologia colocando-o em estado de Vulnerabilidade social que é um
conceito sociológico que designa os grupos sociais e os locais dentro de
uma sociedade que são marginalizados,
aqueles que estão excluídos dos benefícios e direitos que todos deveriam ter
dentro de um mundo civilizado. Vulnerabilidade social refere-se então a
condição em que se encontram as classes mais pobres e menos favorecidas da
sociedade
Este
desejo de purificação, junto com um outro sentimento oculto de ser admirado e
ser amado por seus grandes sofrimentos [ser o mais sofredor por não conseguir
clientes, não conseguir emprego e ser ainda percebido pelos outros como vítima
do sistema], é o que leva muitos indivíduos ao masoquismo. Os indivíduos deste
tipo castigam a si próprios, internamente através de seus sintomas patológicos
[doenças somáticas], como na conversão, ou por penitências e castigos externos
(flagelação).
Portanto,
o fim do complexo de Édipo é correlativo da instauração da lei. É pelo medo,
raiva e culpa moral inconsciente da limitação de clientes no consultório ou por
olhar o consultório vazio que o profissional da psicologia começa a desistir de
sua paixão pela psicologia, iniciando o processo pelo qual acabará por
identificar-se com a Lei do Pai [superego proibindo a prospecção de clientes
nas redes sociais], assim a lei repousa na interdição perpétua ou temporária da
prospecção de clientes nas redes sociais. Os investimentos nos clientes são
abandonados e substituídos por uma identificação pela proibição de prospectar
clientes nas redes sociais. A autoridade do pai introjetada no ego forma o
núcleo do superego, que assume a severidade do pai e perpetua a proibição deste
contra ter consultório cheio de clientes, defendendo o ego do retorno da
libido.
O
profissional poderá se sentir como que 'castrado', quando for proibido por Deus
[superego] de fazer determinada coisa, como depois de vários dias postando
anúncios de psicologia olhar para o consultório vazio, ausente de clientes online,
estar apenas com 01cliente domiciliar.
O
psicólogo sentirá angústia [medo, raiva e culpa] igual quando iniciou a
carreira de técnico em mecânica e não conseguia emprego nas organizações que
pensava que aqui era o lugar certo para ele trabalhar, não conseguir passar em
um concurso público, não conseguir subemprego, não sair da situação de
vulnerável, ou seja, permanece no desamparo aprendido, onde faz apenas o que é
preciso para sobreviver. E o que muda? A forma como ele lidará com os efeitos
da castração, como ele vai superar esta angústia.
Os
investimentos na busca para sair do desemprego e empregar-se como psicólogo em
instituições hospitalar, ongs, concurso público, convenio médico, clínica
particular, clinica reabilitação, como professor de cursinho, como professor do
estado, como psicólogo voluntário em igreja, como voluntário no CREAS, como
voluntário no CRAS, em serviços psicológicos gratuitos nas redes sociais,
empregar-se em subempregos, prospectar clientes nas redes sociais,
entrevistador de pesquisa na internet são abandonados e substituídos por uma
identificação proibitiva por esses desejos.
A
autoridade do pai introjetada no ego forma o núcleo do superego, que assume a
severidade do pai e perpetua a proibição deste contra os objetivos citados
acima, defendendo o ego do retorno da libido.
A
culpa do complexo de Édipo, e depois o medo e raiva de ser punido sendo
castrado [na proibição dos projetos], é superada pela sublimação da raiva,
enfrentando o medo, e para isto é necessário introjetar uma visão mais realista
de si mesmo [autoimagem, autoestima, autoconceito por estar entrando na
velhice] e do mundo. Aceitar o que se perdeu [a não conclusão dos projetos] e o
que não se pode ter [que poderiam ser os benefícios advindos do exercício dos
projetos], dá início ao processo de deslocamento da energia que antes era
focada na angústia da perda.
Em
geral, as pessoas medianamente saudáveis conseguem sublimar os efeitos deste
complexo: significa que conseguem superar perdas com maior resiliência; quando
não conseguem as coisas que desejam, são capazes de buscar por novos objetivos
e desejos [????]
Por
que pensar sobre si mesmo? Afinal, quantas vezes você já não se pegou pensando
“por que disso ou aquilo?” ou “como posso saber se aqui é o lugar certo para
mim?”. Ao entender melhor como pensa e sente, você consegue enxergar tudo com
mais clareza. Analisando os projetos citados acima, sinaliza que nenhum
daqueles projetos é o lugar certo para você por isso não está inserido em
nenhum deles.
O
fato de o psicólogo da saúde desejar atuar na instituição hospitalar é para se
sentir aceito e com pertencimento a uma equipe interdisciplinar e
multidisciplinar que considera elite, onde os profissionais são percebidos como
Deus, são valorizados, as vezes são punidos com violência verbal e física pelos
pacientes, e sentem-se seguro quanto a salários e usam jaleco branco, onde
passa a impressão de purificação, ou seja, autopunição ou masoquismo. O ainda o
desejo oculto de ser admirado por salvar vidas.
Ou
seja, é o desejo de ver cumprido em si uma promessa, ou seja, pagar uma dívida
e provar a si mesmo que pode curar as pessoas com a psicologia devido a
promessa ser feita a si mesmo na adolescência, enquanto seguia uma prescrição
médica de inalação para aliviar a crise asmática, por isso e outros motivos
tornou-se psicólogo, porém parece ser impossível a realização deste desejo por
encontrar-se na meia-idade. Mas esse profissional não consegue se inserir neste
local por falta de especialização hospitalar e também como impecílio a
meia-idade. como posso saber se aqui é o lugar certo para mim ou, não é?” Por
meio do mecanismo de defesa substitutivo, transferência e projeção, o que o
profissional projetou sobre os projetos? Mas esse “alguém” ou “algo” somos nós
mesmos, aquilo que projetou para a sua vida e não conseguiu alcançar. E por
meio do mecanismo de transferência negativo.
Na
formação Substitutiva a representação do desejo inaceitável é recalcada no
inconsciente. Fica então uma falta que o ego vai tentar preencher de forma
sutil e compensatória. Tentará obter uma satisfação que substitua aquela que
foi recalcada e que obtenha o mesmo efeito de prazer e satisfação que aquela
traria, mas sem que essa associação apareça claramente à consciência. Ou seja,
o psicólogo faz o deslocamento, que é o redirecionamento de um impulso dirigido
aos projetos proibidos, para um alvo substituto toda a vez que foi censurado em
um projeto.
Exemplo,
investiu energia libidinal na vaga de psicólogo hospitalar e foi reprovado,
então redireciona a energia para a vaga de repositor de supermercado, na
tentativa de substituir a satisfação que foi recalcada a vaga de psicólogo
hospitalar e que obtenha o mesmo efeito de prazer e satisfação que a vaga de
psicólogo hospitalar traria, mas também foi reprovado na vaga de repositor de
supermercado. Isto sinaliza que o profissional está tentando fazer uma
ancoragem forçada, pois de forma alguma a vaga de repositor traria a mesma
satisfação de prazer que a vaga de psicólogo hospitalar. Ou seja, o ego está
usando o mecanismo de defesa substitutivo de modo inadequado. Parece mais uma
tentativa de autopunição do profissional. Sinaliza uma autopunição, por não
conseguir se empregar como psicólogo hospitalar, busca empregar-se em
subemprego na intenção inconsciente de autopunir-se por meio do sentimento de
culpa.
Em
consequência a projeção e a transferência redirecionada para vagas de
subemprego irá descortinar o que, Freud logo diferencia uma forma de expressão
da transferência: a transferência hostil, também chamada de negativa. E
assevera que é principalmente com ela que o analista deve se preocupar, porque
este tipo de vinculação reflete, de forma direta, a resistência ao ser
rejeitado nos projetos. Já a transferência negativa reflete o deslocamento de
impulsos agressivos em vez de libidinais. Os sentimentos hostis costumam se
ocultar por detrás dos afetuosos, e tendem a se revelar mais tarde, embora
também se possa encontrar a coexistência de ambos, marcando a ambivalência
emocional. Tanto quanto os sentimentos afetuosos, os hostis indicam a presença
de um vínculo afetivo, ainda que com um sinal de menos em relação aos projetos.
Há,
portanto, uma lógica implícita que permeia todo o texto de Freud (1912), e que
pode se resumida da seguinte maneira: o indivíduo, de forma não intencional,
tende a repetir as escolhas dos objetos amorosos [projetos citados acima] ao
longo da vida. Esta repetição deve-se tanto à influência das disposições
congênitas, como das experiências afetivas da primeira infância, quando foram
moldadas as primitivas formas de satisfação das pulsões. A noção de consciente
não consegue dar conta de responder à questão que imediatamente se coloca: por
que os objetos amorosos que o indivíduo elege durante a vida são semelhantes
entre si? É preciso, então, apelar para um outro conceito, o inconsciente, com
suas características peculiares (atemporalidade, amoralidade etc.) e suas
próprias leis de funcionamento (o processo primário, marcado pelos mecanismos
de condensação e de deslocamento e pela compulsão à repetição).
A
transferência é um fenômeno que ocorre na relação psicólogo/projetos, onde o
desejo do psicólogo irá se apresentar atualizado, com uma repetição dos modelos
infantis, as figuras parentais e seus substitutos serão transpostas para o
projeto, e assim sentimentos, desejos, impressões dos primeiros vínculos
afetivos serão vivenciados e sentidos na atualidade.
Transferência
paterna nos projetos: quando o psicólogo cria a transferência nos projetos, ele
enxerga os projetos como sendo seu pai ou uma figura paterna idealizada Deus. E
nos projetos deseja exercer poder, autoritarismo e saber. Deseja que os
projetos o protejam do desemprego e ensine o como trabalhar porque não tem
experiência. Porque eles sabem das coisas e o psicólogo não sabe. Deseja se
submeter ao controle do superego organizacional. Deseja se sentir seguro.
Deseja se sentir como um, com sentimento de pertencimento ao projeto.
Mecanismo
de defesa projeção, as vezes as pessoas se recriminam ou se sentem mal por
terem certos pensamentos ou impulsos. Podem atribuí-los então a alguém,
projetando nessa pessoa os seus próprios sentimentos. Ou seja, o psicólogo não
soube como lidar com os sentimentos de rejeição, ansiedade, desespero,
desamparo aprendido, medo e a raiva e projetou sobre os projetos.
Os
projetos rejeitam o psicólogo e despertam e faz e psicólogo reviver sentimentos
de raiva com facilidade, originando a contratransferência mostrando que
psicólogo não tem domínio sobre a emoção de raiva, deslocando a raiva de volta
para o filho que se posiciona como superego acusador por não obter resultados
nas redes sociais com afirmações que não está fazendo o que lhe orientou e o
faz vivenciar essa emoção de raiva. E ora introjeta a hostilidade para o ego
por meio de autopunição e culpa moral inconsciente
A
angústia da castração passa a referir-se às reações do indivíduo diante de suas
perdas os projetos que não conseguiu se inserir, as quais revelam sua condição
de desamparo aprendido. Desamparo que é constituído pela incapacidade do
aparelho psíquico de dominar adequadamente os estímulos. Segundo Inibições,
sintomas e ansiedade, a condição humana é indissoluvelmente ligada a esse fato.
Assim, se o desamparo humano é uma condição insuperável e ele está
intrinsecamente ligado ao complexo de castração dos projetos.
Segundo
Freud, o superego é responsável pela insistência da necessidade de punição
através da doença, da proibição dos projetos observada na clínica. Esse fato
parece mostrar que o desejo do incesto nunca recebe absolvição suficiente. Com
isso, faz-se necessária a questão sobre o que fazer com o superego na condução
de uma análise. Pois, mesmo que ele receba uma nova configuração através da
figura do analista [o que, como foi apontado, Freud vê como uma das vantagens
da transferência], ele não perde os princípios que o caracterizam como
instância psíquica. Princípios que, identificados com a formação de ideais e
com as exigências morais, fundamentam o sentimento de culpa relacionado aos
desejos recalcados.
Freud
avalia que tal sentimento de culpa constitui uma das mais fortes resistências
do paciente ao desenvolvimento completo do tratamento analítico. E não se trata
simplesmente de uma resistência a recordar um conteúdo recalcado, mas de uma
resistência à própria melhora do quadro clínico ou à extinção da doença. Ou
ainda evitação de saída da situação.
O
temor da castração relaciona-se a uma quantidade de energia indomável a
qualquer amadurecimento do ego, sendo então um limite para a eficácia do
tratamento psicanalítico. Estar em dívida consigo em relação aos projetos, em
relação ao amparo do filho na adolescência. Pagar a dívida consigo mesmo seria
equivalente a livrar-se da culpa e ser reconhecido pelo outro. Em muitas
pessoas, a angústia é diária. A sensação é de sempre estar devendo, que sempre tem
alguém a nossa frente, que sempre tem algo fantástico acontecendo em algum
outro lugar e que nós estamos perdendo.
Este
é um sentimento que parece acompanhar todas as pessoas: a culpa derivada da
certeza de que poderia ser um (a) melhor pai/mãe, filho (a), profissional,
aluno (a), tudo. Costumamos nos ver como pessoas pouco determinadas ou menos
focadas do que deveríamos porque nos comparamos com esta versão nossa que nunca
fraqueja. Em muitas pessoas, a angústia é diária. Mas esse “alguém” ou “algo” somos nós mesmos,
aquilo que projetamos para a nossa vida e não conseguimos alcançar. [...]
Em sua obra “Além do Princípio do Prazer” (1920, p.34), Freud afirma: a
compulsão a repetição também rememora do passado experiências que não incluem
possibilidade alguma de prazer e que nunca, mesmo há longo tempo, trouxeram
satisfação, mesmo para impulsos instintuais que foram reprimidos.
Diferente
de um produto ou bem material que você leva para casa, na psicoterapia
psicanalítica o que o paciente compra é um saber maior sobre si mesmo. Podemos
pensar que, na verdade, a “dívida” do paciente não é com o analista, é com ele
mesmo. Trata-se de estar em débito com sua própria vida, de sentir culpa por
não ser quem se deseja ser. Ou seja, na teologia o teólogo é a imagem e
semelhança de Deus. Já na psicologia o psicólogo é a imagem de si mesmo.
Portanto o cidadão quer ser percebido como teólogo que é a imagem de Deus e
como psicólogo a imagem de si mesmo no local certo para ele.
Agora
todos esses projetos foi o que buscou ser o sujeito na identidade profissional,
era o que o sujeito desejava ser no desamparo aprendido, por estar em dívida
emocional. Primeiro, vamos entender um pouco quando falo em Dívida Emocional;
trata-se de uma forte “sensação de dívida” que nada mais nada menos é do que
uma representação emocional de um fato ao qual o indivíduo está preso, não
consegue se desprender, resolver, perdoar, deixar para trás. O ocorrido pode
ser recente ou não, muitas vezes carregamos desde nossa infância. Ela pode se
manifestar de três maneiras que se alternam, podendo se acentuar mais de uma
forma do que outra: 1. Sentir-se devedor para com o outro; 2. Sentir-se devedor
para consigo mesmo; 3. Sentir que o mundo lhe deve.
Revelando
o eu real: Quando falamos de “eu real’’, estamos falando sobre como nós somos,
incluindo nossas qualidades e nossos defeitos. Todas as pessoas são assim,
ninguém é perfeito e ninguém tem apenas defeitos. O “eu ideal” (que é o “eu”
que gostaríamos de ser) é a visão irreal do que se quer alcançar, e que
geralmente acreditamos que nos trará a felicidade. E é o que muitos acreditam
que está na mídia social e nos projetos citados, onde o psicólogo tentou
inserção, baseado no que é transmitido intencionalmente.
No
Complexo de Édipo há um grande conflito no psicólogo, que simbolicamente
significa querer para si, 'de volta' aquilo que acredita lhe pertencer [uma
vida de sucesso profissional, reputação, boa moradia, bens materiais, boa
remuneração salarial], e destruir a ameaça do que (ou quem [pessoas, Deus,
diabo]) possa lhe tomar. Bem, até então, estes pensamentos de 'culpa' chegam
apenas até aqui: o susto que um monstro, ou uma bruxa pode dar àquele psicólogo
que, em sua mente, sente-se culpado pelos pensamentos edipianos de possuir o
que deseja e eliminar o que não gosta (lembre-se de que o superego já está
formado, e sabe exatamente o que são regras, leis, normas, ética).
Sua
culpa se 'concretiza' em um monstro [já que ele é capaz de imaginar seu
superego maltratando-a, como algo ruim], e tem medo desta 'culpa' vestida de
monstro/bruxa, eis que surge o complexo de castração. Pois bem: está culpa
sentida do psicólogo, por querer destruir o superego (por retirar-lhe,
impedir-lhe o acesso aos seus desejos fantasiosos) ao se tornar complexa,
transfere-se para imagens mais complexas, e mais próximas da realidade e isto
vai ocorrer evolutivamente ao longo da vida. E a imagem mais forte e intensa na
qual ela irá se fixar será na fantasia da 'castração'. A castração, enquanto
imagem, fantasia, pensamento, é a primeira e mais forte sensação de punição que
o ser humano sente, e está aí a sua grande força.
Exemplo
deste caso, o psicólogo, deslocou o medo que possuía de uma retaliação do
superego [Deus] [pela raiva que sentia, mas não podia expressar], no medo de
não conseguir pastorear igreja e a meia-idade poderia machucar lhe, de tal
forma que sua profissão de teólogo e psicólogo sequer poderia leva-lo a
empregar-se no mercado de trabalho [pois não tem experiência suficiente como
psicólogo e ainda existe o preconceito por estar acimas dos 30 anos], tal é o
pavor que o psicólogo sentia até mesmo de ouvir falar sobre desemprego.
O
psicólogo sempre foi uma criança rebelde, não gostava de submeter-se a figuras
de autoridades. Mostrando-se insubordinado e autossuficiente, mas um excelente
profissional. Sua rebeldia na infância foi uma forma de superação do complexo
de Castração: a forma mais comum de superá-lo. Ou seja, a rebeldia do psicólogo
contra o superego [Deus] foi a forma como encontrou para superar o complexo de
castração pastoral.
Já
a criatividade é uma forma mais evoluída de superá-lo: encontrar novos meios de
se conseguir o objeto desejado e proibido pelas vias que acreditávamos
anteriormente. Ao mesmo tempo em que se foca em outros objetos [diferentes do
inicialmente desejado, por ser proibido] ou novos caminhos para se atingir o
que se quer, gasta-se menos energia na angústia de ser punido, do medo de
sofrer represálias, medo de não se conseguir.
Com
a finalidade de se autopreservar, o ego não consente que algumas exigências
sejam sequer desejadas conscientemente. Enquanto no plano inconsciente o superego
acusa o id, e o ego trata de reprimi-las antes mesmo que cheguem ao consciente.
Isso acaba gerando o sentimento de culpa.
Assim,
as ‘restrições externas’ que, primeiro, os pais e, depois, outras entidades
sociais impuseram ao indivíduo são ‘introjetadas’ no ego e convertem-se em
‘consciência’; daí em diante, o sentimento de culpabilidade a necessidade de
punição, gerada pelas transgressões ou desejo de transgredir essas restrições.
O psicólogo, por meio de seus instintos, é capaz de renunciar à satisfação
imediata e ao prazer, em nome da autopunição, para constituir a vida em
sociedade evitando ser rejeitado e ser amado.
Por
que pensar sobre si mesmo? Afinal, quantas vezes você já não se pegou pensando
“por que disso ou aquilo?” ou “como posso saber se aqui é o lugar certo para
mim?”. Na questão dos projetos em que o psicólogo foi rejeitado referente ao
seu campo de atuação, buscou por admiração, reputação, status, poder e as
consequências autopunitivas e responsabilidades para ser bem sucedido. Já na
busca de subempregos buscou por insucesso através da autopunição. Esse
profissional buscou em todos os sentidos a autopunição por meio dos projetos
como meio de substituir algo. Está claro a compulsão a repetição da castração
da reputação, ou seja, sentimento de culpa da perda da reputação. Em
consequência a humilhação e o sentimento de vergonha que pode gerar complexo de
inferioridade.
O
psicólogo, por meio de seus instintos de medo e culpa, é capaz de renunciar á
satisfação imediata e ao prazer do valor do seu honorário, reduzindo o preço da
consulta ou até atendendo de modo gratuito em nome da autopunição que o leva a
consequência de [privando de gozar a vida, privação de bens-materiais, com má
alimentação e outros], para ter no consultório o cliente. Com a redução de
honorário, o psicólogo se autopuni das coisas boas que o dinheiro lhe pode
proporcionar. Ou seja, por meio do mecanismo de defesa negação, o psicólogo
nega inconsciente tudo de bom que pode lhe proporcionar o dinheiro, aceitando
com isso sobreviver com migalhas e subempregos com gratificação de salário
mínimo. [...] Negação, provavelmente é o mecanismo de defesa mais
simples e direto, pois alguém simplesmente recusa a aceitar a existência de uma
situação penosa demais para ser tolerada. Ex: Um gerente é rebaixado de cargo e
se vê obrigado a prestar os mesmos serviços que exercia outrora.
Para
minorar a ansiedade, a angustia nascida do sentimento de culpa, surge o desejo
de ser punido para não ser rejeitado e continuar sendo amado pelo cliente. O
próprio psicólogo culposo pode chegar a punir a si mesmo [com redução do
honorário na sessão] ou exigir inconsciente que outros o castiguem [desejando
apenas atendimentos gratuitos ou não procurando os serviços do profissional,
não ser elegível para processos seletivos em virtude de apresentar um currículo
faltante de saberes].
Este
desejo de purificação, junto com um outro sentimento oculto de ser admirado e
ser amado por seus grandes sofrimentos [ser o mais sofredor], é o que leva
muitos indivíduos ao masoquismo. Ou ainda o psicólogo pode estar se autopunido
quanto ao dinheiro, ou seja, autopunição da falta de liquidez como meio de
substituir o dinheiro. A raiz de todos os males é o dinheiro, a esta associação
se encaixa a vida do profissional no passado que foi muito bem sucedido
financeiramente e sofreu furtos pela esposa enquanto casado com seríssimos
prejuízos financeiros levando a castração financeira. O que gerou a culpa
inconsciente em consequência a autopunição, punindo-se a si mesmo com subempregos,
ser sustentado por parentes com pequenas quantias, receber o auxílio
emergencial, porque agindo assim não tem como ninguém furtar dinheiro do
indivíduo.
Enquanto
teólogo, faz associação equivocada e juízo de valor disfuncional em relação ao
versículo. I Timóteo 6:10 - Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a
espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a
si mesmos com muitas dores. Atribui a si mesmo a culpa por esforçar-se em
ganhar dinheiro de modo honesto e pelos furtos cometidos da esposa no passado e
por isso precisa ser punido com a falta de liquidez na vida ou com viver apenas
com uma quantia mínima equivalente ao salário mínimo por ter medo de perder a
fé em Deus e ter muitos sofrimentos.
E
através do mecanismo de defesa deslocamento de raiva, desloca emoções de
hostilidade, linguagem hostil sobre o dinheiro. Responsabiliza o dinheiro pelo
complexo de castração na carreira profissional bem sucedida. Ou seja, de modo
inconsciente desloca a hostilidade atribuída a companheira maldosa para as
representações do dinheiro como, status, poder, gozar das coisas boas que o
dinheiro proporciona com a autopunição, pensando de modo disfuncional, que se
não tivesse uma vida de sucesso no passado a maldosa companheira jamais teria
roubado dinheiro levando o profissional técnico em mecânica ao infortúnio.
Ou
seja, a autopunição é feita através do mecanismo de defesa substitutivo, a
representação do desejo de ganhar dinheiro inaceitável é recalcada no
inconsciente pela falta de dinheiro. Fica então uma falta que o ego vai tentar
preencher de forma sutil e compensatória. Tentará obter uma satisfação que
substitua aquela que foi recalcada e que obtenha o mesmo efeito de prazer e
satisfação que aquela traria, mas sem que essa associação apareça claramente à
consciência.
Mas
o psicólogo agora tem insight que não perdeu a fé em Deus, mas autopuniu-se com
a falta de dinheiro na vida e traspassou para si vários problemas pela privação
de dinheiro, exemplo, má alimentação, falta de lazer, pagar aluguel em boa
casa, falta de um carro, se sujeitou ao FIES para cursar psicologia e agora tem
o nome restrito no SPC-SERASA, e por aí vai.
O
psicólogo estava com o desejo consciente em gozar de situação financeira digna
e estável, porém a vontade inconsciente em autopunir-se através da falta de
dinheiro para não perder a fé em Deus e deslocando a raiva para não precisar
amparar a hostil companheira na época quanto a pensão alimentícia e em
consequência ela seria castigada e o filho por tabela também em consequência de
suas ações de furto. Entretanto o filho
cresceu e o sujeito permaneceu se autopunindo com a falta de liquidez na vida e
só se deu conta da autopunição insensata agora na meia-idade, onde sofre
diversas privações referentes a falta de dinheiro na vida, por medo de ser bem
sucedido através do dinheiro e ser roubado novamente por pessoas próximas.
Por
isso se autopuni das coisas boas que o dinheiro proporciona na vida. A vontade de obter dinheiro foi recalcada e
reprimida em meio a uma tonelada de desejos, em sua maioria reprimidos. Para a
psicanálise querer [vontade] e desejar são dois conceitos diferentes, ou seja,
o psicólogo quer [vontade] ganhar um ótimo salário trabalhando conscientemente,
mas inconsciente não deseja essa mesma coisa, porque está agindo como sujeito
dividido entre sua consciência e seu inconsciente e esse jogo de forças se faz
presente em todo ser humano.
Referência
Bibliográfica
CHAUÍ,
MARILENA. HEIDEGGER, vida e obra. In: Prefácio. Os Pensadores. São Paulo: Nova
Cultural, 1996.
FREUD,
S. (1920), "Além do princípio do prazer” In: FREUD. S. Obras completas de
S. Freud. Rio de Janeiro: Imago, 1996, v. XVIII.
FREUD,
S. (1996). Obras completas de S. Freud. Rio de Janeiro: Imago. (1914).
"Recordar, repetir e elaborar ", v. XII
FREUD, S.
(1990). O ego e o id. In S. Freud, Edição standard brasileira das obras
psicológicas completas de Sigmund Freud (Vol. 19, pp. 423).
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