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Medo De Dirigir Automóvel

 Ano 2023. Escrito por Ayrton Junior Psicólogo CRP 06/147208

O presente artigo tem a intenção de esclarecer para o leitor sobre o medo de guiar automóveis. Dirigir está ligado ao fracasso ou sucesso em nossas vidas. Acreditamos que, para atingir a qualidade de vida esperada, precisamos ser motoristas. Conduzir um carro tornou-se basicamente uma necessidade na vida das pessoas. O medo é muito mais do que um simples sentimento, ele é um reflexo de nossos pensamentos, uma emoção.

O medo, se utilizado como limite para a proteção individual instintiva, ele é benéfico em muitas situações da vida. Mas, em outras, principalmente quando é exagerado, pode atrapalhar muito. A insegurança que a pessoa sente nas aulas de volante a deixa com muito medo dos exames do Detran.

O medo é uma emoção completamente natural, que é um mecanismo de proteção que nos mantém vivos. surge em diversas situações. No entanto, quando esse medo evolui e passa a comprometer o seu dia a dia e as suas relações, há o risco de ele ter se tornado uma fobia.

Numa vida cada vez mais influenciada pela mobilidade, não conseguir dirigir pode ser problemático. Ele pode significar perder uma oportunidade de emprego ou até mesmo algo como não conseguir levar os filhos ao colégio. Porém, quando o problema começa a afetar diretamente as nossas vidas, ele precisa urgentemente ser tratado.

Existe psicólogo para quem tem medo de dirigir? Sim é a terapia para perder o medo de dirigir irá trabalhar para exatamente encontrar os gatilhos mentais que causam o desconforto. O profissional trabalhará na identificação deles e promoverá o autoconhecimento e o fortalecimento das capacidades mentais.

Quem enfrenta a amaxofobia [medo de dirigir] pode se sentir incapaz de dirigir, suar, ter sua frequência cardíaca aumentada e pensar em situações catastróficas. Isso pode acontecer tanto ao entrar em um carro quanto ao pensar em dirigir. O medo de dirigir, ou amaxofobia, surge como qualquer outro medo.

Nós entendemos o que deve ou não ser temido à medida que temos experiências positivas ou negativas em nossas vidas. Esse processo se chama aprendizado. Logo, sentir medo é um processo natural que você treinou para que acontecesse, assim como andar de bicicleta, escovar os dentes ou cozinhar. Essa sensação desagradável surge em função da associação que você faz com a direção.

Imagine um homem de cinquenta anos. Essa pessoa dirige desde seus dezoito anos e nunca teve grande problemas com a direção. Entretanto, certa vez ele dormiu no volante e seu carro capotou. O homem não se machucou e rapidamente recebeu alta do hospital. Pouco tempo depois ele já estava pronto para voltar a dirigir.

Quando entrou no carro pela primeira vez após o acidente, ele paralisou. Sentiu seu coração disparar, suou frio e sua visão perdeu o foco. Ao entrar no carro o homem começou a ter um ataque fóbico. Por quê? O acidente foi uma situação marcante em que essa pessoa não teve controle sobre a direção. Mesmo com toda a experiência que ele tinha, o ocorrido foi inevitável.

Neste exemplo, fiz questão de criar uma relação de causa e efeito muito fácil de ser entendida [a pessoa sofre um acidente e começa a ter medo de dirigir]. Só que a realidade não é tão simples assim. Casos como este realmente existem, mas é possível, também, desenvolver o medo de dirigir por vários outros motivos.

Este medo pode surgir pelo excesso de cobrança de outras pessoas, pelo seu excesso de cobrança, inseguranças e outros. Cada pessoa tem um estilo diferente de direção. Por isso o medo pode se manifestar de formas diferentes. Algumas pessoas ficam ansiosas e aceleram demais, outras acabam sofrendo pequenos acidentes constantemente, alguma se comportam como adolescentes buscando desenfreadamente outro motorista que aceite participar de raxas por entre as avenidas. [...]Mecanismo defeso regressão é um retorno a um nível de desenvolvimento anterior ou a um modo de expressão mais simples ou mais infantil. É um modo de aliviar a ansiedade escapando do pensamento realístico para comportamentos que, em anos anteriores, reduziram a ansiedade.

 

Para entender se você tem ou não amaxofobia é importante entender seu próprio comportamento. Para facilitar esse processo separei uma lista dos perfis de motoristas mais comuns. Descubra qual é o seu!

O professor: O motorista professor é aquele que adora ensinar. Sempre fala o que deve ser feito, critica o erro das outras pessoas e raramente presta atenção aos próprios equívocos. Pessoas com esse perfil não olham para si mesmas e enganam o medo ao ficar falando de outros motoristas.

O sabichão: O sabichão é aquela pessoa que sempre tem razão. Ele é o melhor motorista, todos os outros estão errados e apenas ele entende o que é o correto a ser feito. O sabichão raramente aceitaria ter medo de algo, já que ele disfarça o medo usando uma autoconfiança forçada.

O competidor: Competidor ou corredor é o motorista que sempre gosta de ficar na frente de outros carros. Ele acelera no sinal amarelo e vê o trânsito como sua pista de corrida. Quem tem esse perfil ignora o medo de dirigir ao focar em seu objetivo no trânsito, que é ficar em primeiro lugar.

O carrasco: O motorista carrasco tem só uma missão no trânsito: punir outros motoristas. Caso ele veja alguma coisa que discorde, ele sai do carro para brigar, faz fechadas perigosas e não se importa muito com o próprio carro. Esse perfil de motoristas tende a esconder o próprio medo por trás da sensação de segurança e poder que existe em punir pessoas se utilizando da raiva e agressividade. [...] Deslocamento, este mecanismo está relacionado à sublimação e consiste em desviar o impulso de sua expressão direta. Nesse caso, o impulso não muda de forma, mas é deslocado de seu alvo original para outro. Exemplo, ao ser despedido de uma empresa, um funcionário leal sente raiva e hostilidade pela forma como foi tratado, mas usualmente tem dificuldade de expressar seus sentimentos de forma direta.

O escapista: O motorista escapista é aquela pessoa mais distraída. Ele coloca músicas e canta junto, se distrai na conversa com o passageiro, conversa ao telefone dentre outras coisas. Nesse caso, o motorista ignora o medo de estar dirigindo e foca em outras coisas, o que acaba oferecendo ainda mais riscos para sua segurança.

Amaxofobia, acho que é essa a palavra que você está procurando. Ela é definida por psicólogos como medo irracional de dirigir, e é tratável como quaisquer outros tipos de fobias.

É um medo muito comum, ele pode ser curado, mas para isso é necessário analisar uma série de fatores, tais como a origem desse medo. É importante saber que nossos medos, pelos mais bobos que sejam, eles têm uma causa e saber onde começou é essencial para eliminar a fobia de sua vida. [...] Esse medo marcará nossa memória, de forma desprazerosa, e será experimentado como desamparo, “portanto uma situação de perigo é uma situação reconhecida, lembrada e esperada de desamparo” (Freud, 2006, p.162).

A fobia pode ser definida como um medo descontrolado, meio irracional e que surge mediante situações, objetos, pessoas ou lugares que nem sempre representam perigo iminente. Alguns fatores genéticos podem contribuir também para o surgimento de fobias, pois são capazes de desregular as substâncias hormonais, o que influência nas respostas cerebrais. Um dos motivos relacionados as causas das fobias são traumas no passado ou experiências negativas como um objeto ou evento.

Muitos pensamentos, emoções e os principais sentimentos são transferidos de pais para filhos também. Tais informações, positivas ou não, ficam no subconsciente até que serem despertadas por um gatilho emocional. Muitos dos medos adquiridos durante a infância são manifestados apenas na idade adulta.

Assim, a fobia surge pela combinação de gatilhos específicos, os quais são influenciados pela instabilidade emocional típica da ansiedade. Uma grande maioria dos casos estão relacionados à medos cujas influências podem ter relação com o histórico familiar. No caso da amaxofobia, pode ser uma lembrança de um acidente ou uma experiência desagradável relacionada a automóveis.

A fobia também pode ser causada por ansiedade, dirigir um automóvel requer responsabilidade sobre a vida de diversas pessoas. Quem é ansioso pode se sentir pressionado a respeito disso. O medo de dirigir é classificado como Transtorno Fóbico Social, ou Transtorno de Ansiedade Social, o qual consiste no medo da exposição pública.

Insegurança emocional, baixa autoestima e descontrole da ansiedade são, dentre tantas, as consequências resultantes do transtorno fóbico social. medo de dirigir pode ser tratado, a Terapia Cognitivo Comportamental é uma maneira eficiente de tratamento. Ela é realizada por meio de técnicas de dessensibilização, exposição gradual ao medo e psicoeducação. [...] Em sua obra “Além do Princípio do Prazer” (1920, p.34), Freud afirma: a compulsão a repetição também rememora do passado experiências que não incluem possibilidade alguma de prazer e que nunca, mesmo há longo tempo, trouxeram.

Para combater o medo de dirigir é necessário compreendê-lo. Há pessoas que tem fobia de túneis, pontes ou rotas especificas. Também existem casos de pessoas que tem medo de levar um passageiro no carro ou de ser o passageiro no veículo. Um dos principais motivos das pessoas terem medo de dirigir é ser julgado por terceiros. É extremamente importante selecionar bem as pessoas que vão estar ao seu lado durante o processo de superação.

Escolha bem seu companheiro: Um dos principais motivos das pessoas terem medo de dirigir é ser julgado por terceiros. É extremamente importante selecionar bem as pessoas que vão estar ao seu lado durante o processo de superação. É bom ter apoio de um amigo (a), namorada (o), marido, esposa, pais ou irmãos, desde que estejam juntos para ajudar. Os passageiros devem estar cientes de que o motorista está tentando superar sua fobia, então deve haver paciência.

Planeje e treine: Para superar o medo tem que botar o pé no acelerador. Estabeleça uma rotina e planeje rotas, criar metas pessoais é extremamente importante. Escolha um dia com ruas menos movimentadas e saia, vá para o mercado perto de casa e vai, gradualmente, elevando a distância.

Acredite em si: A autoconfiança deve ser trabalhada para auxiliar a superar esse desafio. No processo de tirar a carteira de motorista, mesmo se não conseguir de primeira, poderá tentar outra vez e tentar quantas vezes for necessário, até sentir-se seguro.

O medo é algo natural do ser humano, é um mecanismo de defesa instintivo, ele faz parte do nosso instinto selvagem. Mas quem tem medo de dirigir tem amaxofobia? Não necessariamente.

Existe uma diferença entre medos e fobias. O medo normalmente não passa de um temor, uma hesitação ou níveis leves de pavor. Quando o medo entra em uma dimensão muito preocupante, ele se torna pavoroso e foge ao controle, o que faz com que ele evolua para fobia.

A fobia tem uma particularidade, o controle emocional. A dificuldade em lidar com as emoções envolvidas na situação faz com que as pessoas com fobias canalizem toda ansiedade para uma condição angustiante e que a torna frágil e insegura. Isso ocorre quando alguma circunstância do passado desperta os sentimentos negativos e alude às lembranças que causam as fobias.

Dirigir um automóvel pode ser sinônimo de liberdade e independência, por isso se você tem o sonho de dirigir, dirija. Assim, o medo pode ser compreendido como uma reação inerente ao ser humano que funciona como um sinal de alerta. Diante de um perigo ou risco real, como, por exemplo, dirigir à noite em uma estrada pouco movimentada, o medo é algo esperado e útil. Esse medo é considerado normal ou positivo quando facilmente se desfaz após o perigo passar, sendo uma emoção indispensável que nos prepara para suportar e reagir a situações de ameaça (Tavares e Barbosa, 2014).

Porém, quando esse medo se torna desregulado, isso gera problemas. Existem pessoas que manifestam um medo exacerbado e paralisante frente à uma situação e acabam por desenvolver sentimentos de frustração, sofrimento e incapacidade. Essas pessoas sentem um medo desproporcional à realidade apresentada, podendo desencadear reações como paralisia, evitação da situação e até mesmo sintomas físicos como tremores, sudorese, aumento da frequência cardíaca, enjoos e outros (Barboza, Costa, Nachif & Júnior, 2020).

Estes são alguns sintomas característicos da fobia. "A fobia é caracterizada por um medo acentuado, persistente, excessivo e desproporcional à situação vivenciada. Esse medo fóbico causa um prejuízo emocional muito grande por ser algo limitador e ocorre de forma tão intensa que as racionalizações não são suficientes para diminuí-lo"- informa a psicóloga (Schmitz, 2020).

Por esse motivo, falas como "Não precisa ter medo. Mantenha a calma. Dirigir é simples" não surtem efeito para essas pessoas, já que o medo que se têm vai além da razão. Fobia de dirigir: Amaxofobia: A fobia de dirigir ou amaxofobia faz parte das fobias específicas, caracterizando-se por um medo A medo acentuado e persistente que se manifesta de forma excessiva ou irracional frente a presença ou mesmo acentuado mesmo antecipação da situação fóbica, trazendo prejuízos para a vida da pessoa (APA, 2014).

Essa fobia pode manifestar em diversos graus, de forma mais leve ou mais intensa e suas origens variam e são particulares para cada pessoa, dependendo de questões como as influências sociais, o contexto histórico-cultural e o ambiente (CORASSA, 2006).

De acordo com Aurinez "quando a pessoa apresenta um medo fóbico é importante identificar qual a causa desse medo desproporcional". Isso também se aplica à fobia específica de dirigir. "As causas externas, como, por exemplo, sofrer um acidente, podem desencadear essa fobia. Contudo, na literatura e também na prática clínica, esse fenômeno é mais relacionado com as questões individuais. É importante destacar que a fobia tem um significado próprio para cada pessoa", complementa a psicóloga (Schmitz, 2020).

Bellina (2005), sobre o medo de dirigir destaca a dificuldade da pessoa frente à incompreensão e julgamentos da sociedade, já que muitas pessoas veem o ato de dirigir como uma habilidade motora fácil de ser aprendida. Porém, como lembra a autora, o medo de dirigir, como qualquer fobia, é um transtorno psicológico e não uma incapacidade de aprender.

Neste sentido, existe tratamento, contudo o primeiro passo é a própria pessoa admitir o problema, possibilitando assim, a busca de ajuda profissional. Sobre este aspecto, a psicóloga Aurinez Schmitz ressalta a preocupação com os estereótipos que a sociedade e até mesmo alguns psicólogos criam sobre o medo de dirigir, associando, por exemplo, não conseguir dirigir um veículo com não conseguir dirigir a própria vida.

Geralmente, o que vemos na prática clínica é o contrário: as pessoas dirigem sua vida muito bem. Esses estereótipos, muitas vezes, fazem com que essas pessoas se sintam sem saída, justamente por estarem bem nas outras áreas da vida. A psicóloga ainda lembra que essa fobia acaba afetando a autoestima dessas pessoas e é importante identificar esse medo e também o sofrimento associado (Schmitz, 2020).

A amaxofobia pode atingir ambos os sexos, camadas sociais, econômicas e culturais. Apesar disso, a literatura disponível sobre a epidemiologia do medo de dirigir na população geral aponta que a maioria das pessoas com esse problema são do sexo feminino. Antigamente, as mulheres tinham uma vida independente do carro, já que dirigir era uma tarefa exclusivamente masculina.

Além disso, o medo de dirigir também traz muito sofrimento aos homens, no entanto estes ainda têm muita dificuldade em aceitar esse medo e procurar ajuda, muitas vezes por influência de uma sociedade ainda muito machista (Corassa, 2006).

Principais características das pessoas com medo de dirigir: De acordo com Corassa (2006) algumas das características observadas são o medo de errar e o medo da exposição e da avaliação dos outros. São indivíduos que se ressentem com as críticas e exigem demais de si e dos outros, observam as falhas do outro e sofrem antecipadamente pelo erro que podem cometer. "O que se observa é que o perfil das pessoas que não dirigem por medo é de pessoas sérias, comprometidas, exigentes consigo mesmas e perfeccionistas. Ou seja, são pessoas detalhistas e meticulosas, muitas vezes não suportam errar e têm dificuldades para lidar com sua exigência. E então o que elas fazem? Evitam a situação, não tentam" (Schmitz, 2020).

E essa é outra característica muito importante quando se trata do paciente fóbico: a evitação. "Além do psicólogo, a pessoa que tem medo de dirigir também precisa se dar conta dessa característica que, de modo geral, aparece em forma de desculpas famosas quando a pessoa está quase indo dirigir, como: Hoje não vou, pois está chovendo muito! O sol está muito forte e vou me sentir mal. A pessoa cria desculpas para evitar a situação que, para ela, tem a tendência a ser maximizada" - complementa a psicóloga (Schmitz, 2020).

Corassa (2006), classifica as pessoas com fobia de dirigir em dois grupos, sendo o primeiro constituído por aqueles que já tiveram algum contato, de qualquer tipo, com um acidente envolvendo um veículo e o segundo constituído por pessoas que distorcem a imagem do carro e ficam ansiosas somente em pensar em dirigir. Outra característica dessa fobia é o fato de que há pessoas que apresentam o medo de dirigir em situações específicas, uma vez que cada pessoa possuí suas causas e estímulos particulares e dirigir é uma atividade múltipla que envolve uma enorme gama de comportamentos (Bellina, 2005).

Por isso, algumas pessoas conseguem dirigir em cidades, mas têm medo de dirigir em rodovias ou de dirigir a noite em estradas, por exemplo. Além disso, um aspecto comum da amaxofobia é que as pessoas apresentem alguma comorbidade, ou seja, que esse medo de dirigir esteja associado à outro transtorno psicológico, como, por exemplo, um nível elevado de ansiedade generalizada, fobia social, Transtorno do Pânico, Transtorno de Estresse Pós-Traumático, Transtorno Obsessivo Compulsivo, entre outros (Corassa,2006).Através do tratamento, a pessoa irá entender esse medo, aceitar que ele existe e transformá-lo em um medo suportável, que não obstaculize ou paralise" (Schmitz, 2020).

Nos casos de fobias como essa, a psicoterapia é um excelente meio para auxiliar a pessoa a trabalhar os aspectos emocionais e práticos ao mesmo tempo, por meio do resgate da autoestima e da diminuição da ansiedade, valorizando os pontos fortes da personalidade, favorecendo o autoconhecimento e criando comportamentos eficazes para que a pessoa volte a dirigir (Barp & Mahl, 2013).

A fobia está relacionada muitas vezes à dificuldade de lidar com o afeto, mas cada caso é um caso. O que se identifica muitas vezes na prática clínica é que trabalhar com o paciente fóbico exige o cuidado de saber quando se aproximar e o quanto essa pessoa permite essa aproximação, pois uma característica importante do perfil das pessoas fóbicas é a evitação, incluindo a evitação do afeto. Por isso, algumas vezes é difícil a adesão dos pacientes com transtornos fóbicos ao tratamento, já que quando o psicólogo se aproxima de suas questões pessoais isso assusta e faz com que se recolha” (Schmitz, 2020).

Outro aspecto relevante nesses casos é a questão da habilidade. "Quanto mais treinamos mais ficamos preparados para encarar a situação". E nesse ponto, o papel do psicólogo é fundamental. "Em termos de Psicologia é importante tratar as questões emocionais para que a pessoa consiga também fortalecer sua habilidade prática. Pois quanto mais essa pessoa se sentir com habilidade prática para dirigir, mais ela se sentirá confiante" - complementa Aurinez. Fica evidente que o sujeito necessita praticar dentro do ambiente que lhe causa ansiedade e medo. Com isso, as habilidades necessárias para conseguir dirigir serão reforçadas (Bellina, 2005).

O medo é um estado psíquico que surge quando pensamos em situações catastróficas que podem vir a acontecer no futuro. Quanto mais ficamos apenas pensando, maior o medo se torna e mais difícil é começar a fazer o que queríamos. Por isso você não pode ficar pensando muito. Enfrente seu medo e comece a dirigir. Pegue o carro e dê uma volta pelo quarteirão.

Pode começar aos poucos, mas o importante é começar para deslocar da compulsão a repetição da resistência do ganho secundário do ego. [...] Freud no seu texto “Recordar repetir e elaborar” (1914), texto esse em que começa a pensar a questão da compulsão à repetição, fala do repetir enquanto transferência do passado esquecido dentro de nós. Agimos o que não pudemos recordar, e agimos tanto mais, quanto maior for a resistência a recordar, quanto maior for a angústia ou o desprazer que esse passado recalcado desperta em nós.

Para tratar as fobias, de maneira geral, é por meio de uma terapia. O medo de dirigir pode ser tratado, a Terapia Cognitivo Comportamental é uma maneira eficiente de tratamento. Ela é realizada por meio de técnicas de dessensibilização, exposição gradual ao medo e psicoeducação. Aceite os seus medos; escreva sobre os seus medos; cultive pensamentos positivos; ressalte as suas vitórias, converse sobre os seus medos com amigos e familiares; foque na sua respiração; faça terapia. O pavor ao se dirigir é algo muito amplo, mas tem algumas características em comum.

Normalmente as pessoas têm receio de errar e das consequências do erro. Elas ainda podem ficar envergonhadas ou acharem que estão atrapalhando outros motoristas.

 

 

 

Referência Bibliográfica

AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. (2014). DSM-5 - Manual Diagnóstico e Estatístico de TranstornosMentais . Artmed, ed.5, mai. 2014.

BARBOSA, B. R., Costa, K. S., Nachif, N. F. C., & Júnior, R. da C. S. (2020). A avaliação psicológica e omedo de dirigir : Possibilidades de aplicação da bateria fatorial de personalidade. Braz. J. Hea. Rev.,Curitiba, v. 3, n. 4, p. 9942-9958 jul./aug. 2020.

BARP, M., Mahl, A. (2013). Amaxofobia: um estudo sobre as coisas do medo de dirigir. Unoesc & Ciência -ACBS, Joaçaba, v. 4, n. 1, p. 39-48, jan./jun. 2013. Disponível em:<https://portalperiodicos.unoesc.edu.br/>.

BELLINA, C. C. de O. (2005).Dirigir sem Medo . São Paulo: Casa do Psicólogo, 2005.

BÍBLIA, A. T. Samos. In BÍBLIA. Português. Bíblia Evangélica: Antigo e Novo Testamentos. Tradução Versão de João Ferreira de Almeida Corrigida 1948 (JFAC). São Paulo.

FREUD, A. O ego e os mecanismos de defesa. Rio de Janeiro: Biblioteca Universal Popular, 1968

FREUD, S. (1920), "Além do princípio do prazer” In: FREUD. S. Obras completas de S. Freud. Rio de Janeiro: Imago, 1996, v. XVIII.

FREUD, S. (1996). Obras completas de S. Freud. Rio de Janeiro: Imago. (1914). "Recordar, repetir e elaborar ", v. XII

SCHMITZ, A. R. (2020). Medo de dirigir . Instagram. 2020.

 

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