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Medo Do Futuro, A Desordem Da Qual Você Se Queixa

 Ano 2023. Escrito por Ayrton Junior Psicólogo CRP 06/147208

O presente artigo tem a intenção de redirecionar o leitor a retornar a atenção seletiva a fim de descortinar qual é a sua responsabilidade na desordem da qual você se queixa. O conceito de desordem na psicologia é percebido como distúrbios e perturbações que prejudicam a mente, os sentimentos, a vida social, a percepção de realidade, as relações sociais e muito mais. Elas chegam, até mesmo, a ocasionar dificuldades físicas. Resumidamente, prejudicam o bem-estar e a saúde da pessoa como um todo.

E você qual é a sua responsabilidade da desordem social causada na manifestação da qual você reclama? É lógico que você nunca parou para repensar neste tema, pois evidentemente pensará que não tem responsabilidade alguma, por andar ansioso, preocupado, temeroso, impaciente e outros comportamentos inadequados.

Basta procurar um profissional da saúde como psicólogo e participar de algumas sessões de psicoterapia ou psiquiatra para pedir medicação e tudo estará resolvido em breve. Ou ainda buscar um padre, pastor ou conselheiro espiritual porque os problemas são de ordem sobrenatural. E agora existe alguma responsabilidade sobre o tema ou não?

No entanto o conceito de queixa pode ser concebido como uma reclamação inicial que impulsiona uma busca por escuta, a demanda pode ser entendida como o real pedido [motivo] de ajuda - e não a reclamação pela qual o indivíduo foi à clínica.

Queixa principal é o que o paciente comenta como motivo da consulta. Em psiquiatria/psicologia ela pode ser depressão, pânico, medo excessivo, pensamentos obsessivos, insônia, problemas conjugais, problemas com filhos, abuso de drogas, delírios, alucinações, ideias de perseguição dentre outros.

Enquanto a queixa pode ser concebida como uma reclamação inicial que impulsiona uma busca por escuta, a demanda pode ser entendida como o real pedido [motivo] de ajuda - e não a reclamação pela qual o indivíduo foi à clínica. A demando do paciente, nos dias atuais, não difere serviços de saúde de outros tipos de serviços e exige comodidade, conveniência e atendimento que reflitam suas preferências e condições.

Algumas demandas para a psicologia como problemas mais gerais como dificuldades nas relações familiares, dificuldades em realizar atividades remotas, temor do futuro profissional, também figuram entre as demandas mais recorrentes no nosso cenário.

O medo do futuro é o sentimento subjetivo de ansiedade de uma pessoa em relação a outros eventos da vida. O medo do futuro é atualizado como resultado da exposição a fatores estressantes, incluindo eventos subjetivamente positivos para uma pessoa, por exemplo, um movimento desejado, a aparência de uma criança, aproximação da meia-idade que implica na recolocação no mercado de trabalho.

O medo do futuro é uma dúvida sobre a capacidade de lidar com os obstáculos e problemas apresentados. Muitas vezes, uma pessoa percebe a falta de fundamento do medo do futuro, que não está naturalmente ligado a eventos objetivos. Muito pelo contrário, quanto mais incompreensível é a sua natureza, mais viscoso, o estado oprimido pode provocá-los.

Tentativas de ignorar o medo não são bem-sucedidas e o medo retorna com seu poder anterior. De fato, o medo do futuro é um medo do desconhecido. Devido ao evento esperado, sua proximidade ou mesmo a possibilidade teórica de origem, o ambiente usual mudará, enquanto a precisão das mudanças e sua previsibilidade não são claras. Ou ainda, o medo de não saber mais o que fazer diante de certa situação.

E como reduz a sensação de segurança, provoca ansiedade e se manifesta como medo do futuro. Provocar medo de uma situação futura é muitas vezes, a morte de pessoas queridas, às vezes até animais de estimação, doenças, familiares e parentes, especialmente de natureza hereditária, trauma, acidentes de trânsito, proximidade de hostilidades, mudança, instabilidade de posição econômica, perda e mudança de emprego, mudança de situação pessoal como divórcio, casamento, gravidez, parto.

Situações que não estão diretamente relacionadas à pessoa também podem ser provocativas por exemplo, visualizar notícias comuns e de guerra, especialmente aquelas apresentadas de forma chocante.

Podemos dizer que a causa pode ser um evento que esgotará a oferta de resistência psicológica, porque uma sequência de eventos de pequeno nível de estresse como, participação em processos seletivos com feedback negativos, prospecção de clientes sem êxito que levará potencialmente ao mesmo medo do futuro do que um significativamente tangível.

Exemplo, um sonho em que um indivíduo se enxerga deitado com uma moça, que está excitando o seu pênis e então por entre a sua calcinha ele sente os pelos de sua vagina e tenta excitá-la, mas ela não deixa.

A intepretação do sonho se mostra da seguinte maneira, no qual por meio do mecanismo defesa repressão, o ego reprimiu o seu desejo de gozar adiando para um tempo futuro ou momento apropriado, isto é, quando o Id estiver interessado em aliviar a angustia do ego. E com isto aciona inconsciente outros mecanismos de defesa do ego.

A libido busca o prazer na futuridade, seja ele sexual, profissional, emprego, clientes, pessoas, produtos, curso acadêmico, um automóvel ou qualquer tipo de reconhecimento, esporte, entre outros afinal, cada indivíduo é único, assim como seus desejos.

A repressão é talvez o mais significativo dos mecanismos de defesa em que sentimentos e impulsos reprimidos podem levar ao uso de muitos outros mecanismos. De acordo com a teoria psicodinâmica de Sigmund Freud, os desejos impulsivos do id da psique são impedidos por serem preenchidos pelo ego, que observa o princípio da realidade como o mercado de trabalho, vagas de emprego, ausência de clientes e que nossas ações são restringidas pelo nosso ambiente, incluindo a etiqueta social.

Além disso, o superego atua como nossa bússola moral, induzindo sentimento de culpa por ter experimentado os desejos irracionais que o id cria. A repressão é o esquecimento ou a negação inconsciente de detalhes significativos do comportamento, detalhes que são incompatíveis com o auto retrato que estamos tentando manter.

Na repressão há um bloqueio na consciência dos conflitos geradores de ansiedade ou de distúrbios na motivação. Eles são submersos no inconsciente.

Com o anseio reprimido ego aciona o mecanismo de defesa raiva e medo do futuro, levando-o a se sentir rejeitado pelo Id. A rejeição é capaz de prejudicar a autoestima do ego deixando-o inseguro e com culpa, influenciando na desordem motivacional intrínseca e extrínseca. Ego sente a necessidade de aliviar-se da tensão gerada pela energia libidinal acumulada para acalmar-se da raiva e sentir-se seguro, amparado.

Ego por meio do mecanismo defesa substitutivo, tem intenção de vincular-se ao Id como substituto para aliviar-se da raiva e medo do porvir e por meio do mecanismo defesa deslocamento, pretende deslocar a raiva e a insegurança em forma de ejaculação no Id como meio de obter o alivio da angustia que gera medo verdadeiro/falso.

E por meio do mecanismo defesa ato falho, ego se esquece de detalhes do suas atitudes como insegurança, culpa, nervosismo, impaciência que considera desconcordante com a auto imagem que está tentando conservar de autoconfiante.

E através do mecanismo defesa negação que provavelmente é o mecanismo de defesa mais simples e direto, o ego simplesmente recusa a aceitar a existência de uma situação penosa demais de desemprego e escassez monetária para ser tolerada, por exemplo.

Por intervenção da recusa trata-se de eliminar uma representação incômoda que o ego está sob o domínio do Id, não a apagando [anulação] ou recusando [denegação], mas negando a própria realidade da percepção ligada a essa representação que o Id está no controle do desejo do ego, impedindo-o de chegar ao orgasmo que representa o seu projeto.

Não há necessidade de o ego recalcar o medo em ser controlado pelo Id, a recusa incide sobre a própria realidade do ego que é sentir medo venturo, e que se tornou consciente e não é levada em conta como tal.

Então ego através do mecanismo defesa anulação, tenta desfazer ou cancelar simbolicamente o medo subsequente de não conseguir trabalhar nunca mais que é uma experiência que considera intolerável. Exemplo, Joe está desempregado, sem dinheiro e com possibilidade de ser despejado da moradia no futuro. Recebe um convite para participar de uma entrevista de emprego para a vaga de operador de cobrança de cartão de crédito, mas não tem experiência nesta vaga.

Contudo o desespero de ser despejado da moradia o leva a participar da entrevista, arriscando-se para superar o medo porvindoiro, a insegurança. Joe começa a ter atitudes de ansiedade, olhando constantemente no WhatsApp, pois recrutador lhe informa que a obterá uma resposta positiva ou negativa do processo, e após dois dias recebe a resposta negativa do processo seletivo. Joe fica decepcionado, triste e surge o medo sequente de não conseguir um emprego a tempo de pagar o aluguel.

Joe procura manter-se autoconfiante diante desta situação intolerável, com a intenção de cancelar simbolicamente o medo do futuro de que é possível que não nunca mais consiga empregar-se no mercado de trabalho por diversas razões.

E mediante o mecanismo defesa denegação em que a ansiedade realista seria o medo de alguma coisa no futuro, por exemplo, não conseguir empregar-se é o representante pulsional incômodo não é recalcado, e a ansiedade moral seria aquela que decorre do medo de ser punido [sentirei culpa se fizer o que estou querendo fazer que é não buscar mais emprego de home office/subempregos], mas o ego depende dele, recusando-se a admitir que possa se tratar de um medo porvindouro que o atinja pessoalmente.

A origem do medo a realidade virtual A origem das contrariedades do ego encontra-se no seu próprio interior, já que sua tendencia de mudus viventi é completamente inaceitável para os padrões de comportamento que deseja transparecer para a sociedade com a qual convive. O medo surge quando o ego se sente incapaz de dar uma solução para alcançar o seu projeto ou desejo.

Em certos casos essa tendencia é conhecida e a luta pela dissimulação é consciente, mas em grande parte das situações o ego considera a sua verdade tão perigosa de desemprego e escassez monetária que consegue dissimula-la de si mesmo, e o medo de ser por ela vencido determina a construção de uma imensa barreira psicológica na tentativa de sua completa eliminação.

O medo de não conseguir resistir ao desemprego e a escassez monetária determina o esquecimento real da verdade que conquistará um emprego e clientes pagos que o levará a demover-se da escassez.

Para esse combate é montada uma realidade virtual, onde seus valores devem ser muito rígidos, de modo a não permitir nenhuma espécie de desvio de seu próprio comportamento é a construção da barreira. O medo é usado para a auto preservação da vida podendo ser real ou imaginário/falso.

E o mecanismo defesa bloqueio que é a inibição, geralmente temporária habitualmente, de fenômenos emocionais agradáveis ou desagradáveis produzidos por uma influência exterior do princípio de realidade, como desemprego, despejo de moradia por falta de pagamento, ausência de clientes, pensamentos automáticos disfuncionais ou impulsos que são considerados desejos súbitos e pouco racional de medo ou raiva que impele a agir de determinada maneira frente as certas situações.

Ego mobiliza assumir o controle por intervenção do mecanismo defesa controle, na tentativa exagerada de manejar ou regularizar os acontecimentos ou os objetos do ambiente no interesse de minimizar a ansiedade e resolver conflitos internos, entre ele e o Id.

Qual será a responsabilidade na desordem da qual este sujeito se queixa? E se for você leitor este indivíduo, qual é a sua responsabilidade na desordem da qual você se queixa? Ah!!!, não parou para repensar né.

O ego é responsável na desordem da qual ele se queixa sobre o medo de no futuro não conseguir um emprego aos 59 anos de idade e clientes providos de papel moeda para assalariar seus serviços, por exemplo. A responsabilidade do ego está em manter a sua autoestima e autoconceito, a fé em si mesmo e na sua religião se tiver uma, e atualização na sua carreira profissional, por exemplo.

E de algum modo aliviar a tensão acumulada raiva, usada como forma de proteger-se da insegurança advinda do princípio de realidade o mercado de trabalho, escassez de dinheiro, conflitos familiares, maus tratos de violência verbal oriundas de parentes próximos, se sentir envergonhado e humilhado por ser desprovido de autossustento e ser amparado com pequena quantia em dinheiro por parentes próximos, perda de autonomia financeira, por exemplo.

Qual a sua responsabilidade na desordem da qual vosmecê se queixa? Para mudarmos, é preciso olhar para dentro de nós mesmos, nos conhecer, saber quais são nossos projetos, medos, limites, possibilidades, alegrias, ou melhor, aquilo que nos faz bem ou mal.

A partir daí, poderemos saber qual é a nossa responsabilidade diante de tudo o que nos aconteceu e o que nos acontece diariamente. Somente assim, poderemos enxergar com clareza que o Id não tem culpa e não é responsável pelo nosso descontentamento e que apenas através da busca constante, interminável e diária é que seremos de fato gratificados.

Ego é responsável por si mesmo e pelas suas escolhas; e são elas que definirão quem realmente é o ego. Devemos aprender com o Id, e subtrair tudo de melhor da relação que estabeleceu com ele, mas nunca, em hipótese alguma, deve-se culpá-lo por algo que não foi permitido e pelas expectativas que o ego criou.

Então, o que ego tem feito para cuidar da auto estima e autoconceito, a fé em si mesmo e no seu criador? O ego é vítima ou autor da própria história? Ego vai permitir que as situações e ou Id controle o ou não? Como ego tem lidado com a sua autorresponsabilidade.

Procure se conhecer, faça algo de bom, reflita sobre como ego tem levado a sua vida, cobre-se menos, aceite-se como é, saiba que todos nós somos imperfeitos e humanos, se autoavalie, conheça seus limites e possibilidades acima de tudo.

E por que se culpar? Responsabilização não é sinônimo de culpabilização. A culpa provem do superego, que faz sofrer, machuca, adoece, envelhece, destorce a percepção. Ela não é do Id, mas também não é do ego. Se responsabilize, mas não se culpe. Perdoe a si mesmo, e perdoe o Id como forma de escapar a compulsão a repetição da autopunição ao se sentir culpado. [...] Freud no seu texto “Recordar repetir e elaborar” (1914), texto esse em que começa a pensar a questão da compulsão à repetição, fala do repetir enquanto transferência do passado esquecido dentro de nós. Agimos o que não pudemos recordar, e agimos tanto mais, quanto maior for a resistência a recordar, quanto maior for a angústia ou o desprazer que esse passado recalcado desperta em nós.

O Id não é o culpado pela desgraça do ego, independentemente do que ele tenha feito. Todas as vezes que nos desequilibramos de alguma forma, um morador da nossa mente, chamado Id, nos impulsiona a resolver a contrariedade, para que possamos ter de volta a paz interior. Acontece que esse morador só quer prazer e, como não podemos nos permitir tudo o que desejamos, acabamos reprimindo esses assuntos mal resolvidos no nosso inconsciente.

E assim o ego, deixa de fazer o que realmente gostaria, seja por preocupação com o que o Id vai pensar, seja pelos seus desejos não estarem de acordo com o que o Id estabelece. Todo comportamento do Id que contribui para causar incomodo no ego, aponta que está mal resolvido no ego. E não tem como fugir a não ser aceitar, exercer a paciência e depreender que o desejo foi adiado para outro momento mais realista.

O modo de agir do Id é dele, a forma como o ego reage ao Id é sua, e fala sobre o ego. Enquanto o ego não aceitar que tem que cuidar da autoestima, da fé em si mesmo e no criador, irá se magoar, se sentir inseguro, ter pensamentos automáticos de que não conseguirá empregar-se e ninar a sua autoestima.

O Id não é o culpado pelo seu desgosto, independentemente do que ele tenha feito ao ego, como impedindo de o ego aliviar-se da angustia, obtendo a acalma e tranquilidade que dá a sensação do orgasmo.

Se o Id fez algo que te incomodou e que o ego acha errado, olhe para si e veja se o ego também não gostaria de ter feito como o Id, mas não se permite ou não tem coragem porque existe dentro do ego uma bussola moral chamada de superego que o censura. Não tem como mudar o que não aceita, e, se o ego não mudar, continuará sofrendo desanimado porque o Id não é o que gostaria que ele fosse.

O ego tem pouca capacidade de suportar as desilusões que lhe são impostas e por isso manipula os mecanismos de defesa a seu favor para aliviar-se das angustias. O olhar para as contrariedades expressa mágoa e rancor; a depressão, o desespero e a desesperança e são sinais que denunciam a imaturidade em lidar com as experiências acumuladas.

É culpa do governo, é culpa do mercado de trabalho, é culpa do cliente que é desprovido de dinheiro. Cruzar os braços e apenas apontar o dedo para encontrar culpados para os problemas, sejam de ordem pessoal ou social é sem dúvida, muito mais prático e reconfortante.

Mas, se responsabilizar, se informar, questionar valores e atitudes pode ser incômodo e trabalhoso, mas é também libertador, porque agora ego é capaz de assumir as rédeas e a sua parcela de responsabilidade na desordem que tanto se queixa, para poder quem sabe, organizar ao menos a sua parte nesse caos que gera desprazer. [...] Em sua obra “Além do Princípio do Prazer” (1920, p.34), Freud afirma: a compulsão a repetição também rememora do passado experiências que não incluem possibilidade alguma de prazer e que nunca, mesmo há longo tempo, trouxeram.

Se colocar numa situação conflituosa e de conformismo é um tanto quanto tentadora nesses momentos. Mas qual é o conflito real? O conflito entre o ego e o id, talvez esse seja o momento de transformar, de mudar valores, quebrar tabus e conceitos deturpados, talvez essa seja a verdadeira demanda que tanto incomoda o ego.

Mas, e esse incômodo? Ele serve para uma real transformação ou apenas para apontar o culpado como o Id? Como dizia Freud: Qual a sua responsabilidade na desordem pela qual o ego se queixa? Essa pergunta é totalmente relevante para entender o porquê da situação que vivencia o ego e o Id.

No entanto, se perguntarmos ao ego como ele enxerga o conflito, é capaz de acreditar que é sempre algo criado pelo Id, o qual não se tem responsabilidade e que se sente completamente impotente.

Que tal começar se questionando sobre a sua própria vida, sobre as suas questões e escolhas pessoais. Como ego lida com as suas contrariedades, como tenta evoluir através delas? Ego apenas senta, reclama e espera o id mudar de opinião. Ou escolhe ser o responsável pelas perdas e ganhos, pelos erros e acertos.

Enquanto ego não perceber qual é a sua responsabilidade nos problemas e insatisfações pelos quais está passando, nada irá mudar. E isso não engloba apenas olhar para si mesmo, mas sim enxergar em um âmbito muito mais amplo que inclui também o seu papel no cuidado emocional.

O conflito é capaz de promover algo que o ajude a transformar valores ultrapassados para poder construir novos conceitos e atitudes mais éticas e humanas.

Talvez o que o ego chama de ser controlado pelo Id, seja um recomeço, um momento de mudanças significativas, em todos os setores, seja recompor sua própria recessão financeira, estagnação no seu trabalho de psicologia, instabilidade emocional na sua família, empregar-se em algum setor do mercado de trabalho dentre outros.

O ego é responsável pelas desordens das quais se queixa, pela desordem da qual vive e sabe que não são poucas. Sejam de ordem pessoal ou não, alguma coisa é capaz de fazer para mudar o que desagrada, o que incomoda, o que está aguardando para ser transformado.

Eu não sei você, mas, muitas vezes, eu me apercebo avaliando e manejando meus sonhos na tentativa de descortinar qual é a minha responsabilidade na imutabilidade e/ou publicação de pensamentos e condutas que eu mesmo critico [considerado o pai da psicanálise, Freud já indagava: Qual é a sua responsabilidade na desordem da qual você se queixa?]

O medo é uma sensação em consequência da liberação de hormônios como a adrenalina, que causam imediata aceleração dos batimentos cardíacos. É uma resposta do organismo a uma estimulação aversiva, física ou mental, cuja função é preparar o sujeito para uma possível luta ou fuga.

O desempregado e falto de papel moeda, está totalmente exposto ao medo. Cada vez que o indivíduo participa de um processo seletivo, está se expondo para superar o medo de permanecer na ociosidade involuntária, mas ao receber feedback negativo do recrutador é fomentado o sentimento de tristeza e a emoção medo ressurge ocultamente.

O medo essa sensação impede que a pessoa avalie a situação de forma realista e, embora perceba que o medo é exagerado, ela não consegue evitar a ansiedade. Os sintomas desaparecem quando o estímulo deflagrador, como participar de processo seletivo é percebido como positivo então o acesso medo some de vista. E reaparece quando o estimulo desencadeador é retirado recebendo o feedback negativo que permite o acesso do medo aparecer.

Em se tratando do exemplo do sonho, o ego tem a sensação de que a rejeição o impede que avalie a situação de que o Id mante o controle do seu desejo de forma realista e, embora perceba que o medo é exagerado, e não consegue evitar a ansiedade. Os sintomas de medo desaparecem quando o estímulo deflagrador propiciado pelo Id que é o adiamento do projeto para momento apropriado tiver resposta aplausível para o ego, então o acesso some de vista.

O ego ideal é composto de todas as nossas regras de bom comportamento. A consciência é composta das regras pelas quais comportamentos são considerados ruins. Quando nos envolvemos em ações que estejam em conformidade com o ideal do ego, nos sentimos bem sobre nós mesmos ou orgulhosos de nossas realizações. Quando fazemos coisas que a nossa consciência considera ruins, nós experimentamos sentimento de culpa.

O superego se esforça pela perfeição moral, sem levar em conta a realidade. O superego está presente em todos os três níveis da consciência. Devido a isso, às vezes podemos sentir culpa sem entender exatamente o motivo. Exemplo, em que no sonho o Id [mulher] não permitiu que o ego o excitasse na vagina.

Quando o superego atua na mente consciente, estamos conscientes dos nossos sentimentos resultantes. Se, no entanto, o superego age inconscientemente para punir ou reprimir o id, podemos acabar com sentimento de culpa e sem compreensão real do porque nos sentimos assim. No sonho, o desejo do Id foi reprimido pelo superego ocultamente.

As metas do superego, onde a ação principal do superego segundo Freud é suprimir inteiramente quaisquer impulsos ou desejos do id que são considerados erradas ou socialmente inaceitáveis.

O ego serve como mediador, um facilitador da interação entre o id e as circunstâncias do mundo externo. Enquanto o id anseia cegamente e ignora a realidade, o ego tem consciência da realidade, manipula-a e, dessa forma, regula o id.

O ego obedece ao princípio da realidade, no caso as vagas de emprego ofertadas no mercado de trabalho, os clientes em potencial que podem comparecer a sua presença para adquirir seus produtos, refreando as demandas como a ansiedade, a insegurança, a raiva em busca do prazer até encontrar o objeto apropriado como o emprego ou cliente a fim de satisfazer a necessidade e reduzir a tensão.

O id contém a energia psíquica básica, ou a libido, e se expressa por meio da redução de tensão. Assim, ego atua na tentativa de reduzir essa tensão a um nível mais tolerável. Para satisfazer às necessidades e manter um nível confortável de tensão, é necessário interagir com o mundo real.

Por exemplo, ego se acha em busca de um emprego, e caso queira descarregar a ansiedade, insegurança induzida pelo desemprego, deverá fazer o possível e impossível para ser contratado.

Para isso, é necessário estabelecer alguma espécie de ligação adequada entre as demandas de desejo oriundas do id e a realidade que se apresenta através das vagas de home office, repositor de estoque, operador de loja, operador de cobrança e outras.

O id cria as demandas, isto é, o esforço/ e ou estímulos para encontrar ou conseguir um emprego/clientes, e o ego acrescenta as necessidades da realidade, quer dizer, a carência de dinheiro e o superego incorpora a moral à ação.

Segurando a onda dos elementos mais radicais dessas influências, o resultado pode ser um indivíduo em paz consigo mesmo ainda que, às vezes, sua consciência tenha de recorrer a escudos e disfarces para chegar lá.

O ego é a estrutura mental que permanece mais próxima da realidade. Uma vez tendo-se diferenciado a partir do id, o ego frequentemente entra em conflito com este [conflito interno – conflito dentro da consciência]. O ego controla o aparelho muscular e o sensorial. Pode dirigir a atenção e pode reprimir certas percepções.

O ego não existe sem o id; ao contrário, o ego extrai sua força do id. O ego existe para ajudar o id e está constantemente lutando para satisfazer os instintos do id. No exemplo do sonho o Id não deseja fornecer a energia libidinal suficiente para mover o ego pela trilha, apontando que o ego se acha paralisado acatando as ordens do Id.

Observe-se então, através do sonho que, obviamente, o superego estará em conflito com o id. Ao contrário do ego, que tenta adiar a satisfação do id para momentos e lugares mais adequados, o superego tenta inibir a completa satisfação do id proibindo o de realizar o seu desejo de aliviar a tensão do ego por meio do orgasmo.

Assim Freud imaginava a constante luta dentro da personalidade quando o ego é pressionado pelas forças contrárias insistentes. O ego deve tentar retardar os ímpetos agressivos e sexuais do id, perceber e manipular a realidade caótica de desemprego e o medo em ser despejado da moradia por falta de pagamento, para aliviar a tensão resultante, e lidar com a busca do superego pela perfeição. E, quando o ego é pressionado demais, pelo princípio de realidade, pelo superego e o id o resultado é a condição definida por Freud como ansiedade.

O ID é impulsionado pelo princípio do prazer, que se esforça para a gratificação imediata de todos os desejos, vontades e necessidades. Se essas necessidades não são satisfeitas imediatamente, o resultado é um estado de ansiedade ou tensão. Se estivéssemos completamente guiados pelo princípio do prazer, estaríamos tomando empregos de outras pessoas para satisfazer os nossos próprios desejos.

Por isso o superego refreia os desejos do Id, impedindo que as vezes o ego seja aprovado em concursos públicos, vagas de home office de cobrança de cartão de crédito, vagas de psicólogo, telemarketing ativo, repositor de supermercado, operador de loja de supermercado, sofra com a carência de clientes pagos e por aí o que vosmecê pensar enquanto lê o artigo.

O ego opera com base no princípio da realidade, que se esforça para satisfazer os desejos do id de formas realistas e socialmente adequadas. O princípio de realidade pesa os custos e benefícios de uma ação antes de decidir agir sobre desistir ou ceder aos impulsos.

Em muitos casos, os impulsos do id podem ser satisfeitos através de um processo de gratificação atrasada, onde o ego acabará por permitir o comportamento, mas apenas no momento e lugar apropriados.

O ego também descarrega a tensão criada por impulsos não satisfeitos através do processo secundário, em que o ego tenta encontrar um objeto [emprego/cliente] no mundo real que corresponde a imagem mental criada pelo processo principal do id.

E a partir do momento em que o ego tem desvelado a representação dessa imagem emprego/cliente elaborada pelo Id, o estimulo deflagrador que é a dúvida, a incerteza e o medo do futuro some de vista. E de pronto, é restituído, digo, reabilitado a autoconfiança, a fé em si mesmo e no criador que havia se perdido.

 

 

Referência Bibliográfica

FREUD, A. O ego e os mecanismos de defesa. Rio de Janeiro: Biblioteca Universal Popular, 1968

FREUD, S. (1920), "Além do princípio do prazer” In: FREUD. S. Obras completas de S. Freud. Rio de Janeiro: Imago, 1996, v. XVIII.

FREUD, S. (1996). Obras completas de S. Freud. Rio de Janeiro: Imago. (1914). "Recordar, repetir e elaborar ", v. XII

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  Ano 2023. Escrito por Ayrton Junior Psicólogo CRP 06/147208 O presente artigo chama a atenção do para um excelente tópico. Um psicólogo está incerto quanto a desistir da psicologia, por causa dos fracassos na empregabilidade e prospecção de clientes. Quais são as possíveis as razões para desistência e as incitações reprimidas para não desistir. Vamos compreender por meio da abordagem psicanálise. Na abordagem psicanalítica, as motivações conscientes para desistir ou continuar podem ser deixadas considerando-se diversos aspectos externos reais psicológicos e emocionais do indivíduo. Vou explicar alguns possíveis estímulos para cada uma das situações: Motivações para desistir: 1. Frustração com a falta de empregabilidade: O psicólogo pode se sentir desencorajado devido às dificuldades em encontrar emprego na área ou estabelecer uma carreira sólida. Isso pode levar à sensação de fracasso e desmotivação para continuar no campo. 2. Dificuldade na empregabilidade: Pode haver uma ...

Dinâmica De Poder na Clínica De Psicologia

  Ano 2025. Escrito por Ayrton Junior Psicólogo CRP 06/147208 O presente artigo chama a atenção do leitor para um excelente tópico. Na abordagem do processo grupal, a dinâmica do poder no consultório clínico entre psicólogo e cliente pode ser analisada sob a ótica das relações interpessoais e da influência que cada um exerce sobre o outro. Algumas características dessa dinâmica incluem: 1. Relação Assimétrica, Mas Não Autoritária O psicólogo ocupa uma posição de facilitador e detém conhecimento técnico, o que lhe confere um certo poder. No entanto, esse poder não deve ser exercido de forma autoritária, mas sim como um meio de criar um ambiente seguro para a exploração emocional e psicológica do cliente. 2. O Cliente Também Possui Poder O poder no consultório não está apenas com o psicólogo. O cliente detém o poder de escolher o que compartilhar, como reagir às intervenções e até mesmo de interromper o processo. Em um modelo de processo grupal, entende-se que o cliente pod...

Cultura Da Substituição E Silenciamento: O Custo Invisível Da Não Implementação Da NR1 Nos Supermercados

  Ano 2025. Escrito por Ayrton Junior Psicólogo CRP 06/147208 O presente artigo chama a atenção do leitor para um excelente tópico. Durante sua atuação como fiscal de caixa em um supermercado, o profissional que também é psicólogo encontrou uma oportunidade singular: transformar o ambiente de trabalho em um verdadeiro laboratório de observação comportamental. Em meio à rotina operacional, ele utilizou seu olhar clínico e sensibilidade psicológica para analisar, de forma ética e consciente, os comportamentos, interações e dinâmicas sociais presentes no cotidiano da loja. Esse espaço, por sua diversidade de pessoas, tornou-se um campo fértil para compreender as relações humanas em múltiplos níveis: desde as expressões sutis de emoções nos rostos dos clientes, passando pelas reações impulsivas diante de situações de estresse, até os vínculos interpessoais estabelecidos entre os colaboradores. A convivência com pessoas de diferentes classes sociais, idades e culturas proporcionou a...

Meu Nome Era Eileen – Espelho Do Psicólogo

  Ano 2025. Escrito por Ayrton Junior Psicólogo CRP 06/147208 O presente artigo chama a atenção do leitor bpara um excelente tópico. Vamos analisar o filme "Meu Nome Era Eileen" (título original: Eileen ), disponível na Netflix, sob a ótica da psicologia social , com uma linguagem própria para narração em um podcast como o "Ainda Sou Podcast por Ayrton Júnior, psicólogo". Aqui vai uma proposta de roteiro com descrição do enredo e interpretação psicossocial : 🎙️ Título do episódio: “Meu Nome Era Eileen”: um retrato sombrio da identidade e influência social 🎧 Narrado por Ayrton Júnior, psicólogo “Meu nome era Eileen.” Assim começa a jornada silenciosa de uma jovem presa entre o tédio de sua rotina e a força invisível da repressão social. Vivendo numa pequena cidade americana da década de 1960, Eileen trabalha em um reformatório masculino. Sua vida é solitária, marcada por uma convivência disfuncional com o pai alcoólatra e pela rigidez mora...