Pular para o conteúdo principal

Racismo – Respeitar é Preciso!

 Ano 2021. Escrito por Ayrton Junior Psicólogo CRP 06/147208

A Psicologia como ciência e profissão tem a oportunidade de contribuir para uma compreensão mais abrangente do racismo. Considerando os recentes avanços dos marcos legais e das políticas públicas afirmativas de direitos humanos no Brasil, a Psicologia cada vez mais é convocada para dimensionar e contribuir com o fenômeno do racismo e seus efeitos e para investir na formação de profissionais qualificados para uma atuação comprometida com a superação desta e de outras causas de grandes desigualdades no país.

Portanto, compreendemos que a discriminação racial e de gênero não se esgota na exploração de classes sociais, e que o racismo brasileiro tem perpetuado mais desigualdades raciais conferindo as pessoas negras, pessoas com identidade de gênero, lugares cada vez mais precarizados e subalternizados, assim como o sexismo naturalizado e enraizado perpetua as desigualdades de gênero. É sabido que as políticas universalistas produziram mais abismos sociais do que reduziam as desigualdades.

O termo raça é um operador social utilizado para unir pessoas que possuem semelhanças em seus aspectos físicos e, a partir desses agrupamentos, surgem atitudes negativas frente a grupos específicos. Esta concepção é uma construção social amplamente aceita e reforçada cotidianamente, pois a maioria das pessoas ainda acredita na racialização ou racialismo, isto é, na ideia de que há distintas raças humanas (ZAMORA, 2012).

Portanto, podemos perceber que a ocultação e o silenciamento dos acirramentos e das problemáticas que envolvem a questão racial no Brasil, é consciente e agenciada por interesses políticos hegemônicos que privilegia historicamente um determinado grupo, que defende claramente um projeto de nação não só excludente, mas genocida. Como então fazer qualquer leitura de opressão de classe que desconsidera o racismo como elemento fundante dessa sociedade? Assim como da opressão de gênero. É de extrema importância pensarmos as intersecções das opressões e suas combinações, pois elas vulnerabilizam socialmente determinados grupos e operam integradas, gerando formas sofisticadas de atualização das práticas racistas.

O racismo é suportado por essas lógicas, que afirmam, explícita ou implicitamente, que há uma raça superior a outras. A partir dessa discriminação, condições culturais, políticas, de desigualdades sociais e até psicológicas são tidas como oriundas de determinada raça e com isso se validam diferenças sociais a partir de supostas diferenças biológicas. Com a aceitação de que certos traços raciais são considerados inferiores, os negros, por terem a cor da pele escura, são as maiores vítimas do racismo, o que justificaria sua sujeição desvantajosa na sociedade. Esses movimentos, por fim, geram inúmeras barreiras que dificultam o acesso ao ensino superior. Vale ressaltar que o pensamento científico, que esteve sempre a serviço das classes dominantes, forneceu bases para se pensar os negros desta forma, o que legitimou a desigualdade de tratamento em relação aos brancos (ZAMORA, 2012).

Nem sempre a psicologia esteve voltada para as questões que afligem a grande massa. Considerada, por muito tempo, uma ciência a serviço de uma elite que fez, por muitas vezes, uso de suas técnicas, para a validação de diferenciações étnicas e sociais, para justificar o uso da força e para subjugar povos e garantir privilégios, ela alcança popularização quando passa a se interessar por assuntos que contemplam as necessidades sociais e isso significa olhar para fora da bolha. Voltar o olhar para os conflitos vivenciados pela grande massa popularizou a psicologia e também a salvou de permanecer como prática a serviço de um grupo fechado e privilegiado que não a sustentaria por muito tempo.

Entretanto o caráter elitista da ciência que se propõe a tratar da subjetividade que é ser um humano ainda não foi perdido, cuidar das emoções continua sendo visto, por muitos, como um capricho desnecessário. Mas vale aqui o questionamento de até que ponto nós profissionais não estamos colaborando para manutenção desse status. Psicólogas (os) que não reconhecem o caráter estruturante do racismo, como uma dinâmica social a qual limita o acesso de determinados grupos étnicos às oportunidades, embasada nas polaridades históricas de superioridade e inferioridade racial, contribuem para a manutenção e fortalecimento de compreensões alienadas e práticas violentas.

O que carecemos mesmo é nos agastar frente à violência de toda e qualquer natureza que ocorre na sociedade, na comunidade e isso inclui as ações provenientes do racismo.  O racismo é estrutural, isso significa que ele está presente na sociedade brasileira desde os primórdios de sua formação, com a colonização ibérica no continente americano e o estabelecimento de um regime escravocrata. A intenção era de transformar a população negra em mercadoria e ferramentas de trabalho. Vinha amontoada em porões de navios negreiros e as parcelas dela que sobreviviam a essa viagem eram submetidas a torturas e mantidas em condições subumanas de trabalho. Em meio à naturalização de tantas violências, a Lei Áurea surgiu, em 1888, três séculos depois do início da escravidão no Brasil, como uma resposta ao movimento abolicionista que vinha ganhando força. [...] Em sua obra “Além do Princípio do Prazer” (1920, p.34), Freud afirma: a compulsão a repetição também rememora do passado experiências que não incluem possibilidade alguma de prazer e que nunca, mesmo há longo tempo, trouxeram satisfação, mesmo para impulsos instintuais que foram reprimidos.

No entanto, embora a escravidão estivesse legalmente abolida, nenhum direito foi assegurado aos negros. Sem acesso a terras e a qualquer tipo de indenização por tanto tempo de subjugo, muitos permaneciam nos locais em que antes eram explorados ou se submetiam a trabalhos pesados e informais. No momento da abolição não houve uma forma de compensar o longo e violento processo ao qual os negros foram submetidos e a mentalidade dos brancos não mudou pela simples outorga da lei, o que de fato foi feito para assegurar igualdade racial?

Os seres humanos são sujeitos apenas enquanto pertencentes a um grupo, e existe uma aliança que se forma entre indivíduos de um mesmo grupo. O racismo seria uma dessas alianças, inconscientemente forma-se um vínculo entre essas pessoas, que, também inconscientemente, se unem e transmitem de geração em geração a ideia de que é necessário inferiorizar outras pessoas por conta de uma característica que precisa ser eliminada no caso, a negritude. […] a forte ligação emocional com o grupo ao qual pertencemos nos leva a investir nele nossa própria identidade. A imagem que temos de nós próprios encontra-se vinculada à imagem que temos do nosso grupo, o que nos induz a defendermos os seus valores. Assim, protegemos o “nosso grupo” e excluímos aqueles que não pertencem a ele. (BENTO, 2014, p. 29)

Repetidamente, o racismo é caracterizado pela opressão de uma etnia com mais poder sobre a outra. Quando se fala de racismo reverso, parte-se da ideia de que o grupo desfavorecido está oprimindo seu opressor. Um grupo étnico que sofreu mais de 300 anos de escravidão, fazendo parte de um dos últimos países do globo a abolir a escravatura fato que tem apenas 130 anos, certamente não teria a mesma força que seu opressor. Exemplo, quem se recorda do caso na mídia do entregador de app o desfavorecido humilhado que conseguiu causar opressão no opressor morador do condomínio em Valinhos por ser negro.

Além de que existe o conceito de escravidão moderna [relações de trabalho em que pessoas são forçadas a exercer uma atividade contra a sua vontade mediante formas de intimidação]. Exemplo, o entregador de app o desfavorecido humilhado conseguiu causar opressão no opressor morador do condomínio em Valinhos. Existem alguns tipos de racismo na sociedade: Deste jeito o racismo acontece de formas discrepantes para cada tipo de grupo/ e ou indivíduo, também existem distintas variações para essa prática. Explicando de modo suscinto cada um deles.

·        Racismo cultural. O racismo cultural defende que uma cultura seja superior à outra. Pode ser exposto por meio de crenças, músicas, religiões, idiomas e afins, tudo que englobe cultura.

·        Racismo comunitarista. Também conhecido como preconceito contemporâneo, esse tipo de racismo acredita que a raça não é biológica e sim, vinda de uma etnia ou cultura;

·        Racismo ecológico [ou ambiental]. Praticado contra à natureza [mãe terra], afetando comunidade e grupos.

·        Racismo individual. Parte de atitudes, interesses e pensamentos pessoais, inclusive de estereótipos.

·        Racismo institucional. Praticado por instituições e comprovado por números, dados e estatísticas. Acontece em lugares que os negros são marginalizados: trabalho, educação, um exemplo é a porcentagem de vereadores negros eleitos nas eleições de em relação aos brancos.

·        Racismo primário. Não conta com justificativas, acontece de forma mais psicológica e emocional.

O crime de racismo se configura quando alguém se recusa ou impede o acesso de uma pessoa a estabelecimentos comerciais, bem como entradas sociais, ambientes públicos, e também quando nega um emprego. O crime de racismo é inafiançável e imprescritível, ou seja, quem praticou pode ser punido independente de quando cometeu o crime. Deste modo, o problema do racismo no Brasil cai em uma espécie de amnésia por parte da grande maioria da população branca, que diversas vezes nem quando pratica o racismo se reconhece como racista. Afinal de contas, sempre foi só uma brincadeira ou um mal entendido. No mais, como pode ser essa pessoa racista se ela até tem amigos negros? Se sua empregada, seu motorista é como se fosse da família.

A verdade é que o racismo brasileiro se destaca pelo não dito e isso em psicanálise tem peso, uma vez que o não dito primeiro tende a repetir-se, por meio da compulsão a repetição e se consolida como uma negação e terceiro se legitima como algo positivo, o mito da democracia racial. [...] Freud no seu texto “Recordar repetir e elaborar” (1914), texto esse em que começa a pensar a questão da compulsão à repetição, fala do repetir enquanto transferência do passado esquecido dentro de nós. Agimos o que não pudemos recordar, e agimos tanto mais, quanto maior for a resistência a recordar, quanto maior for a angústia ou o desprazer que esse passado recalcado desperta em nós.

Em síntese, as práticas racistas se reiteram todos os dias ao mesmo tempo em que se nega todos os dias, porque vivemos na farsa da democracia racial. O racimo sempre se expressa na forma de uma violência. Violência essa relacionada à questão narcísica. Diante do outro, da diferença, há uma necessidade narcísica de eliminação deste. Tal eliminação pode ser física ou simbólica, onde se subtrai todas as qualidades do outro a ponto de esse ser desumanizado e, portanto, propícia à discriminação, à deslegitimação.

O narcisismo se apresenta como um dos estágios iniciais da vida autoerótica da criança, onde o Eu se acha plenamente ideal. Psicologicamente, o racismo vai ter um tanto de resquício narcísico, por isso ele encontra tanta guarida na psique, por mais que todos os argumentos contrários lhe digam de maneira racional que não há diferença entre as raças, que a humanidade é uma só. Que não existem raças mais ou menos inteligentes, e outros. Por outro lado, sabe-se que no racismo há um quê de angústia, a angústia vista como medo. Mas qual o medo? Em verdade, o ódio ao diferente não vem de sua diferença. Senão da semelhança que este diferente tem com o odioso. [...] Esse medo marcará nossa memória, de forma desprazerosa, e será experimentado como desamparo, “portanto uma situação de perigo é uma situação reconhecida, lembrada e esperada de desamparo” (Freud, 2006, p.162)

Dessa forma, o racismo se dá no aspecto de um conflito interno onde a estratégia psíquica é a autopreservação do narcisismo, onde eliminar o outro é eliminar também ou outro dento do próprio Eu, reconstituindo, ainda que de forma patológica, por meio da angústia e da formação de sintomas, o Eu plenamente conciliado com uma perspectiva fictícia de Ideal do Eu. Desse modo, esse indivíduo racista em conflito narcísico, que tem ódio, não pode se descobrir como racista. Ele precisa permanecer no lugar do não dito e reiterar seu preconceito, discriminação de forma positiva. [...] “A angústia é, dentre todos os sentimentos e modos da existência humana, aquele que pode reconduzir o homem ao encontro de sua totalidade como ser e juntar os pedaços a que é reduzido pela imersão na monotonia e na indiferenciação da vida cotidiana. A angústia faria o homem elevar-se da traição cometida contra si mesmo, quando se deixa dominar pelas mesquinharias do dia-a-dia, até o autoconhecimento em sua dimensão mais profunda” (CHAUÍ, 1996 p.8-9).

Com isto o negro, o diferente, não pode ser igual a mim pela via das cotas, mas da meritocracia. Quer algo mais positivo para legitimar o racismo à brasileira ao afirmar que todos podem ser iguais, todavia por seus próprios méritos. Não importando à origem social, a qualidade do ensino escolar, universitário, a alimentação diária, o salário, o tipo de emprego, o tratamento social recebido pela cor da pele, e o que você pensar enquanto termina a leitura do artigo. Mas há também uma espécie de narcisismo coletivo, social, patológico. As ideias racistas de supremacia branca em relação a outras raças encontraram abrigo nas mais variadas instituições de ensino à época, bem como nos mais diversos países, tendo na ascensão do nazismo o ápice daquilo que se tronara o holocausto contra o povo judeu e assassinato de outras tantas etnias.

Entretanto mesmo depois de desmonte teórico e empírico dessas teorias eugenistas, como elas persistem em larga escala em homens e mulheres comuns nas mais distintas classes sociais? Pois, na própria psique humana há lugar para o alojamento deste tipo de tese que ser negro no Brasil é tarefa cotidiana difícil. Onde qualquer cidadão negro já sofreu mais de uma vez a dor da discriminação racial. Seja em brincadeiras racistas, nas atitudes persecutórias de um segurança de banco, de um vendedor de loja de vestuário, de um entregador de app, seja em uma entrevista de trabalho ou em uma abordagem policial agressiva.

Além das situações vividas pessoalmente, sabe-se que a mente humana, e só a humana, reage também ao sofrimento de terceiros, sobretudo a pessoas cujo afeto nos são preciosos. O racismo produz uma patologia social no racista e um sofrimento psíquico na vítima. Compreendamos, pois que o racismo não só coloca o nego, mas também a discriminação baseada no gênero ou sexo de uma pessoa em posição de inferioridade social e isto pode conferir forte adoecimento psíquico.

 

Referência Bibliográfica

CHAUÍ, MARILENA. HEIDEGGER, vida e obra. In: Prefácio. Os Pensadores. São Paulo: Nova Cultural, 1996.

FREUD, S. (1920), "Além do princípio do prazer” In: FREUD. S. Obras completas de S. Freud. Rio de Janeiro: Imago, 1996, v. XVIII.

FREUD, S. (1996). Obras completas de S. Freud. Rio de Janeiro: Imago. (1914). "Recordar, repetir e elaborar ", v. XII

FREUD, S. O ego e os mecanismos de defesa. Rio de Janeiro: Biblioteca Universal

Popular, 1968

BENTO, Maria Aparecida Silva. Branqueamento e branquitude no Brasil . In. Psicologia Social do Racismo. Yray Carone e Maria Aparecida Silva Bento (Orgs.). 6. ed. – Petrópolis, RJ: Vozes, 2014.

ZAMORA, M. H. R. N. Desigualdade racial, racismo e seus efeitos. Fractal, Rev. Psicol., Rio de Janeiro, v. 24, n. 3, p. 563-578, Dez. 2012.

Comentários

Postagens mais visitadas

A dor da espera, [Quando Você Não Sabe O Que Fazer]

Outubro/2019. Escrito por Ayrton Junior - Psicólogo CRP 06/147208                           A intenção deste artigo é, chamar a atenção do leitor(a) para olhar o fenômeno a dor da espera que potencializa a impaciência no indivíduo anônimo ao fazer uso das redes sociais como, Facebook, Instagram, Blogger, Twitter, Pinterest, WhatsApp e outras eventualidades. Para a sociedade atual, esperar é algo muito irrefletido, incompreendido. O ser humano não foi ensinado no quesito de esperar, por tanto não gostamos e agimos como imediatistas. É mais fácil encontrar citações na Internet sobre aproveitar o dia e fazer algo acontecer, do que simplesmente algo sobre [a esperar quando não saber mais o que fazer]. A conexão de internet caiu, pronto não sei o que fazer.          No ato de esperar exige do sujeito paciência, longanimidade, lidar com...

O Seu Supereu Cruel....

  Ano 2023. Escrito por Ayrton Junior Psicólogo CRP 06/147208 O presente artigo pragmático com prudência auxilia o leitor a entender com a inteligência que o superego cruel de uma pessoa é espelhado naquele de quem o criou ou internalizou inconsciente por meio do mecanismo defesa de identificação, atributos, características pessoais, crenças sendo possível ter se espelhado em alguma figura professor de seminário, escola, universidade ou até de ministério eclesiástico com preconceitos, estereótipos e discriminação contra a psicologia. A identificação é uma atividade afetiva e relacional indispensável ao desenvolvimento da personalidade no caso o ego cristão. Como todas as outras atividades psíquicas, a identificação pode, por certo, ser utilizada igualmente para fins defensivos. De acordo com Laplanche e Pontalis, um processo psicológico pelo qual um sujeito assimila um aspecto, uma propriedade ou um atributo do outro e se transforma, total ou parcialmente, a partir do modelo ...

Professora Assassinada Em Escola E A Pulsão DE Morte Agindo Através De Um Menor

  Ano 2023. Escrito por Ayrton Junior Psicólogo CRP 06/147208 O presente artigo chama a atenção do para um excelente tópico. O sujeito e a pulsão de morte são conceitos fundamentais da psicanálise, desenvolvidos por Sigmund Freud. A pulsão de morte, também conhecida como "pulsão destrutiva", é uma das duas pulsões básicas do ser humano, ao lado da pulsão de vida. De acordo com Freud, a pulsão de morte é uma força instintiva presente em todo ser humano, que se manifesta através de desejos destrutivos, agressivos e autodestrutivos. Esses desejos são parte do inconsciente humano e são direcionados tanto para o mundo externo quanto para o próprio indivíduo. A relação entre o sujeito e a pulsão de morte na sociedade é complexa e multifacetada. Por um lado, a pulsão de morte pode ser vista como uma força que impulsiona ações destrutivas em indivíduos e grupos, como a violência, a guerra e o terrorismo. Por outro lado, a pulsão de morte também pode ser vista como uma fonte de ...

Psicólogo Fracassa Carreira Busca Academia Psicologia Social

  Ano 2023. Escrito por Ayrton Junior Psicólogo CRP 06/147208 O presente artigo chama a atenção do para um excelente tópico. Um psicólogo fracassa na carreira de psicologia, então se decidi ir para academia para alterar a imagem corporal. É possivel estar fazendo academia para compensar a perda da imagem idealizada de psicólogo. Me explique como se eu fosse um iniciante pela abordagem da psicologia Social. A psicologia social estuda como as pessoas pensam, sentem e se comportam em contextos sociais. Ela examina como as interações sociais e as normas culturais influenciam nossas percepções, atitudes e comportamentos. No caso específico de alguém que decide ir para a academia para alterar a imagem corporal após um fracasso na carreira de psicologia, podemos analisar isso sob a perspectiva da teoria da autopercepção e da teoria da compensação. A teoria da autopercepção sugere que as pessoas podem inferir seus próprios estados internos e traços de personalidade observando seu pró...

A Crença Do Não-Merecimento

Setembro/2020.Escrito por Ayrton Junior - Psicólogo CRP 06/147208 O presente artigo convida o leitor(a) a repensar sobre a crença do não merecimento na sua vida. Um adulto que foi submetido involuntariamente a uma infância com ausência de recursos onde a criança não teve as necessidades básicas plenamente satisfeitas, exemplo, alimentação, roupas, moradia digna, educação, lazer e etc. Pode ser também bastante prejudicial e de tanto ouvir, não pode isto; não temos; hoje não dá; não é pra você; não é para nós [e às vezes até, quem você pensa que é para querer isso ou aquilo, pensa que é melhor que os outros, pensa que é rico] a criança cresce e vai internalizando cada vez mais que ela não pode e não merece ter acesso a certas coisas, e na fase adulta irá reproduzir inconscientemente os pensamentos internalizados na infância.   Permita-se a avaliar a si próprio. Sente dificuldade em receber presentes? Pensa que não é digno de ter um bom trabalho? Ou se pergunta será que não mere...

Percepção, a impotência aprendida

Janeiro/2020. Escrito por Ayrton Junior - Psicólogo CRP 06/147208                        A intenção deste artigo é trazer reflexão ao leitor(a) sobre a percepção visual e a compreensão diante das circunstâncias adversas e o sentimento de impotência/ e ou incapacidade. A sensação é a capacidade de codificar certos aspectos da energia física e química que nos circunda, representando-os como impulsos nervosos capazes de serem compreendidos pelos neurônios, ou seja, é a recepção de estímulos do meio externo captado por algum dos nossos cinco sentidos: visual, auditiva, tátil, olfativa e gustativa. A sensação permite a existência desses sentidos. Já a percepção é a capacidade de interpretar essa sensação, associando informações sensoriais a nossa memória e cognição, de modo a formar conceitos sobre o mundo e sobre nós mesmos e orientar nosso comportamento. Por exemplo, um som é captado pela n...

Psicólogo Não É Super Herói

  Ano 2023. Escrito por Ayrton Junior Psicólogo CRP 06/147208 O presente artigo chama a atenção do para um excelente tópico. Psicólogo não é Super-herói, na visão da psicologia. Claro! Vou explicar como a visão da psicologia geralmente difere da ideia de um psicólogo ser um super-herói. Embora os psicólogos possam desempenhar um papel importante no apoio e na melhoria do bem-estar das pessoas, é essencial entender que eles não têm superpoderes ou habilidades extraordinárias. Humanos com habilidades profissionais: Os psicólogos são profissionais treinados em psicologia, que estudam o comportamento humano, os processos mentais e as interações sociais. Eles adquirem conhecimento, teorias e técnicas para entender os desafios emocionais, cognitivos e comportamentais enfrentados pelas pessoas. Abordagem científica: A psicologia é uma ciência que utiliza métodos de pesquisa e evidências empíricas para entender o comportamento humano. Os psicólogos baseiam sua prática em teorias com ...

Pensar, ou Agir antes de Pensar

Julho/2019. Escrito por Ayrton Junior - Psicólogo CRP 06/147208 Agir é atuar, comportar-se de que modo na presença de uma situação que provoque raiva ou apenas uma situação que o leve a consequências catastróficas, estando Ego subjugado ao Id. Assistindo ao Filme no Netflix Vis a vis que narra o sistema prisional feminino e numa fala de um ator no papel de psiquiatra e médico da prisão, onde ele fala para a diretora que é necessário pensar antes de agir, devido as consequências. No sistema prisional a pulsão de morte impera drasticamente. O Id é o componente nato dos indivíduos, ou seja, as pessoas nascem com ele. Consiste nos desejos, vontades e pulsões primitivas, formado principalmente pelos instintos e desejos orgânicos pelo prazer. As mulheres e todo o sistema prisional são regidos pela pulsão de morte, ou seja, o Id atuando através do impulso de agressividade é manifestado, antes do raciocínio lógico, prevalecendo o impulso agressivo verbal, físico ou de silêncio sobre o ...

Falta de percepção de si mesmo ou perda de identidade

Junho/2020.Escrito por Ayrton Junior - Psicólogo CRP 06/147208 O presente artigo convida o leitor(a) a repensar sobre a crise de identidade ou medo de perder o autorretrato. As vezes o indivíduo sonha que está perdendo documento como RG no sonho e tenta recuperá-lo. Atinamos que o indivíduo permanece incessantemente entrando e saindo de espaços abertos ou fechados, todos ajustados em meio a diversas leis, regras, normas e sistemas. Se o sujeito não está dentro de um contexto universitário, familiar, está dentro de um ambiente organizacional ou de desemprego e até em alguma outra situação sócio cultural que o requisite num estado padronizado de manifestação que o influencie a interagir e modificar a sua biografia pessoal. É deste modo que podemos observar o movimento que gera o aprisionamento do nosso ser essencial em uma teia que, ao atar, cega. O mais triste deste estado é que o cegar vale tanto para uma visão/ e ou percepção mais acurada sobre a realidade externa, como também pa...

Motivações Inconscientes: Psicologia Da Saúde

  Ano 2023. Escrito por Ayrton Junior Psicólogo CRP 06/147208 O presente artigo chama a atenção do para um excelente tópico. Na abordagem psicanalítica, as motivações inconscientes são consideradas determinantes do comportamento humano. Portanto, ao analisar as possíveis motivações inconscientes para um psicólogo escolher a psicologia da saúde para trabalhar em instituições, podemos explorar algumas teorias psicanalíticas que podem ser relevantes. Identificação com o sofrimento dos outros: O psicanalista pode ser motivado inconscientemente por uma identificação com o sofrimento alheio. Talvez ele próprio tenha experimentado dificuldades de saúde ou tenha tido experiências pessoais que o levaram a desenvolver empatia pelo sofrimento dos outros. Essa identificação pode ser um fator motivador para escolher trabalhar em instituições de saúde. Necessidade de cuidar dos outros: A necessidade de cuidar e proteger pode ser um impulso inconsciente para algumas pessoas. Na abordagem ps...