Ano 2023. Escrito por Ayrton Junior Psicólogo CRP 06/147208
O
presente artigo tem a intenção de redirecionar o leitor a apreender sobre o
pensar psicanalítico. Pois, pensar psicanalítico é uma forma de abordagem e
compreensão do funcionamento da mente humana, criada por Sigmund Freud no final
do século XIX. Através de sua teoria, Freud propôs uma nova forma de entender a
psique humana, diferenciando-se das abordagens anteriores, que se concentravam
na análise do comportamento visível.
De
acordo com a psicanálise, a mente humana é composta por três partes: o
consciente, o pré-consciente e o inconsciente. O consciente é a parte da mente
que temos controle e consciência imediata, ou seja, nossos pensamentos,
sentimentos e comportamentos que podemos perceber e acessar facilmente. [...]
Em sua obra “Além do Princípio do Prazer” (1920, p.34), Freud afirma: a
compulsão a repetição também rememora do passado experiências que não incluem
possibilidade alguma de prazer e que nunca, mesmo há longo tempo, trouxeram.
O
pré-consciente é a parte da mente que contém informações que podem ser trazidas
à consciência com algum esforço ou recordação, como memórias ou conhecimentos
adquiridos. Já o inconsciente é a parte mais profunda e obscura da mente, onde
se encontram os desejos, medos, impulsos e memórias reprimidas que não temos
acesso consciente, mas que podem influenciar nossos pensamentos, sentimentos e
comportamentos. [...] Esse medo marcará nossa memória, de forma
desprazerosa, e será experimentado como desamparo, “portanto uma situação de
perigo é uma situação reconhecida, lembrada e esperada de desamparo” (Freud,
2006, p.162).
A
psicanálise busca entender o funcionamento da mente a partir da investigação
desses conteúdos inconscientes, que muitas vezes podem estar por trás de
sintomas e comportamentos que não são facilmente compreendidos. A partir de
técnicas como a associação livre, a interpretação dos sonhos e a análise do
material transferencial, o psicanalista busca acessar esses conteúdos
inconscientes para ajudar o paciente a compreender suas questões emocionais e
psicológicas. [...] Freud no seu texto “Recordar repetir e elaborar”
(1914), texto esse em que começa a pensar a questão da compulsão à repetição,
fala do repetir enquanto transferência do passado esquecido dentro de nós.
Agimos o que não pudemos recordar, e agimos tanto mais, quanto maior for a
resistência a recordar, quanto maior for a angústia ou o desprazer que esse passado
recalcado desperta em nós.
Além
disso, a psicanálise reconhece a importância do contexto histórico, social e
cultural na formação da psique humana. De acordo com Freud, a sexualidade e as
relações familiares têm um papel fundamental na formação da personalidade, mas
também reconheceu a influência de fatores sociais e culturais, como a religião,
a moral e a política, na maneira como as pessoas pensam e se comportam.
Recapitulando,
pensar psicanaliticamente é uma abordagem que busca compreender a mente humana
a partir da investigação dos conteúdos inconscientes, que muitas vezes estão
por trás de nossos comportamentos e sintomas. Ao compreender esses conteúdos, o
psicanalista pode ajudar o paciente a desenvolver uma compreensão mais profunda
de si mesmo, promovendo um maior bem-estar emocional e psicológico.
Referência
Bibliográfica
FREUD,
A. O ego e os mecanismos de defesa. Rio de Janeiro: Biblioteca Universal
Popular, 1968
FREUD,
S. (1920), "Além do princípio do prazer” In: FREUD. S. Obras completas de
S. Freud. Rio de Janeiro: Imago, 1996, v. XVIII.
FREUD,
S. (1996). Obras completas de S. Freud. Rio de Janeiro: Imago. (1914).
"Recordar, repetir e elaborar ", v. XII
Comentários
Postar um comentário