Ano 2023. Escrito por Ayrton Junior Psicólogo CRP 06/147208
O
presente artigo convoca o leitor a avaliar a sua competência para resolver
problemas e para analisar a resolução de dificuldades. O enfrentamento
caracteriza-se pela junção de estratégias cognitivas e comportamentais usadas
pelos indivíduos, para o controle das demandas internas e externas, avaliadas
como sobrecarga ou que excedam a capacidade do organismo.
Segundo
a teoria transacional, o enfrentamento é um processo que decorre da interação
entre o indivíduo e o ambiente, influenciado pelos traços de personalidade
desta pessoa e experiências prévias que possa ter constituído para a aquisição
de recursos emocionais, comportamentais, cognitivos e sociais para lidar com
situações adversas.
Tais estratégias de enfrentamento deverão
acontecer, portanto no sentido de minimizar a pressão física, emocional e
psicológica relacionada a acontecimentos desencadeantes de estresse, resultando
no ajustamento psicossocial do indivíduo e consequentemente na melhoria da
qualidade de vida e do equilíbrio mental. [...] Em sua obra “Além do
Princípio do Prazer” (1920, p.34), Freud afirma: a compulsão a repetição também
rememora do passado experiências que não incluem possibilidade alguma de prazer
e que nunca, mesmo há longo tempo, trouxeram.
Sendo
assim, apenas esforços conscientes e intencionais são considerados estratégias
de enfrentamento. Há estratégias de enfrentamento utilizadas como práticas
religiosas, enfrentamento focado no problema, respaldada na memorização de
versículos bíblicos e suporte social. A fé constitui um modo de pensar
construtivo. Um sentimento de confiança de que acontecerá o que se deseja. A fé
em Deus é um sentimento arraigado em nossa cultura e é tão necessária quanto
outros modos de enfrentamento.
Discorrendo sobre este sonho, onde faz 20 anos que o
indivíduo não ingeri bebida alcoólica, isto é, pensando a respeito deste
devaneio. Fulano entra no bar do japonês no bairro chamado Vila Teixeira em que
morou quando era jovem e tinha bastante homens bebendo. Então fulano vai até o
balcão que estava acostumado a pedir bebida para o japonês, mas o lado do
balcão havia sido reformado. Então procurou ali o Pereira colega de bebedeira,
mas ele não está ali. Resolve pedir ao japonês uma pinga com limão e uma
cerveja e retira do seu tórax uma blusa de frio, porque está com calor neste
momento.
Construindo em análise e interpretando este sonho, não se
trata do desejo de voltar a ingerir álcool depois de 20 anos, uma vez que
encontrou libertação do vício ao aceitar a Jesus Cristo como seu salvador, mas
a comportamentos do mecanismo defesa regressão para aliviar a ansiedade que o
sujeito usou no passado como embriagar-se.
Sinalizando que foi época em que trabalhava numa organização.
Fazia uso do álcool, juntamente com um amigo num boteco para aliviar-se dos
conflitos organizacionais produzido pelo trabalho, como estratégia de
enfrentamento.
Ego através do mecanismo defesa regressão, tem desejo de se
comportar com atitudes infantis de quando aliviava o desprazer a angustia se
alcoolizando no passado, alterando a consciência para enganar-se da angustia
fugindo da realidade por meio do mecanismo defesa fuga. Digo, a recaída tenta
impedir a busca de resolução de incômodos e motivação para continuar vivendo.
Ego manuseava o alcoolismo no passado como estratégia de
enfrentamento desadaptativa para fugir da angustia provocada pelo princípio de
realidade, o que pode provocar confusão mental, o que torna o ego incapaz de
pensar com clareza e agilidade.
O vício como um mecanismo de fuga emocional visa a obtenção
de prazer e extinção da dor emocional. Algumas contrariedades como a falta de
emprego, de dinheiro, de moradia, conflitos no trabalho, de autonomia, podem
servir como gatilhos emocionais para o alcoolismo, como ansiedade, angústia e
insegurança, servindo como grandes facilitadores para alguém começar a beber ou
afastamento das contrariedades sem o uso de álcool com a intenção de evitar o
confronto.
Este sonho aponta que o indivíduo no aqui-agora enfrenta
conflitos que o impulsiona de modo inconsciente a agir regredindo a posturas do
passado por falta de estratégia de enfrentamento, como o sujeito não manuseia a
ingestão de álcool, percorre por entre o mecanismo defesa fuga.
Quer dizer, ocorre durante um período difícil, uma situação
aversiva em que a pessoa sente uma necessidade muito grande de remover, sair do
incômodo que causa a situação atual.
Como, dormir, devaneios, drogas, hiperatividade e outros. Nota,
muito comum em situações ou fases difíceis, quando estamos insatisfeitos com a
vida ou quando acessamos o vazio deixado pela auto alienação de nosso self [eu
verdadeiro], nessas três situações, é muito comum devanear ou fugir.
Fazemos isso de diversas formas, dormindo excessivamente,
sonhando acordado evitando ação e construção da realidade, drogas, álcool,
jogos, internet, trabalhando comendo, comprando, praticando sexo e fazendo
exercícios de uma forma exagerada, tudo isso para não entrarmos em contato
conosco mesmos e nossos incômodos.
Ego encontrou um substituto para o álcool a 20 anos atras, por
meio do mecanismo defesa substitutivo o cristianismo e agora é capaz de não
estar percebendo no aqui-agora com clareza, a religião como meio de enfrentamento
para a condição a qual se depara.
A estratégia de enfrentamento o treinamento em habilidades
sociais ou autocontrole é usado em pacientes que não possuem habilidades
interpessoais e intrapessoais adequadas ou que não conseguem controlar o seu
estado emocional se não for através do álcool. Foi observado que os viciados
consomem menos álcool se, em uma situação social estressante, dispuserem de uma
estratégia de enfrentamento alternativa.
Exemplo, eu desejo e consigo abster-me do álcool, mesmo com
minhas inseguranças, porque na realidade eu sou autoconfiante. O paciente é
orientado a mudar o estilo de vida relacionado ao consumo da substância. Além
disso, inclui técnicas como a resolução de problemas, terapia comportamental familiar,
aconselhamento social e treinamento para a busca de emprego.
Consiste em fazer com que o consumo de álcool deixe de ser um
reforçador para que a abstinência seja a meta. Para isso, é necessário o
envolvimento em atividades agradáveis, como atividades físicas, academia,
cinema especialmente aquelas que não envolvem beber, juntamente com o
companheiro. Um exemplo ensinar aos membros não-alcoólatras maneiras de reduzir
os abusos físicos, estimular a sobriedade e procurar tratamento.
O
funcionamento de uma pessoa, ou por outra, o modo como o indivíduo age em
diversas áreas de sua vida, se embriagando é capaz de trazer prejuízos à saúde,
perda de emprego, conflitos familiares, problemas com a justiça, dificuldades
financeiras, violência e acidentes são alguns dos problemas provocados pelo uso
excessivo do álcool.
Também
é comum utilizar o álcool como falso recurso para lidar com situações
problemáticas da vida, alimentando expectavas e falsas crenças sobre os bons
efeitos do álcool, podendo transformar o uso eventual em dependência. [...]Mecanismo
defeso regressão é um retorno a um nível de desenvolvimento anterior ou a um
modo de expressão mais simples ou mais infantil. É um modo de aliviar a
ansiedade escapando do pensamento realístico para comportamentos que, em anos
anteriores, reduziram a ansiedade.
Além da dependência, o alcoolista também pode desenvolver
dependência psicológica ao álcool. A falsa crença de que a bebida acabará com
as emoções ruins e as frustrações, reduzirá sensações de ansiedade e ajudará a
resolver problemas do cotidiano, como o desemprego, o divórcio, a promoção de
cargo que chegou e nutre o desejo do indivíduo de continuar ingerindo
quantidades cada vez maiores de álcool. A família é o principal alicerce na
vida de alguém e não é diferente no tratamento do alcoolismo.
Muitos familiares acreditam que não podem ajudar ou que já
fizeram o bastante para que seu ente querido saia do alcoolismo. Sentimentos de
medo, raiva, culpa ou rejeição são comuns em familiares que desconhecem o aborrecimento.
Por essa razão, informar, orientar e apoiar também os familiares do alcoolista
é de suma importância e deve fazer parte do tratamento. Não se pode negar que
existe uma herança ancestral para o alcoólico.
O dependente de um alcoolista, é capaz de apresentar
tendencia a seguir o hábito doentio. Embora não se pode dizer diretamente que o
alcoolismo seja uma hereditariedade genética. Do ponto de vista psicológico,
podem ser assinalados como causas, os conflitos de qualquer natureza,
especialmente os sexuais. Onde o alcoolista redireciona a raiva para o desejo
sexual na intenção de ter relação sexual.
A timidez, a instabilidade de sentimentos, o ciúme, o
complexo de inferioridade, os transtornos masoquistas propelem para a ingestão
de álcool como fuga dos contextos embaraçosos, desemprego, divórcio, conflitos
conjugais, desprazer ante o emprego, por exemplo. Algumas vezes, para servirem
de encorajamento e outras com a finalidade de apagar lembranças ou situações
desagradáveis. A resolução de problemas consiste no uso de métodos, de uma
forma ordenada, para encontrar soluções de problemas específicos.
O ciclo da resolução para resolver dificuldades, como, primeiro
de reconhecer ou identificar a existência de um problema; segundo é necessário
definir e representar mentalmente qual é o problema; terceiro é preciso desenvolver
uma estratégia ou plano de solução; quarto é essencial organizar o conhecimento
sobre o problema; quinto é indispensável destinar recursos mentais e físicos à
resolução. Exemplo, na busca de emprego citado logo abaixo na página 10.
As estratégias adaptativas podem envolver um misto de
estratégias consideradas como controle sobre o ambiente externo, esquiva e
religiosidade. O homem trabalha para receber o pagamento e complementar ou até
mesmo ter o maior salário da família e, em outras situações, ser o único
salário que o grupo familiar pode contar e ainda é responsável por algumas das
tarefas de casa e pelo cuidado com os filhos, tal situação se revela agravada, como
apontam que, ainda em nosso contexto social, há realidades, em que o homem se
transforma em dupla mercadoria, seja na esfera doméstica, pertencendo a esposa
e no emprego, pertencendo ao capitalismo.
Um
dos resultados gerados por esse descompasso é o da insatisfação masculina com
relação à divisão do trabalho doméstico. O enfretamento é considerado uma
resposta cujo objetivo é aumentar a percepção de controle pessoal e a tendência
a escolher determinada estratégia de enfretamento depende do repertório
individual, como habilidades sociais e valores, e de experiências anteriormente
reforçadas de maneira diferencial. Exemplo, eu tenho controle sobre muitas
coisas.
Estratégias
de coping são classificadas em dois tipos, a focalizada na emoção e a orientada
no problema. O coping dirigido na emoção visa alterar o estado emocional do
indivíduo, ou melhor dizendo, buscando reduzir sensações físicas desagradáveis
oriundas do estado de estresse. O controle do estado emocional impede que as
emoções negativas atrapalhem a elaboração e execução de ações que objetivem a
solução de seus inconvenientes. Exemplo, eu tenho controlo sobre minhas emoções,
seja agradáveis ou desagradáveis.
Sem
detença o segundo, o coping canalizado no incomodo objetiva alterar dificuldades
existentes na relação entre o indivíduo e o ambiente, direcionando sua ação
interna ou externamente e inclui estratégias de definição deste, geração de
saídas alternativas, comparação em termos de custos e benefícios, seleção e
execução da alternativa eleita.
O
uso tanto de um tipo de estratégia quanto de outra depende de uma avaliação da
situação estressora na qual o sujeito encontra-se envolvido. Geralmente, a
estratégia direcionada no contratempo é escolhida quando a circunstância é
passível de ser modificada e a outra é utilizada quando não há a possibilidade
de mudança.
As
estratégias de enfrentamento utilizadas dependem ainda dos recursos culturais,
materiais, valores, crenças, habilidades sociais e apoio social de cada
indivíduo. De acordo com Beresford as estratégias de enfrentamento devem ser
compreendidas como independentes do seu resultado positivo ou negativo.
As
pessoas têm uma certa tendência a utilizar determinadas estratégias para
enfrentar os problemas. Estes esforços de confronto são conhecidos como
recursos de enfrentamento. Além disso,
contará com diferentes estratégias, as quais utilizará para superar com sucesso
os obstáculos que forem aparecendo.
Já
se perguntou se suas estratégias manuseadas no meio familiar perante um
conflito, surtem o efeito esperado perante o objeto estressor, seja seu filho,
seu esposo? Exemplo, o filho que fica exposto muito tempo no vídeo game; a
filha que não deseja cooperar nas tarefas domésticas e outros.
Exemplo,
o marido aumenta o tom de voz com a esposa. Então a esposa como resposta de
enfrentamento aumenta o seu tom de voz na intenção de silenciar o marido. E
todas as vezes que o marido aumentar a voz, de pronto a esposa em resposta
manuseará a estratégia de aumento de voz porque funcionou da primeira vez para
silenciar a voz do marido. Estratégia de enfrentamento desadaptativa porque
surtirá efeito por pouco tempo. [...] Freud no seu texto “Recordar
repetir e elaborar” (1914), texto esse em que começa a pensar a questão da
compulsão à repetição, fala do repetir enquanto transferência do passado
esquecido dentro de nós. Agimos o que não pudemos recordar, e agimos tanto
mais, quanto maior for a resistência a recordar, quanto maior for a angústia ou
o desprazer que esse passado recalcado desperta em nós.
As
respostas de enfrentamento na literatura, diferentes categorias de
enfrentamento foram atribuídas às estratégias de enfrentamento. Segundo Lazarus
(1984), estas se subdividem em dois grupos, segundo a sua função que exercem: o
coping apontado na emoção e o coping voltado na contrariedade.
O
primeiro refere-se ao esforço para reduzir as sensações físicas desagradáveis e
resultantes de uma situação estressora. Por exemplo, na perda de uma pessoa
querida ou uma doença grave, situação nas quais a pessoa pode sentir
taquicardia, falta de ar, dores de cabeça. De pronto as estratégias de coping inclinadas
no impedimento caracterizam-se pelo esforço em modificar a situação causadora
do estresse.
Neste
caso, a ação de enfrentamento pode ser dirigida para uma fonte interna de estresse
incluindo uma reestruturação
cognitiva ou para uma fonte externa, utilizando estratégias como a negociação para sanar um conflito
interpessoal ou pedir ajuda de outras pessoas. O mecanismo de estratégias de
enfrentamento são, confronto, afastamento, autocontrole, suporte social,
aceitação de responsabilidade, fuga e esquiva, resolução de problemas e
reavaliação positiva.
O
enfrentamento emana da necessidade de adaptação da pessoa ao contexto em que
vive e trabalha. estresse laboral crônico ou síndrome de Burnout,
caracteriza-se pelo desgaste emocional, a despersonalização e a falta de
realização profissional do trabalhador, decorrentes da carência de adequadas
estratégias de enfrentamento das situações de estresse.
A
exaustão física e a esquiva aparecem na fala dos trabalhadores e desempregados esgotados
[..] estou em depressão, sinto muito cansaço por causa das oito horas do
trabalho (...) estou tentado esquecer, deletar os incômodos do meu desemprego,
comecei a tomar medicação e comecei a deletar as coisas, eu tinha muita dor de
cabeça, dor na nuca [Trabalhador esgotado].
Os
sujeitos esgotados relatam, em diversos momentos, que a falta de apoio social familiar,
de parentes, de amigos e até de programas da prefeitura e do Estado e as
contrariedades de relacionamento interpessoal os levam, muitas vezes, a acionar
inconscientemente mecanismos de enfretamento individuais, entre os quais
destacam aqueles dirigidos à emoção, como o ato de chorar, socar travesseiro
para extravasar a raiva que pode representar uma forma de descarga emocional ou
de exaustão.
O
mecanismo de enfrentamento desadaptativo de perfil acusador é aquele que sempre
transfere a culpa do problema para os outros. Se tem dificuldades no
relacionamento, a culpa é do cônjuge. Se passa por inconvenientes financeiros,
a culpa é da empresa que oferece um salário baixo. Existem muitos conflitos com
os pais? Só acontecem porque eles que são incompreensíveis.
Se
uma situação ou assunto não tem solução, então, por definição, não é um
problema. É provável que estejamos diante de uma realidade. A vida com frequência nos surpreende com
situações inesperadas, as quais não precisam solução, já que apenas requerem a aceitação
de que a vida é assim, e temos que saber viver com estas situações.
Quando
as estratégias de enfrentamento psicológico [coping] forem eficazes,
consequentemente, ocorrerá uma diminuição da emoção e a superação do evento
estressor. Caso contrário, haverá a instalação de uma crise e uma continuidade
do processo de estresse, sendo necessária uma nova avaliação do estressor, de
acordo com Guido (2003).
Mengel
(1982, citado por Guido, 2003) define o enfrentamento psicológico como um grupo
de comportamentos, sejam estes conscientes ou não, que um indivíduo manifesta
quando está diante de uma situação que não deseja estar passando, ou que almeja
modificar, para que assim possa ressignificar as emoções deste estímulo que lhe
causa estresse.
Exemplo,
o desemprego é um evento estressor que redireciona o desempregado a estratégias
desadaptativas, porque é um cenário em que o indivíduo não deseja estar
atravessando e que remodela o comportamento e as emoções de modo disfuncional e
não promove o alívio da angustia por causa do medo. [...] Esse medo
marcará nossa memória, de forma desprazerosa, e será experimentado como
desamparo, “portanto uma situação de perigo é uma situação reconhecida,
lembrada e esperada de desamparo” (Freud, 2006, p.162).
Taylor
(1992, citado por Guido, 2003) ressalta que estratégia de enfrentamento
psicológico corresponde a um mecanismo mental que protege o indivíduo de aspectos
considerados ameaçadores, originários do ambiente ou de pensamentos. Devido a
nossas experiências e aprendizados, cada um de nós tem diferentes capacidades
de enfrentamento diante de diferentes desafios ou situações.
Além
disso, contará com diferentes estratégias, as quais utilizará para superar com
sucesso os obstáculos que forem aparecendo. Quando aparece um conjunto de
demandas ambientais ou do entorno [por exemplo, um pico de trabalho que vai
durar semanas], a pessoa deve dar uma reposta que lhe permita se adaptar a essa
situação.
Isto
é, ela tem que se adaptar a essas demandas colocando em prática os seus
recursos de enfrentamento. Exemplo, em realidade eu sou autoconfiante, porque
eu confio nas minhas próprias habilidades e tenho potencial para alcançar os
meus desejos e sonhos.
Assim,
por exemplo, quando enfrentamos uma situação que pode nos causar estresse ou
ansiedade, nós mobilizamos os nossos recursos de enfrentamento para opor
resistência a isso. Por isso, que o estresse é um processo amplo de adaptação
ao ambiente, sem o qual não poderíamos viver. Neste caso, acontece essa
adaptação e, portanto, nós poderíamos continuar fazendo uso de nossos recursos
normalmente. Mas também pode acontecer o segundo caso: o que o ambiente demanda
de nós é excessivo.
As
[estratégias de sobrevivência e de reinserção] e subjetiva [coping] configura-se
como uma pesquisa exploratória, sem, portanto, assumir hipóteses a priori.
Estratégias objetivas de sobrevivência e reinserção.
A
supressão de atividades concomitantes, o coping moderado, a busca de suporte
social por razões instrumentais, a busca de suporte social por razões
emocionais, a reinterpretação positiva, a aceitação, o retorno para a
religiosidade, o foco na expressão das emoções, a negação, o comportamento descomprometido,
o desengajamento mental, o humor e o uso de substâncias.
Estratégias
focadas no problema [planejamento, supressão de atividades concomitantes, busca
de suporte social por razões instrumentais e reinterpretação positiva]; E estratégias
focadas na emoção [aceitação, negação, comportamento descomprometido e
religiosidade]. Esse recorte toma como base a literatura sobre formas mais
comumente utilizadas pelo trabalhador para lidar com a situação de desemprego.
Estratégias
de sobrevivência relatadas por desempregados, exemplo, ajuda de meu/minha
companheiro/companheira; tenho realizado bicos esporádicos; ajuda dos pais;
Seguro-desemprego; programas de políticas públicas do governo como auxílio
emergencial e auxílio Brasil; uso de economias privadas; trabalho
informalmente; ajuda de outros parentes.
Estratégias
de reinserção utilizadas pelos candidatos à vaga de emprego, exemplo, deixar o
currículo diretamente na empresa; enviar currículo por e-mail; pedir indicação
a amigos e familiares; buscar em classificados on-line ou em sites
especializados; ir ao Sine; ir ao Centro Público de Emprego; anunciar currículo
em sites especializados; buscar em classificados de jornais impressos; receber
convite de empresa; rede de contato Network com poucas pessoas.
O
fator comportamento descompromissado, que consiste no abandono das tentativas
para atingir metas nas quais o estressor [desemprego] interfira o fator
aceitação, que corresponde, em um primeiro momento, à percepção do estressor
como real e, em um segundo, à aceitação do estressor como um fenômeno natural. Exemplo,
a meia-idade ou pré idoso é considerado um fenômeno natural e real que impede a
reinserção no mercado de trabalho, levando a aceitação do agente estressor.
Basicamente,
esse fator refere-se à percepção do sujeito de que o desemprego aconteceu e não
há nada a fazer, o que o leva a desistir de tentar superar a situação. O fator,
religiosidade, trata da tendência de a pessoa voltar-se para a religião como
forma de defrontar-se com a situação de estresse ou de tensão provocada pelo agente
estressor desemprego.
A
reinterpretação positiva, que consiste em reinterpretar uma situação negativa [desemprego]
ou tensa em termos positivos, e o fator planejamento, que representa a
atividade de pensar sobre alternativas para lidar com um estressor por meio de
estratégias de ação.
Pensamentos
que funcionam com estratégias adaptativas e desadaptativas, como Desisto de
tentar conseguir o que quero. Simplesmente abandono a tentativa de alcançar meu
objetivo. Admito para mim mesmo que não posso lidar com a situação e deixo de
tentar. Acostumo-me com a ideia de que a situação aconteceu. Aceito que a
situação aconteceu e que isso não pode ser mudado. Aprendo a viver com a
situação. Peço a ajuda de Deus. Deposito minha fé em Deus.
Tento
encontrar conforto na religião. Rezo mais que o habitual. Aprendo algo com a
experiência. Penso sobre como poderia lidar melhor com o problema. Busco algo
positivo no que está acontecendo. Tento
encontrar uma estratégia sobre o que fazer. Tento ver a situação de uma forma
diferente para fazê-la parecer mais positiva. Procuro falar com alguém que
poderia fazer algo concreto sobre o problema.
Pergunto
a pessoas que tiveram experiências parecidas a minha, o que elas fizeram. Busco
alguém para saber mais sobre a situação. Procuro conselhos de outras pessoas a
respeito do que fazer. Funciono como se nunca tivesse acontecido. Comporto-me
realmente como se o inconveniente não tivesse acontecido.
Estratégia
concentrada no problema, estes tipos de recursos estão destinados a encarar a
situação, dando-lhe sentido e atribuindo um determinado significado à
problemática ocorrida. Eles estão baseados na busca de soluções, em restaurar o
desequilíbrio cognitivo causado e resolver ou modificar o problema. Fazem
referência ao enfrentamento e à busca de apoio social e de soluções.
Normalmente,
são empregados quando se percebe o evento estressante como algo controlável.
Por exemplo, temos que realizar muitas tarefas durante o dia, isso nos causa
inquietude e, inclusive, mal-estar. Como nos adaptamos a esta situação?
Mobilizando este tipo de estratégia, com as quais pensaríamos que, nos
esforçando muito, poderíamos fazer todas essas tarefas.
As
estratégias concentradas nas emoções, ao contrário das anteriores, estas
estratégias costumam ser usadas quando a situação que gera estresse é percebida
como incontrolável. O que se busca, portanto, já não é se concentrar no
problema, senão nas emoções que esse evento provoca e na sua liberação.
Só
assim o indivíduo poderá relaxar. Elas serão orientadas a conseguir
reestabelecer o equilíbrio afetivo. Exemplo, eu tenho controle sobre minhas
emoções de raiva e medo, pois na realidade eu sou autoconfiante quando estou
sozinho ou na presença de qualquer pessoa.
Elas
são o autocontrole, o distanciamento, a reavaliação positiva, a autoacusação e
a escapada/evitação. Com respeito a este último tipo de conduta, os recursos de
enfrentamento baseados na evitação procuram se distanciar da complicação
temporariamente. Então, a pessoa vai tentar se evadir realizando outras
atividades, tomando distância daquilo que está lhe causando tanto estresse.
Quando ela tiver conseguido minimizar o impacto emocional, voltará a enfrentar
essa situação.
Referência
Bibliográfica
FREUD,
A. O ego e os mecanismos de defesa. Rio de Janeiro: Biblioteca Universal
Popular, 1968
FREUD,
S. (1920), "Além do princípio do prazer” In: FREUD. S. Obras completas de
S. Freud. Rio de Janeiro: Imago, 1996, v. XVIII.
FREUD,
S. (1996). Obras completas de S. Freud. Rio de Janeiro: Imago. (1914).
"Recordar, repetir e elaborar ", v. XII
GUIDO,
L. A. (2003). Stress e coping entre enfermeiros de centro cirúrgico e
recuperação anestésica. 2003.199f. Tese (Doutorado em Enfermagem). São Paulo:
Escola de Enfermagem, Universidade de São Paulo.
LAZARUS
A, FOLKMAN S. Estrés y procesos cognitivos. Barcelona: Martinez Roca; 1986.
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