Ano 2023. Escrito por Ayrton Junior Psicólogo
CRP 06/147208
O
presente artigo invita o leitor a conceituar o não fazer caso de; não ter em
conta; desconsiderar; desatender ou rejeitar alguém de modo consciente ou
inconsciente causando no outro humilhação, vergonha pelo seu comportamento
estar descoincidente do que o desprezador tem como padrão aceitável.
A
rejeição provavelmente é um dos piores sentimentos experimentados em nossa
vida. Seja por parte de nosso par amoroso, de um amigo, parente ou colegas de
trabalho, entre os membros familiares a sensação de que nossa presença não é
desejada ou não é mais bem-vinda. Quase todas as pessoas possuem medo da
rejeição, de ser desprezado ou até ignorado. Essa aflição pode inclusive gerar
dor física palpitações e outras somatizações.
E
há explicação científica para isso. Estudos mostraram que o cérebro registra
rejeição da mesma forma que faz a dor física. Gostamos de ser aceitos e
aprovados por todos que nos rodeiam e, principalmente, pelo nosso parceiro, nossos
pais, não é mesmo? É por isso que quando aparece a rejeição, ela causa tanto
sofrimento e dor. Nos sentimos com a autoestima baixa e ficamos nos perguntando,
onde foi que eu errei? [...] Em sua obra “Além do Princípio do Prazer”
(1920, p.34), Freud afirma: a compulsão a repetição também rememora do passado
experiências que não incluem possibilidade alguma de prazer e que nunca, mesmo
há longo tempo, trouxeram.
E
não é nada fácil, também, quando somos nós que passamos a rejeitar aquela
pessoa por quem, até então, sentíamos atração. Quando nosso comportamento
desagrada outras pessoas, os indivíduos às vezes nos rejeitam por causa do
comportamento que temos perante eles.
Quando
as pessoas se sentem desconfortáveis, elas vão tentar remover aquilo que as
estressa. E neste caso, pode ser a nossa presença a todo e qualquer custo de
modo inconsciente ou consciente. Exemplo, um indivíduo destituído de
informações é capaz de rejeitar o outro por que o outro é dotado de saber
acadêmico e isto lhe causa desconforto e precisa remover o outro da sua
presença por se sentir inferior, então o modo encontrado é através do desprezo,
da rejeição.
E
aí surge uma informação surpreendente, a rejeição pode ou não ser pessoal. As
pessoas não estão nos rejeitando e sim nosso comportamento que é capaz de estar
sendo percebido pelo outro como de agressividade, de soberba ou arrogância. Ou
melhor dizendo, sentimento de orgulho que exprime por atitudes de intolerância
e falto de respeito que leva a praticar atos difíceis perante a figura do
outro. [...] Tiago 4:6 - Antes, ele dá maior graça. Portanto diz: Deus
resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes.
Isso
acontece por que costumamos atribuir nosso comportamento à nossa identidade. Entretanto,
quantas vezes mudamos nossa maneira de agir na vida? Ao alterar um padrão de
comportamento, você continua sendo a mesma pessoa. Embora para o outro que
observa você, no ponto de vista dele houve alteração para melhor e por tanto
está com a atitude aceitável, digo, postura que lhe confere prazer ao estar na
sua presença e o sentimento de rejeição, desprezo desaparece imediatamente
porque fez leitura mental e interpretação não arraigada na raiva ou
desconforto.
Temos
então que descobrir o que os estimula a nos ignorar. E o quanto esse
comportamento que influencia o outro a desprezar é realmente importante para
você ou se ele traduz algum medo e insegurança que você tem, por exemplo.
Respeite o que o outro está sentindo e entenda que o problema está nele que
mudou de opinião, e não em você. Isso ajuda a não prejudicar a sua autoestima e
nem se irar com ele. Valorize-se diante do desprezador. Cuidado para não
transformar sua tristeza em revolta, e entrar em conflito desnecessário com o
agente desprezador.
Coloque
a sua atenção seletiva em outros temas. Envolva-se em novas atividades, num
novo projeto, seja no âmbito profissional ou pessoal. Isto vai lhe dar energia
para lidar com o incomodo do desprezo e tomar decisões sobre o seu
relacionamento. O homem rejeitado ou ignorado tende a se tornar agressivo
quando ocorre uma rejeição.
Exemplo,
um cidadão que se sente desprezado pelo mercado de trabalho, porque não
consegue recolocação é capaz de sublimar a raiva, por meio do mecanismo defesa
sublimação, direcionando para atitudes aceitáveis pelo Superego investindo em
ocupações como artes, escrever textos, praticar esportes, lecionar e outras que
possam descortinar-se na sua percepção se mostrando como adequadas ao ego.
Esse
indivíduo depreende que a rejeição se dá porque as suas competências,
habilidades, atitudes e até mesmo por se achar acima da meia-idade não condizem
com as exigências do mercado de trabalho. Por isso esta rejeição é normal e
natural, pois é própria e característica do agente desprezador o mercado de
trabalho que de algum modo remove o cidadão da sua presença com a intenção de
propiciar um lugar para o jovem profissional, manuseando a compulsão a
repetição da rejeição dos candidatos a vagas de emprego.
Com
isto apreende que a rejeição não é sua, mas do desprezador. E avalia também que
ao fazer escolha de cargos manuseia a rejeição ao optar por um cargo e
renunciar ao outro. Trata-se de um mecanismo de defesa frente a uma situação
nada agradável que resulta no término de um casamento, namoro, relação de
trabalho, desemprego, rompimento da aliança terapêutica. A agressividade é
revelada frente a novos momentos que exigem contrapontos, uma disputa de egos,
para mostrar autoridade. A dificuldade é, evidentemente, quando tal
comportamento ultrapassa os limites da civilidade e invade espaços de terceiro.
Outro
sinal que facilmente percebemos de homens rejeitados é a acomodação. É comum
que o homem busque um porto-seguro ou zona de conforto e não queira mais
arriscar [pelo menos em um curto espaço de tempo] uma nova empreitada amorosa,
novas amizades, busca por emprego, por exemplo.
Com
isso, vem à acomodação na vida pessoal e o risco de ela passar também para a
vida profissional, levando à estagnação. Para identificar isso, basta observar
sinais de desânimo e de falta de interesse em novos desafios, novas situações. Mas,
existem situações que a realidade não permite ser alterada, é quando o homem
chega a ser pre idoso e idoso, pois a sua idade lhe limita o acesso a outras
coisas, por tanto a rejeição do envelhecimento é real.
A
rejeição amorosa é encarada de formas diferentes por cada pessoa. Cada
indivíduo reage de uma maneira específica sempre que é rejeitado. Porém, um
ponto em comum é a reclusão. O homem passa a não querer mais sair com os amigos
com a mesma frequência, ir a festas, eventos sociais do trabalho e assim por
diante. O que acontece é uma relação direta com a vergonha do ocorrido e o medo
do julgamento de terceiros, de opiniões de amigos e familiares. [...] Esse
medo marcará nossa memória, de forma desprazerosa, e será experimentado como
desamparo, “portanto uma situação de perigo é uma situação reconhecida,
lembrada e esperada de desamparo” (Freud, 2006, p.162).
Logo,
quando alguém começa a declinar de convites, é preciso ligar o sinal de alerta.
Após um tempo, ao retomar a vida amorosa e social, o homem rejeitado passa a
ter medo de desenvolver um nível maior de intimidade. Isso tem explicação em um
mecanismo de defesa psicológico que cria barreiras e impedimentos com o
objetivo de evitar novamente uma rejeição. Dessa maneira, sempre que surge a
oportunidade de criar novos laços afetivos, o homem dá um passo para trás,
devido as inseguranças. O mesmo pode se dar mediante a fracassos em processos
seletivos na procura por emprego.
O
desprezo é definido como um sentimento de desdém, falta de estima,
desconsideração e talvez repulsa de uma pessoa em relação a outra. Ele surge
quando uma pessoa avalia a outra como inferior e a desvaloriza de alguma
maneira. O incomodo do desprezo acontece quando nós acreditamos naquilo que a
pessoa que nos despreza diz ou quando passamos a nos questionar diante da
indiferença que percebemos no outro.
Por
isso, lembre-se de que você só vai se sentir ofendido ou humilhado se sentir
que a outra pessoa tem algum fundo de razão. Isso não vai acontecer se você
conhecer bem a si mesmo e tiver plena consciência de todas as suas qualidades,
competências, habilidades, êxitos e fracassos em sua vida. O importante é que
você esteja feliz com quem você é, aceitando suas qualidades, competências,
habilidades e atitudes e competências socioemocionais e entender que tem pontos
de melhoria afinal, ninguém é perfeito [muito menos quem está criticando você
ou lhe causando o desprezo].
Manifeste
seu descontentamento, se o sujeito lhe trata com desprezo é importante para
você, tentar dialogar com ela. Pode ser que exista alguma razão por trás desse
comportamento que você desconhece. Ouça o que a pessoa tem a dizer. Quem sabe
vocês não conseguem se entender, não é mesmo?
Afastar-se
de quem é agente do desprezo é uma possibilidade. Se você já manifestou seu
descontentamento, deu à pessoa a chance de resolver a situação, mas ela se
manteve inflexível ou indiferente, não tem por que manter esse indivíduo em sua
vida. Geralmente o desprezo é causado por um defeito pessoal ou moral de um indivíduo,
esse desvio de conduta, podemos chamar assim, compromete a posição desse indivíduo
comparativamente a um padrão interpessoal que é formado no caráter por uma
falta de estado, isso faz com que a pessoa classifique o indivíduo ou objeto a
ser desprezado como algo que não tem valor.
O
desprezo é uma espécie de resposta da incapacidade de determinado objeto
desprezado, o indivíduo que despreza um outro ser ou objeto, enxerga nesse ato
uma maneira de observar o que é desprezado. Como já foi dito o desprezo não é
em si uma emoção, mas sim uma emoção secundária, pois é uma mistura de emoções
primarias de raiva e desgosto.
O
sentimento de desprezo soa como um ato de comparação, o sujeito que despreza
algo ou alguém faz isso para ressaltar em seu objeto de desprezo as partes
negativas e assim se sentir nobre sobre determinadas situações, ou melhor
dizendo, ela compara sua pessoa com o as más qualidades do objeto desprezado.
Pode ser que exista alguma razão por trás desse comportamento que você
desconhece.
A
sua postura do indiferente diz [eu não quero contato com você] ou [eu não me
importo]. Para algumas pessoas, ser tratado com indiferença é devastador
enquanto outras lidam bem com a noção de ser ignorado. As pessoas às vezes nos
rejeitam por causa do comportamento que temos perante elas. E isso nos leva a
nos sentirmos rejeitados.
O
complexo de rejeição age como um bloqueio para o desenvolvimento de relações
interpessoais sadias. Pode até mesmo ser um mecanismo de autossabotagem
inconsciente. A lógica é mais ou menos assim, vou terminar/ir
embora/desistir/não me apegar antes de ser rejeitado. A necessidade em agradar
ao próximo, buscando a aceitação de terceiros, a pessoa busca constantemente
agradar ao próximo para que suas ações e opiniões sejam alinhadas ao que pensa
ou faz e não seja desprezado ou ignorado.
O
medo de ser rejeitado faz a pessoa trilhar esse caminho de maneira consciente
ou mesmo inconscientemente. Desse modo, enquanto a raiva ou a indiferença podem
ser reações pontuais e momentâneas, o desprezo se origina no inconsciente
reprimido e recalcado. Quem despreza tem a clara intenção de humilhar o outro.
Procura ridicularizar, diminuir e, inclusive, anular a outra pessoa de maneira
aberta e evidente, originando a compulsão a repetição do desprezo. [...] Freud
no seu texto “Recordar repetir e elaborar” (1914), texto esse em que começa a
pensar a questão da compulsão à repetição, fala do repetir enquanto
transferência do passado esquecido dentro de nós. Agimos o que não pudemos
recordar, e agimos tanto mais, quanto maior for a resistência a recordar,
quanto maior for a angústia ou o desprazer que esse passado recalcado desperta
em nós.
O
homem rejeitado tende a se tornar agressivo quando ocorre uma rejeição.
Trata-se de um mecanismo de defesa frente a uma situação nada agradável. A
agressividade é revelada frente a novos momentos que exigem contrapontos, uma
disputa de egos, para mostrar autoridade.
O
que ocorre é que algumas pessoas movidas por desafios, sentem-se atraídas pela
conquista, sobretudo as difíceis. Querem extrapolar o nível máximo da
competição, e atingir o inatingível, mudar o imutável, chegar onde ninguém
chegou. A vitória que decorre desse empenho é praticamente uma necessidade para
chancelar sua valorização pessoal. Muitas vezes, o interesse se intensifica
quando encontra o desprezo.
O
desdém alheio estimula o desafio por ser entendido como uma afronta ao ego, como
alguém ousa não gostar de mim? Nessa hora, a conquista vira uma questão de
honra. Exemplo, um garoto que foi rejeitado ao pedir a garota em namoro, ele
tende a fazer várias investidas na intenção de superar o desprezo, que o
desprezo passar a ser percebido como um estimulo competidor para derrotar a
desprezadora e quando a desprezadora aceita namorar com o garoto acabou a
competição consigo mesmo e isso lhe trouxe prazer.
Para
saber qual atitude você deverá tomar, considere se a pessoa em questão o ignora
regularmente e qual o estilo de comunicação dela. Compreender por que os outros
o ignoram vai ajudá-lo a reagir de forma saudável e proativa.
Pergunte-se
por que a pessoa pode estar agindo desta forma. A maioria das pessoas se depara
com alguém que as ignora em algum ponto da vida. Tire o poder das mãos do
responsável não mostrando que isso tem afetado a sua mente. Faça disso um incomodo
dele, não seu. Reconheça e aceite o fato de que nem todos gostarão de você.
A
pessoa desprezada por sua vez, ao se remoer por ódio, deseja a vingança, tenta
entender o motivo de ação do outro deixando-se influenciar negativamente,
quanto a se deve acreditar que a atitude está em quem é desprezado e não em
quem despreza.
A
verdade é que quem despreza se auto rejeita, porque desprezo nada mais é do que
mostrar que quem despreza tem dificuldades relacionados à própria autoestima e
não consegue aceitar a rejeição que tem por si projetando essa rejeição nos
outros por meio do mecanismo defesa projeção exigindo que o outro tenha
atitudes iguais a sua de desprezar, porque se a postura do outro for
dessemelhante a sua ele é arrogante, soberbo, presunçoso.
Mas
quem é arrogante? ele ou aquele que está sendo desprezado? [...] Projeção, as
vezes as pessoas se recriminam ou se sentem mal por terem certos pensamentos ou
impulsos. Podem atribuí-los então a alguém, projetando nessa pessoa os seus
próprios sentimentos. Isso fica muito claro com relação a impulsos poderosos,
como o sexo e a agressão. Exemplo, um gerente que sempre chega atrasado no
trabalho reclama ao superintendente geral que seu funcionário nunca chega
pontualmente.
Acontece
que quando a pessoa se sentiu extremamente desprezada e não conviveu bem com a
situação, então adota o comportamento de desprezar os outros a fim de minimizar
a dor sentida um dia. Consciente ou inconscientemente adota-se a postura, [eu
te desprezo antes que me despreze], sentindo algum domínio sobre o cenário.
Tudo
gira em prol de não se sentir desvalorizado, acionando o mecanismo defesa
regressão, regredindo a comportamento infantis em algum momento anterior. [...]Mecanismo
defeso regressão é um retorno a um nível de desenvolvimento anterior ou a um
modo de expressão mais simples ou mais infantil. É um modo de aliviar a
ansiedade escapando do pensamento realístico para comportamentos que, em anos
anteriores, reduziram a ansiedade.
É
uma forma reativa, mas que não permite que o outro chegue onde deseja. Quem despreza
quer com isso que o outro seja influenciado e forme uma autoimagem negativa, de
si mesmo onde se começa a pensar que tudo o que ele faz está errado e toda a
culpa é atribuída a ele. Reflexos do desprezo começam a ser gerados.
Depois
disso, analisar quem rejeita, pois por mais que pareça que ele está se
autovalorizando, não é bem assim, pois o desprezo significa falta de
autoestima. É a necessidade patológica de diminuir o valor do outro, pois quem
despreza geralmente já se sentiu tão diminuído, tão sem importância que quer
fazer com que os outros se sintam assim também. Esta é uma forma reativa, que é
quando os desejos são substituídos pelo oposto do desejo real.
Ha
um ditado que diz quem desdenha quer comprar. A partir dessa compreensão quem é
desprezado deve adotar a atitude mais natural possível, entendendo então o
mecanismo de reação mental do outro e tal atitude. Segundo Thomas Fuller, muitos
conseguem suportar a adversidade, mas poucos toleram o desprezo. Isso porque ao
ser desprezado tentamos encontrar qual defeito nosso não foi aceito por essa
pessoa, para então tentarmos corrigi-lo.
Contudo
isso nem sempre é possível, porque quem despreza sempre percebe um motivo real
e isso faz com que o desprezado vá atrás de quem o despreza, fazendo com que o
mesmo sinta controle, e assim continue desprezando pois naquele momento, se
sente superior, criando assim um ciclo viciante de desprezo e desvalorização
nele principalmente daqueles que ele inveja, como o hábito se se sentir
desvalorizado por parte do desprezado.
Um
psicólogo é capaz de rejeitar o colega de profissão ao não encaminhar um
paciente por fazer uma leitura mental e interpretação equivocada ao perguntar
ao colega se o mesmo está em supervisão. E tem como resposta do colega que não
faz supervisão, mas sim está em psicoterapia particular.
Aqui
houve a rejeição desvelada e preconceituosa porque o colega não está dentro do
padrão exigido do psicólogo que é o estar sendo orientado por supervisão. Atitude
consciente ou inconsciente com intenção de anular o colega como profissional removendo-o
da presença do cliente a fim de não ser indicado. O mecanismo de defesa do medo
influenciou o psicólogo a agir com rejeição, devido a sua atitude insegura.
O
psicólogo se auto firmou na supervisão que é dissemelhante a psicoterapia e com
isto agiu distratando o colega para não ser percebido pelo cliente como um
péssimo psicólogo que indica cliente para maus psicólogos. Ou esse psicólogo
tem a percepção que o colega não está apto para exercer a profissão de acordo
com a heurística de excesso de confiança.
Isto
é, a tendência que leva o psicólogo a confiar excessivamente em seus próprios
conhecimentos e opiniões respaldado na supervisão, além de superestimar sua
contribuição pessoal para a tomada de decisão, tendendo a acreditar que sempre
está certa em suas escolhas e atribuindo seus eventuais erros a fatores
externos, como o colega que não faz supervisão e sim psicoterapia.
É
comum a pratica de indicação ocorrer entre profissionais que tem afinidade,
identificação um pelo outro, corroborada no viés de heurística de
representatividade que tem como característica a classificação de aparência
física jovem do psicólogo com base na semelhança de outros colegas e não
levando muito em consideração o saber e experiência.
Talvez
o colega tenha dado a impressão, ou por outra, expressa pouca compreensão no
que se trata de acolhimentos psicológicos como profissional em psicologia no
período que ambos estagiaram juntos certas abordagens, ou pode ainda ser outros
motivos não desvelados ao colega, mas particulares do psicólogo que precisa ser
tratado em psicoterapia e não em supervisão. Porque ainda como psicólogo não
descortinou a ação de desprezar o outro na sua história de vida e muito menos
se atentou para os vieses de heurísticas aprendidos em processo psicológico
básico. No qual a heurística é um atalho para se tomar uma decisão/escolha sem
fazer uso correto do raciocínio com margem para se cometer erros.
Esta
pratica de indicação de clientes a outros colegas de profissão é comum e
repleta de aniquilação consciente ou inconsciente, porque surgem vários colegas
se colocando a disposição para a indicação. E as vezes o psicólogo escolhe um
colega e neutraliza outro. Ou por outra, o cliente escolhe um psicólogo e
incapacita outro. Essa rejeição, desprezo ou eliminação é um ato que se situa
dentro da normalidade.
Psicólogo
maduro, depreende e aceita, sabendo que faz parte do processo de escolha do profissional
e não atua por entre o mecanismo defesa regressão, regredindo a atitude infantis desejando ser exclusivo, o
filho único que merece toda a atenção das figuras parentais, dos colegas de
profissão, porque conhece seus valores, sua capacidade e tem boa autoestima e
autoconceito. E que todo ato de escolher um objeto a rejeição se faz presente.
Inúmeras
vezes podemos perceber o desprezo por si mesmo na hora de escolher um lugar, um
curso, lecionar uma disciplina ou curso, um emprego, ao apresentar uma palestra,
uma roda de conversa, psicoterapia de grupo ou um teatro. O melhor lugar é para
o outro, abre-se mão do melhor para dedicar ao outro e quando se vai a uma
festa se escolhe o lugar mais escondido, se contenta com pouco por não se achar
merecedor.
Como
pode uma mulher receber o amor de fulano, se ela julga que não é nada, e como fulano
pode gostar dela, sabendo que ela é assim, então ela inconsciente despreza fulano,
por não se achar a altura de receber o amor que ele a dedica.
Sabendo
também que muitos usam o desprezo como arma de sedução, desvalorizando o
produto para levar mais barato ou simplesmente como mecanismo de defesa, o que se
deve fazer é avaliar a situação e sempre ter em mente que o que não se pode
alcançar, é melhor avaliar e se couber valorizar e não desprezar. Então a
deficiência pode não estar necessariamente em você, e sim nos sentimentos que
os outros nutrem em relação a você.
Referência
Bibliográfica
BÍBLIA,
N. T. Tiago. In BÍBLIA. Português. Bíblia Evangélica: Antigo e Novo
Testamentos. Tradução Versão de João Ferreira de Almeida Corrigida 1948 (JFAC).
São Paulo.
FREUD,
A. O ego e os mecanismos de defesa. Rio de Janeiro: Biblioteca Universal
Popular, 1968
FREUD,
S. (1920), "Além do princípio do prazer” In: FREUD. S. Obras completas de
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FREUD,
S. (1996). Obras completas de S. Freud. Rio de Janeiro: Imago. (1914).
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