Ano 2023. Escrito por Ayrton Junior Psicólogo CRP 06/147208
O
presente artigo requisita do leit@r a disposição para inteirar-se sobre o
conceito sombra. A sombra é um dos conceitos mais importantes desenvolvidos por Carl
Gustav Jung dentro da psicologia Analítica ou psicologia Junguiana, uma das
especialidades do conhecimento psicológico que aprofunda a psicanálise, criada
por Sigmund Freud.
Este aspecto do ego
humano é fundamental na conquista do aprimoramento da personalidade integral do
homem, ou melhor, de sua individuação. Isto não ocorre sem a inclusão da sombra
na sua consciência, o ser não cresce, não completa este trabalho, o
desenvolvimento do [eu]. Segundo Jung, a natureza sombria foi legada a humanidade
pelos estágios mais primitivos da existência, ao longo da jornada evolutiva
empreendida pelo ser humano.
Como o
indivíduo oculta nos recônditos de sua psique tudo que é rejeitado pelos
padrões sociais e por si mesmo, aquilo que é definido como contrário à moral,
do domínio da força bruta, isto é, o monstro escondido dentro de cada um, o
inconsciente é povoado com estas criações mentais ali reprimidas, e sem a
limpeza constante deste conteúdo mental, é impossível o homem ser livre, pois o
fato de não pertencer à esfera da consciência não significa que a sombra [medos
do desconhecido, inseguranças] deixe de influenciar as atitudes humanas.
O ser
humano só tem acesso a sua natureza sombria quando tem a intrepidez necessária
para mergulhar em si mesmo e empreender a imprescindível jornada de
autoconhecimento, processo que pode ser facilitado pela psicoterapia, mas que
assim mesmo cabe a cada um realizar.
Geralmente,
porém, as pessoas têm medo de olhar para si mesmas, de se aperceberem como
realmente são, e assim alterar o que pertence ao campo das sombras. Normalmente
o homem prefere projetar por meio do mecanismo defesa projeção no outro, aquilo
que ele rejeita em si mesmo, ou não consegue defrontar daí a importância de
analisar com lucidez os aspectos da própria personalidade que são comumente
transferidos para outras pessoas e situações.
Partindo
de um sonho construo em análise a interpretação do arquétipo sombra. Exemplo
neste sonho, ciclano está dormindo um sono profundo, no qual enxerga uma sombra
que não tem rosto que prende o seu braço direito e agarra com força. Neste
momento ciclano entra em luta-fuga com a sombra e tem a reação que não consegue
desprender o braço e permanece imóvel paralisado na cama e a sombra desaparece.
Interpretação
do sonho: Ego desloca-se do estado de inconsciente com intenção de elaborar
quem é a sombra, que se projeta descortinando na sua consciência, levando o ego
a pensar que anseia em lhe prejudicar de algum modo e por falta de conhecer o
arquétipo sombra sente medo e tem a reação de luta-fuga desejando escapar da
sua presença. O arquétipo sombra se manifestou na consciência do ego para que
haja a elaboração do medo e para ser capaz de compreender quem é a sombra e se
livre do medo irracional para prosseguir em direção aos objetivos.
Na
hipótese deste indivíduo ser destituído de informações sobre a psicologia, mas
sim for cristão ou apenas dotado de saber em teologia. Sua interpretação será
fundamentada na teologia bíblica considerando a sombra com a representação do
diabo ou espírito maligno e muito menos como sendo conteúdos reprimidos de
medo, insegurança no inconsciente que necessitam de elaboração dialética a fim
de serem compreendidos. Nesta desordem o sujeito entrará em disputa com o
arquétipo diabo e tentará a todo custo ou sacrifício derrota-lo. Travará a luta
entre o bem e o mal de modo ingênuo.
Esse indivíduo agirá por
entre o exorcismo, digo expulsar o demônio de si mesmo fundamentado numa
promessa de Jesus Cristo, na intenção de superar o medo de ser subjugado pelo
diabo. Inconscientemente entrará na compulsão a repetição da expulsão do diabo
sem êxito. [...] Freud no seu texto “Recordar repetir e
elaborar” (1914), texto esse em que começa a pensar a questão da compulsão à
repetição, fala do repetir enquanto transferência do passado esquecido dentro
de nós. Agimos o que não pudemos recordar, e agimos tanto mais, quanto maior
for a resistência a recordar, quanto maior for a angústia ou o desprazer que
esse passado recalcado desperta em nós.
Ocorrendo constantemente
um conflito entre o ego e a sombra que foi nomeada pelo indivíduo por meio de
leitura mental e interpretação associada a teologia equivocada de [diabo/demônio]
e não há elaboração intelectual dialética dos seus medos inconscientes
reprimidos no inconsciente, porque está elaborando de forma equivocada o medo
na esfera espiritual. E nos livros de Marcos 3:15 - E para que tivessem o poder
de curar as enfermidades e expulsar os demônios.
Esta contingência [sonho]
serve para o crente e ou teólogo elabore o medo espiritual do desconhecido
[sombra ou diabo] associado a uma representação espiritual de forma equivocada e
escapulir dos preconceitos introjetados no superego pela religião. No qual o preconceito
é um juízo pré-concebido, que se manifesta numa atitude discriminatória perante
pessoas, crenças, sentimentos e tendências de comportamento, seja religioso,
político, cultural, respaldado no medo. É uma ideia formada antecipadamente e
que não tem fundamento crítico ou lógico.
O ângulo
escuro do ser, as trevas que ainda residem na alma, o que cada ser tenta
esconder de si mesmo, carece, segundo a psicologia analítica, ser conhecido,
iluminado, para que se possa superar e transcender este conteúdo. Esta árdua
tarefa deve ser realizada no âmago do homem, que para isso precisa despertar no
seu íntimo suas forças mais maléficas, visto que a sombra também se revela,
muitas vezes, sob terríveis aparências, exilando-as de sua alma ao enfrentá-las
com o desvelar da consciência.
O ser humano
sempre temeu sua própria sombra, pois nela pressente a presença de tudo que, na
verdade, desejaria esquecer ou fingir que nunca existiu. Contudo com a falta da
conscientização da natureza sombria, não há processo de individuação que se
sustente. É importante também perceber que este movimento de transformação é
constante, pois uma vez que admite a existência da natureza sombria em seu
interior, o homem terá que lutar incessantemente contra ela, pois enquanto ele
tiver o livre arbítrio, que pressupõe a escolha, algo será sempre relegado à
margem, ou seja, ao âmbito da sombra.
Neste
sentido, o indivíduo terá invariavelmente a companhia da sombra em sua viagem
evolutiva rumo à individuação. E terá que derrotar sem cessar seus medos e tudo
mais que o impeça de trazer à esfera da consciência o que está na periferia da
psique, partindo constantemente da percepção de sua natureza sombria.
O medo é
o mecanismo defesa protetivo que conserva a vida perante algumas situações,
embora em alguns aspectos manifesta-se em forma de medo subjetivo irracional,
falso que chaga a paralisar a pessoa deixando-a imóvel.
Os
sonhos podem contribuir muito para isso, muitas vezes constituindo o primeiro
passo no processo de admissão da presença deste atributo negativo do ego, que
pode igualmente se revelar positivo ao conferir intensidade à criatividade, à
inspiração e a todas as emoções que envolvem o processo da criação.
O
arquétipo da sombra representa, de acordo com a psicologia analítica de Carl
Jung, o [lado sombrio] da nossa personalidade. É o submundo conturbado da nossa
psique que contém os nossos sentimentos mais primitivos, os egoísmos mais
afiados, os instintos mais reprimidos e aquele [eu escondido] que o ego a mente
consciente rejeita e que nos mergulha nos abismos mais profundos do nosso ser.
Todos
nós já ouvimos falar desse conceito, do arquétipo da sombra que de alguma forma
continua a ser usado na psicologia para falar sobre esse confronto, o
sentimento de disputa que às vezes travamos com nós mesmos quando trabalhamos
com as nossas frustrações, com os nossos medos, inseguranças ou ressentimentos.
Tudo o que consideramos em um determinado momento como ruim devido à nossa
educação e aos padrões morais da nossa sociedade se transforma na nossa sombra.
No
entanto, não é aconselhável ver todas essas dinâmicas internas como
experiências reprováveis ou perigosas, até o ponto de pensar que todos nós
carregamos um indivíduo oculto que quer se manifestar. O arquétipo da sombra
está relacionado ao conceito de inconsciente formulado por Freud. A sombra, uma
presença conhecida, mas reprimida.
A
sombra é tudo o que foi negado, reprimido ou ainda permanece desconhecido pelo
indivíduo e está recalcado, ou seja, reprimido em seu inconsciente. Essa ideia
representava a personalidade oculta que cada pessoa possui.
À
primeira vista, a maioria de nós aparenta [e nos percebemos] como seres bons e
nobres e por entre o mecanismo defesa ato falho esquecemos das nossas
imperfeições porque neste exato momento nos é conveniente apenas mostrar as
qualidades e ocultar as deficiências os medos, as inseguranças, as frustrações
e por aí vai.
No
entanto, no nosso interior há certas dimensões reprimidas, na qual se escondem
os instintos hereditários, a violência, o medo, a raiva, o ódio. O arquétipo da
sombra não vive somente dentro de cada pessoa. Às vezes, também está presente
em grupos de pessoas, em seitas, em alguns tipos de religiões ou mesmo em
partidos políticos dotados de ideologia, preconceito, em organizações
familiares. São organizações que podem, em um determinado momento, descortinar lançando
a sua sombra à luz para justificar atos violentos contra a própria humanidade.
A
sombra se torna mais destrutiva, insidiosa e perigosa quando a reprimimos. De
acordo com Carl Jung, quando ela se projeta aparecem os distúrbios como a
neurose ou a psicose. Da mesma forma, Jung diferenciou o arquétipo da sombra em
dois tipos. O primeiro é a sombra pessoal, que todos nós carregamos como as
nossas pequenas frustrações, medos, egoísmo e dinâmicas negativas mais comuns.
No
entanto, haveria também a sombra impessoal, que conteria a essência do mal mais
arquetípico, aquele que acompanha os genocídios, assassinos implacáveis e
outros. Todos nós notamos nesta figura a representação mais clássica do tabu, do
preconceito, da maldade e da dimensão tenebrosa da personalidade humana que
sempre desperta um grande interesse.
No
entanto, podemos aprender com a sombra subtraindo alguma aplicabilidade prática
no nosso dia a dia? A nossa tarefa na vida é nos aceitarmos plenamente e
integrar a nossa sombra na personalidade para torná-la consciente e trabalhar
com ela, encarando-a de frente.
Desprezá-la,
permitir que ela continue no nosso universo inconsciente, pode roubar o nosso
equilíbrio e a oportunidade de sermos felizes e avançarmos em direção a nossos
projetos pessoais. Permitir-se ser vencido pelo medo irracional é mostrar-se
faltoso de recursos internos de autoconfiança.
Não
podemos esquecer quais são os tipos de dinâmicas que compõem esse conceito que
chamamos de sombra, aqui estão os nossos medos, os traumas do passado, as
decepções que nos envenenam, os sonhos não realizados pela indecisão e que se
tornam em pulsão de morte percorrendo a nossa psiquê.
Se
os escondemos, esses demônios internos [medos] adquirem maior ferocidade e, se
os silenciarmos, eles acabarão nos controlando, projetando sobre os outros, em
muitos casos, uma imagem de nós mesmos que não gostamos. Correndo até o risco
de sintomas psicossomáticos somatizados pelo medo no organismo humano.
O
arquétipo sombra, também conhecido como o vilão, antagonista ou inimigos, pois
representa o lado obscuro, o medo, todos os aspectos que não queremos expressar
ou demonstrar. Uma pessoa num processo seletivo é capaz de revelar ao
recrutador que se identifica com o personagem o Batman o homem morcego que vive
nas sombras da caverna. [...]Mecanismo defeso regressão é um retorno a
um nível de desenvolvimento anterior ou a um modo de expressão mais simples ou
mais infantil. É um modo de aliviar a ansiedade escapando do pensamento
realístico para comportamentos que, em anos anteriores, reduziram a ansiedade.
A
sombra representa a ausência de autoconfiança, e se esconde por traz da máscara
os medos aspectos que não quer mostrar ou expressar. Usa a armadura como
mecanismo defesa protetivo para expressar a coragem e o poder, causando na
primeira impressão intimidação, autoridade sobre os demais e posicionamento.
São
os sentimentos que reprimimos de nós mesmos, que escondemos nas profundezas do
nosso ser e não queremos admitir que possuímos. Os vilões e inimigos são os que
geralmente se dedicam a destruir o herói, a partir de desafios que eles mesmos
podem se impor em relação às características e qualidades percebidas do herói.
O
arquétipo é uma espécie de aptidão para reproduzir constantemente as mesmas
ideias míticas; se não as mesmas, pelo menos parecidas. Parece, portanto, que
aquilo que se impregna no inconsciente é exclusivamente a ideia da fantasia
subjetiva provocada pelo processo físico. Logo, é possível supor que os
arquétipos sejam as impressões gravadas internalizadas pela repetição e reações
subjetivas. [...] Em sua obra “Além do Princípio do Prazer” (1920,
p.34), Freud afirma: a compulsão a repetição também rememora do passado
experiências que não incluem possibilidade alguma de prazer e que nunca, mesmo
há longo tempo, trouxeram.
Os
indivíduos não esquecem quem eles são [sujeitos] e não podem em hipótese alguma
perder a consciência. Os indivíduos mantêm firmemente ancorados na terra,
desconhecendo o inconsciente. Todo o esforço da humanidade concentra-se na
consolidação da consciência. O inconsciente é o estado dos conteúdos reprimidos
ou esquecidos. Portanto não há exigência em se tentar descortinar o que se
oculta por traz. É o espaço de concentração dos conteúdos esquecidos e
recalcados.
Uma
camada superficial do inconsciente é pessoal [Inconsciente Pessoal]. As únicas
abordagens a lidar são psicologia de Carl Jung e psicanálise Freud. O restante
são todas abordagens de autores que lidam diretamente com a consciência, ou em
outras palavras, não levam em consideração o inconsciente.
Os
deuses são fatores psíquicos, ou seja, modelos do inconsciente. Arquétipos, são
conteúdo do inconsciente coletivo. O conceito de arquétipo só se aplica às
representações coletivas, conteúdos psíquicos que ainda não foram submetidos a
qualquer elaboração consciente.
Os
arquétipos se modificam através da conscientização assumindo matizes que variam
de acordo com cada consciência individual. Uma vez que os arquétipos são
relativamente autônomos como todos os conteúdos numinosos, não se pode
integrá-los simplesmente por meios racionais, mas requerem um processo
dialético, isto é, confronto propriamente dito que muitas vezes é realizado
pelo paciente em forma de diálogo. Ou por outra, arte de argumentar ou dialogar,
através de raciocínio e com o objetivo de demonstrar algo.
Repensando
no sonho do ciclano com a sombra, a sombra não fez mal nenhum ao indivíduo, mas
sim o indivíduo que teve uma reação de lutar-fugir diante do desconhecido. A
sombra teve a intenção de retirá-lo do estado de sonolência, de alienação,
despertando para o estado de lucidez, consciente de que ela existe e deseja que
o ego tome consciência da sua existência.
Porém
se faz necessário defrontar com seu medo por ser destituído de informação e
desprovido de autoconfiança. A sombra possibilitou a elaboração dos medos
teológicos do indivíduo transitando por entre os versículos bíblicos mencionados
logo abaixo.
O
medo como defesa não se constitui no problema, mas sim na solução do ego para
escapar do desconhecido a sombra. Sendo que não realidade medo e desejo andam
juntos, o ego tem interesse e desejo em conhecer a sombra, isto porque a sombra
apenas causou uma inquietação, um susto.
Que
não levou a morte ou outro dano, mas o medo de não saber nada a respeito da
sombra e despertado com um susto, que é grande inquietação provocada por um
acontecimento inesperado, pois o ego não esperava ser despertado desta maneira,
é que o mante afastado, a isto chamamos de reação aproximação-afastamento, no
qual operam o desejo aproximação e medo produz o afastamento. [...] Esse
medo marcará nossa memória, de forma desprazerosa, e será experimentado como
desamparo, “portanto uma situação de perigo é uma situação reconhecida,
lembrada e esperada de desamparo” (Freud, 2006, p.162).
Essa
inquietação e medo provocado pela sombra no ego, está associado ao medo originado
do diabo/e ou de demônio na religião e a condição de doutrinamento bíblico em
teologia advindos dos versos bíblicos que foram de acordo com a teoria de aprendizado
de Piaget acomodados, assimilados e servem para ser evocado no momento de
precisão. Os versículos, situam-se reprimidos no inconsciente, porém agora
foram evocados para serem tratados e elaborados como conteúdo latente consciente
permitindo a elaboração consciente dos medos espirituais a seguir.
De
acordo com a Bíblia no livro de João 10:10 - O ladrão não vem senão a roubar, a
matar, e a destruir; eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância. O
medo que o diabo agindo por meio de [pessoas] se apropriem-se de seus bens
através de violência, ameaça, fraude ou por outro meio. O medo que o diabo
[pessoa desconhecida] cause a morte privando-o de viver, cause sofrimento
físico no corpo e sofrimento emocional.
Medo
que o medo inconsciente o leve a empregar a pulsão de morte e proceda causando
a sua própria destruição fazendo o desaparecer como teólogo, psicólogo,
advogado e em qual profissão você pensar agora, até mesmo a sua.
E
nos livros a seguir de Efésios 4:27 - Não deis lugar ao diabo. Efésios 6:11 -
Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as
astutas ciladas do diabo. Medos de comportar-se como endemoniado, louco,
insensato, transgressor; e não mostre-se autoconfiante na presença de pessoas
sadomasoquistas.
E
de acordo com o livro de Tiago 4:7 - Sujeitai-vos, pois, a Deus, resisti ao
diabo, e ele fugirá de vós. Medo de desobedecer a Deus e não resistir aos
desejos carnais.
E
no livro de I Pedro 5:8 - Sede sóbrios; vigiai; porque o diabo, vosso adversário,
anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar. Medo de não
agir com prudência e não observar que pode ser destruído por alguém que se
mostra como inimigo diante de seus projetos pessoais.
O
cristão é capaz de projetar através do mecanismo defesa projeção, as
inseguranças espirituais que não consegue compreender nas pessoas que se
manifestam ao seu redor opondo a seus anseios enxergando-as como possuídas do
diabo ou espíritos malignos. E são apenas seres humanos mostrando a natureza
com afeto negativo. Não tem nada a haver com o diabo.
E
neste ínterim o cristão começa a enxerga o indivíduo como a representação do
diabo na sua vida porque está causando aborrecimento nos projetos pessoais. E
entra em conflito com o sujeito por ter feito uma leitura mental e
interpretação das atitudes da pessoa de modo equivocado, passando literalmente
a acreditar por medo, insegurança que o indivíduo é o diabo em pessoa e que
deseja destruí-lo a qualquer custo.
E
segundo o livro de Efésios 6:12 Porque não temos que lutar contra a carne e o
sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os
príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos
lugares celestiais. Para se compreender este verso é necessário o dom de
discernimento de espírito.
E
de acordo com o livro de 1 Coríntios 12:8-10. 8 Pelo Espírito, a um é dada a
palavra de sabedoria; a outro, pelo mesmo Espírito, a palavra de conhecimento; 9
a outro, fé, pelo mesmo Espírito; a outro, dons de curar, pelo único Espírito;
10 a outro, poder para operar milagres; a outro, profecia; a outro,
discernimento de espíritos; a outro, variedade de línguas; e ainda a outro,
interpretação de línguas.
Todos
esses versículos produzem medos espirituais que tanto podem ser verdadeiros ou
falso e são reprimidos no inconsciente e que os cristãos não tomam
conhecimento, porque são conteúdos recalcados, mas continuam a causar conflitos
na consciência do sujeito, dificultando a postura da pessoa perante eventos
desconfortáveis, pessoas, levando-os atuar como inseguros, medrosos, faltosos
de autoconfiança. Podendo até atribuir os infortúnios ao diabo tipificado em
algum ser humano que se coloca como opositor aos desejos, projetos dentre
outros.
O
cristão por meio do mecanismo defesa recusa, não permite admitir ser capaz de
sentir medos espirituais e nega as inseguranças por intermédio do mecanismo
defesa negação a realidade das inseguranças atribuindo sentido a espíritos
malignos. Ser um indivíduo cristão significa tomar as decisões de nossa vida,
baseando-se nos preceitos bíblicos, ou melhor dizendo, de acordo com as ideias,
os sentimentos e os valores cristãos. Qualquer submissão ou dominação ao outro
realça a dependência.
A
insegurança é um estado emocional que surge na sequência de uma situação que é
percecionada, digo percebida ou conhecida através dos sentidos como alarmante
ou ameaçadora. Se o evangélico é confrontado com esse estímulo [diabo] considerar
que os seus recursos [fé] ou as suas competências socioemocionais
[autoconfiança] não são suficientes para gerir e/ou ultrapassar a situação
desagradável, é expectável que se sinta inseguro.
Esta
emoção pode manifestar-se sob a forma de níveis de ansiedade mais elevados,
agitação psicomotora, permitindo que o cristão se sinta enervado, isto é,
perturbada no equilíbrio emocional, mas, ainda assim, suficientemente capaz de
mobilizar recursos extra que lhe permitam ser bem sucedido.
Nesses
casos, a insegurança é percebida como um mecanismo defesa capaz de promover um
efeito protetor, na medida em que o impede de cometer erros ou de correr riscos
desnecessários. Por exemplo, quando um dos membros da igreja sente que a sua
relação não está segura com Deus, pode implementar algumas estratégias que, aos
seus olhos, impliquem a solidificação do relacionamento, como a promoção do
diálogo através da oração, confissão de pecados ou até o recurso ao jejum, leituras
bíblicas ou aconselhamento pastoral.
Do
mesmo modo, quando um trabalhador perceciona o seu lugar como estando em risco
de despedimento, passará a buscar alternativas que lhe permitam evitar a
situação de desemprego. Mas tanto numa contingência como na outra a insegurança
pode assumir um nível de intensidade superior, deixando de ter o tal efeito
protetor.
Referência
Bibliográfica
BÍBLIA,
N. T. Marcos, João, 1 Coríntios, Efésios, Tiago e I Pedro. In BÍBLIA.
Português. Bíblia Evangélica: Antigo e Novo Testamentos. Tradução Versão de
João Ferreira de Almeida Corrigida 1948 (JFAC). São Paulo.
FREUD,
A. O ego e os mecanismos de defesa. Rio de Janeiro: Biblioteca Universal
Popular, 1968
FREUD,
S. (1920), "Além do princípio do prazer” In: FREUD. S. Obras completas de
S. Freud. Rio de Janeiro: Imago, 1996, v. XVIII.
FREUD,
S. (1996). Obras completas de S. Freud. Rio de Janeiro: Imago. (1914).
"Recordar, repetir e elaborar ", v. XII
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