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Rotina, é possível sair ou não?

Outubro/2020.Escrito por Ayrton Junior - Psicólogo CRP 06/147208
Este artigo vem mostrar ao leitor(a) como podemos ser afetados emocionalmente pela Rotina. O que você vai fazer hoje? A mesma coisa que eu fiz ontem, o mesmo que eu farei amanhã: Essas coisas é que dita a rotina. Eu vou acordar, tomar café, me vestir, praticar atividades físicas,  sentar na frente do computador e escrever, pegar o transporte coletivo e chegar tarde ou justo a tempo, conversar com alguém, pesquisar na internet em sites de emprego, almoçar e o que você conseguir listar agora enquanto lê o artigo sobre a sua rotina. Claro, a noite vou assistir um filme no Netflix e depois cair na cama imaginando outras possibilidades para uma vida que é Rotina. É claro, a Rotina do carcere. Rotina [de trabalho, de desemprego, de estudo, do casamento, do esporte, dos atendimentos clínicos ou qualquer outra] é uma rota que é feita diversas vezes, um comportamento repetido, talvez repetitivo, o que podemos chamar pela psicanálise de compulsão a repetição.[...] Freud no seu texto “Recordar repetir e elaborar” (1914), texto esse em que começa a pensar a questão da compulsão à repetição, fala do repetir enquanto transferência do passado esquecido dentro de nós. Agimos o que não pudemos recordar, e agimos tanto mais, quanto maior for a resistência a recordar, quanto maior for a angústia ou o desprazer que esse passado recalcado desperta em nós.
Pensamos em quebrar essa clausura, até usamos o mecanismo de defesa da fantasia para fantasiarmos sobre isso. Ter uma rotina nos exige, pelo menos o esforço de sair dela. É uma sensação ambígua de querer e não querer e nossa zona de conforto. Confrontando essa dúvida acabamos fazendo sempre a mesma coisa. Porém, quais são os sintomas dessa espécie de doença da rotina aguda? Falta de motivação, sensação de cansaço, uma certa melancolia ou nostalgia, mudanças de humor, apatia, desesperança e essa opressiva sensação de que temos tudo, ou quase tudo. Falamos dessa sensação de vazio, indeterminada e incômoda para a qual não conseguimos identificar claramente uma razão para nos sentir assim. [...] Em sua obra “Além do Princípio do Prazer” (1920, p.34), Freud afirma: a compulsão a repetição também rememora do passado experiências que não incluem possibilidade alguma de prazer e que nunca, mesmo há longo tempo, trouxeram satisfação, mesmo para impulsos instintuais que foram reprimidos.
Por outro lado, todas as mudanças que imaginamos, quando bem analisadas, acabam parecendo um pouco absurdas, exemplo, porque vamos tentar de novo ir na agência de emprego tal se já verificamos que não tem vagas novas? Porque vamos acessar o mesmo site de busca de vagas de emprego se já acessamos ontem e constatamos que não tem vaga? Poque insistimos num relacionamento abusivo? E também discorremos sobre uma falta de novos objetivos que substituam aquilo que já alcançamos. Estes novos objetivos seriam somente a parte visível da geleira, aquilo que eles nos proporcionam na realidade é ilusão. Então, quando faltam novos objetivos é difícil que essa ilusão esteja presente. [...] O homem é projeto. A necessidade de viver é uma necessidade de preencher esse vazio, de projetar-se no futuro. É o anseio de ser o que não somos, é o anseio de continuar sendo. O homem só pode transcender se for capaz de projetar-se. Assim, ele sempre busca um sentido para sua vida. “A angústia contém na sua unidade emocional, sentimental, essas duas notas ontológicas características; de um lado, a afirmação do anseio de ser, e de outro lado, a radical temeridade diante do nada. O nada amedronta ao homem; e então a angústia de poder não ser o atenaza, e sobre ela se levanta a preocupação, e sobre a preocupação a ação para ser, para continuar sendo, para existir (MORENTE, 1980, p.316)
Finalmente, podemos considerar que a rotina assume uma enorme economia em energia, todavia também pode se transformar em um grande desperdício quando deixamos de dominá-la e passamos a ser dominados por ela, quando o risco perde toda a sua atração contra àquilo aparentemente seguro, que já repetimos com sucesso inúmeras vezes. O regresso à rotina [do desemprego] pode assim ser vivido como algum mal-estar da civilização, traduzido em sintomas de cansaço, dores musculares, fadiga exagerada, insónia, intolerância às dificuldades do dia-a-dia, preocupação excessiva e culpa. [...] Freud, em O mal-estar na civilização (1930/1976), afirma que a civilização constitui um processo a serviço de Eros, cujo propósito é combinar indivíduos isolados, famílias, nações, povos e raça numa unidade – a humanidade. A pulsão de morte, a agressividade e a hostilidade de cada um contra todos e a de todos contra um se opõem a esse programa da civilização.

Constatamos uma queda na nossa produtividade e um desânimo crescente. Muitas vezes lidamos com estes sintomas da pior forma, uma vez que não sabemos ao certo o que podemos alterar para tornar esta rotina mais suave ou não percebemos que estamos a procrastinar [adiar as tarefas indefinidamente], a comer mais, a beber mais, a dormir mais, a fumar mais, ficamos mais parados ou tentamos fazer tudo de uma vez, sem tempo para descansar ou para pensar.
Na verdade, estas soluções são apenas uma reação aos sintomas negativos, que podem ser destrutivas e podem aumentar ainda mais o nosso sentido de ineficácia e bem-estar após um período longo nesta Rotina. Imagino que possa ser complicado evitar o surgimento de problemas, mesmo problema pode ser subjetivo, ou seja, o que é um problema para uma pessoa pode não ser para outra pessoa, ou ainda o que pode causar problemas num dado momento pode não ser em outro. [...] “A angústia é, dentre todos os sentimentos e modos da existência humana, aquele que pode reconduzir o homem ao encontro de sua totalidade como ser e juntar os pedaços a que é reduzido pela imersão na monotonia e na indiferenciação da vida cotidiana. A angústia faria o homem elevar-se da traição cometida contra si mesmo, quando se deixa dominar pelas mesquinharias do dia-a-dia, até o autoconhecimento em sua dimensão mais profunda” (CHAUÍ, 1996 p.8-9).
Depreendo e imagino o quanto pode ser limitante passar uma vida evitando situações que possam ser percebidas como causadoras de problemas, será que não acabaríamos evitando também as situações que podem ser produtivas? O que percebo é que existem pessoas, ou pessoas em momentos de vida, as quais parece que as situações causam mais estresse do que causariam para outras pessoas ou causariam em outros momentos.
Repenso que neste caso, que possa ser interessante analisar o que possa estar ocorrendo com esta pessoa e assim trabalhar para que ela possa conquistar maior resiliência às situações estressantes [desemprego, tirar notas baixa na universidade, ônibus quebram e ficam superlotados]. O estresse é a capacidade de reação a um estimulo negativo. Por exemplo, alguém ouviu uma notícia de que está havendo cortes na empresa, aquele sinal de alerta que nos mobiliza a ação é estresse, não o prejudicial que acontece quando os estímulos negativos estão além da condição de reagir, embora é este estresse que poderá nos colocar em ação como por exemplo procurar por mais informações, caprichar mais em seu trabalho devido ao medo em ser demitido, para que seu nome não entre na lista de corte ou ainda se preparar para ser demitido e outros. [...] Esse medo marcará nossa memória, de forma desprazerosa, e será experimentado como desamparo, “portanto uma situação de perigo é uma situação reconhecida, lembrada e esperada de desamparo” (Freud, 2006, p.162)
Enfim, o estresse em nível ótimo nos ajuda. Ou seja, quanto mais o indivíduo perceber que consegue lidar com as adversidades maior poderá ser o aprendizado e resiliência a novos eventos similares. O ser humano se beneficia, de forma geral, da convivência com outras pessoas. A sensação de pertencer a um grupo, seja ele familiar, profissional ou mesmo o time de vôlei ao qual se torce pode gerar energia para lidar com o estresse pois a sensação de que há pessoas com quem contar costuma nos fortalecer.
O contrário disto pode levar o sujeito a contrair doenças psicossomáticas devido à falta de pertencimento a algum grupo. Neste caso a Rotina está se tornando um calabouço, ou seja, a rotina mantém em estado de privação o indivíduo diante de alguns recursos externos e internos. Por mais que o indivíduo tente inserir algum objeto novo para sair da condição de rotina, depois de um tempo está no regresso novamente. Por tanto a Rotina é uma realidade que deve ser compreendida para poder perceber os estressores que geram prejuízos a autoestima e autoconceito do indivíduo. Procurar entender que há momentos que todos os recursos que utilizar ainda será insuficiente para sair da rotina, pois as vezes dependemos do Outro diante de algum caminho já sabido ou habitualmente trilhado.
Aceitar, quando for o caso, que muitas vezes algumas situações não tem como alterar pois não depende de nós, como por exemplo a reinserção no mercado de trabalho por estar desempregado, não depende totalmente dele, existem outros fatores externos que lhe escapam desconhecidos. Flexibilizar o pensamento ou até mesmo perceber o mercado de trabalho de modo diferente do habitual como uma desgraça, quando surge a tendência de infortúnio, ou seja, perceber como catástrofe [o desemprego] e situações que poderiam ser vivenciadas de forma mais leve.
Quanto mais a pessoa encarar a rotina [ou as situações causadoras de estresse] como insuperáveis pior poderá ser sua resiliência. Contudo, quanto mais ela conseguir ver que dificuldade aparecem para todos e cada uma delas são oportunidades para aprender novas formas de superação melhor ela poderá lidar com o estresse oriundo da Rotina.
Tentar planejar e organizar para que qualquer atividade ocorra da melhor maneira. Seja um evento importante, apresentação no trabalho ou universidade, entrevista de emprego ou então tarefas cotidianas, é fundamental pensar antes sobre tudo que precisa ser feito para estar pronto para qualquer imprevisto ou Rotina.
Tanto o hábito quanto o costume remetem à rotina. Uma ordem que se repete de forma mais ou menos frequente e que nos traz segurança a zona de conforto. Removendo a dúvida da consciência; tendemos a nos proporcionar estratégias já conhecidas para ter sucesso ao abordar problemas que aparecem habitualmente. Pode ser que a opressão da rotina [do desemprego, da solidão, do estudo, dos afazeres domésticos, do namoro e outros] seja uma doença menor [lesão por esforço repetitivo, uma gripe] ou própria de pessoas com recursos suficientes que precisam se preocupar com questões superficiais, ou pode ser que não, pois na verdade a Rotina combinada com outros elementos, como a desmotivação, perda de esperança percebemos que é uma das causas mais comuns pelas quais os pacientes recorrem à psicoterapia.




Referência Bibliográfica
BOCK, A. M. B.; FURTADO, O.; TEIXEIRA, M. L. T. Psicologias: uma introdução ao estudo de Psicologia. 14. ed. São Paulo: Saraiva, 2008
CHAUÍ, MARILENA. HEIDEGGER, vida e obra. In: Prefácio. Os Pensadores. São Paulo: Nova Cultural, 1996.
FREUD, S. (1920), "Além do princípio do prazer” In: FREUD. S. Obras completas de S. Freud. Rio de Janeiro: Imago, 1996, v. XVIII.
FREUD, S. (1996). Obras completas de S. Freud. Rio de Janeiro: Imago. (1914). "Recordar, repetir e elaborar ", v. XII
FREUD, A. O ego e os mecanismos de defesa. Rio de Janeiro: Biblioteca Universal
Popular, 1968
FREUD, S.Mal-estar na civilização. (1930[1929]) In: ______. Edição Standard brasileira das obras psicológicas completas. Trad. Jayme Salomão. Rio de Janeiro: Imago, 1976.v.XXI, p. 75 -174.
GONÇALVES FILHO, J. M. Humilhação Social – um problema político em
Psicologia. Revista Psicologia USP. São Paulo, vol 9, n. 2, 1998.
MORENTE, MANUEL G. Fundamentos da filosofia: lições preliminares. 8 edição. São Paulo: Mestre Jou, 1980.

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